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FEP2195 - F´ısica Geral e Experimental para Engenharia I Prova P1 - 10/04/2008 - Gabarito 1. A luz amarela de um sinal de transito em um cruzamento fica ligada durante 3 segundos. A largura do cruzamento e´ de 20 metros. A acelerac¸a˜o ma´xima de um carro e´ de 4 m/s2 e ele pode ser freiado a 5 m/s2. (a) (0,5) Que velocidade mı´nima o carro precisa ter, se quando ele se encontra a 40 m do cruzamento a luz amarela acende, e ele pretende atravessar todo o cruzamento no amarelo usando a acelerac¸a˜o ma´xima durante todo o percurso? (b) (0,5) Qual a velocidade ma´xima que ainda lhe permite parar antes de atingir o cruza- mento, se quando ele se encontra a 40 m dele a luz amarela acende? (c) (1,0) Suponha que o carro conseguiu passar o sinal amarelo a tempo e que seu movimento passa a ser descrito pela seguinte equac¸a˜o hora´ria: ~r(t) = (0, 5t3 − 2t2)ˆı+ (0, 5t2 − 2t)ˆ onde as unidades utilizadas sa˜o o metro e o segundo e t = 0 no instante em que o carro ultrapassou o cruzamento. Qual a velocidade e a acelerac¸a˜o instantaˆneas do carro para t = 3 s. (d) (0,5) Em que instante o valor da coordenada y do carro e´ mı´nimo? SOLUC¸A˜O: (a) Que velocidade mı´nima o carro precisa ter, se quando ele se encontra a 40 m do cruza- mento a luz amarela acende, e ele pretende atravessar todo o cruzamento no amarelo usando a acelerac¸a˜o ma´xima durante todo o percurso? Dados: • Espac¸o total a ser percorrido: D = 40 + 20 = 60 m • Intervalo de tempo: ta = 3 s • Acelerac¸a˜o: aa = 4 m/s2 Equac¸a˜o hora´ria do movimento: x(t) = v0t+ 1 2 at2 1 Velocidade inicial: v0 = x(t) t − 1 2 at Velocidade mı´nima: v0MIN = D ta − 1 2 aata = 60 3 − 1 2 4 · 3 v0MIN = 14 m/s (b) Qual a velocidade ma´xima que ainda lhe permite parar antes de atingir o cruzamento, se quando ele se encontra a 40 m dele a luz amarela acende? Dados: • Espac¸o a ser percorrido: d = 40 m • Acelerac¸a˜o: af = −5 m/s2 • Velocidade final: vf = 0 Velocidade: v2 = v20 + 2a∆x Velocidade inicial: v0 = √ v2 − 2a∆x Velocidade inicial ma´xima: v0MAX = √ 0− 2afd = √ 2 · 5 · 40 v0MAX = 20 m/s (c) Suponha que o carro conseguiu passar o sinal amarelo a tempo e que seu movimento passa a ser descrito pela seguinte equac¸a˜o hora´ria: ~r(t) = (0, 5t3 − 2t2)ˆı+ (0, 5t2 − 2t)ˆ 2 onde as unidades utilizadas sa˜o o metro e o segundo e t = 0 no instante em que o carro ultrapassou o cruzamento. Qual a velocidade e a acelerac¸a˜o instantaˆneas do carro para t = 3 s. Podemos escrever a equac¸a˜o hora´ria como: ~r(t) = x(t)ˆı+ y(t)ˆ de onde podemos determinar o vetor velocidade como: ~v(t) = d~r(t) dt = dx(t) dt ıˆ+ dy(t) dt ˆ = vx(t)ˆı+ vy(t)ˆ ou seja, ~v(t) = (1, 5t2 − 4t)ˆı+ (t− 2)ˆ e o vetor acelerac¸a˜o pode ser determinado como: ~a(t) = d~v(t) dt = dvx(t) dt ıˆ+ dvy(t) dt ˆ = ax(t)ˆı+ ay(t)ˆ ou seja, ~a(t) = (3t− 4)ˆı+ (1)ˆ Para t = 3 s teremos: ~v(3) = (13, 5− 12)ˆı+ (3− 2)ˆ ~v(3) = (1, 5ıˆ+ 1ˆ) m/s ~a(3) = (9− 4)ˆı+ (1)ˆ ~a(3) = (5ıˆ+ 1ˆ) m/s2 (d) Em que instante o valor da