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Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) É a afecção crônica GI mais prevalente, manifestada por pirose e/ou regurgitação em 11,9% dos brasileiros (10-20% mundial). 4,6% da população apresentam manifestação semanal e 7%, diária. Os sintomas são causados por fluxo retrógrado de ácido e outro conteúdo gástrico para o esôfago por incompetência das estruturas de restrição mecânica na junção GE. O maior desafio é a melhor estratégia de tratamento. Definição: “afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes ao mesmo, acarretando sintomas variáveis esofágicos e/ou extra-esofágicos, associados ou não a lesões teciduais” Fisiopatologia: desequilíbrio entre os fatores de defesa e agressão Deficiência do mecanismo anti-refluxo: EEI, diafragma crural e localização anatômica da junção GE abaixo do hiato esofágico. Perda da pressão entre o EEI e o estômago – diminuição contínua ou transitória do tônus do EEI (fraqueza muscular, esclerodermia, miopatias, gravidez, tabagismo, anticolinérgicos, relaxantes musculares – bloqueadores de canal de cácio, beta adrenérgicos -, lesão cirúrgica, esofagite), distensão gástrica (relaxamento do EEI por reflexo vagal), eructação. Aumento do volume gástrico – refeições, obstrução pilórica, estase gástrica, hipersecreção ácida Aumento do tempo de esvaziamento gástrico Aumento da pressão gástrica – gravidez, ascite, obesidade, roupas justas Conteúdo gástrico próximo a junção GE – decúbito, encurvamento, hérnia hiatal Incompetência da musculatura crural diafragmática que circunda o hiato esofágico, funcionando como EEI externo Quantidade de material regurgitado Freqüência dos episódios Agressividade do material refluído Taxa de esvaziamento do esôfago – contrações peristálticas, secreção salivar (neutraliza o ácido) Extensão do material – pode acometer esôfago cervical, ultrapassar EES, penetrar na faringe, laringe e traquéia Resistência do tec. esofágico à agressão Eficiência do clareamento esofágico – saliva, peristalse, hérnia hiatal e resistência da mucosa Fatores Predisponentes – Hérnia hiatal por deslizamento, obesidade, gravidez, ascite, doenças do colágeno (Esclerodermia), intubação nasogástrica prolongada, drogas, H.pylori. Manifestação clínica: Típicas Pirose (>2x/semana; >3 meses no ultimo ano) – produzida pelo contato do material de refluxo com a mucosa ulcerada ou sensibilizada Regurgitação ácida/material amargo - 70% de sensibilidade e 53% de especificidade A severidade e a freqüência dos sintomas X Qualidade de vida ( DRGE erosiva ou não erosiva. Quando não é erosiva há infiltração da mucosa, podendo ter aspecto normal ou eritema leve. Já na doença erosiva ocorre dano à mucosa, com vermelhidão, friabilidade, sangramento, úlceras lineares superficiais e exsudatos. Atípicas esofágicas: Dor torácica de origem não cardíaca EQN, EDE Globus hictericus (faringeus) – sensação de caroço na garganta e/ou sensação de bola que desce e sobe no esôfago Manifestações de alarme: Disfagia – pode ser sintoma inicial (33%) ou ser persistente e sugerir estenose péptica. Odinofagia – dor ao engolir Hda pulmonares: causadas por reflexo vagal (esôfagobrônquico) e microaspiração asma – 30-89% tosse crônica – 20-30% pneumonia de repetição, bronquite, bronquiectasia, fibrose pulmonar otorrinolaringológicas: Rouquidão – 10% Laringite crônica – 10% (edema/eritema de aritenóide ou cricóide) Faringite Pigarro Laringoespasmo Otite, sinusite de repetição Diagnóstico: anamnese quadro clínico: manifestações típicas, manifestações atípicas métodos diagnósticos – quando o paciente apresenta sintomas persistentes ou complicações, ou naqueles que não há resposta a terapêutica: documentação da lesão da mucosa Esofagografia Pac. c/ sintomas de alarme (disfagia) Pac. com DRGE antes da cirurgia anti-refluxo Após cirurgia