Buscar

teorico v atualizado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria Geral do Processo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
A Ação, a Exceção e o Processo
• Ação
• Defesa Do Réu (Exceção)
• Classificação dos Processos
• Identificação da Ação e do Processo
• Processo
 · Aprender um pouco mais sobre a ação, a defesa do réu (exceção) e 
o processo. 
 · O Direito Processual moderno está assentado em três conceitos 
básicos: a ação, a jurisdição e o processo. É justamente o primeiro e 
o último desses conceitos que iremos conhecer nesta aula.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Olá, aluno (a)!
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema “A 
Ação, a Exceção e o Processo”.
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material 
complementar.
Não esqueça!
A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe 
de anotá-las e de transmiti-las ao professor tutor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo 
possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de 
Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula.
Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado. Assim, 
por favor, estude todos com atenção!
ORIENTAÇÕES
A Ação, a Exceção e o Processo
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Contextualização
A defesa do Réu
No estudo da Teoria Geral do Processo há sempre grande ênfase à formação do 
processo, destacando o papel do autor da ação como sendo aquele que provoca 
a jurisdição em razão de ter sua pretensão desatendida em um caso concreto. 
Contudo, pouco se fala do outro polo da relação processual.
Isso, na verdade, é somente uma aparência, pois a estrutura do processo 
estabelece uma série de garantias ao réu, que não podem ser afastadas, pois a 
relação jurídica processual é regida por normas de ordem pública, que não podem 
ser desconsideradas pelas partes ou pelo juiz.
O grande desafio do processo é buscar equilíbrio e atuação justa, no qual os 
direitos e garantias do autor e do réu sejam respeitados.
A forma como esse grande desafio se desenvolve é que vamos encontrar nas 
entrelinhas de nossa Unidade!
Não deixe de prestar atenção a esses importantes detalhes!
6
7
Ação
Natureza jurídica
O direito processual, atualmente, assenta-se em três conceitos que se interligam: 
a ação, a jurisdição e o processo.
Em geral, o que observamos é que as pessoas formam relações jurídicas que, na 
maioria dos casos, são bilaterais. É o que ocorre, por exemplo, em um Contrato de 
locação, no qual temos “A”, que é proprietário de uma casa, que a loca para “B”.
Contrato de Locação
“A”
(Locador)
“B”
(Locatário)
Figura 1
Essas relações são regidas pelo direito material (Direito Civil, Direito Empresarial 
etc., podendo ser normatizada pelo direito público ou pelo direito privado) e, 
na grande maioria dos casos, relações jurídicas como essas se formam, duram 
certo tempo e se extinguem sem que haja qualquer tipo de situação conflituosa. 
Contudo, se o conflito existir e evoluir por ter a parte sua pretensão resistida, estará 
caracterizada a lide.
Se essa lide é apresentada por uma das partes à jurisdição, irá se formar outro 
tipo de relação jurídica, a relação jurídica processual (regida pelo Direito Processual), 
que agora terá o acréscimo de mais uma parte, o Estado representado pelo juiz.
Aproveitando o exemplo acima, vamos supor que “B”, sem nada alegar, resolve 
deixar de pagar o valor do aluguel para “A”, sendo que este, não conseguindo de 
outra forma resolver o conflito que se formou, busca a jurisdição, apresentando-
lhe uma ação.
7
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Relação Jurídica
Processual
“A”
(Autor)
“B”
(Réu)
Estado - Juiz
Figura 2
O direito de ação se dirige ao Estado e se caracteriza pelo direito de buscar a 
jurisdição em razão da ocorrência de uma lide. Mesmo quando a ação envolve direitos 
privados (tais como nas relações de natureza comercial e civil), a relação jurídica que 
se forma com o exercício do direito de ação é sempre regida por normas de Direito 
Público, as quais não podem ser afastadas pelo juiz ou pelas partes.
Com a apresentação da ação, forma-se a relação jurídica processual, sendo que 
a pretensão do autor é que o Estado resolva o litígio, reconhecendo seu direito e 
condenando o locatário ao pagamento do valor do aluguel (e outras verbas).
