Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ca´lculo II - 2o Semestre de 2011 2a Aula (Resumo) SEQUEˆNCIAS E SE´RIES 1. Uma sequeˆncia {an}∞n=1 e´ crescente se an < an+1, n ≥ 1. Ela e´ decrescente se an > an+1, n ≥ 1. Ela e´ mono´tona se for crescente ou decrescente. Ex.1 an = n n2 + 1 e´ decrescente. 1a Soluc¸a˜o. f(x) = x x2 + 1 e´ a func¸a˜o associada com an = n n2 + 1 . Usaremos derivadas para ver que f(x) e´ decrescente. Temos, f ′(x) = (x2 + 1)1− x(2x) (x2 + 1)2 = −x2 + 1 (x2 + 1)2 ≤ 0 ⇐⇒ 1 < x2 ⇐⇒ 1 < x =⇒ f(x) e´ decrescente em [1,∞). =⇒ an e´ decrescente, n ≥ 1.. 2a Soluc¸a˜o. Desta vez, usaremos a definic¸a˜o an e´ decrescente ⇐⇒ an > an+1, n ≥ 1. Resolvemos a correspondente desigualdade, n+ 1 (n+ 1)2 + 1 < n n2 + 1 =⇒ 1 < n2 + n Como esta condic¸a˜o e´ verdadeira para todo n ≥ 1, temos que {an} e´ decrescente. � 2. {an} e´ limitada superiormente se an ≤M, n ≥ 1, para algum M fixo. {an} e´ limitada inferiormente se m ≤ an, n ≥ 1, para algum m fixo. {an} e´ limitada se ela e´ limitada tanto superiormente quanto inferiormente. 3. Teorema (da Sequeˆncia Mono´tona). Toda sequeˆncia mono´tona e limitada e´ con- vergente. � OBS. Em particular: ”Se {an} e´ crescente e limitada superiormente, enta˜o e´ con- vergente”. Ou tambe´m: ”Se {an} e´ decrescente e limitada inferiormente, enta˜o e´ convergente” Ex.2 lim n→∞ rn = 0 se |r| < 1. Sol. Se denominamos an = |r|n enta˜o, an+1 = |r|n+1 = |r|n · |r| < |r|n = an. Assim, {an} e´ decrescente e limitada inferiormente, pois 0 ≤ an. Logo, lim n→∞ |r|n = L existe (chamemos o limite de L) e, se L 6= 0 0 ≤ L = lim n→∞ |r|n+1 = lim n→∞ |r||r|n = |r| lim n→∞ |r|n = |r|L < L pois |r| < 1 e estamos supondo L > 0; teriamos L < L se L 6= 0, absurdo. ⇒ L = 0⇒ lim n→∞ |rn| = 0. Pelo item vii) das Leis do limite, temos que tambe´m lim n→∞ rn = 0. � Ex.3 Seja an definida por a1 = 2, an+1 = 1 2 (an + 6). Mostre que {an} e´ crescente e limitada superiormente, portanto convergente. Ache o lim n→∞ an. Sol. a1 = 2, a2 = 1 2 (2 + 6) = 4, a3 = 1 2 (4 + 6) = 5 i) Queremos ver que an < an+1. (Afirmac¸a˜o P(n)). ({an} e´ crescente.) Sabemos que a1 < a2. (P(1) e´ verdadeiro.). Suponhamos que an < an+1 vale para n = k, ou seja ak < ak+1 (P(k) e´ verdadeiro, k fixo.). =⇒ ak + 6 < ak+1 + 6 =⇒ 1 2 (ak + 6) < 1 2 (ak+1 + 6) =⇒ ak+1 < ak+2 (P(k + 1) e´ verdadeiro). ii) Queremos provar que an < 6 (Afirmac¸a˜o P(n)). Sabemos que a1 < 6. (P(1) e´ verdadeiro.). Suponhamos que an < 6 vale para n = k, ou seja ak < 6 (P(k) e´ verdadeiro, k fixo.). =⇒ ak + 6 < 12 =⇒ 1 2 (ak + 6) < 12 2 = 6 =⇒ ak+1 < 6 (P(k + 1) e´ verdadeiro). � Ex.4 Calcule o limite da sequeˆncia definida por a1 = √ 2, an+1 = √ 2an, n = 1, 2, . . . Sol. Temos que {an} e´ crescente e limitada superiormente por 2 e portanto, conver- gente. Seja L = lim n→∞ an. Tomando limites na relac¸a˜o de recorreˆncia: L = √ 2L =⇒ L2 = 2L =⇒ L = 2 ou L = 0 Para eliminar a possibilidade que L = 0, observamos o seguinte.