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HEPATITE B Epidemiologia: >350 milhões de casos mundias de infecção crônica HBV >300.000 casos/ano de CHC relacionados ao HBV Transmissão: Parenteral Risco de infecção após acidente percutâneo: HIV (0,3%), HCV (2-8%), HBV (30%) Presença do HBsAg em quase todos os líquidos corporais, pp sêmen e saliva (dos 3 vírus A, B e C, é o de mais fácil transmissão quando há contato com líquidos corpóreos). A ingestão oral é via ineficiente de exposição. Risco em profissionais de saúde expostos ao sangue, indivíduos que necessitam transfusões repetidas (pp hemoderivados), presidiários, usuários de drogas, inseminação artificial, transplantes de órgãos, tatuagens, exército, residentes ou funcionários de instituições para retardo mental etc. Sexual Conjugues de pessoas agudamente infectadas, indivíduos sexualmente promíscuos (pp homossexuais masculinos). Perinatal Mãe portadoras do HBV (HBsAg), mães com hepatite B aguda no 3º trimestre ou pós parto imediato. A probabilidade não se relaciona com o aleitamento materno, mas correlaciona-se com HBeAg: 90% das mães HBeAg+ e 15-20% das mães anti-HBe+ transmitem infecção para o filho. A transmissão ocorre mais no parto e pouco durante a gestação. Regiões de alta prevalência = transmissão perinatal Regiões de baixa ou intermediária prevalência = transmissão sexual ou parenteral Risco de cronificação é relacionado à idade à época de infecção, e à sintomatologia: Quanto mais novo e assintomático, maior a chance de cronificação da doença Quanto mais velho ao se contaminar e mais sintomático, menor as chances de cronificação. Antígenos e genes do HBV: HBsAg: antígeno de superfície (gene S) – ptn do envoltório na superfície externa do vírion e outras estruturas externas. HBcAg: antígeno do cerne (gene C/região cerne) – organizado em partículas do núcleocapsídeo (partícula central do virion). Não é sinalizador nem secretado. Sua forma desnuda não circula no soro. HBeAg: antígeno e (gene C/região pré-cerne) – ptn solúvel e não particulada do nucleocapsídeo, de sinalização, se ligando ao REL e sendo secretado na circulação. Marcador facilmente detectável da replicação e infecciosidade. Gene P – codifica DNA polimerase HBxAg: ptn não particulada (gene X) que efetua liberação de Ca no citosol, estimulando transcrição reversa e replicação do DNA. Marcadores sorológicos: Evolução para a cura HBsAg – primeiro marcador: precede elevação de aminotransferases séricas, sintomas clínicos, detectável pela fase sintomática (ictérica) e posteriormente. Após desaparecer, aparece o anti-HBs Anti-HBs – detectável após desaparecimento do HBsAg (mesmo que haja janela ou lacuna imunológica, período em que nenhum dos dois aparece), permanecendo indefinidamente >> anticorpo protetor HBcAg – NÃO detectável rotineiramente. Anti-HBc – detectável após poucas semanas do aparecimento de HBsAg, precedendo anti-HBs. Pode evidenciar infecção atual ou recente no período da janela. Persiste indefinidamente. Anti-HBc IgM – predomina nos 6 primeiros meses (inf. aguda recente ou atual) Anti-HBc IgG – predomina após 6 meses (reparação ou inf. crônica) HBeAg – aparece no início e transitoriamente, concomitante ou pouco depois do HBsAg. Coincide com altos níveis de replicação viral. Torna-se indetectável depois das elevações máximas das aminotransferases e antes do desaparecimento do HBsAg. Anti-HBe – após o desaparecimento de HBe-Ag >> Marcadores de replicação pouco úteis na infecção aguda, mas valiosos nas prolongadas. Evolução para cronicidade HBsAg – permanece detectável pós-6meses, indefinidamente Anti-HBs – abaixo dos níveis detectáveis Anti-HBc – principalmente da classe IgG. Permanece indefinidamente Anti-HBc IgM – aumenta e depois cai por volta dos 6 meses. HBeAg – marcador qualitativo. Após fase relativamente não replicativa torna-se negativo Anti-HBe - após fase relativamente não replicativa torna-se positivo, coincidindo com elevação das ALT (eliminação imune dos hepatócitos infectados). QUADRO CLÍNICO AGUDA PI: 30-180dias Forma assintomática ou subclínica – típica em neonatos e crianças Forma sintomática – mais comum em adolescentes e adultos. Caracterizada por astenia, mialgia, artralgia, náuseas, vômitos, febre baixa > sucedidos pela icterícia. Após o