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Direito Internacional Público

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Direito Internacional Público
Prof. Marco Aurelio Moura dos Santos
Direito Internacional Público - Fundamentos e contexto histórico
Era das Descobertas (Sec. XV e XVI) – as redefinições dos domínios dos Estados impôs a necessidade de coexistência entre comunidades com características diversas (sociais, culturais, religiosas, politicas etc)
O Direito passa, então, a não concentrar-se em reger situações limitadas às fronteiras territoriais da sociedade representadas pelos Estados.
Estados X Interesses (econômicos, sociais, políticos, culturais)
O Direito Internacional Público ou Direito das Gentes - sistema de normas jurídicas capaz de coordenar vários interesses estatais simultâneos, de forma a poderem os Estados, em seu conjunto, alcançar suas finalidades e interesses recíprocos
Sociedade X Comunidade em Direito Internacional
Comunidade – forma de união baseada no afeto e na emoção, pressupõe laços espontâneos e subjetivos de identidade (familiar, social, cultural, religioso etc) sem decisão quanto ao pertencimento, ou ainda, intenção de dominação uns sobre os outros
Sociedade – união de livre escolha porém com atores com interesses divergentes. Não há necessidade da conjugação de valores morais.
No Direito Internacional há uma sociedade de Estados (e/ou organizações internacionais) que mantêm entre si relações mútuas, enquanto isso lhes convêm ou lhes interessa.
Ordem Jurídica da sociedade internacional
Ordem jurídica – conjunto de princípios e regras destinados a reger as situações que envolvem determinados sujeitos
Na Ordem jurídica internacional, diferente da ordem jurídica interna onde há um poder centralizador que emana as normas e promove uma relação de verticalidade, no Direito Internacional as normas jurídicas dos Estados convivem numa situação de horizontalidade e descentralização. 
Mesmo descentralizada e horizontal há a possibilidade de sanções:
Art. 41 e 42 da Carta das Nações Unidas (Tratado que estabeleceu a Organização das Nações Unidas em 1945) prevê sanções econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos ou de qualquer outra espécie, e o rompimento das relações diplomáticas cabendo ao Conselho de Segurança as ações (aéreas, navais ou terrestres) para restabelecer a paz e a segurança internacionais.
Sociedade Internacional
Trata-se do conjunto de atores (Estados, organizações internacionais interestatais, entidades e indivíduos) que operam no Direito Internacional Público.
Coletividades não estatais (ongs) também fazem parte da sociedade internacional, porém não são atores e sim sujeitos de direito
Origens Históricas
Antiguidade – não existia um Direito Internacional propriamente dito como existe hoje e sim um Direito que se aplicava às relações entre cidades vizinhas, de língua comum ou religião. Não existia um Direito Comum entre as nações ou igualdade jurídica. Ex. Cidades Estado Gregas e Confederações Etruscas.
Idade Média – influência da Igreja e do Papado
Idade Moderna – Séc. XVI 
Hugo Grotius - 	Direito Internacional e Direito Natural – autor das obras Mare Liberum, De Jure Praedae, De Jus Beli ac Pacis
Sec. XVII – Tratados de Westfália (término da Guerra dos Trinta Anos) – igualdade absoluta dos Estados e a doutrina da soberania.
1815 – Congresso de Viena – marcou o fim das guerras napoleônicas e estabeleceu um novo sistema multilateral de cooperação política e econômica na Europa, proibição do tráfico negreiro, liberdade irrestrita navegação nos rios internacionais da região e as primeiras regras do protocolo diplomático.
Guerras mundiais – redefinições das relações entre as nações, avanços científico e tecnológico em escala global, nascimento de organismos internacionais (ONU)
Conceito de Direito Internacional Público
a) critério dos sujeitos intervenientes – o Direito Internacional Público disciplina e rege a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos);
b) critério das matérias reguladas – o Direito Internacional Público visa alcançar as metas comuns da humanidade e, em ultima analise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais; 
c) critério das fontes normativas – o Direito Internacional Público consubstancia-se num conjunto de princípios e regras jurídicas, costumeiras e convencionais.
Relação entre o Direito Internacional Publico e o Direito Interno Estatal
Dualismo – para esta corrente o Direito Interno de cada Estado e o Direito Internacional são dois sistemas independentes e distintos, ou seja, não havendo conflitos na sua aplicação.
Se o Estado assumir compromisso com o outro a norma internacional para ter eficácia precisa ser transformada em norma interna na forma de emenda constitucional, uma lei, um decreto, um regulamento (recepção) 
O STF entende que após a aprovação do Tratado pelo Congresso Nacional e a troca dos respectivos instrumentos de ratificação, que seja o tratado promulgado internamente, por meio de um decreto de execução presidencial. 
Monismo – para o monismo o Direito Internacional e o Direito interno são dois ramos do Direito dentro de um só sistema jurídico. O Direito Internacional se aplica diretamente na ordem jurídica dos Estados, independentemente de qualquer transformação em norma interna.
Conflitos:
Monismo nacionalista: O Direito nacional deve prevalecer sobre as normas do Direito Internacional
Monismo internacionalista: o Direito Internacional esta hierarquicamente superior ao nacional
Direito Internacional e o Direito interno no direito constitucional comparado
a) Cláusula de adoção de regras do Direito Internacional pelo Direito interno sem disposição de primazia 
Ex. Constituição Austríaca 1920 – regras de direito internacional são consideradas parte integrante da lei federal
Constituição Espanhola de 1978 
b) Clausula de adoção das regras do Direito Internacional pelo Direito interno coma primazia do primeiro
Ex. Carta da Republica Federal da Alemanha – as norma gerais do Direito Internacional Público constituem parte integrante do direito federal. Sobrepõem-se às leis e constituem fonte direta para os habitantes do território federal. 
c) Cartas constitucionais que não contém disciplinamento acerca das relação entre o Direito Internacional e o Direito interno.
Ex. A CF/88 não contem dispositivo expresso sobre as normas de direito internacional com exceção dos tratados internacionais de proteção dos direito humanos (art. 5ª, §2º) que ingressão com o status de norma materialmente constitucional. 
Fundamentos e Normas Cogentes
Pacta sunt servanda – principio geral segundo o qual os tratados tem que ser cumpridos e ponto inicial de qualquer sistema de convivência organizada.
Art. 26 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969
“Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé” - Boa-fé pode ser valor maior a ser preservado.
Preâmbulo da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 
“As regras do direito internacional consuetudinário continuarão a reger as questões não reguladas pelas disposições da presente Convenção”
Jus Cogens – art. 53 /64 CVDT
Normas cogentes:
norma imperativa de direito internacional geral
Norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu conjunto
Derrogação somente é permitida por normal geral de mesma natureza.
A natureza das normas cogentes ou imperativas vão além do estágio consuetudinário
Ex. Declaração Universal dos Direito Humanos da ONU de 1948
Rol originário das fontes do Direito Internacional Público
O Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, estabelece que 
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional,
como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono (equidade), se as partes com isto concordarem. 
Hierarquia das fontes
A regra é que não há hierarquia entre as fontes formais do DIP, com exceção do art. 103 da Carta das Nações Unidas (que atribui primazia à Carta sobre todos os demais compromissos internacionais concluídos por quaisquer de seus membros) e das normas de jus cogens (normas imperativas de DIP que prevalecem sobre todas as demais regras ou obrigações internacionais)
 A norma do jus cogens é aquela norma imperativa de Direito Internacional geral, aceita e reconhecida pela sociedade internacional em sua totalidade, como uma norma cuja derrogação é proibida e só pode sofrer modificação por meio de outra norma da mesma natureza. Ex. Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948)
Fontes primarias
Tratados internacionais: principal fonte em direito internacional tem como objeto a declaração de entendimento sobre determinado Direito vigente, regulamentar conduta futura dos Estados e criar organizações internacionais. Tratados são superiores as leis internas e revogam as normas domesticas anteriores no que for contrário.
Costume internacional: pratica geral elaborada por atores da sociedade internacional que consiste em reconhecer e dar validade jurídica exigível a determinada obrigação. Tem eficácia erga omnes e pode ter a mesma força normativa que as Constituições. É equiparado ao ideal de justiça. Ex. imunidade de imposto aduaneiro conferido a diplomatas.
Princípios gerais de direito: princípios adotados e aceitos por todos os ordenamentos jurídicos (principio da boa-fé no cumprimento das obrigações internacionais, respeito a coisa julgada internacional, não agressão, direito adquirido, pacta sunt servanda, integridade territorial e soberania dos Estados, não interferência nos negócios internos dos Estados)
Meios auxiliares e novas fontes
Jurisprudência Internacional: decisões da Corte Internacional de Justiça e demais Tribunais internacionais. 
Ressalva do art. 59 “as decisões do Tribunal só serão obrigatórias para as partes litigantes e a respeito do caso em questão”
Doutrina dos Publicistas: autores internacionalistas e trabalhos desenvolvidos por entidades (Comissão de Direito Internacional da ONU)
Equidade (ausência de norma jurídica nos casos em que há norma considerada ineficaz) – aplicação de princípios de justiça que atendam as razões de ordem social e as exigências do bem comum, que se instituem como princípios de ordem superior na aplicação das leis. Trata-se do exato ponto de equilíbrio entre as partes, e no direito internacional, depende da anuência dos envolvidos
Atos unilaterais dos Estados – ato jurídico assumido publicamente por determinado Estado, ficando o mesmo, logo após, legalmente obrigado. Ex. Caso Australia v. France – Nuclear Test Case. ICJ /1974
Atos unilaterais de natureza normativa dos Estados
 Atos abstratos e gerais. Ex. Definição da dimensão do mar territorial por um Estado ou ato que determina abertura, para navegação estrangeira das aguas interiores de seu território. A Comissão de Direito Internacional do ONU se dedica a ao estudo dos atos unilaterais.