No conceito de ação, em razão de sua bilateralidade, também está atrelada a 
defesa, pois:
• Na ação, o autor provoca a atuação jurisdicional buscando um provimento em 
face de alguém (réu) que resiste à sua pretensão;
• Já a defesa (direito de defesa) é o seu contraposto, pois garante ao réu que 
não terá seu patrimônio jurídico lesado ou ameaçado, a não ser que haja um 
provimento jurisdicional que lhe seja desfavorável.
Não podemos esquecer que a jurisdição é inerte, ou seja, salvo situações 
excepcionais, não pode o juiz iniciar um processo sem que haja a provocação de 
uma das partes em litígio.
Essa provocação é feita pela “ação”, que obriga que o Estado, atendidas certas 
condições, seja obrigado a dar solução ao litígio que lhe foi apresentado.
Concepção do direito de ação
O direito de ação possui duas acepções diferenciadas, mas que se completam:
• Ação como direito de acesso à jurisdição;
• Ação em sentido estrito.
8
9
Ação como direito de acesso à jurisdição
Nessa acepção, devemos destacar que qualquer pessoa pode buscar a jurisdição 
quando uma pretensão sua não for espontaneamente atendida.
Esse direito decorre do preceito estampado no Inciso XXXV do Artigo 5º da 
Constituição Federal, que possui a seguinte redação:
Constituição Federal
Art. 5º [...]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito;
Trata-se de direito incondicionado de acesso ao Poder Judiciário; contudo, isso 
não significa que a jurisdição irá aquiescer com o que lhe é apresentado.
Ação em sentido estrito
Nessa acepção, busca-se maior utilidade do direito de ação.
A atual concepção de ação em sentido estrito é fruto de grandes debates 
jurídicos que questionavam, em especial, a sua relação com o direito material. 
Desses debates, podemos destacar as seguintes correntes doutrinárias:
• Concepções concretistas: são fruto de várias teorias que viam o direito 
de ação como dependente do direito material adjacente, não conseguindo 
distinguir com clareza um do outro. Dessa forma, somente haveria o 
direito de ação se, ao final do processo, o autor tivesse reconhecido seu 
direito material;
• Concepção abstratistas puras: para os defensores das teorias abstratas 
puras. “havia ação em sentido estrito, independentemente do tipo de resposta 
dada pelo Judiciário, fosse a sentença de procedência, improcedência ou 
extinção sem julgamento de mérito” (GONÇALVES, 2016, p. 153-4). Dessa 
forma, não haveria diferença entre a ação em sentido estrito e o direito de 
acesso à jurisdição;
• Concepção abstratista eclética: esta é a concepção adotada pelo Código de 
Processo Civil. Nela, o direito de ação em sentido estrito é visto como sendo o 
direito de se obter uma decisão de mérito, sendo caracterizado por ser um direito 
condicionado, ou seja, para que o autor tenha o mérito de sua ação apreciado 
pela jurisdição, ele precisa atender a certas condições estabelecidas na Lei.
A decisão de mérito não implica o reconhecimento do direito pretendido pelo 
autor, pois essa decisão pode ser favorável ou não à sua pretensão.
Vamos, então, conhecer essas condições que, se presentes, levam o juiz a 
proferir a decisão de mérito.
9
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Condições da ação
O direito de buscar a jurisdição e de atingir uma sentença demérito não é 
incondicional e genérico. Ele nasce quando a pessoa reúne certas condições 
previstas na legislação processual.
Essas condições não representam, ainda, o mérito do pedido, isto é, não definem 
se o autor tem ou não razão, mas se qualquer delas estiver ausente, impedirá que 
o juiz aprecie a pretensão.
Sendo o direito de ação um direito condicionado, se essas condições não forem 
respeitadas no caso concreto falamos que o autor é carecedor de ação, ou seja, 
em razão do direito de acesso à jurisdição ele terá uma resposta, contudo, não será 
apreciado o mérito de sua demanda.
