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1. A Etapa Colonial: Quadro Geral (2ª e 3ª parte). Disciplina: Formação Econômica do Brasil UFRJ - Graduação em Ciências Econômicas (Bacharelado) 2º Semestre de 2015 Prof. Wilson Vieira 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial I A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à da expansão comercial e colonial europeia na Época Moderna (NOVAIS, 2005: 45). A colonização na África e na Ásia ocorre através de entrepostos e se circunscreve nos limites da circulação das mercadorias. A colonização na América é a colonização propriamente dita, pois promove a intervenção direta dos empresários no âmbito da produção. 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial I Contudo, se é possível e mesmo útil estabelecer a distinção, cumpre acrescentar logo em seguida que, no processo histórico concreto, as duas formas não são sucessivas, mas coexistentes; e mais, o caráter de exploração comercial não é abandonado pela empresa ultramarina europeia, quando ela se desdobra na atividade mais complexa da colonização. Pelo contrário, esse caráter de exploração mercantil marca profundamente o tipo de vida econômica que se organizará nas áreas coloniais (NOVAIS, 2005: 45-46). Como desdobramento da expansão comercial, a colonização insere- se no processo de superação das barreiras que se antepuseram, no fim da Idade Média, ao desenvolvimento da economia mercantil, e ao fortalecimento das camadas urbanas e burguesas (NOVAIS, 2005: 46). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial I Conexão entre dois processos paralelos: expansão mercantil e formação dos Estados modernos. A expansão mercantil implicava em dificuldades técnicas e econômicas, e exigia, portanto, larga mobilização de recursos. As formas de organização empresarial então existentes, por seu turno, dado o seu caráter embrionário, revelavam-se incapazes de propiciar a acumulação de meios indispensáveis ao empreendimento. Assim, o Estado centralizado, capaz de mobilizar recursos em escala nacional, tornou-se um pré-requisito à expansão ultramarina; por outro lado, desencadeados os mecanismos de exploração comercial e colonial do Ultramar, fortaleceu-se reversivamente o Estado colonizador. Em outras palavras; a expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de centralização do poder para tornar-se realizável, constitui-se em fator essencial do poder do Estado metropolitano (NOVAIS, 2005: 47). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial I Na medida em que a colonização se constituía num dos elementos, quiçá o mais importante, no processo de fortalecimento dos Estados modernos e de superação das limitações ao desenvolvimento da economia capitalista europeia, a política colonial adotada pelas potências, que se vai elaborando juntamente com o próprio movimento colonizador, passa a integrar um esquema mais amplo de política econômica, que teoriza e coordena a ação estatal na Época Moderna, qual seja, a política mercantilista (NOVAIS, 2005: 48). A política econômica do mercantilismo ataca simultaneamente todas as frentes, preconizando a abolição das aduanas internas, a tributação em escala nacional, a unidade de pesos e medidas, a política tarifária protecionista, a balança favorável com consequente ingresso do bulhão e as colônias para complementar a economia metropolitana. A política mercantilista, conforme a clássica análise de Heckscher, visava à unificação e ao poder do Estado (NOVAIS, 2005: 49). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial II Sistema de colonização: subordinado à política mercantilista. Medula do sistema: monopólio do comércio colonial (assumido inteiramente pelo Estado, ou reservado à classe mercantil da metrópole ou parte dela). O monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o Sistema Colonial porque é por meio dele que as colônias preenchem a sua função histórica, isto é, respondem aos estímulos que lhes deram origem, que forma a sua razão de ser, enfim, que lhes dão sentido (NOVAIS, 2005: 49). Estado centralizado e sistema colonial conjugam-se, pois, para acelerar a acumulação de capital comercial pela burguesia mercantil europeia (NOVAIS, 2005: 50). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial II O regime de monopólio do comércio é de tal modo consubstancial à colonização europeia da Época Moderna, que ele já reponta nas primeiras etapas da expansão marítima no século XV. (...). Na expansão quatrocentista portuguesa firmou- se, assim, desde o início, a exploração do Ultramar como patrimônio régio; a Coroa pode ceder ou arrendar os direitos, e de fato o fez no período anterior a D. João II [até 1480] – a partir desse monarca o Estado real assumiu a exploração direta do comércio ultramarino, com exclusividade (NOVAIS, 2005: 50). Colonização agrícola do Brasil: início dentro da estrutura monopolista do Sistema Colonial. “Estanco”: monopólio da Coroa sobre o pau-brasil, o sal, etc., diferente do monopólio da classe mercantil portuguesa sobre o grande comércio açucareiro. 