Decisões das Organizações internacionais intergovernamentais (resoluções da ONU, decisões do FMI, diretrizes da CEE, recomendações do CECA)
 A partir do momento que um Estado é parte em uma organização, ele assume obrigações para com ela, dentre as quais a de cumprir aquilo que vier a ser decidido em suas assembleias ou órgãos deliberativos. 
Soft law (regras flexíveis)– programas de ação para os Estados (Agenda 21) em determinadas matérias como meio ambiente, diversidade biológica, clima e sua função é a salvaguarda destes bens jurídicos.
Obrigações erga omnes – obrigações a todos impostas, independentemente de aceitação dos Estado e das organizações internacionais. Ex. direito de passagem inocente de barcos mercantes estrangeiros pelo mar territorial de determinado Estado, dever de proteção aos direitos das pessoas. Ex. interdição de atos de agressão, proibição do genocídio, obrigações concernentes à proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana, autodeterminação dos povos etc. 
 Diferem das normas jus cogens por não terem a superioridade hierárquica que estas detêm no plano do direito das gentes, bem assim por não serem incondicionais ou infensas a qualquer tipo de derrogação, como são as normas de jus cogens (que só podem ser revogadas por outras normas de direito internacional geral da mesma natureza – art. 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969).
Codificação do Direito Internacional Público
A regra da Carta da Onu – art. 13, § 1º, a “cabe a Assembleia Geral iniciar estudos e fazer recomendações destinadas a incentivas o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação.
Comissão de Direito Internacional da ONU – projetos aprovados: Convenções de Genebra sobre o Direito do Mar, Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Relações Consulares, Convenções de Viena sobre o Direito dos Tratados.
A codificação do direito internacional segue a tendência em transformar os costumes internacionais em normas escritas.
A crítica relacionada a tentativa de codificação diz respeito à possibilidade de ser a codificação utilizada para exprimir a vontade de pouco (Estados mais poderosos) em detrimento da vontade de muito (Estados mais fracos)
Sujeitos do Direito Internacional
A) os Estados – sujeitos clássicos (originários/tradicionais). São os Estados, em suma, os sujeitos fundadores, primários e plenos do direito das gentes. O Estado (organização jurídica-politica da Nação) não se confunde com Nação ou Povo. Juridicamente os Estados detém o mesmo status perante a Sociedade Internacional.
B) as coletividades interestatais – entidades formadas por Estados para determinado fins e conhecidas pelo nome de Organizações Internacionais. 
Trata-se de entidades criadas por acordos constitutivos entre Estados com personalidade jurídica distinta da dos seus membros. Sua existência esta apoiada em um Tratado. Ex. ONU, OIT, OTAN, OMC
C) as coletividades não estatais 
C.1 – Beligerantes: a beligerância ocorre quanto dentro de um Estado, um grupo armado detém sob seu domínio parte do território tendo como finalidade a modificação do sistema politico.
Elementos: LUTA ARMADA, GUERRA CIVIL, VIOLAÇÃO DE NORMAS CONSTITUCIONAIS, MODIFICAÇÃO DO SISTEMA POLITICO COMO FINALIDADE, IGUALDADE JURÍDICA AO ESTADO
Ex. Sandinistas na Nicarágua (Reconhecidos pelo Pacto Andino de 1979) – Direito de Bloqueio à Captura, Conclusão de Tratados.
C.2 - Insurgentes – ocorre nos casos de conflitos dentro do Estado com intenção de modificação do sistema politico vigente e a reestruturação da ordem constitucional em vigor, não há controle politico do território, é mais brando e nem sempre esta relacionado a guerra civil.
Semelhante aos Beligerantes, só que em grau menor. Pode ser, p.ex., uma esquadra naval que se amotina contra o governo legal, exercendo uma pressão política considerável, mas não chegam a ter controle territorial como os Beligerantes.
C.2.1 – Movimentos de Libertação Nacional – surgidos em meados do Séc. XX com o objetivo de descolonização da Africa, Asia, Oceania, Caribe
Ex. Luta pela independência da Argelia, OLP (Organização para a libertação da Palestina – que obteve representação na ONU na qualidade de observadores com direito a voz (não de voto)
C.3 - Santa Sé
Sua personalidade jurídica foi sendo “construída” ao longo dos séculos, desde o Império Romano até 1916, quando durante a 1ª Guerra Mundial, a pedido do Papa Bento XV, os Estados
em guerra concederam salvo-conduto a um navio com bandeira pontifícia que transportava religiosos a Barcelona. Em 1929, foi firmado o Tratado de Latrão, reconhecendo no centro de Roma um minúsculo Estado independente (Santa Sé).
O Vaticano é a cidade desse Estado, é o seu complemento territorial. A Santa Sé faz parte de vários organismos internacionais, embora não esteja na ONU.
C.4 - Soberana Ordem de Malta 
Ordem dos cavaleiros cruzados (hospitalários), que em Jerusalém estabeleceu um hospital para peregrinos cristãos. Após a 1ª Cruzada, foi formada uma Ordem Religiosa, e em 1119, o Papa lhe deu aspecto militar. Em 1523, quando dominava a ilha de Rodes, foi de lá expulsa e recebeu de Carlos V as ilhas de Malta, Goza e Comino. Sua sede atual é Roma e dedica-se a fins filantrópicos, mantendo relações diplomáticas com diversos Estados.
C.5 - Cruz vermelha internacional
Nasceu com a idéia de Henri Durant, que impressionado com os horrores da guerra entre França e Áustria, e a falta de assistência aos feridos no combate, publicou em 1862, “Um Souvenir de Solférino”. Durant e Gustave Moynier - leitor entusiasta de sua publicação,  juntos, instituíram o Comitê Internacional e Permanente de Socorro aos Feridos Militares. Em 1928 foram elaborados seus estatutos, tem hoje sede em Genebra na Suíça, e conta com dotação orçamentária do governo suíço além de doações de Estados (a maior parte dos EUA). Sua bandeira = uma cruz vermelha em fundo branco é o inverso da bandeira da Suíça, em sua homenagem, Estado permanentemente neutro.
C.6 -  Sociedades comerciais 
As sociedades comerciais com abrangência internacional, chamadas de “multinacionais e/ou transnacionais” também são consideradas como sujeitos de direito internacional. Não podemos esquecer que algumas sociedades internacionais (multinacionais) possuem enorme poder econômico (e consequentemente, político) superior à vários Estados regularmente constituídos. Temos empresas transnacionais cujo faturamento anual supera, em muito, o PIB de inúmeros Países. A ONU elabora um código de conduta para tais sociedades comerciais.
C. 7 - ONGs – organizações não-governamentais
Surgidas depois da 2ª Guerra Mundial, não possuem um estatuto jurídico específico internacional que as delimite, ficando ao sabor do direito interno de cada país legislarem sobre sua forma de constituição, finalidades e atuação. Algumas de suas características são:
 
Ausência de fins lucrativos - não-dependência administrativa dos governos (embora recebam verbas) - dedicação a assuntos relevantes para a sociedade civil (minorias, meio-ambiente, mulheres, assistência humanitária, populações indígenas, etc..).
 
exemplos: Institut Droit International, IOJ – Org. Int. dos Jornalistas, International Law Association, Greenpeace, IADL – Org. Int. de Advogados Democráticos, FOE – friends of earth, etc..
C.8 - Indivíduos
Na concepção de muitos autores, nada teria sentido se não fosse para justificar, regular e proteger os interesses do homem. Vale dizer que, em nossa sociedade, mesmo internacional, tudo acaba de uma forma ou outra ligada ao homem, seja na forma de proteção aos seus direitos fundamentais, seja regulando situações, fatos e relações jurídicas que influirão na vida humana.
Estado como Pessoa de Direito Internacional Público
1) Elementos objetivos do Estados:
1.1 Território – elemento objetivo espacial, físico. Território em que se fixa jurisdição, ou se estabelece uma unidade administrativa e consequentemente soberania.
1.2 Governo soberano – elemento politico com legitimidade e representatividade nas relações exteriores
1.3 Povo – conjunto humano com vinculo jurídico-politico (nacionalidade)
Convenção de Montevidéu sobre os direitos e deveres dos Estados
a) povoação permanente b) território determinado c) governo
2 - Elementos subjetivos dos Estados
2.1 Reconhecimento pleno de existência - o reconhecimento de um Estado tem como requisito: a) a posse de um governo independente e autônomo na condução dos negócios estrangeiros b) a existência de autoridade efetiva dentro do território c) a necessidade de que este território esteja delimitado.
3 - Direitos fundamentais dos Estado na ordem jurídica internacional
A) exercer sua jurisdição em seu território
B) igualdade jurídica
C) independência em relação aos demais
D) utilização de coisas comuns (alto mar e espaço aéreo)
E) liberdade no comércio internacional
F) legitima defesa 
4. Deveres dos Estados na ordem jurídica internacional
Carta da OEA/1948
Artigo 10
Os Estados são juridicamente iguais, desfrutam de iguais direitos e de igual capacidade para exercê-los, e têm deveres iguais. Os direitos de cada um não dependem do poder de que dispõem para assegurar o seu exercício, mas sim do simples fato da sua existência como personalidade jurídica internacional.