aparecimento desta, os sintomas prodrômicos tendem a diminuir. É comum haver perda de peso, fígado aumentado (doloroso, desconforto no quadrante superior direito). Duração da fase pós-ictérica dura de 2-12 semanas (maiores por HBV e HCV). <10% dos pacientes apresentam a síndrome do tipo doença do soro (pré-ictérica / poliartrite, urticária, erupções máculo-papulares, hematúria, proteinúria e vasculite). CRÔNICA Forma assintomática é a mais comum Forma sintomática – fadiga, náuseas, dor no HCD, anorexia, mialgia, artralgia. - Hepatopatia descompensada: coagulopatia, hipoalbuminemia, hemorragia digestiva, ascite, encefalopatia hepática - Sinais ao exame físico de cirrose dscompensada: telangiectasias, icterícia, ascite, edema periférico, ginecomastia, alt. pêlos. Manifestações extra-hepáticas – artrite, dermatite, glomerulonefrite, poliarterite nodosa, crioglobulinemia mista, polimialgia reumática MARCADORES SOROLÓGICOS QUANDO TRATAR? Portador inativo – só acompanha Manifestação extra-hepática e pré ou pós-transplante – trata obrigatóriamente OBJETIVOS DO TTO Resposta virológica – negativação do HBV-DNA (PCR) e do HBeAg Resposta bioquimica – normalização das aminotransferases Resposta histológica – diminuição da atividade em pelo menos 2 pontos, sem piora da fibrose Resposta completa = todos os critérios e perda do HBsAg TRATAMENTOS DISPONÍVEIS Interferon alfa: anti-viral e imunomodulador (induz melhor resposta imune) Interferon peguilado Dose IFN alfa: 5MU/dia ou 10MU – 3x/semana PegIFN alfa 2ª 180mcg 1x/semana Vantagens Tempo determinado de tto (sabe que vai acabar – preferencial em jovens) IFN alfa = 16-24 semanas PegIFN alfa 2ª = 48 semanas Não causa resistência, podendo voltar a usar posteriormente Desvantagens Administração parenteral Contra-indicações: cirrose hepática descompensada (proibida – causa hepatite aguda > morte), doença psiquiátrica, auto-imune, plaqueotopenia, neutropenia imunodepressão Efeitos colaterais (é o que dá mais EC): influenza-like, neutropenia, trombocitopenia, alteração de comportamento, fenômenos auto-imunes, flares (30-40%) – aumento da TGA e TGP Lamivudina: inibidor da enzima transcriptase reversa Dose – 100-150mg 1x/dia Vantagens Administração oral Boa tolerabilidade Baixo custo Melhora histológica Segura na cirrose descompensada e pós-transplante hepático Desvantagens Tempo indeterminado de tto Maior taxa de resistência viral dentre todas as drogas - (80%) perde seu efeito em 1 ano. Se for HIV + 100% perde efeito em 1 ano. (Pode adotar em idosos). Adefovir dipivoxil: inibidor da DNA polimerase Dose – 10mg 1x/dia Vantagens Administração oral Boa tolerabilidade Seguro na cirrose descompensada e pós-transplante hepático Eficaz na resistência à Lamivudina (tentativa de resgate – se não responder, acompanha) Desvantagens Tempo indeterminado de tto Alto custo Nefrotoxicidade Entecavir: inibidor da transcriptase reversa Dose – 0,5mg 1x/dia (naive) e 1,0mg 1x/dia (resistência) Vantagens Administração oral Boa tolerabilidade Menor taxa de resistência Eficaz se resiste à Lamivudina e/ou Adefovir Desvantagens Tempo indeterminado de tto Alto custo Não aprovado em cirrose descompensada e pós-transplante Tenofovir: inibidor da transcriptase reversa Usado apenas em co-infecção com HIV PROFILAXIA Imunização passiva (HBIG) RN de mães HBsAg+ Exposição acidental percutânea ou permucosa Contato sexual com portador HBV Pós-transplante de portador HBVContactantes de portadores HBV Imunização ativa (vacina) Padrão: 0-1-6 meses. Controle: Se anti-HBs < 10mUI/mL – Toma outra dose (realiza exame sorológico após 2 meses da última dose para medir a reação). Se não positivar após 5 doses: dificilmente vai positivar. Imunocomprometidos/ hemodialisados: 4 doses Alto risco de contaminação (considerar vacina): Profissionais da área de saúde Pacientes e funcionários de clínicas psiquiátricas Presidiários Pacientes em HD Pacientes que requerem múltiplas transfusões de sangue/hemoderivados Parceiros/Contactantes domiciliares de pacientes portadores do HBV Viajantes para áreas endêmicas Usuários de drogas ilícitas Pacientes candidatos a transplantes Pacientes com doenças hepáticas crônicas Pacientes que mantêm relação sexual com o mesmo sexo �PAGE � �PAGE �3�
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