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial II Domínio espanhol (1580-1640): enrijecimento do regime. Restauração: concessões por um lado e robustecimento do regime monopolista por outro lado (regime das companhias de comércio: Companhia Geral do Comércio do Brasil, 1649), que permaneceu no século XVIII. Apesar da pressão crescente das demais potências e da intensificação do contrabando, o regime permaneceu no século XVIII, dada a segurança e a defesa propiciadas pela metrópole. Pressão crescente das demais potências a partir da União Ibérica. Segundo Novais (2005: 52), temos o seguinte desdobramento a partir da constituição da Companhia das Índias Orientais (1602): (...) o florescente capitalismo comercial holandês conseguiu com êxito substituir no século XVII os portugueses no abastecimento dos produtos orientais para a Europa. 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial II Colonização da América Espanhola: instalação da Casa de Contratação em Sevilha (1503), ou seja, o regime de porto único, só quebrado em 1778 com a instituição do “comércio livre”. Produção colonial espanhola: ouro e prata (puro espírito mercantilista). A “Revolução dos Preços” na Europa (séculos XVI e XVII): inflação causada pelo afluxo contínuo de ouro e prata que superaram em muito as carências da economia europeia. Os salários não acompanharam o ritmo de elevação dos preços, significando, portanto, que tal fato promoveu uma transferência da renda real das camadas assalariadas para as classes empresariais, se constituindo numa repercussão remota e indireta da exploração colonial que reiterava o enriquecimento e o fortalecimento das classes empenhadas em incrementar a expansão do capitalismo na sua fase de formação (cf. NOVAIS, 2005: 54). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial II Em resumo, Novais (2005: 54) afirma: Em vários sentidos é, pois, possível assinalar as conexões que vinculam a colonização europeia e o Antigo Sistema Colonial, seja com a política econômica mercantilista, seja com a etapa de formação do capitalismo moderno – o capitalismo comercial – que então caracterizava a vida econômica e social da Europa. Fator, ao mesmo tempo, de fortalecimento do Estado e de desenvolvimento burguês, a economia colonial, na medida em que complementa a atividade metropolitana, dá-lhe possibilidade de pôr efetivamente em execução os ditames da política mercantilista. 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial III É nesse contexto, e só nesse contexto,que se torna possível compreender o modo como se organizaram nas colônias as atividades produtivas e as suas implicações sobre os demais setores da vida social (NOVAIS, 2005: 54). A produção colonial ajusta-se às necessidades da procura europeia. A especialização da economia colonial em produtos complementares à produção europeia, o seu caráter “monocultor” para usarmos a expressão costumeira, é, pois, inerente à mesma natureza da colonização da época mercantilista, e deriva das condições histórico-econômicas em que se processou (NOVAIS, 2005: 56). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial III A economia colonial, quando encarada no contexto da economia europeia de que faz parte, que é o seu centro dinâmico, parece como altamente especializada. E isto mais uma vez se enquadra nos interesses do capitalismo comercial que geraram a colonização: concentrando os fatores na produção de alguns poucos produtos comerciáveis na Europa, as áreas coloniais se constituem ao mesmo tempo em outros tantos centros consumidores de produtos europeus. Assim se estabelecem os dois lados da apropriação de lucros monopolistas a que nos referimos anteriormente (NOVAIS, 2005: 56). Mas não é só na alocação dos fatores produtivos e na elaboração de alguns produtos ao mercado consumidor europeu se revela a dependência da economia colonial em face do seu centro dinâmico. O Sistema Colonial determinará também o modo de sua produção (NOVAIS, 2005: 56). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial III O renascimento da escravidão na Época Moderna é fruto das determinações da colonização. As resistências oferecidas pelos aborígenes e a oposição jesuítica, bem como as necessidades de abastecimento regular de mão de obra, tornam evidente que o tráfico negreiro pelo Atlântico, organizado em termos empresariais, apresentava maior grau de eficiência e, pois, de lucratividade. Assim, entrosam-se as atividades dos colonizadores europeus nas duas margens do Atlântico, e se abre para a classe empresarial europeia todo um importante setor de tráfico mercantil, portanto, de acumulação capitalista, e dos mais significativos: o tráfico de escravos (NOVAIS, 2005: 57-58). 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial III O aproveitamento da mão de obra indígena na América Espanhola assumiu maiores proporções (apesar do crescimento do número de escravos negros ter crescido com o desenvolvimento da colonização castelhana) porque a Espanha não dispunha de entrepostos de abastecimento de escravos negros no litoral atlântico-africano, levando-a à dependência de empresas estrangeiras. A experiência inglesa: os indented servants: espécie de servidão temporária do trabalhador como forma de pagamento do transporte feito pelas companhias inglesas de comércio e colonização. 