Artigo 11
Todo Estado americano tem o dever de respeitar os direitos dos demais Estados de acordo com o direito internacional.
Artigo 12
Os direitos fundamentais dos Estados não podem ser restringidos de maneira alguma.
Artigo 13
A existência política do Estado é independente do seu reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua integridade e independência, de promover a sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de se organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus interesses, de administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos não tem outros limites senão o do exercício dos direitos de outros Estados, conforme o direito internacional.
Artigo 14
O reconhecimento significa que o Estado que o outorga aceita a personalidade do novo Estado com todos os direitos e deveres que, para um e outro, determina o direito internacional.
Artigo 15
O direito que tem o Estado de proteger e desenvolver a sua existência não o autoriza a praticar atos injustos contra outro Estado.
Artigo 16
A jurisdição dos Estados nos limites do território nacional exerce-se igualmente sobre todos os habitantes, quer sejam nacionais ou estrangeiros.
Artigo 17
Cada Estado tem o direito de desenvolver, livre e espontaneamente, a sua vida cultural, política e econômica. No seu livre desenvolvimento, o Estado respeitará os direitos da pessoa humana e os princípios da moral universal.
Artigo 18
O respeito e a observância fiel dos tratados constituem norma para o desenvolvimento das relações pacíficas entre os Estados. Os tratados e acordos internacionais devem ser públicos.
Artigo 19
Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir, direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro. Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem.
Artigo 20
Nenhum Estado poderá aplicar ou estimular medidas coercivas de caráter econômico e político, para forçar a vontade soberana de outro Estado e obter deste vantagens de qualquer natureza.
Artigo 21
O território de um Estado é inviolável; não pode ser objeto de ocupação militar, nem de outras medidas de força tomadas por outro Estado, direta ou indiretamente, qualquer que seja o motivo, embora de maneira temporária. Não se reconhecerão as aquisições territoriais ou as vantagens especiais obtidas pela força ou por qualquer outro meio de coação.
Artigo 22
Os Estados americanos se comprometem, em suas relações internacionais, a não recorrer ao uso da força, salvo em caso de legítima defesa, em conformidade com os tratados vigentes, ou em cumprimento dos mesmos tratados.
Artigo 23
As medidas adotadas para a manutenção da paz e da segurança, de acordo com os tratados vigentes, não constituem violação aos princípios enunciados nos artigos 19 e 21.
Formação do Estado
Formas de emergência:
a) fundação direta: estabelecimento permanente
em um determinado território sem “proprietário” com a instituição de um governo permanente e organizado. Ex. bula inter Coetera em 1493 com a atribuição a Portugal e Espanha dos territórios na América. Libéria em 1821 com o envio dos escravos libertos para a Costa da Guiné.
b) emancipação: um Estado se liberta de seu dominante (como no caso das colônias) ou do jugo estrangeiro, quer de forma pacífica ou em virtude de rebelião. 
Ex. Independência das Treze Colônias Britânicas em 1776.
 Islândia se fez independente da Dinamarca em 1944.
c) separação ou desmembramento: Estado se separa ou se desmembra para dar lugar ao nascimento de outros. Ex. Hungria, Áustria e Tchecoslováquia a partir do desmembramento do Império Austro-Húngaro 1918. 
Reconhecimento de Estado e Governo
Reconhecimento de Estado – a diversidade das relações internacionais autorizam varias modalidades de reconhecimento de Estado. O procedimento pode ser:
a) individual ou coletivo: realizado por um Estado por vários fazendo uso do mesmo instrumento diplomático. Ex. Caso Kosovo
b) de jure ou de facto: no primeiro caso o reconhecimento ocorre de forma definitiva por documento expresso ou de ato positivo que manifeste objetivamente a intenção de conceder esse reconhecimento. O reconhecimento de fato se caracteriza por algo provisório e revogável. 
c) expresso ou tácito: quando o reconhecimento se der por escrito, oriundo do Estado concedente, podendo se apresentar por nota diplomática, decreto, tratado. 
Reconhecimento de Governo
O reconhecimento de governo processa-se nos casos em que um Estado passa por alterações politicas, a exemplo de mudanças de governo que não alteram seu suporte físico tão pouco a sua personalidade jurídica.
Requisitos: 1) efetividade (controle da maquina estatal e obediência civil) 2) cumprimento de obrigações internacionais do Estado 3) surgimento do novo governo conforme as regras do direito internacional: forma de impedir que o reconhecimento de um governo imposto por intervenção estrangeira.
Efeitos: 1) estabelecimento de relações diplomáticas: embora um Estado possa reconhecer o governo de outro, mas romper relações diplomáticas, estas tendem a seguir-se ao reconhecimento 2) imunidade de jurisdição do novo governo perante outros Estados 3) legitimidade para ser parte em tribunal estrangeiro 4) admissão, pelo Estado que reconhece, da validade dos atos do novo governo.
Teorias de reconhecimento de governo
Doutrina Tobar: Equador – Carlos Tobar (1907) pregava que a única forma de evitar golpes de Estado num continente, seria a recusa da sociedade internacional em reconhecer governos ilegítimos como os que atentam contra ao processo democrático.
Doutrina Estrada: México – Genaro Estrada (1930) o reconhecimento de governo por outro Estado é prática afrontosa uma vez que o reconhecimento é um elemento dispensável para que o Estado inicie suas atividades. Neste entendimento caso um Estado não reconheça o governo de outro basta não estabelecer relações diplomáticas o referido Estado. 
As doutrinas de reconhecimento de Estado tem caído em desuso nas ultimas décadas uma vez que para o Direito Internacional a doutrina majoritária entende que o reconhecimento de governo é algo que deve ser objeto de controle interno e não internacional.
Extinção do Estado 
Um Estado extingue-se quando desaparece um de seus elementos essenciais. A extinção do Estado pode ser total ou parcial.
Anexação total: situação em que um Estado absorve outro de forma pacífica ou armada. Ex. Coreia incorporada pelo Japão em 1910 e anexação do Congo pela Bélgica em 1908.
Anexação parcial: Estado absorver apenas parte do território e da população de outro Estado. Ex. Lousiana, Texas, Alaska pelo EUA no Séc. XIX. 
Fusão: dois ou mais Estados se unem formando um Estado composto. Ex. Austria e Hungria (1867/1919)
Divisão ou desmembramento: Estado originário se divide em outros. Ex. Tchecoslováquia (1993) e Iugoslávia. 
Sucessão dos Estados
a) Efeitos da Sucessão quanto aos tratados. A despeito deste fenômeno, existem duas teorias: a primeira, denominada de sucessão automática, admite que os tratados anteriormente concluídos pelo Estado sucedido passem a valer automaticamente no Estado sucessor; a segunda, conhecida como tábula rasa ou clean slate, expressão inglesa, entende que o Estado sucessor não é obrigado a aceitar os tratados que estivessem em plena vigência no território do Estado sucedido.
A Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Tratados 1978 (CV/1978), tentou unir ambas as teses, contudo, a teoria da tábula rasa (defendida principalmente pelos Estados descolonizados), parece ter recebido maior receptividade.
No caso da anexação total, extinto o Estado, com ele também se extinguem os tratados por ele celebrados. Em se tratando de anexação parcial, em geral, os doutrinadores defendem que os tratados concluídos pelo Estado anexado também se extinguem, permanecendo em vigor somente aqueles tratados reais, relativos à parte territorial incorporada pelo outro Estado, em obediência à regra res transit cum suo onere.
Por meio de fusão, deixam de ser aplicados alguns tratados ratificados pelos Estados que originaram o nascimento de um terceiro.
Já em caso de separação, divisão e desmembramento, a doutrina dominante admite que a tendência seja aplicar a teoria da tabula rasa, segunda a qual o novo Estado, iniciaria a sua vida frente à comunidade internacional, completamente livre de qualquer compromisso contratado anteriormente pelo Estado que lhe deu origem. Entretanto, essa regra não costuma ser encarada de forma absoluta, pois admite exceções, como por exemplo, os tratados de fronteiras, o reconhecimento dos direitos adquiridos, a equidade, etc.  A CV/1978, enquadrou a disciplina, na “Parte III – Estados de recente independência”, que dispõe em seu art. 16:
“Posição relativamente aos tratados do Estado predecessor. Nenhum Estado de recente independência estará obrigado a manter em vigor um tratado ou a passar a ser parte dele pelo fato de, na data da sucessão de Estados, o tratado estar em vigor relativamente ao território a que se refere à sucessão de Estados.”
Isso reforça o entendimento de que a CV/1978, possui objetiva “inclinação” pela teoria da tábula rasa, mencionada reiteradamente neste item.
b) Efeitos da Sucessão quanto à nacionalidade. Num enfoque mais detalhado, verifica-se que os efeitos da sucessão quanto à nacionalidade, trata-se de um dos casos mais importantes envolvendo a sucessão de Estados. De acordo com a doutrina dominante, tanto nos casos de anexação parcial ou total, a nacionalidade do Estado anexador se estende aos habitantes da área territorial em que se verificou a anexação parcial (primeiro caso) ou à população do Estado anexado (segundo caso). Desta forma, que os lombardos, romanos, toscanos, venetos e piemonteses passaram a ser cidadãos italianos em 1870. Quando houver separação, divisão ou desmembramento, a solução será conceder a nacionalidade dos novos Estados aos nacionais do antigo Estado, que habitem seu território. Já em se tratando da fusão, surge uma nacionalidade comum, extinguindo-se os vínculos de cada Estado, em prol de uma nova coletividade estatal. As regras modernas sobre nacionalidade, seguidas pela nova orientação internacional, tem se direcionado no sentido de aplicar-se ao povo a nacionalidade do novo Estado, mas resguardando o seu direito de optar pela nacionalidade do Estado cessionário ou permanecer com a nacionalidade originária.
