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Decisões de Investimento de Longo Prazo

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EAD 732 
FINANÇAS CORPORATIVAS
Profa. Rosana Tavares
1.Sem - 2017
AULA 10
rosana@usp.br FONE: 3091 6077 SALA: G-168
Atendimento Extraclasse: 
Segunda-feira das 17 às 18h e quarta-feira, das 11 às 12h, na sala G-168.
Atendimento em outros horários, mediante agendamento.
2
Leituras recomendadas:
Decisões de Investimento 
de Longo Prazo
BERK, Jonathan; DEMARZO, Peter. Finanças empresariais. Porto Alegre:
Bookman, 2009.
Capítulo 3: Arbitragem e tomada de decisões financeiras
Capítulo 4: O valor do dinheiro no tempo
Capítulo 6: Regras de decisão de investimento
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C.; ALLEN Franklin. Princípios de
finanças corporativas. 10a. ed. Porto Alegra: AMGH, 2013.
Capítulo 6 – Tomando decisões de investimento com base no
critério do VPL
Fluxos de Caixa 
Produzidos pelos Ativos 
Correntes
Fluxos de Caixa Produzidos 
pelos Investimentos 
Futuros – NOVOS 
PROJETOS
Valor da Empresa
• O aumento do Valor da Empresa é o objetivo central da administração 
• O Valor da Empresa é obtido pelo valor presente dos fluxos de caixa 
futuros, descontados a uma taxa que remunere o prazo e o risco.
VALOR DA 
EMPRESA
4
Decisões de investimento também são chamadas de 
decisões de investimento de capital.
Porque as empresas investem?
Decisões de Investimento de Longo Prazo
5
Porque as empresas investem?
- possibilitar a maximização de riqueza dos acionistas com 
investimentos em projetos mais rentáveis;
- substituir equipamentos antigos e de tecnologia superada;
- gerar sinergia entre os projetos novos e os já existentes;
- proteger ou aumentar sua participação de mercado;
- conhecer e dominar novas tecnologias;
- aproveitar recursos existentes;
- reduzir custos e deficiências.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
Aquelas que não investem suficientemente podem cair na
obsolescência de equipamentos e processos.
6
Exemplos de investimentos de longo prazo:
• Projetos para a manutenção ou redução de custos;
• Projetos de expansão da capacidade operacional;
• Projetos para o lançamento de novos produtos e serviços;
• Projetos para segurança e proteção ambiental;
• Projetos de pesquisa e desenvolvimento em busca de 
vantagens competitivas;
• Projetos de obras civis como nova sede administrativa, 
aumento da frota de distribuição, novo estacionamento, 
etc...
Decisões de Investimento de Longo Prazo
7
A análise da viabilidade do projeto envolve vários estudos, entre eles:
- análise do mercado, situação atual e perspectivas para os produtos 
e serviços (próprios e da concorrência);
- análise de preços e perspectivas para o faturamento;
- projeção das necessidades de capital de giro decorrentes do 
relacionamento com futuros clientes e futuros fornecedores;
- análise da localização física e acesso à logística e mercado 
consumidor;
- análise do acesso aos insumos (mão de obra, energia, matéria 
prima, telecomunicações, transporte, etc.)
- detalhamento dos custos fixos e variáveis do projeto;
- planejamento tributário e trabalhista;
- análise das fontes de financiamento e respectivos custos.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
8
Orçamento de capital: o processo de orçamento é necessário
pelos seguintes fatores:
1 – O processo de orçamento de capital permite quantificar as
variáveis adotadas para a decisão e medir o resultado esperado.
Torna a decisão mais objetiva e racional.
2 – São decisões de longo prazo, com grande impacto nos
resultados e fluxo de caixa de vários períodos. Outras decisões
operacionais são decorrentes e dependentes das decisões de
investimento de longo prazo.
3 - Geralmente representam elevado grau de risco envolvido.