√ 2 ≤ an, n = 1, 2, . . . =⇒ lim n→∞ √ 2 ≤ lim n→∞ an, n = 1, 2, . . . =⇒ √ 2 ≤ L. Assim, L na˜o pode ser 0 e o limite da sequeˆncia e´ 2. � 4. Se´ries infinitas. Dada uma sequeˆncia {an}∞n=1, consideramos as somas parcias s1 = a1 sn = a1 + a2 sn = a1 + a2 + . . .+ an−1 + an . . . sn = a1 + a2 + . . .+ an−1 + an = n∑ i=1 ai Estas somas formam uma sequeˆncia {sn} e se ela convergir, denominamos o limite desta sequeˆncia de soma da se´rie infinita e denotamos ∞∑ n=1 an = lim n→∞ sn e an e´ o termo geral da se´rie. Ex.5 (Se´rie telesco´pica) Mostre que ∞∑ n=1 1 n(n+1) converge. Calcule a soma. Soluc¸a˜o. Calculamos a diferenc¸a das frac¸o˜es 1 i(i+ 1) = 1 i − 1 i+ 1 , donde, obtemos sn = n∑ i=1 1 i(i+1) (forma aberta) = (1− 1 2 ) + (1 2 − 1 3 ) + . . .+ ( 1 n − 1 n+1 ) ⇒ sn = 1− 1n+1 (forma fechada) Donde, vemos que a sequeˆncia das somas sn converge e que o limite e´ s = lim n→ sn = lim n→ 1− 1 n+ 1 = 1 � Ex.6 (Se´rie geome´trica) Se a ∈ R, a 6= 0 e |r| < 1, enta˜o, a+ ar + ar2 + ar3 + . . .+ arn−1 + . . . = ∞∑ n=1 arn−1 = a 1−r . Se |r| > 1, a se´rie diverge. Soluc¸a˜o. Se r 6= 1, sn = a+ ar + . . .+ ar n−1, (forma aberta) ⇒ rsn = ar + ar2 + . . .+ arn−1 + arn, ⇒ sn − rsn = a− arn ⇒ sn = a(1−rn)1−r (forma fechada) Se |r| < 1 enta˜o rn → 0, se n→∞, pelo Ex.2, donde, lim n→ sn = lim n→ a(1− rn) 1− r = a 1− r � Ex.7 ∞∑ n=1 22n31−n, converge ou diverge? Soluc¸a˜o. Procurando a analogia entre o termo geral desta se´rie e o termo geral da se´rie geome´trica, que e´ da forma arn−1, temos, 22n31−n = 4n · 3−n+1 = 4 n 3n−1 = 4 · 4n−1 3n−1 = 4( 4 3 )n−1, que e´ o termo da se´rie geome´trica com a = 4, r = 4 3 ⇒ A se´rie diverge pois r = 4 3 > 1. � 5. Teorema do limite zero. Se a se´rie ∞∑ i=1 an for convergente, enta˜o lim n→ an = 0. Prova. Seja sn = a1 + a2 + . . .+ an−1 + an. Como sn−1 = a1 + a2 + . . .+ an−1, temos an = sn − sn−1. Como ∑ an converge, a sequeˆncia {sn} e´ convergente para um limite s. E {sn−1} tambe´m converge para o mesmo limite s pois {sn−1} e´ uma subsequeˆncia de {sn}. Donde, lim n→ an = lim n→ (sn − sn−1) = s− s = 0 � Teorema(O Teste para Divergeˆncia). Se lim n→ an na˜o existir ou se lim n→ an 6= 0, enta˜o a se´rie ∞∑ n=1 an e´ divergente. � 6. Teorema (Propriedades) Se ∑ an e ∑ bn forem se´ries convergentes, enta˜o tambe´m o sera˜o as se´ries ∑ c an, ∑ (an + bn) e ∑ (an − bn), e (i) ∞∑ n=1 c an = c ∑ an, (ii) ∞∑ n=1 (an + bn) = ∑ an + ∑ bn (iii) ∞∑ n=1 (an − bn) = ∑ an − ∑ bn, �
Compartilhar