Tal foi o que ocorreu no Kosovo em 2009, quando a emergência do novo Estado, trouxe consigo uma nova nacionalidade, “kosovar”, todavia, através do Plano Ahtisaari (ratificado pela declaração de independência), foi concedido aos sérvios do Kosovo o direito à dupla cidadania como alternativa de conter o êxodo sérvio após a independência, e não incitar um novo ato de secessão.
Efeitos da Sucessão quanto às obrigações financeiras. Outro grande dilema diz respeito à situação das obrigações literalmente
financeiras (dívidas públicas). À luz do DI a regra geral, consiste em atribuir ao novo Estado, que nasceu à custa do território e do povo de outro Estado, o dever de responder, no plano externo, por aqueles que eram legítimos representantes do Estado sucedido.
Tratando-se de anexação total, as dívidas públicas e outros encargos financeiros do Estado anexado passam a ser de responsabilidade do Estado anexador, sem excluir o fato de ver o Estado recair sobre as dívidas anteriormente contraídas em proveito único daquele que hoje passa a ser seu território. Como exemplo, tem se o caso da República Democrática do Congo (ex-Zaire), cujas dívidas foram assumidas pela Bélgica, quando de sua incorporação em 1908.
Quando se tratar de anexação parcial, inicialmente deve-se verificar se está diante de obrigações gerais ou locais. Se forem gerais, de acordo com a doutrina majoritária, a obrigação deve ser transferida ao Estado em favor do qual se faz a anexação uma parcela das obrigações financeiras do Estado desmembrado, correspondente à quota parte de impostos que era paga pela população do território anexado. Sendo locais, admite-se que o Estado sucessor assuma a totalidade da dívida, uma vez que aquela fração territorial passou a integrar seus domínios. 
No que tange a fusão, a norma é que os Estado nascido de tal operação deve assumir as dividas assumidas pelo Estado antecessor, assim como ocorre no caso de anexação.
Por outro lado, havendo desmembramento dos Estados, aplica-se a regra do art. 40 da Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Propriedade, Arquivos e Dívidas de 1983 - (CV/83), consiste em atribuir ao novo Estado nascido à custa de desmembramento, responder proporcionalmente pelas dívidas do Estado a que estariam sucedendo.
Entretanto, houveram casos em que os Estados não assumiram parte da dívida pública da metrópole como Indonésia, Argélia e Zaire. Por outro lado, quando da divisão dos Países Baixos, em 1831, entre Bélgica e Holanda, importou na repartição de obrigações entre os dois novos países, nos ternos dos tratados de 1831 e 1839.
d) Efeitos da Sucessão quanto à legislação interna. Na temática em questão a regra é de que, havendoanexação, seja ela total ou parcial, o Estado passa a reger-se pela legislação em vigência no Estado ao qual foi incorporado. Assim ocorreu com a Coréia, que a partir de 1910, por uma década, esteve subordinada a legislação japonesa em matéria comercial e aduaneira.
Quando se tratar de desmembramento, a solução parece clara, ao trazer a idéia básica de que o Estado emergente reger-se-ia por um ordenamento jurídico próprio, escolhido sob a égide da liberdade e democracia.
No Brasil após a independência de Portugal, permaneceram em vigor durante vários anos as ordenações reais, que viriam a ser compiladas mais tarde.
e) Efeitos da Sucessão quanto ao domínio do Estado. Em se tratando de anexação (total ou parcial) ou de fusão, todos os bens que integram o domínio público do Estado são transferidos, para o Estado anexador ou para a nova unidade estatal advinda da fusão.
Já em relação aos bens de domínio privado, Mazzuoli leciona:
“Quanto aos bens de domínio privado, há divergência a respeito, entendendo uns que também se opera a transferência, enquanto outros a autorizam somente mediante prévia indenização. Quanto aos bens privados, uma exceção ocorre em se tratando de anexação parcial, onde os bens continuaram a pertencer ao Estado parcialmente incorporado, mesmo que estejam localizados em área do território que foi objeto da anexação.”
Havendo separação ou desmembramento, a regra aplicada, encontra-se no art. 15 da CV/83, que disciplina que os Estados daí resultantes devem adquirir a titularidade sobre os bens públicos e privados, que se encontrem no território sucedido.
Salvo acordo em contrário, conforme regulamenta o art. 11, “a transferência de propriedade do Estado predecessor ao Estado sucessor deverá ter lugar sem compensação”.
Ante o exposto, verifica-se a relevância para o ordenamento jurídico internacional, dos efeitos da sucessão de Estados, especialmente quanto à transferência de direitos, obrigações, e/ou propriedade de um Estado anteriormente estabelecido (o chamado Estado predecessor) ao novo (o Estado sucessor); e a nacionalidade imposta aos habitantes da novel coletividade estatal. 
O assunto era regulado inicialmente por usos e costumes internacionais, posteriormente, passou a ser disciplinado em duas convenções, com o mister de propiciar a codificação e o desenvolvimento progressivo do direito internacional, ambas assinadas em Viena:  
em 1978, a “Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Tratados” e, 
em 1983, a “Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Propriedade, Arquivos e Dívidas”. 
Conquanto ainda não vigentes na esfera internacional, representam elas uma relevante consolidação de algumas normas costumeiras e doutrinárias do direito Internacional e um notável esforço para o desenvolvimento progressivo da disciplina, cujo exame apresenta um real interesse, na medida em que colocaram certa ordem num campo extremamente complexo e casuístico; contudo, o fato de não estarem vigentes na esfera internacional, são prova das dificuldades de encontrar-se um consenso entre os Estados atuais, sobre a aplicabilidade das regras nelas consagradas.
Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12240
Organização Internacional Intergovernamental como Pessoa de Direito Internacional Público
Associação estável e voluntária de pessoas jurídicas de direito internacional público, criada mediante tratado constitutivo, geralmente denominado carta ou constituição com finalidade legalmente aceitos e propósitos internacionalmente admitidos e personalidade típica, diferente da dos membros que a integram.
Atribuições e poderes – deve seguir previsão do instrumento jurídico que a criou (carta, constituição, estatuto, pacto)
Teoria dos poderes implícitos – a outorga de competência expressa a determinado órgão importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos, obedecendo critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
Espécies
Integração e direito comunitário
a) zona de livre comércio – formação de um bloco que visa a liberação do comércio entre seus membros, mediante redução ou mesmo a eliminação de impostos de importação e exportação, barreiras tarifárias
b) união aduaneira – além das características da zona de livre comércio há uma estipulação de regramento internacional com terceiros (Estados fora do bloco). Ex. Mercosul
c) mercado comum – somado das características dos anteriores existe a liberação na circulação de pessoas, bens capitais, prestação de serviços entre os integrantes do bloco.
d) união econômica e monetária – além das características apontadas nos anteriores se caracteriza pela determinação de uma politica econômica conjugada com a existência de uma banco central único e um meio circulante (moeda) idêntico para todos os membros. União Europeia
e) união política – ultima fase da integração com criação de um sistema politico único
DIREITO INTERNACIONAL DE INTEGRAÇÃO -
E A GLOBALIZAÇÃO
A GLOBALIZAÇÃO iniciou-se principalmente a partir da década de 80, onde o capitalismo conheceu um processo de aceleração sem precedentes que passou a definir a nova tendência do mundo atual: a globalização da economia.
“A Globalização da Economia é a expressão máxima do processo de mundialização das relações entre as nações, ao mesmo tempo em que representa a mudança na concepção do papel dos Estados nacionais. A formação dos Estados nacionais tinha como pressuposto uma unidade territorial, comandada por uma autoridade política única e integrada por uma economia de base nacional.”
“O processo de globalização, que avança em diferentes tempos para diferentes direções, é extremamente contraditório, porque, assim como promove a modernização de um país, tende
a formar uma sociedade padronizada, hierarquizada e excludente. A globalização transforma a economia, a política e a cultura de um país, marcando as sociedades nacionais com uma nova realidade que pode ser constatada por meio:
- da presença de inúmeras empresas multinacionais e de seus executivos vindos do país de origem dessas empresas;
- das transformações ocorridas no setor comercial facilmente verificadas
pelo aumento de shopping centers;
- da variedade de produtos importados encontrados à venda;
- da utilização de modernas tecnologias;
- da divulgação de informações por meio da Internet, de revistas estrangeiras e de jornais escritos e falados que circulam entre os diferentes países.”
Obs.: “Este processo não ocorre em todo o mundo ao mesmo tempo. Por exemplo, existem regiões na África e no sul da Ásia que ainda não foram atingidas.”
“O processo de integração mundial que se intensifica nas últimas décadas se baseia na liberação econômica. Com o abandono gradativo de barreiras tarifárias que protegem sua produção da concorrência estrangeira, os Estados se abrem ao fluxo internacional de bens, serviços e capitais. A recente revolução nas tecnologias da informação contribui de forma decisiva para essa abertura, permitindo uma integração sem precedentes no planeta.