Vários fatores devem ser avaliados para a tomada de decisão.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
9
4 – Tão importante quanto a avaliação dos fluxos de caixa e
viabilidade econômica, está a avaliação do momento mais
adequado para a implantação do projeto de investimento. Muitos
projetos adequadamente avaliados tiveram que ser postergados
ou quando implantados, resultaram em insucesso por causa do
momento da entrada em operação.
5 – O processo de orçamento de capital permite a melhor
tomada na decisão de financiamento. A correta medida dos
gastos e época em que ocorrem permite captação das fontes
adequadas e planejamento da necessidade de recursos, que
podem ser recursos de longo prazo, ações e mesmo recursos de
curto prazo para as necessidades adicionais de capital de giro. O
planejamento das melhores fontes de capital poderá permitir a
redução do custo do projeto.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
10
O processo de orçamento de capital deve permitir
respostas às questões:
- o projeto é economicamente viável?
- qual será o retorno do projeto? Aumentará o retorno
atual da empresa?
- qual o risco do projeto? Aumentará o risco total da
empresa?
- em que momento deve ocorrer o retorno esperado?
- qual será o ganho de valor para o acionista?
Decisões de Investimento de Longo Prazo
11
CUIDADOS:
- não superestimar os fluxos de caixa (plano arrojado)
- não subestimar os fluxos de caixa (plano conservador)
Principais motivos de insucesso nos projetos:
-excesso de otimismo para geração de receitas e entradas de
caixa;
- má gestão;
- elevação inesperada nos custos dos insumos;
- variações inesperadas nas taxas de juros e taxas de
câmbio;
- entrada de novo concorrente;
- elevação dos custos dos equipamentos;
- rápida superação tecnológica, etc...
Decisões de Investimento de Longo Prazo
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CLASSIFICAÇÃO DOS PROJETOS
1 – projetos independentes: aqueles cujos fluxos de caixa não
estão relacionados ou independem um do outro, de modo que a
aceitação de determinado projeto não exclui a aceitação dos
demais.
2 – projetos dependentes: aqueles cujos fluxos de caixa sofrem
influencias dos fluxos de caixa de outros projetos. Ex. para
expandir a produção deverá investir na capacidade de produção da
matéria prima.
3 – projetos mutuamente excludentes: são aqueles que
competem entre si. A aceitação de um elimina a possibilidade de
escolha do outro. A empresa deve escolher. São projetos que têm
a mesma função, ou não há espaço físico ou recursos financeiros
para a implantação dos dois projetos.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
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CINCO ETAPAS para a avaliação de investimentos:
1 – Definição das alternativas
- conhecer as oportunidades de negócios
- quantificar as oportunidades de negócios (valor inicial, e 
resultados periódicos, no período da análise)
- desenvolver o fluxo de caixa do projeto (montante, receitas 
e despesas em cada período e valor residual); o valor 
residual corresponde ao valor de liquidação dos ativos 
remanescentes do projeto. Se o projeto puder ser explorado 
por tempo indefinido, pode-se assumir uma perpetuidade. 
- estabelecer a vida útil do projeto (período durante o qual 
são estimados os fluxos de caixa com maior detalhe)
- estabelecer a TMA – baseada no custo de capital da empresa.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
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2 – Avaliação econômico financeira das alternativas:
- quanto vai ganhar (VPL)
- Em quanto tempo (pay back e pay back descontado)
- Qual a rentabilidade (TIR, TIR modificada e índice de 
rentabilidade)
Decisões de Investimento de Longo Prazo
3 – Avaliação das alternativas de financiamento:
- quais as linhas de crédito disponíveis
- qual a melhor estrutura de financiamento 
4 – Tomada de decisão:
Análise de cenários
Análise de sensibilidade
Consideração de variáveis estratégicas
5 – Implantação
6 – Avaliação de desempenho 
15
Para a avaliação econômica dos projetos são necessárias duas 
informações:
- estimativa dos fluxos de caixa livres do projeto;
- determinaçãodo custo de capital para descontar esses fluxos.