No atual Código de Processo Civil as condições da ação estão estampadas em 
seu Artigo 17, que possui a seguinte redação:
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Assim, são condições da ação:
• A legitimidade ad causam;
• O interesse de agir.
Legitimidade das partes
Na clássica citação de Alfredo Buzaid, a legitimidade das partes ou 
legitimidade ad causam consiste na “pertinência subjetiva da ação”, isto é, faz-
se necessário aferir se aquele que exerce o direito de ação tem legitimidade para 
pleitear o provimento jurisdicional naquela situação concretamente apresentada 
ao Poder Judiciário.
Esta questão é disciplinada pelo Artigo 18 do Código de Processo Civil:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo 
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá 
intervir como assistente litisconsorcial.
Considerando-se essa disposição legal, podemos ter duas formas de legitimidade:
• Legitimidade ordinária: em que aquele que exerce o direito de ação é o 
titular da relação jurídica de direito material objeto do litígio:
Assim, em princípio, é titular de ação apenas a própria pessoa que 
se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade 
ativa), podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da 
obrigação correspondente (legitimidade passiva) (CINTRA, GRINOVER 
& DINAMARCO, 2012, p. 290).
10
11
• Legitimidade extraordinária: também chamada de substituição processual, 
ocorre nas hipóteses excepcionais previstas na parte final do caput do 
Artigo 18 do Código de Processo Civil, em que a lei autoriza determinadas 
pessoas a exercerem, em nome próprio, o direito de ação em função de 
relações de direito material da qual não são diretos titulares ou que não são 
titulares por inteiro.
Vamos imaginar, por exemplo, que um determinado sítio é de propriedade de 
“A”, “B” e “C”, razão pela qual está caracterizado um condomínio1. Em dado 
momento, enquanto “B” e “C” estavam fazendo uma longa viagem, ocorreu uma 
ilícita ocupação do imóvel por diversas pessoas.
Não havendo outra forma de resolver a situação, “A” ingressa com uma 
ação de reintegração de posse que, naturalmente, repercute em todo o imóvel. 
Embora somente seja proprietário de uma cota-parte desse bem, estando as 
demais sob o domínio de “B” e “C”, o Artigo 1.314 do Código Civil autoriza 
que “A” defenda a coisa que não é somente sua. Dessa forma, ele atua em 
nome próprio em relação à sua cota-parte e como substituto processual em 
relação às cotas-parte de “B” e “C”.
Observe o Artigo a seguir:
Código Civil
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, 
sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la 
de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
[...]
Além do condomínio, também pode ser lembrada a situação do Ministério 
Público, de alguns órgãos públicos e de associações que, em ações coletivas, 
defendem direitos que não lhes pertencem, tais como o meio ambiente, a defesa 
do consumidor e a defesa de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico.
Interesse processual
O exercício do direito de ação deve ser exercido somente quando for 
necessária a prestação jurisdicional para a solução da pretensão do autor, sendo 
que deve haver uma adequação entre o que é pleiteado e a forma prescrita 
para a solução do litígio.
Temos, portanto, dois aspectos do interesse processual:
• Interesse-necessidade: deve ser demonstrada a impossibilidade de a parte 
obter a satisfação de sua pretensão sem a intervenção da jurisdição. Assim, 
por exemplo, em uma ação de cobrança de uma dívida não paga, não 
1 Um condomínio está caracterizado toda vez que uma coisa pertencer a mais de uma pessoa. Observe que no 
exemplo, o sítio pertence a “A”, “B” e “C”, sendo que cada um possui uma cota-parte desse bem.
11
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
havendo outra opção para que o credor tenha seu direito respeitado, há clara 
necessidade da jurisdição para esse litígio se resolva;
• Interesse-adequação: o exercício do direito de ação se faz de forma adequada 
a obter o provimento almejado pelo autor. Se não houver essa adequação, o 
autor estará pleiteando à jurisdição algo que não serve para a solução do litígio. 