Além de concorrer com uma crescente homogeneização cultural, a evolução e a popularização das tecnologias de informação( computador, telefone e televisor) são fundamentais para agilizar o comércio, o fluxo de investimento e a atuação das empresas transnacionais. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Atualmente, os cabos de fibra óptica possuem capacidade para enviar 1,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de três minutos, que custava 244 dólares em 1930, é feita em média por 2,5 dólares em2.000. A OMC estima em 2.000 a existênciade300 milhões de usuários da internet e transações comerciais demais de300 bilhões de dólares.”
1)- TIP0S DE INTEGRAÇÃO:
1.1. ZONA DE LIVRE COMÉRCIO
Caracteriza-se pela redução ou eliminação das taxas aduaneiras ou restrições ao intercâmbio. Ex. NAFTA.
1.2. UNIÃO ADUANEIRA
Zona de Livre Comércio + Taxa Externa Comum (TEC)
Ex.: Pacto Andino (1969: Bolívia, Colômbia, Equador, Perú e Venezuela )
1.3. MERCADO COMUM
União Aduaneira + Livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais.
Ex.: Comunidade européia, até 1992. Mercosul/1991.
1.4. UNIÃO ECONÔMICA E POLÍTICA
Mercado comum + Sistema Monetário Comum + Política Externa e de Defesa Comuns
1.5. INTEGRAÇÃO FEDERALISTA X FUNCIONALISTA
(gradualismo ): o dilema da União Européia.
Há vários setores que podem ser incluídos na Integração:
1)- ECONÔMICO: desenvolve-se um processo para eliminar as barreiras alfandegárias entre os Estados-membros ( aí ocorre a livre circulação de mercadorias, de pessoas e de capitais ). Podem definir uma política econômica comum e única em relação aos outros Estados.
2)- POLÍTICO: Uma autoridade transnacional ( exemplo: o europeísmo da União Européia ). As motivações seriam:
A)- Otimizar a capacidade econômica para competir. menor assimetria em favor dos EUA, líder em produção para exportação.
B)- Aumentar o potencial político na balança internacional de poder.
C)- Eliminar causas de conflitos.
3)- DE SEGURANÇA E DEFESA: OTAN ( aliança militar dos países ocidentais para fazer frente ao bloco socialista )
Integração Federalista
Integração Funcionalista ( gradualismo )
Há vários setores que podem ser incluídos na integração:
1-Econômico: desenvolve-se um processo para eliminar as barreiras alfandegárias entre os Estados- membros ( aí ocorre a livre circulação de mercadorias, de pessoas e de capitais ). Podem definir uma política econômica comum e única em relação aos outros Estados.
2-Político: Uma autoridade transnacional ( exemplo: o europeísmo da União Europeia ).
Motivação: 1)- Otimizar a capacidade econômica para competir.
Menor assimetria em favor dos EUA, líder em produção para exportação;
2)- Aumentar o potencial político da balança internacional de poder.
3)- Eliminar causas de conflito
3-De Segurança e Defesa: OTAN ( aliança militar dos países ocidentais para fazer frente ao bloco socialista ).
BLOCOS ECONÔMICO-COMERCIAIS
1.Definição:
“São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e atuam de forma conjunta no mercado internacional”
2.Histórico
O primeiro bloco econômico apareceu na Europa, com a criação em 1957 da Comunidade Econômica Européia ( embrião da atual União Européia ).
A tendência de regionalização da economia só é fortalecida nos anos 90, com o desaparecimento dos dois grandes blocos da Guerra Fria liderados pelos EUA E URSS, estimulando a formação de zonas independentes de livre-comércio, um dos processo da Globalização.
Atualmente, os blocos mais importantes são: a U.E., o NAFTA, o MERCOSUL e a APEC. Em menor grau, estão o PACTO ANDINO (1969, formados pelos países andinos, menos o Chile que se retirou em 1977), CARICOM ( Comunidade do Caribe e Mercado Comum ), ASEAN ( Associação das Nações do Sudeste Asiático), CEI ( Comunidade dos Estados Independentes);SADC ( Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento e COMESA ( Mercado Comum dos Países do
Leste e Sul da África que inclui dezoito países: Moçambique, Tanzânia, Uganda, Etiópia, Angola, Quênia,etc.).
No plano mundial, as relações comerciais são reguladas pela Organização Mundial do Comércio - O.M.C. – que substituiu o GATT ( Acordo Geral de Tarifas e Comércio ).
Destaques:
1)- Um dos aspectos mais importantes na formação dos blocos econômicos é a redução ou a eliminação de alíquotas de importação, com vistas à criação de livrecomércio;
2)- Os blocos aumentam a interdependência das economias dos países membros;
4-OS PRINCIPAIS BLOCOS (síntese):
 4.1. O MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul, formado em 1991 pelo Tratado de Assunção, é composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, visando estabelecer uma zona de livre comércio. Desde a sua criação até hoje, o MERCOSUL promoveu um enorme crescimento no comércio entre esses quatro países membros, sendo o mais importante mercado comum da América Latina e provavelmente de todo o sul do planeta.Congrega 215,9 milhões de pessoas e um PIB um pouco superior a 1,1 trilhões de dólares. Hoje está mais para uma união aduaneira. Tem comopaíses associados a Bolívia e o Chile, os quais deverão logo fazer parte como membro do bloco.
4.2. NAFTA ( North American Free Trading Agreement ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte ). Fazem O parte do bloco os Estados Unidas, o Canadá e o México, assinado pelos três países em 1993. Em conjunto, eles somam 370 milhões de habitantes, que, normalmente, são consumidores de elevado poder de compra. Possuium PNB superior a 7 trilhões de dólares. Representa uma expressão da denominada Doutrina Monroe ( 1823 ): A América para os Americanos. A tendência é caminhar para o estabelecimento de uma Área de Livre Comércio em toda a América, a ALCA. Prazo para eliminação das barreiras alfandegárias: 15 anos.
4.3. A ALCA ( Área de Livre Comércio para as Américas ) –Surgiu em 1994 visando eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países da América, exceto Cuba. O prazo mínimo de sua formação é de sete anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo, com um PIB de 10,8 trilhões de dólares e uma população de 823,2 milhões de habitantes. Os EUA propõem a implementação imediata de acordos parciais, com abertura total do mercado em 2.005.O Brasil e o Mercosul prevêem grandes dificuldades na adaptação de suas economia a essa integração e preferem dar início ao processo em 2.005.
4.3. A UNIÃO EUROPÉIA – U.E. – Nascida nos anos cinquenta com o Mercado Comum Europeu, também conhecida como C.E.E. Essa associação foi pioneira e forneceu o exemplo a ser seguido pelo resto do mundo. Vários países do globo procuraram criar outros mercados regionais, outros
exemplos de integração econômica internacional. Os países que a compõem atualmente são: Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Grécia, Dinamarca, Suécia, Áustria, Finlândia e Irlanda do Norte. Está previsto um alargamento a leste, quando outros países europeus ocidentais e orientais deverão fazer parte da mesma. Com tal unificação, as empresas passaram a dispor de um mercado muito mais amplo que a sua nação de origem.
São cerca de 375,2 milhões de consumidores de alto poder aquisitivo e um PIB de 8,3 trilhões de dólares. Na verdade, além de um bloco econômico, a União Européia caminha para uma sonhada unificação política e adotou um sistema de relações que superam o direito internacional geral ou comum, pois as decisões da U.E. podem sobrepor-se e impor-se sobre a posição contrária de um país membro o que se denomina de O.I. supranacional.
4.5. A APEC ( Associação de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico )
São quinze membros fundadores da APEC: Japão, Estados Unidos, China, Canadá, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Brunei, Malásia, Indonésia, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia e Coréia do Sul. Também o México e o Chile foram aceitos, mas na condição de futuros membros. Ainda cita-se o Perú, Federação Russa e Vietnã. Visa a implantação de uma zona de livre comércio até 2020. Abertura de mercado entre 20 países. Respondem por metade do PIB mundial e 40% do Comércio mundial.
4.6. A CEI ( Comunidade dos Estados Independentes )
Constituída pelos países originários da ex-União Sociética (com exceção das três nações bálticas ), cujos membros totalizam doze Estados: Rússia, Ucrânia, Armênia, Geórgia, Casaquistação, Moldávia, Bielo-Rússia e outros. Criada em 1991.
Esses países tentam reconstruir suas economias e criar um mercado comum inspirado no exemplo da Europa, pois a interdependência que possuem é muito grande ( estradas, oleodutos em comum, indústrias que utilizam matérias-primas de países vizinhos, décadas de comércio prioritário entre si, etc. ). Prevê a centralização das forças armada se uma moeda comum: o rublo.
Normas internacionais – o Tratado Internacional
Acordo, ajuste, arranjo, convenção, declaração formal entre pessoas jurídicas de direito internacional público, que firmam compromisso de cumprimento e respeito às cláusulas e condições concluídas por escrito, com a finalidade de produzir efeitos jurídicos nas relações exteriores, criando preceitos de direito positivo, regidos pelas regras do direito internacional. 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969)
Brasil – ratificação pelo Decreto nº 7.030/2009 – com reservas aos artigos 25 (aplicação provisória do tratado – incompatibilidade com o art. 49, I e 84, VIII da CF/88) e 66 (competência da CIJ para manifestar-se nos casos em que existirem conflitos internacionais por provocação de apenas uma das partes – o Brasil não esta vinculado à “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória” – só vai se submeter a um julgamento se concordar.