Quanto maior for o risco do projeto, maior deve ser o custo de 
capital considerado.
Decisões de Investimento de Longo Prazo
16
A tarefa mais importante de um administrador financeiro é 
criar valor nas atividades de investimento, financiamento e 
gestão da liquidez da empresa. 
Isso é feito de duas maneiras:
1 – as empresas devem procurar adquirir ativos que 
produzam mais caixa do que custam;
2 – as empresas devem vender obrigações, ações e outros 
instrumentos financeiros que proporcionem mais caixa do 
que custam.
Quando o valor da empresa supera o montante
prometido aos credores, os acionistas ficam com a
diferença entre o valor da empresa e o montante
prometido aos credores.
17
Separando Investimento e Financiamento (*): 
Problema:
Sua empresa está considerando um projeto que exigirá um investimento à vista
de R$10 milhões hoje e produzirá R$12 milhões em fluxo de caixa para a
empresa em um ano, livre de risco. Em vez de pagar pelo investimento de R$10
milhões utilizando apenas seu próprio dinheiro, a empresa está pensando em
levantar fundos extras emitindo um título que pagará aos investidores R$5,5
milhões em um ano.
Suponha que a taxa de juros livre de risco seja de 10%.
Seria uma boa decisão levar este projeto adiante sem emitir o novo título?
Seria uma boa decisão com o novo título?
(*) BERK e DeMARZO (2008; pág. 101)
18
Solução:
Sem o novo título, o custo do projeto é de R$10milhões hoje, e o benefício é de R$12 milhões em um 
ano. Convertendo o benefício para um valor presente:
VP = 12.000.000 / 1,1 = R$10.909.090,91 
VPL = R$10.909.090,91 – R$10.000.000 = R$909.090,91
Agora suponha que a empresa emita o novo título. Em um mercado normal, o preço deste título será 
o VP de seu fluxo de caixa futuro:
Preço (do título) = R$5.500.000 / 1,1 = R$5.000.000
Assim, após levantar R$5 milhões através da emissão do novo título, a empresa somente precisará 
investir outros R$5 milhões para levar o projeto adiante.
Para calcular o VPL do projeto neste caso, observe que, em um ano, a empresa receberá o rendimento 
do projeto de R$12 milhões, mas estará devendo R$5,5 milhões aos investidores do novo título, deixando 
R$6,5milhões para a empresa. Esta quantia possui um valor presente de:
VP = 6.500.000 / 1,1 = R$5.909.090.91 
VPL = R$5.909.090,91 – R$5.000.000 = R$909.090,91 (como antes).
Em qualquer dos casos, temos o mesmo VPL. O “Princípio da Separação” indica que obteremos o 
mesmo resultado para qualquer escolha de financiamento para a empresa que ocorra em um mercado 
normal. Podemos, portanto, avaliar o projeto sem considerar explicitamente as diferentes 
possibilidades de financiamento dentre os quais a empresa pode escolher. 
Separando Investimento e Financiamento (*): 
19
Não é a forma como o investimento é financiado
que irá determinar o seu custo, e sim o risco
associado à decisão de investir os recursos.
Por exemplo, tomar recursos no mercado para investir na
expansão de um produto existente e bem consolidado
entre os consumidores, ou utilizar os recursos para
lançamento de um novo produto, deve exigir retornos
diferentes.
Os riscos são desiguais: lançar um novo produto traz
maior incerteza de sucesso que expandir a oferta de um
produto existente, já testado e aprovado pelo mercado.
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. São Paulo:
Atlas, 2009.
Fontes de Financiamento:
20
Quando tomar recursos emprestados?
A empresa que vai captar recursos e pode decidir se toma
recursos próprios (de acionistas) ou de financiamentos (de
terceiros) deve considerar o custo da dívida, após o
benefício fiscal.
Condições favoráveis à captação de recursos de terceiros:
1) Kd < ROA ou Kd < TIR do projeto
2) Baixo risco operacional
3) Baixa volatilidade das receitas operacionais
Risco operacional pode ser identificado pelo conceito de ALAVANCAGEM OPERCIONAL.