Possibilidade jurídica do pedido não mais é condição autônoma da ação
Na vigência do Código de Processo Civil anterior, a possibilidade jurídica do pedido 
era uma das condições da ação, juntamente com a legitimidade de agir e o interesse 
de agir; contudo, na atual lei processual civil, não possui esse mesmo status.
Na verdade, ela continua a ser importante para que se busque decisão de mérito; 
contudo, ela hoje foi absorvida pelo interesse de agir.
Se o autor procura a jurisdição para formular pedido que não encontra respaldo 
no sistema jurídico, falta-lhe interesse de agir, sendo carecedor de ação. 
É o que aconteceria, por exemplo, se alguém ingressasse como uma ação 
judicial buscando a cobrança de uma dívida oriunda de uma aposta em um jogo 
de azar. Nesse caso, o Código Civil é expresso em mencionar que esse tipo de 
dívida não obriga o pagamento, razão pela qual não pode a jurisdição, por falta de 
possibilidade jurídica do pedido, dar provimento a essa pretensão:
Código Civil
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas 
não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se 
foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
Carência de ação
Quando estiver ausente qualquer das condições da ação, ou seja, a legitimidade 
ad causam ou o interesse de agir, o juiz encerra o processo sem decisão de mérito, 
isto é, não apreciará se o autor tinha direito à pretensão que buscava alcançar com 
o provimento jurisdicional.
Não podem ser confundidas duas expressões semelhantes:
• Carência de ação: na carência de ação, o juiz reconhece a inexistência, no 
caso concreto, das condições da ação, sendo que o processo é encerrado sem 
a apreciação do mérito.
• Improcedência da ação: nesse caso, estão presentes as condições da ação; 
contudo, o juiz, ao apreciar o mérito do pedido formulado pelo autor, não 
reconhece o que é pleiteado.
Há, na verdade, uma precedência lógica nessa análise, ou seja, o juiz antes 
verifica a existência das condições da ação e, depois, aprecia o mérito.
12
13
Defesa do Réu (Exceção)
Exceção (no singular) tem o significado de:
Poder jurídico que possibilita ao réu opor-se à ação movida pelo autor. 
Por isso, partindo-se de uma concepção dialética do processo, o tema da 
exceção é rigorosamente paralelo ao da ação;
(CINTRA, GRINOVER & DINAMARCO, 2012, p.302-3).
Dessa forma, ao réu cabe o direito de pedir que a pretensão apresentada à 
jurisdição pelo autor seja denegada. Isso faz com que tenha de se reconhecer que 
o réu também tem uma pretensão dirigida ao Estado-juiz: a pretensão de que não 
se reconheça o pedido formulado pelo autor.
A defesa, contudo, pode se dirigir:
• Contra o processo e a admissibilidade da ação;
• Contra o mérito da pretensão apresentada peloautor, a chamada exceção 
substancial.
A exceção no Processo Cível se faz, em especial, pela apresentação da 
contestação – que é uma peça processual em que o réu irá se opor aos elementos 
que constituem a pretensão do autor.
Classifi cação dos Processos
Há diversas classificações dos processos decorrentes do exercício do direito de 
ação, sendo que, neste momento, interessa-nos aquela que considera o tipo de 
provimento jurisdicional invocado.
Segundo essa classificação, temos as seguintes possibilidades:
Processos Segundo o 
Tipo de Provimento 
Jurisdicial Invocado
Processos de
Conhecimento
Processos de
Execução
Declaratórios
Constitutivos
Condenatórios
Figura 3
Processos de conhecimento
Nos processos de conhecimento,o autor deseja obter uma decisão sobre o 
mérito de sua pretensão (um provimento cognitivo), ou seja, quer o reconhecimento 
da jurisdição de que tem razão naquela pretensão que apresenta.
13
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Ela apresenta três possibilidades:
• Processos declaratórios;
• Processos constitutivos; 
• Processos condenatórios.
Nos processos declaratórios, o autor objetiva somente a declaração da 
existência ou da inexistência de uma relação jurídica ou a autenticidade ou falsidade 
de um documento.
