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Giardia lamblia e giardíase Profª. Dra. Lívia Bandeira profaliviabandeira@gmail.com Recife, Fev. de 2017 Protozoários- características Reino Protozoa (do grego proto "primeiro" e zoon "animal")- Neves, 2011; Protistas, eucariotas, unicelulares; Não possuem tecidos; Várias formas; Vários processos de alimentação, locomoção e reprodução. Diversas organelas Realiza todas as funções sozinho (alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção). Protozoários- características Habitam a água e o solo. Alguns fazem parte da microbiota normal de animais; Giardia lamblia Trichomonas vaginalis Amebas Plasmodium Leishmania Trypanosoma cruzi Toxoplasma gondii Fases evolutivas Trofozoítos: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes processos. Fases evolutivas Cisto e oocisto: formas de resistência; o protozoário secreta uma parede cística que o protegerá em um ambiente improprio ou na fase de latência. Fezes e tecidos do hospedeiro Fezes do hospedeiro e são provenientes da reprodução sexuada Fases evolutivas Gameta: forma sexuada; filo Apicomplexa (Toxoplasma e Plasmodium). Plasmodium Microgameta Macrogameta Giardia lamblia Giardia lamblia G. lamblia Nomenclatura: Latina e binominal Espécie = 2 palavras 1ª gênero (letra maiúscula) 2ª espécie (letra minúscula) grifadas ou escritas em itálico Agente etiológico: Giardia lamblia ou G. duodenalis ou G. intestinalis; Foi o primeiro protozoário humano a ser descrito; Protozoário flagelado; Intestino delgado (mamíferos, aves, repteis e anfíbios); eurixeno! É um dos parasitos intestinais mais frequentes; Surtos de diarreia associados à água para consumo; Giardia lamblia-giardíase Em 2004, foi inserida no grupo das Doenças Negligenciadas. Pobreza; Falta de saneamento básico; Qualidade da água de consumo. G. lamblia-morfologia Estrutura básica das células eucariotas. Giardia lamblia-morfologia TROFOZOÍTO CISTO G. lamblia-morfologia Trofozoíto: Intestino delgado (mucosa intestinal); Responsável pelas manifestações clínicas da giardíase! Formato de pera (piriforme); Simetria bilateral; 8 flagelos (4 pares: anterior, ventral, posterior e caudal); 2 núcleos idênticos. G. lamblia-morfologia Trofozoíto: Face dorsal; Face ventral: disco adesivo (microfilamentos, microtúbulos e pela proteína giardina); Ação irritativa na mucosa intestinal. Giardia lamblia-morfologia Face ventral: possui duas estruturas em forma de vírgula (corpos medianos). Formação do disco adesivo ou divisão celular. G. lamblia-morfologia Cistos: É a forma responsável pela transmissão do parasito! Oval; Membrana delicada; revestimento glicoproteico; 2 ou 4 núcleos; Fibrilas (axonemas de flagelos) flagelos no trofozoíto; Corpos escuros (polo oposto aos núcleos) disco adesivo quitina G. lamblia-morfologia G. lamblia-ciclo biológico Ciclo monoxênico; Parasito monogenético; Parasito eurixeno. Giardia lamblia-ciclo biológico Desencistamento: Estômago pH ácido; duodeno; jejuno. Encistamento: Intestino; pH, sais biliares, etc. Fezes: cistos e trofozoítos Como acontece? https://www.youtube.com/watch?v=a2-DnXDZTZI G. lamblia- transmissão Via fecal-oral; A água é o veículo mais importante! Contato direto: mãos. Transmissão zoonótica: Disseminação por animais domésticos e silvestres. 6 a 15 dias E a imunidade Natureza autolimitante da infecção; Detecção de anticorpos anti-Giardia; Maior suscetibilidade de imunocomprometidos; Menor suscetibilidade de indivíduos de áreas endêmicas; Infecção crônica em modelos animais atímicos ou com a resposta humoral deprimida; Tipos dos anticorpos: IgG; IgM; IgA; IgA: impede a adesão dos trofozoítos; Barreiras naturais: muco no epitélio intestinal. Adultos e crianças; Infecções assintomáticas, mas com eliminação de cistos nas fezes por longos períodos (5 a 10%); Agudas e autolimitadas (50%); Crianças: diarreia, esteatorreia ( gordura nas fezes), irritabilidade, náuseas e vômitos, dores de cabeça; Diarreia dos viajantes: primeiro contato (primo infecção); diarreia aquosa, explosiva, odor fétido e dor abdominal; Quadros crônicos: desnutrição (má absorção de gorduras e vitaminas) e vice-versa. Sintomas Atenção, nutricionistas! Principais complicações: Má absorção de gorduras e nutrientes; Má absorção das vitaminas lipossolúveis (K,E,D,A); B12; Ferro; Xilose e lactose; Comprometimento físico e cognitivo. Patogenia Multifatorial: fatores do hospedeiro e da Giardia; Alterações do epitélio intestinal: morfológicas e fisiológicas, mesmo sem invasão celular; Achatamento e atrofia das microvilosidades; perda da atividade de enzimas, como as dissacaridases, causando má absorção de carboidratos; Processo inflamatório; Substâncias secretadas e/ou excretadas pelos trofozoítos podem alterar a mucosa. Nas fezes formadas– pesquisa de cistos- Milhares e até bilhões de cistos podem ser eliminados diariamente; mas há períodos sem eliminação. Deve-se ter ao menos três amostras do paciente suspeito ou contaminado. Nas fezes diarreicas– pesquisa de trofozoítos ou cistos- devem ser examinadas logo após a coleta ou colocar em soluções conservantes, pois os trofozoítos têm viabilidade curta; Parasitológico: Diagnóstico Clínico: Sintomas gerais! Diagnóstico No fluido duodenal– pesquisa de trofozoítos em biópsia jejunal ou “Entero-test” (para casos de diarreia crônica). Ingestão de uma cápsula de gelatina presa a um fio 4 horas retirar o fio e M.O. Imunológico: No soro– pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI – pouco sensível e específico; Nas fezes– pesquisa de antígenos por ELISA – alta sensibilidade e especificidade; Molecular: Amostras de água– pesquisa de DNA parasitário por PCR. Diagnóstico • GIARDIA II é um imunoensaio enzimático (ELISA) usado para detectar o antígeno de cisto G. lamblia em amostras fecais humanas. GIARDIA II™ Derivados 5-nitroimidazóis Metronidazol Tinidazol Outras: Albendazol (benzimidazol) Tratamento Secnidazol Ornidazol Metronidazol: eliminação em 80 a 95% dos pacientes. Efeitos colaterais! Profilaxia Leitura! http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2017/01/novo-estudo- alerta-para-alta-frequencia-de-giardiase-em-criancas-neste-verao.html Estudo dirigido 1) Em relação aos fármacos utilizados para giardíase, quais são as dosagens recomendadas e os principais efeitos colaterais relatados? 2) Esses fármacos podem ser utilizados por crianças e gestantes? 3) Em casos refratários ao tratamento, qual esquema terapêutico poderá ser adotado? 4) Quais métodos de exame parasitológico de fezes podem ser utilizados para o diagnostico da giardíase?
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