= resultado da presença de custos e despesas FIXAS (CF).
Empresas com maior proporção de CF em relação ao total de custos é mais arriscada 
operacionalmente e apresentará maior volatilidade de resultado operacional.
21
Fontes de Financiamento:
Alto custo de financiamento e alta volatilidade de receitas
levam a maior dificuldade de pagamento de juros,
dificuldade de tomar recursos mesmo que o custo da
dívida seja inferior à TIR.
Por exemplo: Uma empresa de energia elétrica é capaz de manter
uma proporção de dívida em sua estrutura de capital superior a
de outras empresas devido a alta previsibilidade das receitas.
Entretanto, o fato de ser regulamentada pelo governo afeta a sua
capacidade de endividamento.
1. Se a TIR do projeto for superior ao custo do capital de terceiros
após impostos (Kd), a presença de dividas na estrutura de
capital aumentará o valor da empresa ou do projeto.
2. Se o retorno operacional sobre o ativo for superior ao custo da
dívida após impostos, a presença de capital de terceiros
aumentará o retorno sobre o patrimônio liquido (ROA>Kd) e o
valor da empresa.
Investimento ou 
Ativo 
operacional
Financiamento
(Kd)
Capital 
Próprio (Ke)
Retorno Operacional sobre o Ativo (ROA)
ROA = LAJIR*(1-t)/Ativo Operacional, onde
LAJIR = lucro antes dos juros e do imposto 
de renda.
t = alíquota de imposto de renda
Custo de capital
23
O custo de capital reflete a remuneração mínima exigida
pelos financiadores da empresa – proprietários das
fontes de recursos – acionistas e credores.
É considerado como a taxa mínima de atratividade para
os investimentos da empresa.
ROA > WACC situação que indica geração de valor ou
criação de riqueza econômica.
•ROA – return on assets
•WACC - weighted average cost of capital
Custo de capital
24
Inúmeras pequenas empresas, sem perspectivas de
lucro no curto prazo, conseguem levantar recursos.
Que fatores explicam esse fenômeno?
Resposta: a evidência sugere que os mercados não
avaliam lucros e performance corrente, mas sim lucros
e performance futura. A resposta do mercado a
investimentos em pesquisas e desenvolvimento é
geralmente positiva.
25
P – Duas empresas estão analisando a possibilidade de captar
recursos bancários (contrair dívida).
• Empresa A: apresenta excelente perspectiva operacional, porém
atua em um setor em que os fluxos de caixa são extremamente
voláteis e há dificuldade na estimação de receitas e fluxo de
caixa;
• Empresa B: apresenta fluxos de caixa mais estáveis e consegue
prever suas necessidades futuras com maior precisão, apesar de
menor oportunidade de novos investimentos.
Considerando todos os demais fatores iguais para as duas
empresas, qual delas deveria tomar mais dívidas?
Resposta: a empresa B, com estabilidade de fluxo de caixa pode
utilizar mais dívida.
26
Você concorda com a afirmação: “Projetos financiados com
mais dívidas terão maiores despesas financeiras, portanto
menor lucro líquido e menor retorno sobre o capital
próprio”. Comente.
Resposta: projetos financiados com dívidas terão lucro
líquido menor. Entretanto, lembre-se de que o que importa
não é o valor absoluto do lucro líquido, mas sim sua
proporção em relação ao capital próprio investido. Então,
mesmo com lucro líquido menor, o retorno pode ser maior
para o acionista.
27
Os investidores de capital próprio devem exigir uma
remuneração maior que os credores – capital de
terceiros, por dois aspectos principais:
1 – o retorno do proprietário está vinculado ao
desempenho da empresa: os lucros remuneram o
investimento.
No caso das dívidas, a remuneração dos credores é
contratual e independe do desempenho da empresa. O
risco do credor é efetivamente menor que o do acionista
– e por isso pode exigir remuneração mais baixa.2 – Dedutibilidade dos encargos financeiros, para fins de
imposto de renda. Com isso, o custo do capital de
terceiros reduz-se pela economia de IR, permitindo maior
alavancagem de resultados.