Estrutura dos Tratados
Titulo – definição da finalidade
Preambulo – denomina os pactuantes
“Considerando” - motivos
Artigos ou clausulas 
Anexos
Requisitos de Validade dos tratados internacionais
Capacidade das partes – Estados e Organizações Internacionais Intergovernamentais
Habilitação dos agentes signatários – havendo violação a um dispositivo de direito interno de alguma das partes, tal não isentará a parte da responsabilidade internacional oriunda do descumprimento de um Tratado.
Consentimento mútuo 
Objeto lícito e possível - “lícito” é aquele em conformidade com as regras estabelecidas no direito internacional público e “possível” é aquele que tem a faculdade de ser realizado.
Partes nos tratados de direito internacional público
Estados – pessoa jurídica de direito público externo dotada de soberania
Elementos objetivos: 
Território
Governo soberano
Povo
Elementos subjetivos:
a) a posse de um governo independente e autônomo na condução dos negócios estrangeiros; b) a existência de autoridade efetiva dentro do território; c) a necessidade de que este território esteja delimitado.
Terminologia
Acordo – natureza comercial, econômica, financeira
Ajuste/arranjo/memorando – tratados bilaterais de importância reduzida
Reversais – tratados que buscam concessões recíprocas entre as partes
Carta/Constituição – tratados constitutivos de Organização Internacionais – Carta das Nações Unidas
Convenção – tratados em geral sem fins políticos. Ex. Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969)
Declaração - utilizada para manifestação de princípios. Ex. Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992)
Estatuto – em geral utilizado na criação dos Tribunais Internacionais (Estatuto de Roma - Tribunal Penal Internacional)
Protocolo - tratado acessório, contem intenções e regras programáticas. Ex. Protocolo de Quioto (1997) é adicional da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (1992)
Concordata – tratado bilateral em que uma das partes é a Santa Sé. 
Classificação dos Tratados
Segundo o procedimento
Stricto sensu – tratados de caráter solene, complexos e prescindem de aprovação legislativa no direito interno e carta de ratificação.
Acordo executivo – tratados simplificados que bastam a assinatura do representante da pessoa jurídica de direito internacional público com poderes especiais para que o instrumento tenha validade e entre em vigor, sendo despicienda a análise do poder legislativo. Foi criado nos Estados Unidos para tratados comerciais e tem pouco uso no Brasil.
Segundo o número de partes e extensão do procedimento adotado
Formal – podem ser bilaterais, multilaterais, coletivos
Materiais – contratual ou normativo (tratado-lei)
Segundo a aplicação no tempo
Estáticos – gerados de uma só vez, bastando sua entrada em vigor. São tratados que concebem disposições jurídicas objetivas, nos moldes daqueles que transferem determinados bens.
Dinâmicos – prolongados no tempo e de forma gradativa. Ex. Protocolo de Quioto
Segundo a aplicação no espaço
Territorial absoluto – atinge todo o território dos pactuantes
Territorial relativo – atinge parcela do território. Ex. Pacto Amazônico
Segundo a possibilidade de participação
Fechados – não admitem a inclusão/adesão de nenhuma personalidade exterior
Abertos – permitem adesão/inclusão de outros pactuantes
Processo de Elaboração do Tratado Internacional
Representação das partes nos tratados – legitimidade/habilitação
1. Estados
1.1 Chefes de Estado/Governo
Representante originário do Estado
Art. 7º, § 2º, a, da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados
Art. 84/CF – Presidente da República
1.2 Plenipotenciário
É o representante derivado do Estado que possui qualidade representativa ampla e deve ser portador de “carta de plenos poderes”. No Brasil tal mandato deve ser assinado pelo PR e chancelado pelo Ministro das Relações Exteriores
Art. 2º, § 1, c, da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados
1.3 Delegação nacionais
1.4 Ministro das Relações exteriores – tem qualidade representativa mas prescinde de “carta de plenos poderes”
2. Organização internacionais intergovernamentais
A representação originária é exercida pelo Secretário Geral e altos funcionários que detém funções específicas
3. Negociações nos tratados
3.1 Iniciativa – a iniciativa será de quem primeiro demonstrar o interessem mediante comunicação através de nota ou ofício, que cria vínculo convencional e deverá ser enviada ao Ministério das Relações Exteriores ou à Embaixada e a Secretaria Geral (no caso das Organizações Internacionais)
3.2 Idioma		
3.3 Local – em geral de escolha do proponente mas pode ser eleito um local diverso
4. Expressão de consentimento
4.1 Assinatura – primeira manifestação da faculdade que tem o pactuante de livremente atribuir a si um vinculo e dar prosseguimento à negociação dos tratado. Mesmo após assinatura poderá o tratado pode não prosseguir
4.2 Adesão – procedimento
em que há uma assunção compromissória em um tratado que já se encontra em vigor. 
4.3 Definição – conduta por meio da qual um Estado transmite às demais partes que, uma vez tendo sido cumpridos todos os seus procedimentos internos, o tratado já se encontra em vigor no seu território
4.3 Denúncia – determinação unilateral de um pactuante de que o compromisso não vale mais para si
No Brasil é ato exclusivo do PR, sendo desnecessário a manifestação do Legislativo.
4.4 Reservas – ressalvas, restrições que são registradas quando da manifestação do consentimento do pactuante no tratado.
Art. 2º, § 1º, d, da Convenção de Viena
5. Registro – procedimento que visa dar conhecimento de seu conteúdo e dos integrantes que o celebraram a terceiros
Em geral o registro é submetido nas Organizações Internacionais de que são membros e também no Secretariado das Nações Unidas
6. Extinção dos tratados
Art. 54 e seguintes da Convenção de Viena
Hipóteses: 
6.1 – Condição resolutiva: cláusula expressa no corpo do tratado que põe fim à eficácia do ato caso se realize determinado evento futuro e incerto. 
6.2 – denúncia – em geral não dissipa o compromisso estabelecido. Porém, não é o que a acontece quando o acordo é bilateral, pois, como não existe ajuste unilateral, o tratado se dissolve.
6.3 – Distrato – partes de comum acordo, põem termo ao que foi anteriormente estipulado. 
6.4 – desfazimento por expiração do termo pactuado (termino do prazo) 
6.5 – perda de objeto 
6.6 – execução integral do objeto 
6.7 – tratado posterior
Cláusula rebus sic stantibus – em todo tratado está implícito sua previsão uma vez que o tratado perderá sua vigência e validade quando as condições que o ensejaram deixarem de existir.
7. nulidade – havendo coação e uso de força de um Estado na assinatura de tratado tal é causa de nulidade. 
Posicionamento dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro
A norma advinda do tratado ou convenção internacional, uma vez internalizada, ocupa posição hierárquica de lei ordinária.
Exceção: tratados de direitos humanos – art. 5, §3 da CF
Procedimento básico de ratificação dos Tratados 
Ratificação - ato unilateral no Brasil depende de ato do Executivo e do Legislativo:
1) PR (ou representante) assina tratado e envia do Congresso para aprovação
2) Câmara e Senado aprovam ou rejeitam
3) Promulgação (aprovação) na forma de Decreto
4) Ratificação pelo PR em nome da República Federativa do Brasil
5) Havendo rejeição pelo Legislativo tal é comunicado a Presidência da República
Responsabilidade Internacional do Estado (civil) e Conflitos internacionais
Conceito: A responsabilidade internacional do Estado tem como pressupostos o ato ilícito, o dolo e o risco.
Conflito Internacional – é qualquer contenda, conflito envolvendo sujeitos (não só os Estados) de direito internacional sobre determinado ponto de fato ou de direito nas relações exteriores.
A Corte de Haia, define um conflito como sendo todo desacordo sobre certo ponto de Direito ou de fato; toda contradição ou oposição de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados. 
Finalidade da responsabilidade internacional dos Estados:
Restituo in integrum (reparação direita) – colocação das coisas no estado anterior.
Se não for possível, deverá haver: um indenização ou compensação equivalente; sanções internas (na hipótese de responsabilidade por atos de particulares); sanções de natureza moral (publicação de pedido de desculpas); indenização (danos emergentes e lucros cessantes)
A Responsabilidade Internacional corresponde à obrigação em promover a reparação pela prática de um ato ilícito ou licito para com o Estado que sofreu o dano.  
O mesmo pensamento vale para as Organizações Internacionais, visto que este conceito cuida de uma relação entre sujeitos de Direito Internacional. 
Para tanto, basta que tenha havido agressão a uma norma de Direito Internacional e que, por conseguinte, tenha resultado dano para uma Organização ou Estado.  
No mesmo sentido, que considera incontestável a regra segundo a qual o Estado é internacionalmente responsável por todo ato ou omissão que lhe seja imputável e do qual resulte a violação de uma norma jurídica internacional ou de suas obrigações internacionais.  
A seguir, explica-nos que a responsabilidade pode ser delituosa ou contratual, segundo resulte de atos delituosos ou da inexecução de compromissos contraídos.
Teorias: 
Teoria subjetiva/Teoria da Culpa: necessidade de apurar a existência de culpa ou dolo (Grócio)
Teoria Objetiva/Teoria do Risco: responsabilidade independe de culpa ou dolo
Teoria Mista: responsabilidade depende de culpa (negligência) na omissão e independe de culpa ou dolo nos atos comissivos, bastando liame entre ilicito e dano.