A possibilidade de provimentos meramente declaratórios está prevista 
expressamente nos Artigos 19 e 20 do Código de Processo Civil:
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha 
ocorrido a violação do direito.
Vamos supor que “A” alega que “B”, em razão de um contrato, deverá 
efetuar o pagamento de determinado valor ao final do prazo de dois anos. “B”, 
por não reconhecer a existência da dívida, pode imediatamente ingressar com 
uma ação judicial na qual solicitará ao juiz que se restrinja a declarar que essa 
dívida é inexistente.
Nos processos condenatórios, o autor deseja o reconhecimento do direito 
que pleiteia e, além disso, quer que seja aplicada sanção ao réu em razão 
da violação das normas de direito material que regulam a relação jurídica 
existente entre ambos.
É o que ocorre, por exemplo, quando um credor ingressa com uma ação 
solicitando que o juiz reconheça a existência da dívida e a aplicação ao réu das 
sanções indicadas na Lei ou no Contrato (juros, multa etc.).
Por fim, nos processos constitutivos, o autor deseja alcançar um provimento 
jurisdicional que constitua, modifique ou extinga uma relação ou situação jurídica. Os 
efeitos desejados pelo autor devem estar previstos no ordenamento jurídico, embora 
somente com a decisão eles passem a ser exigíveis naquela situação concreta.
É o que ocorre, por exemplo, nas ações de adoção, pois ao final delas é 
constituída uma nova relação jurídica entre o adotante e o adotado, bem como são 
extintas as relações que o adotado tinha com sua família natural.
É importante destacar que, em geral, não existem processos puramente 
declaratórios, constitutivos ou condenatórios. Esta classificação somente destaca o 
que é preponderante no provimento jurisdicional que o autor deseja ao exercer o 
seu direito de ação.
14
15
Processos de execução
Em diversas situações, a atuação jurisdicional pretendida pelo autor, ao exercer 
seu direito de ação, não se resume ao reconhecimento de sua pretensão, sendo 
necessário tornar efetiva a decisão judicial. É nessas situações que se faz necessário 
o Processo de Execução.
No Processo de Execução, busca-se a satisfação do direito do autor que foi 
reconhecido na sentença judicial, particularmente nas situações em que, mesmo 
após a sentença condenatória, há inércia do réu em cumprir os seus termos.
Na vigência do Código de Processo Civil anterior, encerrado o processo de 
conhecimento e não havendo cumprimento voluntário da decisão, o autor precisava 
propor o processo de execução.
Situação diversa ocorre na nova lei processual civil. Agora, firmada a obrigação 
do réu na decisão judicial, já se inicia a execução, sem mais a necessidade de se 
propor um novo processo.
Há, contudo, hipóteses em que a existência do direito do autor já é previamente 
reconhecida pelo ordenamento jurídico, sem que haja necessidade de ele ingressar 
com um processo de conhecimento.
Isso ocorre quando há prévia formação de um título de crédito extrajudicial, 
definido no Artigo 784 do Código de Processo Civil. É o que ocorre, por exemplo, 
no caso de cobrança de um cheque sem fundos. Nesse caso, o juiz passará 
diretamente à execução do valor contido nesse título de crédito:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e 
o cheque;
[...]
Identifi cação da Ação e do Processo
O exercício do direito de ação e o seu corresponde processo judicial são 
identificados por três elementos: as partes, a causa de pedir e o pedido.
Essa identificação apresenta uma série de efeitos práticos, em especial para 
impossibilitar a repetição de ações, o que acarretaria a extinção do processo sem 
julgamento de mérito.
Essa repetição poderá se dar em razão:
• da litispendência: que se caracteriza quando, ao mesmo tempo, há duas ações 
em curso com os mesmos elementos;
15
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
• da coisa julgada: quando há a proposição de uma nova ação judicial quan-
do, anteriormente, outra, com os mesmos elementos, foi encerrada com 
solução de mérito.