Custo de capital
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Benefício fiscal da dívida
Ativo
100.000
PL
100.000
Ativo
100.000
50.000
i = 5% a a
50.000
Receita
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Desp. Comerc.
(-) Desp. Administ.
LAJIR
(-) Desp. Financ.
LAIR
PIR 40%
Lucro Líquido
ROE
200.000
(-) 120.000
80.000
(-) 30.000
(-) 40.000
10.000
(-) 0
10.000
4.000
6.000
6%
ROA = LAJIR x (1-IR) / Ativo = 6%
200.000
(-) 120.000
80.000
(-) 30.000
(-) 40.000
10.000
(-) 2.500
7.500
3.000
4.500
9%
Mesmo projeto, com duas estruturas de capital diferentes:
No segundo caso, paga-se 
menos imposto de renda. 
Há benefício fiscal por 
causa da dívida.
Custo nominal da dívida: 
5% a.a. 
Custo EFETIVO da dívida:
3% a.a.
Custo efetivo = C. Nominal (1-IR)
0,03 = 0,05 (1 - 0,40)
000.50
500.2
000.50
000.1500.2 
29
P – Certa empresa não utiliza financiamento bancário em sua
estrutura de capital. Todos os seus projetos de investimento são
financiados com capital próprio. Os gestores dessa empresa
afirmam que não se endividam pois querem manter a flexibilidade
financeira da empresa.
Explique:
A – como o não uso de financiamento bancário aumenta a
flexibilidade financeira?
Resposta: há menos obrigações fixas, permitindo maior flexibilidade
do fluxo de caixa e menor risco.
B – o que essa empresa está deixando de ganhar ao não utilizar
sua capacidade de endividamento?
Resposta: está deixando de ganhar o benefício fiscal (possibilidade
de pagar menos IR e CSLL).
30
P – Certa empresa industrial atualmente não utiliza
endividamento bancário no financiamento de suas
atividades. Seu valor de mercado é de R$100 milhões.
A diretoria financeira está planejando captar R$40 milhões
com bancos e recomprar ações. Considere que a taxa de
juros é de 9% ao ano e que a alíquota de IR/CSLL é de
34%, para estimar as economias anuais decorrentes da
contratação de dívidas na estrutura de capital.
Resposta: economia anual é o benefício fiscal da dívida.
Custo antes do IR = 0,09 x 40MM = R$3.600.000
Custo efetivo Kd = [ juros * (1-alíquota IR)] = [0,09 
*0,66] = 0,0594 = 5,94%
Custo efetivo = R$2.376.000
Economia fiscal = 3.600.000 – 2.376.000 = R$1.224.000 
31
Custo Total de Capital



N
j
WjxKjWACC
1















PLP
P
K
PLP
PL
KWACC ie
Representa a taxa de atratividade da empresa, que indica a
remuneração mínima que deve ser exigida na alocação de
capital, de forma a maximizar seu valor de mercado.
WACC = weighted average cost of capital – custo médio ponderado de capital
Wj = Participação relativa de cada fonte de capital no financiamento total
Kj = Custo específico de cada fonte de financiamento (própria ou de terceiros), após IR.
Ou:
Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC ou WACC)
Na prática, o WACC representa o custo médio para a empresa levantar recursos adicionais.
32















PLP
P
IRK
PLP
PL
KWACC ie )1(
Se ki = 10%a.a.
ke = 14,8% a.a
P/(P+PL) = 30%
IR = 34%
Determine o WACC:
33















PLP
P
IRK
PLP
PL
KWACC ie )1(
Se ki = 10%a.a.
ke = 14,8% a.a
P/(P+PL) = 30%
IR = 34%
Determine o WACC:
WACC = 0,3 x 0,10 (1-0,34) + 0,7 x 0,148
WACC = 12,34%
34
Custo Total de Capital
WACC representa a taxa mínima de retorno (atratividade
econômica) desejada pela empresa em suas decisões de
investimento.