1. O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial III Escravismo, tráfico negreiro, formas várias de servidão formam, portanto, o eixo em torno do qual se estrutura a vida econômica e social do mundo ultramarino valorizado para o mercantilismo europeu. A estrutura agrária fundada no latifúndio vincula-se ao escravismo e, por intermédio dele, às linhas gerais do sistema; as grandes inversões exigidas pela produção só encontram rentabilidade, efetivamente, se organizada em grandes empresas. Daí decorre também o atraso tecnológico, o caráter predatório, o “cíclico” no espaço e no tempo, que assume a economia colonial. A sociedade estamentiza-se em castas incomunicáveis, com os privilégios da camada dominante juridicamente definidos, que de outra forma seria impossível manter a condição escrava dos produtores diretos (NOVAIS, 2005: 60). O Brasil enquadra-se perfeitamente dentro do quadro de determinações do Antigo Sistema Colonial. 2. Condições da Privacidade na Colônia Duas observações do Frei Vicente do Salvador: I) A profunda imbricação do público e do privado II) A inversão de ambos (causa do espanto do religioso). Entre a indistinção feudal da Primeira Idade Média e a separação formal que se instaura com as revoluções liberais, abre-se, portanto, um período em que as esferas do público e do privado já não estão indistintas, mas ainda não estão separadas – estão imbricadas (NOVAIS, 2005: 207). Em suma, no Antigo Sistema Colonial no contexto da colonização, portanto a privacidade vai abrindo caminho não só em contraponto com a formação do Estado, mas ainda com a gestação da nacionalidade (NOVAIS, 2005: 208-209). 2. Condições da Privacidade na Colônia A colonização moderna não foi um fenômeno essencialmente demográfico, mas por certo tinha uma dimensão demográfica muito importante. Não foi essencialmente demográfico no sentido de que o movimento colonizador não foi impulsionado por pressões demográficas (como na Antiguidade, a colonização grega), mas tem dimensão demográfica no sentido de que envolve amplos deslocamentos populacionais. Fora a colonização moderna um fenômeno essencialmente demográfico, os países mais densamente populosos teriam montado as maiores colônias (NOVAIS, 2005: 209). A colonização moderna foi um fenômeno global, no sentido de envolver todas as esferas da existência, mas seu eixo propulsor situa-se nos planos político e econômico. Quer dizer, a colonização do Novo Mundo articula-se de maneira direta aos processos correlatos de formação dos Estados e de expansão do comércio que marcam a abertura da modernidade europeia (NOVAIS, 2005: 209). 2. Condições da Privacidade na Colônia A colônia é vista como prolongamento, alargamento da metrópole (a mãe-pátria), mas é, ao mesmo tempo, a sua negação. Assim, a população da colônia na perspectiva metropolitana é equivalente à da metrópole, porém a metrópole é uma região de onde as pessoas saem (região de emigração) e a colônia é uma região para onde as pessoas vão (de imigração): (...) contínua chegada de novos contingentes populacionais. A intensa mobilidade aparece, portanto, como a mais geral característica da população no mundo colonial, em contraposição à relativa estabilidade característica do Velho Mundo (NOVAIS, 2005: 209-210). 2. Condições da Privacidade na Colônia Móbil, instável, e mais ainda dispersa, a população na Colônia devia provavelmente angustiar-se diante da dificuldade de sedimentar os laços primários. E note-se que essa dispersão decorre diretamente dos mecanismos básicos da colonização de tipo plantation que prevaleceu na América Portuguesa: da sua dimensão econômica (exploração para desenvolvimento da Metrópole) resulta a montagem de uma economia predatória que, esgotando a natureza, tende para a itinerância. A extraordinária fertilidade do massapé do Nordeste, garantindo a consolidação e a permanência multissecular da lavoura canavieira, é claramente uma exceção no mundo colonial (...). Por outro lado, da sua dimensão política (fortalecimento dos Estados), decorre um permanente esforço metropolitano no sentido de expandir o território da dominação colonial, para além das possibilidades de exploração econômica; é que os Estados modernos em gestação na Europa estão se formando uns contra os outros, daí essa furiosa competição para garantir espaços na exploração colonial (NOVAIS, 2005: 211). 2. Condições da Privacidade na Colônia A partir do convívio e das inter-relações das diversas populações, pouco a pouco os colonos vão se descobrindo como “brasileiros” Os extremos da colonização: o Nordeste açucareiro (fixo, estável, voltado para fora) e a São Paulo das bandeiras (móvel, instável, voltada para dentro). 