Assim:
É tão importante identificar a ação, que a lei exige a clara indicação dos 
elementos identificadores logo na peça inicial de qualquer processo, ou 
seja: na petição inicial cível [...] ou trabalhista (CLT, Art. 840, § 1º) e 
na denúncia ou queixa-crime (CPP, Art. 41). A falta dessas indicações 
acarretará o indeferimento liminar da petição inicial, por inépcia [...]
(CINTRA, GRINOVER & DINAMARCO, 2012, p. 291-2).
Partes
São aquelas pessoas que irão participar da relação processual que se forma 
em razão do exercício do direito de ação. Eles são os titulares da relação jurídica 
controvertida que é apresentada ao Estado-juiz.
O autor é aquele que, diretamente ou por intermédio de um representante, 
apresenta à jurisdição a sua pretensão em face da ocorrência da lide, formulando 
no caso concreto um pedido.
O réu é aquele que figurará no polo oposto da relação processual, ou seja, aquele 
que terá a sua esfera jurídica apreciada em razão da pretensão deduzida pelo autor.
Causa de pedir
Vindo a juízo, o autor irá narrar os fundamentos de fato e de direito que alicerçam 
a sua pretensão. Desta forma, podemos identificar dois importantes elementos:
• Os fundamentos de fato constituem a chamada causa de pedir remota;
• Os fundamentos de direito formam a causa de pedir próxima.
Na causa de pedir remota,o autor apresentará na Petição Inicial (ou 
na Denúncia ou Queixa Crime, nas ações penais) a narrativa dos fatos que 
acarretaram o nascimento do litígio. Por exemplo, ele narra que efetuou a 
compra de um sanduíche na lanchonete de propriedade do réu, sendo que, 
após a ingestão, teve grave problema de saúde, pois o produto estava estragado 
e, portanto, era impróprio para o consumo, tendo um gasto com médicos e 
remédios no valor de R$ 2.000,00.
Na causa de pedir próxima,o autor indicará os elementos jurídicos que 
fundamentam a sua pretensão. 
No exemplo acima, ele indicará a existência de uma relação de consumo, que 
sua pretensão encontra respaldo no Código de Defesa do Consumidor e que essa 
legislação estabelece que o fornecedor é responsável pela reparação dos danos 
causados ao consumidor.
16
17
Pedido
É o elemento sobre o qual incidirá a decisão jurisdicional, ou seja, deveo autor 
especificar o objeto de sua pretensão em dois planos:
• No aspecto genérico, deverá especificar o tipo de provimento jurisdicional 
que solicita, ou seja: de condenação, declaração ou constituição, ou ainda, de 
e xecução. É o chamado pedido imediato;
• No aspecto específico, o autor deverá indicar o bem jurídico pretendido, o 
pedido mediato, ou seja, a providência jurisdicional que concretamente quer 
receber em decorrência do pedido imediato.
Ainda no exemplo acima, o autor deve pedir a condenação do réu (pedido 
imediato) para que ele efetue o pagamento de R$ 2.000,00, em razão dos prejuízos 
causados (pedido mediato).
Processo
Não se pode confundir o processo com o procedimento e os autos.
O processo é o instrumento de atuação da função jurisdicional com o objetivo 
de resolver os litígios que lhe são apresentados. É no processo que se forma a 
relação jurídica que liga as partes ao Estado-Juiz.
O processo se materializa por uma série de atos das partes e do juiz, especialmente, 
que busca atingir uma solução final do litígio. A esse aspecto formal e exteriorizado 
do processo damos o nome de procedimento.
Já os autos são a coleção de documentos, organizados e em volumes, que 
formam os registros escritos do procedimento.
Fases procedimentais
O desenvolvimento da relação processual, em razão da diversidade da 
natureza dos litígios (penais, civis, trabalhistas, tributários etc.), apresenta diversas 
particularidades. Contudo, podemos identificar três fases distintas: a postulatória, 
a probatória e a decisória.
Fase postulatória
Nesta fase, o autor irá apresentar à jurisdição a Petição Inicial, ou seja, a peça 
inicial do processo, na qual irá descrever ao juiz os fundamentos de fáticos e jurídicos 
de sua pretensão.