Se retorno operacional < WACC , haverá perda de valor de
mercado – redução da riqueza dos acionistas
Se retorno operacional > WACC , haverá agregação de
riqueza.
35
P – Uma empresa não tem dívidas em sua estrutura de capital,
seu valor de mercado atual é de R$1bilhão e tem um custo de
capital próprio (Ke) de 11% ao ano.
Considere duas situações para essa empresa:
A – o que aconteceria ao seu valor de mercado se o grau de
alavancagem financeira aumentasse (aumento da participação do
capital de terceiros na estrutura de capital)
Resposta: caso o custo da dívida (kd) fosse inferior ao ROA e ao
custo de capital dos acionistas (ke), o valor da empresa
aumentaria com o endividamento, pois o WACC diminuiria.
(WACC < 11%)
B – o que aconteceria ao custo de capital (WACC) se a
alavancagem fosse alterada?
Resposta: Depende. Se o custo da dívida (kd) fosse inferior à TIR
(ou ROA) a ao custo de capital de terceiro (ke), o WACC (TMA)
diminuiria.
Se o custo da dívida (kd) fosse superior à TIR (ou ROA) a ao
custo de capital de terceiro (ke), o WACC (TMA) aumentaria.
Medidas que o gestores podem adotar 
para aumentar o valor da empresa
• Aumentar o lucro sobre o mesmo valor investido, ou seja, 
aumentar o ROA (ROIC) dos investimentos correntes.
• Reduzir o custo de capital (WACC).
• Garantir que novos investimentos obtenham ROIC > WACC.
• Aumentar a taxa de crescimento do lucro operacional, desde 
que o ROIC marginal seja superior ao WACC.
37
Criação de Valor
Ex. Empresas AGREGA S.A. e DESTROI S.A.
Adaptado de ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Lucro 
Operacional 
após IR ($)
Investimento
($)
Custo de Capital Estrutura de Capital
Ke Ki após IR Passivo Patrimônio 
Líquido
Agrega 4.000 23.200 15,4% 8,5% 30% 70%
Destroi 400 5.600 19,8% 11,4% 70% 30%
Investimento = Ativo Operacional
1 – Cálculo do ROIC
ROIC = (Lucro Operacional após IR / Investimento) x 100
ROIC ROIC
Agrega (4.000 / 23.200) x 100 17,24%
Destroi (400 / 5.600) x 100 7,14%
38
Criação de Valor
2 – Cálculo do WACC
WACC = (% passivo x Ki) + (%capital próprio x Ke)
WACC WACC
Agrega (30% x 8,5%) + (70% x 15,4%) 13,33%
Destroi (70% x 11,4%) + (30% x 19,8%) 13,92%
3 – Variação do Valor Econômico
Variação do Valor Econômico = (ROIC – WACC) x Investimento
Ou 
Variação do Valor Econômico = Resultado Operacional – (Investimento x WACC)
(ROIC – WACC) x 
Investimento
Resultado Operacional –
(Investimento x WACC)
Variação
Agrega (17,24% - 13,33%) x 
23.200
4.000 – (23.200 x 13,33%) 907
Destroi (7,14% - 13,92%) x 
5.600
400 – (5.600 x 13,92%) (380)
39
EVA* - Economic Value Added
ATIVO PASSIVO
Investimentos Operac. 100 Dívida 60 : custo = 20% ao ano
Patrimônio Líquido 40
Total do Ativo 100 100
RECEITAS 150
(-) Custos (80)
Lucro Bruto 70
(-) Desp. Op. (30)
LAJIR 40
(-) DF (12)
LAIR 28
IR (25%) (7)
Lucro Líquido 21
ROIC = = 30%
40 X 0,75
100
Ki = (20%-IR) = 15%
Admitir que acionista quer 18%
WACC = (0,60X0,15) + (0,40X0,18) = 16,2%
EVA* - Marca de propriedade da Stern & Stewart.
