Resumo - Breve História da Educação Matemática Brasileira Enquanto Campo Profissional e Científico

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Flávia Clemente Marques
Didática da Matemática - Professora Ana Teresa de Oliveira
Turma: quinta-feira, 13:30h
O texto "Breve História da Educação Matemática Brasileira Enquanto Campo Profissional e Científico" fala sobre as quatro fases que foram identificadas, após um estudo, no desenvolvimento da educação matemática (EM) no Brasil: a primeira fase é conhecida como Gestação da EM como campo profissional, e ocorreu antes da década de 1970; a segunda, Nascimento da EM, engloba o período dos anos 1970 e começo da década de 1980; a terceira fase, que se estabeleceu na década de 1980, foi a emergência de uma comunidade de educadores matemáticos; e a última fase foi a emergência de uma comunidade científica em EM, a partir dos anos 1990.
Durante o período da primeira fase, a EM ainda não estava completamente definida. Foi nessa época que o futuro surgimento da da EM como campo de conhecimento começou a ser moldado. Os primeiros "educadores matemáticos" surgiram na década de 1920, durante o movimento escolanovista, porém não se interessavam em pesquisar a realidade escolar e os processos de ensino-aprendizagem. Antes da década de 50, há poucos estudos sobre o assunto, sendo todos no campo da psicometria, feitos a partir de testes psicológicos. Apenas entre 1955 e 1956, os estudos sobre a EM começaram a se expandir, graças a congressos e centros de pesquisa que surgiam e, mesmo assim, nos anos seguintes poucos trabalhos satisfizeram os requisitos de uma pesquisa mais sistemática, sendo quase todos voltados ao ensino primário. 
A segunda fase é considerada o nascimento da EM no Brasil como campo profissional de especialistas em didática e metodologia do ensino matemático. Nessa época, além de maior valorização da educação, houve um grande crescimento universitário, aumentando assim o número de estudos sobre a área. Outros níveis de ensino passaram a ser estudados, não só mais o primário, e outros campos de ensino, além do psicológico da criança, começaram a ser pesquisados. No entanto, apesar dos programas de pesquisas das universidades, ainda não havia ainda uma comunidade nacional organizada para estudar, pesquisar e entender a EM.
Na terceira fase, a ideia de EM se amplia e, com isso, surgem novas formas de investigação e o número de dissertações sobre o tema aumenta. Também aumentam os campos da EM estudados, sendo quase todas as dimensões tomadas como assunto de pesquisa. Temas como o currículo escolar e projetos pedagógicos de ensino passam a ser abordados e surgem novas linhas de estudo, como a formação de professores, a etnomatemática, a cognição matemática relacionada aos contextos sócio culturais e a prática pedagógica. Foram formados grupos de estudo e começaram a acontecer novos eventos, levando à criação da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), começando assim os encontros nacionais e estaduais de EM. Somente após esses acontecimentos os educadores matemáticos começaram a se enxergar como tal e investigar sobre seu campo de trabalho, fazendo assim com que as pesquisas individuais passassem a ser discutidas nos encontros. É nessa fase, então, que temas mais políticos e sociais passam a ser abordados, e os campos de pesquisa se ampliam cada vez mais.
Na quarta e última fase, o número de educadores matemáticos no Brasil cresce bastante: os que haviam saído do país para fazer doutorado retornam, além dos vários que concluíram seu doutorado no Brasil ou que começaram a estudar sobre a EM após já terem feito seus doutorados em outras áreas. Só então a EM passou a ser reconhecida pela Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação  (ANPEd). Novos campos de estudo surgem a partir da década de 90 e as metodologias de pesquisa em EM são aprimoradas. É nessa última fase então que o ensino matemático passa a ser mais reconhecido por universidades e cursos de pós graduação pelo Brasil e as pesquisas e estudos sobre a EM se expandem cada vez mais.