coordenada y do carro e´ mı´nimo? O valor da coordenada y sera´ mı´nimo para o instante de tempo t quando vy(t) = 0 3 t− 2 = 0 O valor da coordenada y sera´ mı´nimo quando t = 2 s 2. Uma pedra de massa m, presa a um corda˜o de comprimento L, e´ girada por um menino. Para a pedra realizar uma volta completa sa˜o necessa´rios t segundos. O c´ırculo descrito pela pedra esta´ em um plano horizontal a uma altura h do solo. A ma´xima tensa˜o que o corda˜o suporta sem se romper e´ TMAX . Em termos de m, L, h, t, TMAX e g (a) (0,5) Fac¸a um diagrama de forc¸as para a pedra. Qual a direc¸a˜o e sentido da forc¸a resultante? (b) (0,5) Suponha agora que mg � T , onde T e´ a tensa˜o no corda˜o, qual a acelerac¸a˜o da pedra quando sa˜o necessa´rios t segundos para uma volta completa? (c) (0,5) Suponha novamente que mg � T , qual a maior velocidade com que a pedra pode girar sem que o corda˜o se rompa? (d) (0,5) Se o corda˜o se romper, quanto tempo a queda levara´ ate´ atingir o solo? (e) (0,5) A que distaˆncia (horizontal) do ponto de ruptura a pedra tocara´ o solo? SOLUC¸A˜O: (a) Fac¸a um diagrama de forc¸as para a pedra. Qual a direc¸a˜o e sentido da forc¸a resultante? Diagrama de forc¸as: mg T x y θ Segundo o sistema de coordenadas adotado na figura acima, a forc¸a resultante tera´ a direc¸a˜o positiva do eixo x, ou seja sera´ horizontal. (b) Suponha agora que mg � T , onde T e´ a tensa˜o no corda˜o, qual a acelerac¸a˜o da pedra quando sa˜o necessa´rios t segundos para uma volta completa? 4 Supor que mg � T significa que podemos tomar θ → 0 na figura acima, ou seja, considerar que a tensa˜o T no corda˜o seja horizontal. Assim, a acelerac¸a˜o da pedra e´ a acelerac¸a˜o centr´ıpeta dada por: ac = v2 L A velocidade e´ determinada atrave´s do tempo necessa´rio para realizar uma volta completa, ou seja: t = 2piL v ⇒ v = 2piL t Assim, a acelerac¸a˜o sera´ dada por: ac = 4pi2L t2 (c) Suponha novamente que mg � T , qual a maior velocidade com que a pedra pode girar sem que o corda˜o se rompa? Como dito do item anterior, supor que mg � T significa tomarmos T na horizontal. Assim, no momento de ruptura, a tensa˜o ma´xima e´ igual a` forc¸a centr´ıpeta TMAX = m v2MAX L Assim, a velocidade ma´xima de rotac¸a˜o sera´: vMAX = √ TMAXL m (d) Se o corda˜o se romper, quanto tempo a queda levara´ ate´ atingir o solo? Na direc¸a˜o vertical a pedra realizara´ um movimento de queda livre, partindo da altura h, com velocidade nula na direc¸a˜o vertical, ate´ atingir o solo. Supondo a origem do eixo vertical no solo temos 0 = h− 1 2 gt2Q ou seja, o tempo de queda tQ e´ dado por: tQ = √ 2h g 5 (e) A que distaˆncia (horizontal) do ponto de ruptura a pedra tocara´ o solo? Na direc¸a˜o horizontal a pedra parte com a velocidade vMAX determinada no item (c) e se desloca durante o intervalo de tempo dado por tQ. Supondo a origem do eixo horizontal no pondo de ruptura da corda, temos: xh = vMAXtQ ou seja, xh = √ TMAXL m 2h g 30o 60o αm1 m2 3. Uma estrutura de arame, em forma de triaˆngulo retaˆngulo, e´ mantida no plano vertical e esta´ apoi- ada no solo sobre o seu lado maior. Duas argolas de massas m1 e m2 podem deslizar sem atrito so- bre cada um dos lados inclinados, mas esta˜o unidas entre si por um fio de massa desprez´ıvel. No equil´ıbrio, o fio faz um aˆngulo α com um lado como mostra a figura. (a) (1,0) Indique num diagrama todas as forc¸as que agem sobre cada uma das argolas. Escreva as equac¸o˜es que definem o estado de equil´ıbrio esta´tico. (b) (1,0) Qual deve ser a relac¸a˜o (m1/m2) entre as massas para que, no equil´ıbrio, o fio fique na horizontal (isto e´, α = 30◦)? (c) (0,5) Nas condic¸o˜es do item (b) e supondo que m1g = 3 N , qual e´ a tensa˜o no fio? SOLUC¸A˜O: (a) Indique num diagrama todas as forc¸as que agem sobre cada uma das argolas. Escreva as equac¸o˜es que definem o estado de equil´ıbrio esta´tico. Diagrama de forc¸as: m1g T N1 30 o x y α - 30o m2g T N260o x y α - 30o m1 m2 6 Equac¸o˜es que definem o equil´ıbrio: Argola m1: Direc¸a˜o x : T cos(α− 30◦) = N1 sen(30◦) (1) Direc¸a˜o y : N1 cos(30 ◦) = m1g + T sen(α− 30◦) (2) Argola m2: Direc¸a˜o x : N2 sen(60 ◦) = T cos(α− 30◦) (3) Direc¸a˜o y : N2 cos(60 ◦) + T sen(α− 30◦) = m2g (4) (b) Qual deve ser a relac¸a˜o (m1/m2) entre as massas para que, no equil´ıbrio, o fio fique na horizontal (isto e´, α = 30◦)? Substituindo α = 30◦ nas equac¸o˜es (1) e (2) temos: T = N1 sen(30 ◦) ⇒ T = 1 2 N1 (5) N1 cos(30◦) = m1g ⇒ N1 = 2√ 3 m1g (6) Juntando as equac¸o˜es (5) e (6) temos T = 1√ 3 m1g (7) Substituindo agora α = 30◦ nas equac¸o˜es (3) e (4) temos: N2 sen(60 ◦) = T ⇒ T = √ 3 2 N2 (8) N2 cos(60 ◦) = m2g ⇒ N2 = 2m2g (9) Juntando as equac¸o˜es (8) e (9) temos T = √ 3m2g (10) Das equac¸o˜es (7) e (10) temos que 1√ 3 m1g = √ 3m2g (11) 7 ou seja: m1 m2 = 3 (c) Nas condic¸o˜es do item (b) e supondo que m1g = 3 N , qual e´ a tensa˜o no fio? Usando a equac¸a˜o (7) T = 1√ 3 m1g e que m1g = 3 N temos T = √ 3 N F m1 m2 4. Algue´m exerce uma forc¸a F, diretamente para cima, sobre o eixo da roldana mostrada na figura. A massa da roldana e´ de 4, 0 kg. Despreze a massa do fio, o atrito do mancal e o atrito entre o fio e a roldana. Nas duas extremidades do fio que passa pela roldana esta˜o colocados dois corpos, m1 de massa 1, 0 kg e m2 de massa 2, 0 kg, sendo que este u´ltimo esta´ em contato com a superf´ıcie horizontal. (a) (0,5) Fac¸a um diagrama de corpo livre e escreva as leis de Newton para a roldana e para cada uma das massas; (b) (0,5) Qual e´ o maior valor que o mo´dulo da forc¸a F pode ter de modo que m2 permanec¸a em repouso sobre a superf´ıcie? (c) (1,0) Qual a tensa˜o no fio se a forc¸a F e´ de 150 N? (d) (0,5) Qual a acelerac¸a˜o de m1 quando a forc¸a F e´ de 150 N? SOLUC¸A˜O: (a) Fac¸a um diagrama de corpo livre e escreva as leis de Newton para a roldana e para cada uma das massas; Considerando a situac¸a˜o em que m2 esta´ em repouso no solo, temos o seguinte diagrama de forc¸as: 8 F m1 m2 T T T T m1g m2g N Mg As expresso˜es que descrevem a situac¸a˜o de cada corpo sa˜o: Roldana : F − 