2. Condições da Privacidade na Colônia É levando tudo isso em conta que podemospressentir as dificuldades do processo de tomada de consciência da situação colonial por parte dos colonos – ou a tortuosidade das veredas de nosso percurso. Lento, dificultoso, penoso percurso de gestação dessa “comunidade imaginária” que, na definição de B. Anderson, constitui a nação. Nas Índias de Castela, parece ter sido mais intensa essa tomada de consciência; lá, os colonos se nominavam criollos. Mazombo, que entre nós seria o termo correspondente, nunca teve a mesma difusão ou generalização. Na América Portuguesa, o mais comum era chamar reinóis aos nascidos na Metrópole. Quer dizer: os colonos hispanos identificavam-se positivamente pelo que eram ou acreditavam ser (“nós somos criollos”); os luso-brasileiros identificávamo-nos negativamente (“nós não somos reinóis”), pelo que sabíamos não ser (NOVAIS, 2005: 213-214). 2. Condições da Privacidade na Colônia As populações coloniais eram clivadas. A criação de zonas intermediárias ou momentos de aproximação (amaciamento, diria Gilberto Freyre) passa a constituir um traço marcante da vida de relações na Colônia. A miscigenação foi o principal e mais importante desses espaços de encontro (as festas foram outros), e Gilberto Freyre insistiu, corretamente, nesse aspecto. Mas, ao mesmo tempo, era também uma forma de dominação (...). (...). A miscigenação foi, assim, ao mesmo tempo, um canal de aproximação e uma forma de dominação, um espaço de amaciamento e um território de enrijecimento do sistema (NOVAIS, 2005: 214-215). 2. Condições da Privacidade na Colônia Aqui, o ponto fundamental: a escravidão como relação social dominante (embora não exclusiva) repercute na esfera do cotidiano e da intimidade de maneira decisiva; delineiam-se três tipos básicos no sistema de relações primárias (cotidianidade, intimidade, individualidade, vida familial etc.) – as relações intraclasse senhorial, as relações internas ao universo de vida dos escravos, as relações intermediárias entre senhores e escravos. No curso dos acontecimentos cotidianos, essas esferas, permanente e recorrentemente, interpenetravam-se criando situações e momentos de aproximação, distanciamento e conflito. Mas a clivagem, básica, permanecia irredutível (NOVAIS, 2005: 215). A atitude em face do trabalho, por exemplo, reflete bem a clivagem. 2. Condições da Privacidade na Colônia Segundo Novais (2005: 216), a partir da permanente mobilidade das populações e da clivagem entre os vários estratos sociais, reside um ponto essencial: a sociedade colonial se caracteriza como estamental, mas de uma maneira diferente das sociedades de estamento em geral (que apresentam uma mobilidade mínima, tanto vertical quanto horizontal), pois nela há uma grande mobilidade, o que gera uma sensação de ambiguidade, pois envolvia, simultaneamente, tendência de aproximação e distanciamento das pessoas. A ambiguidade dos senhores de terra e escravos: “nobre” e burguês. 2. Condições da Privacidade na Colônia A externalidade da acumulação aparece, pois, nesta análise, como a estrutura básica, no plano econômico, definidora da colonização. Ora, ao mesmo tempo, é essa estrutura fundante que lastreia o por assim dizer sentimento dominante do viver em colônias, ou seja, essa sensação intensa e permanente de instabilidade, precariedade, provisoriedade, que se expressa por todos os poros de nossa vida de relações (NOVAIS, 2005: 217-218). A religião teve um papel importante na colonização. 2. Condições da Privacidade na Colônia E assim cruzavam-se as duas vertentes estruturais da colonização, os seus móveis político-econômico e religioso. Mas esse entrelaçamento não se expressava apenas na confluência apontada; num nível mais estrutural, as duas vertentes contrastavam fortemente nas suas práticas, tensionando os comportamentos, engendrando conflitos – e, mais uma vez, reiterando a sensação de desconforto e desterro que domina a ambiência no cotidiano e do privado em nossa América (NOVAIS, 2005: 221). 2. Condições da Privacidade na Colônia As duas vertentes coexistiam e inextricavelmente se articulavam de forma conflituosa, pois o conflito é também uma forma de articulação. De um lado (ideológico), pensava- se a exploração para a cristianização, isto é, a exploração como uma necessidade para chegar à evangelização, que era o objetivo; doutro lado, nas práticas sociais, o que transparece é o inverso, isto é, a exploração instrumentalizando a missionação para garantir o domínio. E essa ambiguidade, que se espalha por toda a parte e atravessa todo o período, expressa-se de forma candente na questão da compulsão do trabalho (...). E é essa mesma ambiguidade que envolve o ambiente de descontiguidade, desconforto, instabilidade, provisoriedade, desterro enfim, que vai configurando o clima de nossa vida de relações, marcando o específico da cotidianidade e da intimidade no viver colonial (NOVAIS, 2005: 222-223). 3. Bibliografia NOVAIS, Fernando Antônio. O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial. In: ________. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45-60. ________. Condições da privacidade na colônia. In: ________. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 205-223.
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