MEDIDAS DE CRIAÇÃO DE VALOR
40
EVA* - Economic Value Added
EVA: Conceito Econômico
Investimentos Operacionais = 100
ROIC = 30% e WACC = 16,2%
Retorno da empresa = 30,0
(-) custo de capital = 16,2
EVA = 13,8
EVA: Conceito Financeiro
EVA = Investimentos x spread
EVA = Investimentos x (ROIC – WACC)
EVA = 100 X (0,3 – 0,162) = 13,8
EVA: Conceito Contábil
Custo do Capital Próprio = 18%
18% do PL = 7,2
Lucro Líquido = 21,0
EVA = 21,0 – 7,2 = 13,8
MEDIDAS DE CRIAÇÃO DE VALOR
41
EVA* - Economic Value Added
Vendas 
(-) custosoperacionais
(-) custos financeiros (custo do capital de terceiros)
LUCRO LÍQUIDO
(-) custo do capital (WACC X Invest.)
EVA
Retorno = Lucro Operacional – IR = 40.000 X (1 – 0,25) = 30.000
Retorno da Empresa = 30.000
(-) Remuneração dos Credores = 15% X 60.000 = (9.000)
(-) Remuneração dos Acionistas = 18% X 40.000 = (7.200)
EVA = 13.800
MEDIDAS DE CRIAÇÃO DE VALOR
42
Exercício 1:
Ativo circulante 2.700 Passivo circulante 1.000
Ativo não circulante 12.300 Passivo não circulante 9.600
Patrimônio Líquido 4.400
ATIVO 15.000 PASSIVO + PL 15.000
Considere os dados a seguir e calcule o EVA® da Cia Shark:
Resultado operacional: $1.700
Taxa de juros para a dívida de longo prazo: 5%
Alíquota de impostos: 30%
Expectativa de retorno do acionista (remuneração do capital próprio): 10%
Valor de Mercado das ações: $8.000
43
Resposta do exercício 1:
Custo de capital de terceiros: 0,05 x (1-0,3) = 0,035 = 3,5%
WACC = (0,035 x 0,545) + (0,1 x 0,455) = 6,46%
Capital investido = $17.600
Variação do Valor Econômico = Resultado Operacional – (Investimento x WACC)
EVA = [1.700 X (1-0,3)] – (17.600 X 0,0646) = 54
Passivo não circulante 9.600 54,5%
Patrimônio Líquido (VM) 8.000 45,5%
PASSIVO + PL 17.600 100%
44
Exercício 2:
Certa empresa produtora de instrumentos musicais de 
alta qualidade apresentou os seguintes saldos:
31/12/2010 31/12/2010
Ativo circulante 500.000 Passivo circulante 200.000
Ativo não circulante 1.000.000 Passivo não circulante 800.000
Patrimônio Líquido 500.000
ATIVO 1.500.000 PASSIVO + PL 1.500.000
2010
LAJIR 125.000
(-) Desp. Financeiras (64.000)
LAIR 61.000
(-) IR (20%) (12.200)
Lucro Líquido 48.800
Taxa de juros para a dívida de longo prazo: 8%
Sabendo que o acionista espera
uma remuneração mínima de 9%
avalie o desempenho dessa
empresa, considerando ROIC e
EVA®.
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Resposta do exercício 2:
ROIC = LAJIR / ATIVO = (125.000 x 0,8) / 1.300.000 = 7,7%
EVA® = LAJIR x (1-IR) – (WACC x invest.)
%4,709,0
300.1
500
)2,01(08,0
300.1
800
 xxWACC
EVA® = 125.000 x 0,8 – [0,074 x 1.300.000) = 3.800
Portanto, há criação de valor de $3.800.
Variação do Valor Econômico = Resultado Operacional – (Investimento x WACC)

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