Características e classificação
Responsabilidade institucional: os Estados e Organizações respondem por ato de seus funcionários, bem como de particulares para os quais tenham concorrido.
A finalidade é reparatória e não punir o Estado ou Organização.
A maior parte das regras é costumeira mas há uma norma (soft law) classificado como ato de organização internacional de caráter não vinculante “Esboço de Artigos sobre a Responsabilidade de Estados por Atos Ilícitos Internacionais”
Responsabilidade:
A) comissional (ação) ocorre com a prática de ato ilícito, ou omissional (por omissão) quando o Estado ou o organismo internacional deixar de cumprir uma obrigação com a qual tenha se comprometido internacionalmente.
B) convencional, violação de um tratado ou delituosa, violação de costume.
C) direta, atos de governo de Estado, órgão e funcionários ou de particulares que exercem atividades imputáveis ou indireta, ilícito cometido por entes que o Estado represente, como um município.
Elementos essenciais
Ato Ilícito 
Tomando-se por base o Direito Internacional ( e não o Direito Local ) e, pois, verificando-se uma conduta ilícita, agressora ao DI, de um Estado ou Organização, teremos como resultado a responsabilidade deste agressor em reparar a vítima.
 Esta afronta a uma norma de Direito Internacional, por ora chamada de atitude ilícita, equivale à inobservância de um Tratado ( menor ocorrência ), ou a um princípio geral, uma regra costumeira, entre outras.  Em outras palavras, ato ilícito é o que viola os deveres ou obrigações internacionais do Estado 
Imputabilidade 
A conduta ilícita deverá ser imputável a um Estado ou a uma Organização Internacional, resultante de um ato ou omissão.  Dessa forma, a ação de particulares não compromete a responsabilidade internacional do Estado.
Segundo ( REZEK, 2000 ), esta ação de particulares incorrerá em ilícito somente quando faltar, o Estado, a seus deveres de prevenção e repressão.  No mesmo sentido ( ACCIOLY, 2000 ) ratifica a afirmação anterior ao discorrer que o Estado será responsável por não os haver prevenido ou punido.
De acordo com ( REZEK, 2000 ), diz-se indireta a responsabilidade quando o Estado soberano responde pelo ilícito provocado por dependência sua, como na hipótese de associação ( v.g. Porto Rico em relação aos Estados Unidos da América ), e também nos modelos federativos.  Por sua vez, direta é a responsabilidade do Estado pela ação de seus órgãos de qualquer natureza ou nível hierárquico, incluindo-se o ilícito resultante do exercício de competências legislativas ou judiciárias.
Exemplos:
Atos de órgãos do Estado:  prisão ilegal ou injusta, falta de proteção aos estrangeiros, inexecução de contratos.  
Dano: prejuízo decorrente de ato ilicito, pode ser material ou moral (dignidade do Estado,)
Ato licito
Responsabilidade objetiva: independe de culpa
Necessidade de definição clara do dano
Exigência da vítima pedir a reparação dos danos
Ex. Convenção de Viena sobre a Responsabilidade Civil por Danos Nucleares, Danos Causados por Poluição por óleo, Exploração de Recurso Marinhos, Danos causados por Objetos Espaciais.
Atos que excluem ou atenuam a responsabilidade
Legitima defesa: contribuição do Estado para o dano que sofreu
e imprecisão da regra de direito internacional.
Represália: força maior e medidas cabíveis para evitar o dano
Contramedida em geral: caso fortuito ou reconhecimento de beligerâncias ou insurgência por parte do Estado que tenha sofrido o dano
Estado de necessidade: perigo extremo e prescrição
Consequências da Responsabilidade Internacional
Sendo responsável por ato ilícito segundo o Direito Internacional, o Estado deve àquela outra personalidade uma reparação, de natureza compensatória, correspondente ao dano que lhe tenha causado.
A forma de reparação há de corresponder à do dano.
Sendo moral: desagravo público, pedido formal de desculpas, punição das pessoas responsáveis.
Sendo econômico: pagamento de indenização.
Pode-se ainda, reparar-se o dano recolocando as coisas no estado em que se encontravam antes do ato ilícito (Restituo in integrum)
Objetivos dos mecanismos:
A). Reparar o dano quando possível;
B). Promover o respeito às normas internacionais;
C). Reprimir eventuais violações as normas;
D). Aplicar ao culpado uma pena.
Mecanismos diplomáticos:
São os melhores a serem aplicados no direito internacional. 
Suas espécies são:
A) Negociação direta: os próprios envolvidos no conflito decidem se reunir e solucionar a controvérsia entre eles. Lembrando que não se utiliza força armada. Terceiro não participa;
B) Sistema de consultas: é uma negociação direta pré-estabelecida. Por meio de tratado internacional as partes estabelecem encontros regulares (com certa periodicidade) para que possam solucionar suas controvérsias, caso não houver nenhuma controvérsia discutiram a cerca de seus problemas. Terceiro não participa;
C) Bons ofícios: por essa forma de solução o terceiro não envolvido no conflito, voluntariamente e de forma amigável, atua aproximando as partes. A atuação desse terceiro é instrumental, quer dizer que o terceiro não sugere solução para o conflito;
D) Mediação: teremos a atuação de terceiro que não faz parte do conflito. Este terceiro não vai apenas aproximar as partes, irá também propor uma solução para o conflito. O terceiro pode agir voluntariamente ou pode ser escolhido pelas partes. Se ele sugere uma sugestão para conflito, quer dizer que a sua atuação é substancial;
C) Conciliação: existe a criação de uma comissão composta por aqueles que estão em conflito e terceiros. Essa comissão sempre terá um número impar de integrantes. A atuação dessa comissão é substancial (propõe uma solução), contudo as partes não são obrigadas a cumprir a solução;
D) Inquérito: é apenas uma coleta de dados e não uma forma de solução do conflito. Aqui se coletam vários dados que formarão um instrumento com validade internacional, que servirá como base para aplicação de qualquer dos mecanismos de solução de controvérsias.
Mecanismos políticos – se baseiam na atuação das organizações internacionais intergovernamentais para a solução de conflito. Não importando se essa O.I.I. é de cooperação (ONU) ou de integração (MERCOSUL). Sem aplicação de sanções. Portanto, as O.I.I.s não se utilizam dos mecanismos de negociação direta para solução de conflito, pois sempre que se tratar de uma solução de controvérsia que verse sobre uma O.I.I. estaremos diante de um mecanismo político para sanar os conflitos internacionais;
Mecanismos jurisdicionais – são dois:
a). Arbitragem internacional pública: as partes envolvidas no conflito escolhem no mínimo 3 árbitros internacionais (buscados nas associações de árbitros internacionais). Os árbitros vão determinar uma solução para o conflito. Significa que as partes devem seguir essa solução;
b). Solução judicial: haverá atuação de um Tribunal Internacional que também vai determinar uma solução ao conflito. Devendo as partes seguir essa solução. Ex.: Corte Internacional de Justiça, Tribunal Penal Internacional etc.
Obs.: desde de 1998 não temos Tribunal de Exceção.
Na arbitragem as próprias partes que se encontram em conflito escolherão um árbitro cada uma, ou seja, havendo dois contendentes terá dois árbitros que escolherão um terceiro. Assim, sempre haverá na arbitragem um numero impar.
Os árbitros decidirão acerca do conflito e trarão uma solução para os estados, os quais obrigados aceitar tal resolução, pois não há na arbitragem, uma vez empregada a arbitragem, não há o que se falar em resolução judicial.
Já na solução judicial há atuação de uma corte, bem como um tribunal internacional composto previamente por juízes togados julgará a questão. Assim como na arbitragem, os estados que estiverem em conflito serão obrigados a seguir a decisão dos juízes internacionais.
Caso não obedecem as decisões do tribunal judicial, os estados terão contra si aplicados os mecanismos coercitivos de solução de controvérsia, os quais se compõem das represálias, que são: bloqueio pacífico, boicotagem e embargo; a retorsão; a ruptura das relações diplomáticas e a exclusão de uma organização internacional intergovernamental.
Represálias
Bloqueio pacífico
Existem quando em tempo de paz os estados que se encontram em conflito sem a declaração de guerra, mas com o emprego de forças armadas impedem a comunicação do contendente com outros atores do cenário das relações exteriores.
Visa impedir, utilizando o uso de força armada, as comunicações comerciais entre determinados países e o Estado bloqueado. Não há consenso para classificar se o bloqueio pacífico é ou não legítimo.
Ex. Um pouco antes da Guerra das Malvinas, no início da década de 1980, navios do Reino Unido impediram que as embarcações argentinas deixassem seu mar territorial. Até aquele instante não houve guerra, mas ainda assim, historicamente, sabe-se que esta conduta do Reino Unido não trouxe solução ao conflito, que se agravou e acabou originando a Guerra das Malvinas. 
Em 2010 Israel atacou barcos que estavam próximos à faixa de gaza, a invasão foi de forma violenta, segundo reportagens televisivas algumas pessoas morreram e outras ficaram feridas, o que se comentou foi que os barcos estavam em água internacionais, sendo assim, o bloqueio não poderia ter acontecido.
Boicotagem
Nesta modalidade, os estados que se encontram numa contenda eliminarão toda e qualquer espécie de ajuda financeira e/ou econômica, o que significa afirmar que se eventualmente houve um empréstimo, este será suspenso ou até cancelado. 