17
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Em sua formulação, devem estar presentes todos os elementos que identificam 
a relação processual que o autor pretende estabelecer, ou seja, a descrição das 
partes em litígio, a exposição do que consiste a causa de pedir (próxima e remota) 
e o pedido (mediato e imediato).
O Código de Processo Civil estipula, no Artigo 319, quais são os elementos que 
devem estar presentes na petição inicial:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, 
a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio 
e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação 
ou de mediação.
[...]
No Direito Processual Penal, a inicial acusatória tem o nome de denúncia (nos 
crimes de Ação Pública) ou Queixa Crime (nos crimes de Ação Penal Privada), 
sendo seus requisitos apresentados no Artigo 41 do Código de Processo Penal:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos 
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas.
Presentes os requisitos da Petição Inicial (da Denúncia ou da Queixa Crime), o 
juiz determina a citação do réu.
A citação é um importante ato processual, que busca duas finalidades:
• Cientificar o réu de que contra ele foi proposta uma ação judicial. Essa ciência 
é imprescindível para que seja respeitado o princípio do contraditório, pois 
somente poderá ocorrer o seu exercício se o réu souber os elementos básicos 
que constituem a acusação. Para tanto, em regra, junto à Ordem Judicial De 
Citação (Mandado de Citação) é anexada uma cópia da Petição Inicial (da 
Denúncia ou da Queixa Crime);
• Chamá-lo ao processo, para que venha se defender.
18
19
O Código de Processo Civil apresenta uma definição de citação em seu Artigo 
238, no qual é destacada a segunda finalidade acima mencionada.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou 
o interessado para integrar a relação processual.
Esse chamamento do réu ao processo faz com que ele possa exercer a sua 
defesa, sendo que, nessa fase procedimental, ele o fará apresentando sua resposta 
por meio de uma peça denominada Contestação.
Já a contestação é a contraposição da Petição Inicial. Nela, o réu, refutando 
os elementos apresentados pelo autor, requererá a improcedência do pedido 
por ele formulado.
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido 
do autor e especificando as provas que pretende produzir.
No Código de Processo Penal, a resposta do réu é chamada de defesa prévia 
(ou defesa preliminar).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar 
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário.
Fase probatória
Na fase probatória, as partes irão produzir as provas que alicerçam suas alegações.
No Direito Processual, são objeto de prova somente fatos que constituem o 
direito do autor e do réu, sendo que, em regra, o direito não precisa ser provado, 
salvo quando se tratar de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário:
Código de Processo Civil
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Em grande parte, essas provas são produzidas em audiência, na qual se propicia 
à parte contrária o exercício do contraditório.
Fase decisória
Na terceira e última fase, ocorrerá a decisão do processo em primeiro grau, com 
a sentença prolatada pelo juiz.
19
UNIDADE A Ação, a Exceção e o Processo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Em nossa Disciplina, utilizaremos com muita frequência a Constituição Federal, o Código 
de Processo Civil e o Código de Processo Penal.
Essas importantes normas estão disponíveis nos links a seguir:
 Sites
Constituição Federal
http://goo.gl/lM0x
Código de Processo Penal
http://goo.gl/YQWRv
Código de Processo Civil
http://goo.gl/6b0EbE
Lei dos Juizados Cíveis e Criminais
http://goo.gl/fszPj
Lei n.º 9.307/96, que trata da Arbitragem
http://goo.gl/u7Mrt
Lei n.º 13.140/15, que trata da Mediação
http://goo.gl/UQ5kMd
20
21
Referências
CINTRA, A.; GRINOVER, A.; DINAMARCO, C. (2012). Teoria Geral do 
Processo. 28.ed. São Paulo: Malheiros.
GONÇALVES, M. (2016). Direito Processual Civil esquematizado. 7.ed. São 
Paulo: Saraiva.
MONTENEGRO FILHO, M. Curso de Direito Processual Civil: teoria geral do 
processo e processo de conhecimento. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2015. v 1.
THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil. 56. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2015. v. 1.
21

Outros materiais