anti-refluxo em pacientes c/ recidiva sintomática = pouco valioso para diagnóstico Esofagoscopia / Endoscopia digestiva alta Deve ser realizada em TODOS os pacientes > 45 anos, c/ sintomas típicos Pac. < 45 anos, c/ sintomas típicos, que não respondem ao teste terapêutico c/ IBP Pac. com sintomas de alarme Pac. com sintomas de longa data (> 5 anos) = Esofagite presente em 40%; baixa especificidade Biópsia da mucosa (normalmente 5cm acima do EEI) documentação e quantificação do refluxo Phmetria esofágica (24h) – avaliação do refluxo. Pac. q/ não respondem ao IBP Doença não erosiva sem resposta ao tto Manifestações atípicas da DRGE Recorrência dos sintomas pós cirurgia anti-refluxo e na ausência de lesão da mucosa esofágica Interpretação: * nº de episódios de refluxo * tempo total com ph <4 em posição supina e ereta * duração do refluxo mais longo * índice de sintomas = melhor método disponível com reservas definição da patologia – para decidir casos de cirurgia anti-refluxo (fundo gástrico é suturado ao redor do esôfago – fundoplicatura – elevando a pressão do EEI) por exemplo. É uma alternativa a pacientes que precisam de altas doses de IBP a longo prazo. Motilidade esofágica - Esofagomanometria Determinar localização precisa do eei para a instalação do eletrodo da phmetria 24 h Avaliação pré operatória (identificar transtorno motor primário) = método sensível para avaliar função motora teste terapêutico Teste Terapêutico com IBP: inibidor da bomba de prótons – durante 1 semana - Pacientes <45 anos com sintomas típicos - Não há consenso sobre dose ótima ou duração do tratamento com IBP = resposta positiva não é suficiente para estabelecer com confiança o diagnóstico da DRGE Dinâmica: Paciente com sintomas típicos, <45 anos: Com sintomas de alarme ( EDA ( Phmetria: Positivo ( Tto IBP Sem sintomas de alarme ( Tto IBP: Negativo ( EDA e Phmetria em tto ( Cirurgia antirefluxo Refluxo biliar? Paciente com sintomas atípicos + Teste terapêutico: Positivo: manutenção 3-6 meses ( interrupção: Remissão completa ( observação Recidiva sintomas ( Intensificar o tto / cirurgia anti-refluxo Negativo: Phmetria 24h: Teste negativo ( refluxo não ácido? Teste positivo ( intensificar tto / cirurgia anti-refluxo Complicações: � Esofagite 40% Úlceras 5% Hemorragia 2% Estenose Péptica 23% Esofago de Barrett 12% � Tratamento: - Objetivo: alívio dos sintomas cicatrização das lesões mucosas prevenção de recidivas/complicações * Medidas comportamentais - Elevação da cabeceira do leito (15cm) - Evitar ingestão abundante principalmente de chá, café, chocolate, alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, cítricos e menta. Evitar ingerir grandes quantidades de líquido às refeições - Eliminação de fatores que aumentem a pressão intrabdominal - Atenção com certas drogas: teofilina, alendronato, anticolinérgicos, antagonistas de Ca, antidepressivos tricíclicos - Redução do peso corporal - Abandono do tabagismo * Antiácidos, Procinéticos Antagonistas receptores H2 (cimetidina, ranitidina, nizatidina, famotidina) Inibidores de Bomba de Prótons(IBP) Omeprazol 20mg Lansoprazol 30mg Pantoprazol 40mg Rabeprazol 20mg Esomeprazol 40mg = IBP como tto inicial e manutenção (4-8 semanas) = devem ser tomados 15-30minutos antes do desjejum e pode ser mantido indefinidamente = pacientes refratários: podem dobrar a dose e administrá-la 2x/dia, antes das refeições. Mínimos efeitos colaterais * Esomeprazol 40mg X Omeprazol 20mg (93,7% x 84,2%) 8 semanas: melhora dos sintomas e cicatrização da esofagite erosiva * Esomeprazol 20mg X Pantoprazol 20mg (87% x 74,9%) 6 meses: terapia de manutenção na esofagite erosiva cicatrizada* Cirúrgico - Pacientes que não podem ou querem continuar com tto clínico - Esofagite de repetição em pacientes jovens - Presença de complicações �PAGE � �PAGE �1�
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