2T −Mg = MA massa m1 : T −m1g = m1a1 massa m2 : T +N −m2g = 0 onde M e A sa˜o a massa e a acelerac¸a˜o da roldana, e a1 a acelerac¸a˜o da massa m1. (b) Qual e´ o maior valor que o mo´dulo da forc¸a F pode ter de modo que m2 permanec¸a em repouso sobre a superf´ıcie? O maior valor da forc¸a F ocorre quando N → 0. Assim, da equac¸a˜o para a massa m2 temos que: T = m2g Considerando um caso geral, onde tanto as massas m1 e m2 quanto a roldana esta˜o se movendo, como mostrado na figura abaixo, onde a origem do eixo vertical foi tomado na superf´ıcie horizontal, podemos determinar a relac¸a˜o entre as acelerac¸o˜es a1 da massa m1, a2 da massa m2 e A da roldana. As alturas y1, y2 e Y na figura representam as posic¸o˜es das massas m1, m2 e da roldana em um dado instante de tempo. Em qualquer instante de tempo o comprimento do fio C que liga m1 a m2 deve se manter constante. Para o instante de tempo mostrado na figura podemos escrever o comprimento do fio como (lembre-se que tanto as massas como a roldana esta˜o sendo tratadas como part´ıculas): C = Y − y2 + Y − y1 = 2Y − y1 − y2 Derivando a equac¸a˜o acima obtemos uma relac¸a˜o entre as velocidades das massas m1, m2 e da roldana: 2 · dY dt − dy1 dt − dy2 dt = 0 ⇒ 2V − v1 − v2 = 0 9 F m1 m2y1 y2 Y Derivando novamente obtemos uma relac¸a˜o entre as acelerac¸o˜es das massas m1, m2 e da roldana: 2 · dV dt − dv1 dt − dv2 dt = 0 ⇒ 2A− a1 − a2 = 0 Assim, as acelerac¸o˜es possuem a seguinte relac¸a˜o: 2A = a1 + a2 Portanto, na situac¸a˜o em que m2 permanece em repouso, a2 = 0 e a1 = 2A. Substituindo T na equac¸a˜o para a massa m1 temos: m2g −m1g = m12A ⇒ A = (m2 −m1) 2m1 g Substituindo na equac¸a˜o da roldana: FMAX − 2m2g −Mg = M (m2 −m1) 2m1 g FMAX = [ 2m2 +M + M 2m1 (m2 −m1) ] g FMAX = [ 2 · 2 + 4 + 4 2 · 1(2− 1) ] · 10 A forc¸a ma´xima sera´ de FMAX = 100 N (c) Qual a tensa˜o no fio se a forc¸a F e´ de 150 N? Como a forc¸a aplicada e´ maior do que a forc¸a ma´xima determinada acima, isso implica que m2 na˜o esta´ mais em repouso. Assim temos agora que: Roldana : F − 2T −Mg = MA 10 massa m1 : T −m1g = m1a1 massa m2 : T −m2g = m2a2 onde a2 e´ a acelerac¸a˜o da massa m2. Do deduzido no item anterior sabemos que: 2A = a1 + a2 Da equac¸a˜o da roldana obtemos: A = F − 2T −Mg M Da equac¸a˜o para a massa m2 a2 = T −m2g m2 Da relac¸a˜o entre as acelerac¸o˜es: a1 = 2A− a2 Substituindo na equac¸a˜o para a massa m1 T −m1g = m1(2A− a2) ⇒ T = m1(g + 2A− a2) T = m1 [ g + 2 ( F − 2T −Mg M ) − ( T −m2g m2 )] T = m1 ( g + 2F M − 4T M − 2g − T m2 + g ) T = m1 ( 2F M − 4T M − T m2 ) T = ( 2m1m2 m2M + 4m1m2 +m1M ) F = ( 2 · 1 · 2 2 · 4 + 4 · 1 · 2 + 1 · 4 ) · 150 T = 30 N (d) Qual a acelerac¸a˜o de m1 quando a forc¸a F e´ de 150 N? 11 Usando a expressa˜o para a1 obtida acima: a1 = 2A− a2 = 2 ( F − 2T −Mg M ) − ( T −m2g m2 ) a1 = ( 2F M − 4T M − 2g − T m2 + g ) = ( 2F M − 4T M − T m2 − g ) a1 = ( 2 · 150 4 − 4 · 30 4 − 30 2 − 10 ) A acelerac¸a˜o da massa m1 e´ dada por: a1 = 20 m/s 2 12
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