Representa também uma modalidade da represália, essa medida coercitiva consiste em interromper as relações comerciais com o Estado causador do litígio, se a boicotagem for utilizada como medida de legítima defesa para combater atos de injustiças ou de agressão, entende-se que é recurso legítimo, não ofendendo os princípios internacionais. 
Um exemplo que pode ser dado de boicotagem ocorreu entre Brasil e Canadá, o país norte-americano suspendeu as importações de carne bovina brasileira, alegando que o gado estava contaminado pelo mal da vaca louca, isso causou um grande desentendimento, pois, na realidade tal alegação não era verídica, havia sim uma guerra comercial entre os dois países envolvendo a exportação de aeronaves, e o Canadá estava tentando prejudicar o Brasil usando esta alegação. A atitude do governo Brasileiro foi a de interromper a tramitação de todos os acordos comerciais com o Canadá.
Embargo
Aqui os Estados não terão contato para uma relação jurídica amigável. 
É uma das formas de represália em que um Estado usa esse meio coercitivo para sequestrar navios e cargas de nacionais como também de Estado estrangeiro, que estão nos portos ou em águas pertencentes ao território do Estado que está embargando, mesmo em tempo de paz. 
Há que se lembrar que o embargo não é mais admitido pelo Direito Internacional Público moderno, por ser considerado uma forma não legítima.
Retorsão/retaliação
Neste mecanismo coercitivo um estado emprega em relação a outro as mesmas medidas que foram aplicadas em seu prejuízo, como aconteceu no caso da Espanha, que empregou dificuldades para o ingresso de brasileiros em seu território. O Brasil, realizando a retorsão,
também promoveu dificuldades para o ingresso de espanhóis em território nacional. 
As represálias podem ocorrer quando um Estado se vê prejudicado por outro por causa de atos ilícitos, essa medida coercitiva pode ser utilizada quando um Estado viola o direito do outro e de seus nacionais. As represálias têm certo aspecto de medidas violentas, porém hoje, só se admite as que não envolvam o uso da força. 
Recentemente os Estado Unidos estava subsidiando o algodão brasileiro e o algodão americano estava fazendo concorrência no território nacional, devido a essa situação o Brasil sobre taxou produtos para ir aos Estados Unidos, o motivo maior dessa medida adotada pelo Brasil, foi a disparidade dos subsídios atrapalhando o crescimento econômico.
Ruptura das relações diplomáticas
Deve ser utilizado antes da declaração de guerra. É bastante severo e isto ocorre quando os estados retiram de seus respectivos territórios os seus representantes diplomáticos. Isto significa afirmar que os estados ao realizarem a ruptura das relações diplomáticas não mais entrarão em negociação. Pelo fato de ser um mecanismo bem radical, os estados costumam encontrar uma solução para o conflito previamente.
Pode-se dizer que é a cessação indeterminada de qualquer meio de negociação entre dois Estados, caso o conflito persista e não se chegue a um consenso para a solução do litígio, a tendência do conflito é só aumentar, ocasionando o surgimento de uma possível guerra. Em 2009 a Venezuela por meio de seu presidente Hugo Chaves anunciou a ruptura das relações diplomáticas coma Colômbia, isso pelo motivo do presidente da Colômbia Álvaro Uribe declarar que Hugo Chaves demonstra apoio às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o presidente da Venezuela contesta as declarações, e ameaçou o outro país economicamente. 
Verifica-se que as formas coercitivas de solução de conflitos internacionais, são os últimos meios antes dos Estados litigantes entrarem em guerra, o governante deve ter a tais virtudes cardeais, como a prudência, ou seja, calma, cuidado para revolver determinado conflito; a temperança que consiste em saber se conter, agir na hora certa não se precipitar; a justiça, sempre lutar para o que é o mais justo para o seu povo; e a fortaleza suportar as pressões, e agir do melhor jeito, se a sua decisão é a mais correta, deve mantê-la. A melhor maneira de se resolver um conflito é a utilização dos meios diplomáticos de solução pacífica de controvérsias, pois o que deve permanecer entre os povos e a paz, a harmonia e o perfeito convívio entre todos os países existentes.
Exclusão de uma organização governamental intergovernamental (rompimento): o Sujeito atingido pela violação da norma deixa de acreditar (é o mesmo que reconhecer. É um termo técnico) os representantes diplomáticos do opressor e retira os seus representantes do território alheio.
Em face da violação de tratados internacionais, nada impede que o Estado seja expulso de uma Organização Internacional
Excludentes da Responsabilidade 
Casos em que a responsabilidade internacional do Estado desaparece:
ato perde o caráter ilícito, transformando-se no exercício de um direito reconhecido:  legítima defesa.
ato determinante da responsabilidade, apesar de ilícito, não pode acarretar as consequências naturais dos fatos ilícitos: represálias.
decurso do tempo extingue a responsabilidade:  prescrição liberatória.
atos provocados pelo comportamento inconveniente e censurável do indivíduo lesado: culpa.      
Direito da Guerra
Apenas no século XX, a Guerra passou a ser considerada como um ilícito internacional, pois, anteriormente, era uma alternativa legítima para a resolução de pendências entre Estados.
Podemos defini-la como sendo a luta durante certo lapso temporal entre as forças armadas de dois ou mais Estados, dirigidas pelos seus governantes. 
Hodiernamente, o estudo deste tópico, frente ao Direito Internacional contemporâneo, faz-se imprescindível, justificado pelos recentes conflitos bélicos entre Estados Unidos da América e Reino Unido X Afeganistão, bem como dos desdobramentos que este confronto pode provocar.  Isto, sem levar em conta os litígios em que se encontram(vam) Israel, a Palestina (ainda não reconhecido como Estado e sem soberania), Angola, Timor, Indonésia, Coréias, Iugoslávia, Iraque, Estados Unidos, Kuwait, entre diversos outros conflitos vividos (ou “morridos”) em nossos tempos, caracterizados como pacíficos.   
Uma guerra tem início quando as forças armadas de um Estado, agindo a serviço de seu governo, atacam o território ou as forças armadas de outro Estado, com o intuito de conquista-lo ou de obriga-lo a proceder de acordo com a sua vontade. 
Em síntese, pode-se considerar em guerra, aquele país que teve sua soberania (povo, governo e território) atacada.
Com os atos de beligerância, surge, pois, o Estado de Guerra, que acarreta certos efeitos jurídicos, da seguinte ordem:
Relações Diplomáticas sofrem rupturas.
Os Tratados se anulam, exceto os de Guerra e os que estipularem esta hipótese com suas conseqüências.
Regras Costumeiras
Voltadas à proteção das vítimas da guerra, as normas costumeiras mais destacadas visavam proteger:
- os feridos e enfermos- deveriam ser tratados como os do próprio exército que os dominasse, não devendo ser retidos como prisioneiros de guerra.
-  Médicos e enfermeiros- não aprisionáveis.
-  Hospitais- imunes ao ataque (sinais exteriores de identificação).
- Prisioneiros de guerra- não deveriam ser mortos, mas trocados com o adversário, assim que possível, sem pagamento de resgate.  Estes não precisam ser militares, necessariamente, mas pessoas que representam importância nas operações de guerra.
-  População Civil- deve ser poupada pelos beligerantes, desde que pacífica.  As pessoas que estiverem a viver no território inimigo, serão mantidas em vigilância legal (leis e segurança pública).  Os espiões, por sua vez, não são considerados prisioneiros de guerra, mas se capturados, geralmente são condenados à morte 
Evolução histórica do Direito Internacional aplicados aos conflitos de guerra
Convenções da Haia de 1907 
 Mesmo considerando as primeiras Declarações e Convenções realizadas no século XIX, o Direito da Guerra iniciou-se com as treze Convenções da Haia- Holanda, em 1907.  De lá, sobrevivem três princípios:
- o dos limites ratione personae, pelo qual os não-combatentes serão poupados de qualquer ataque ou dano intencional;
- o dos limites ratione loci, pelo qual os lugares de ataque são somente aqueles configurados como militares.
- o dos limites ratione conditionis, pelo qual são proibidas armas, bem como métodos de guerra que causem sofrimento excessivo aos combatentes inimigos.
Em prosseguimento, as regras da Haia facultam a opção da neutralidade de um Estado soberano frente a guerra.  
Este estado, de passividade, garante os direitos de não serem violados seu espaço aéreo, mar territorial, de continuidade comercial com os beligerantes.  Em contrapartida, deve tratar os Estados conflitantes da mesma forma (igualdade) e sem hostilidades, diretas ou indiretas. 
Evolução Normativa
O Pacto da Sociedade das Nações (1919), antecessor da ONU, limitou a guerra, sem a proibir totalmente, como podemos observar pela leitura do seu artigo 12, untengenannt (abaixo mencionado):
“Todos os membros da Sociedade concordam em que, se entre eles surgir controvérsia suscetível de produzir ruptura, submeterão o caso seja ao processo da arbitragem ou à solução judiciária, seja ao exame do Conselho.  Concordam também em que não deverão, em caso algum, recorrer à guerra antes da expiração do prazo de três meses após a decisão arbitral ou judiciária, ou o relatório do Conselho.”
 A seu tempo, o Pacto de Paris (Pacto Briand-Kellog, em 1928) condenava e renunciava a via bélica, colocando-a como via fora da lei (outlawry of war) conforme seu estatuto, in verbis:
“As altas partes contratantes declaram solenemente condenar o recurso à guerra como meio de solucionar conflitos

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