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AULA 01 – Educação Especial Cultura das diferenças Nesta aula, definiremos o campo da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva entendo-o como uma modalidade de ensino que não substitui a educação comum e que tem como objetivo oferecer serviços e recursos, de forma complementar ao ensino regular, atendendo às necessidades de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Discutiremos o processo de construção da visão social sobre a deficiência e sobre a pessoa com uma deficiência procurando destacar os novos paradigmas que orientam a perspectiva da educação inclusiva no contexto brasileiro contemporâneo. A discussão sobre inclusão/exclusão social está presente no cenário atual brasileiro e vem mobilizando um amplo debate sobre os mecanismos socioculturais que viabilizam, dificultam ou impedem o acesso permanente aos direitos políticos, civis e sociais a todas as pessoas que compõem a sociedade. Dentro de um determinado contexto social, observamos que existem diferentes formas e mecanismos de organização da sociedade que terminam por exercer influência restritiva de acesso a papéis sociais e o exercício pleno da cidadania. Pessoas que trazem alguma característica que as distingue das demais, seja por diferenças em relação a credo, gênero, raça, condição física, etc., muitas vezes são estigmatizadas e excluídas do convívio social. Na vida cotidiana, enfrentam preconceitos em relação às suas capacidades e potencialidades, que são evidenciados, muitas vezes, pelas atitudes desfavoráveis e negativas a elas dirigidas, antes mesmo de um conhecimento prévio da situação ou de qualquer inter-relacionamento mais pessoal. O tema da inclusão/exclusão está presente no cenário contemporâneo e é empregado, indistintamente, nas diferentes áreas do conhecimento. Como afirma Sawaia (2001, p.7), a exclusão é um termo ambíguo que revela a complexidade e as contradições do processo de exclusão social e sua transmutação em inclusão social, ou seja, é um... “...conceito que permite usos retóricos de diferentes qualidades, desde a concepção de desigualdade como resultante de deficiência ou inadaptação individual, falta de qualquer coisa, um sinônimo do sufixo sem (less), até a de injustiça e exploração social”. No Brasil, convivemos com altos índices de desigualdade social, em decorrência da má distribuição de renda e do cenário instável das políticas econômicas e sociais, o que resulta na existência de um grande número de pessoas que não têm acesso e não usufruem dos bens e serviços historicamente acumulados. Os efeitos da exclusão são, algumas vezes, irrecuperáveis e causam danos ao sujeito e ao grupo social. Veja a seguir as consequências dos danos nos seguintes aspectos: PSICOLÓGICOS: Em termos psicológicos, o sujeito que vive à margem do convívio social, sofre danos em relação à sua autoestima e pode vir a estruturar sua autoimagem de forma negativa, desenvolvendo um tipo de comportamento desviante, apático, acomodado ou agressivo como forma de resistência ou de defesa. ECONÔMICOS: Do ponto de vista econômico, a pessoa que não é absorvida pelo sistema de produção capitalista, por diferentes razões, é percebida como improdutiva. Muitas vezes, não consegue sair da condição de dependência e de pobreza e não encontra oportunidade de reverter essa situação por não atender às exigências ditadas por uma ideologia de mercado altamente competitiva e preconceituosa. POLÍTICOS: Sob o aspecto político, a exclusão determina a limitação da possibilidade de ações participativas na vida do país e do exercício da cidadania para o grupo de excluídos, que tende a permanecer em uma posição subalterna e de fácil manipulação em relação ao grupo que detém o poder. CULTURAIS: No contexto educacional/cultural, observamos que este movimento de inclusão/exclusão do aluno em relação à escola também acontece por diferentes fatores. A problematização deste fenômeno exige uma ampliação do foco de análise, uma vez que, atinge não só o grupo de alunos com necessidades especiais de aprendizagem em decorrência de algum tipo de deficiência, mas também envolve a educação de alunos da zona rural, das crianças de rua, dos indígenas, analfabetos e de todos aqueles que, por alguma razão, se distinguem da norma e são diretamente afetados pelos mecanismos de inclusão/exclusão educacional. Segundo Skliar (2001, p.15), entre estes diferentes grupos sociais “existe uma especificidade que os diferencia, mas também há um fator comum que os faz semelhantes: trata-se daqueles grupos que, com certa displicência, são classificados como minorias; minorias que, na verdade, sofrem exclusões parecidas desde o processo educativo”. Pretendemos nos aproximar do tema mais específico que aborda o movimento de inclusão no contexto escolar, sem com isso desconsiderar as ambiguidades e contradições que permeiam as análises desenvolvidas sobre as desigualdades e injustiças sociais e que terminam por dificultar ou impedir o processo de inclusão social, devido a fatores econômicos e sociais. Em nosso estudo, procuramos focalizar o debate atual sobre o campo da educação especial no Brasil, tomando por base que este campo de investigação faz parte do contexto educacional geral. A proposta inclusiva de educação visa garantir a educação para todos e vem norteando as discussões atuais no cenário social brasileiro. O convívio de alunos com necessidades especiais de aprendizagem de forma integrada com os demais alunos, frequentando a mesma escola, participando de atividades comuns, interagindo e compartilhando o espaço comum da sala durante todo o tempo de aula é assegurado por lei e indicado como a forma mais adequada de desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Diferentes documentos e propostas foram elaborados, ao longo dos últimos anos, com o objetivo de promover o debate e a consolidação de ações que garantam o ingresso e a permanência de todos os alunos, incondicionalmente, na escola regular. No sistema educacional orientado pelo modelo inclusivo, todas as crianças devem estar matriculadas em escolas regulares e frequentando classes comuns. A proposta inclusiva pressupõe, assim, uma revisão nos paradigmas que orientam a sociedade como um todo, de modo a permitir uma consolidação efetiva do projeto de construção de uma escola onde a diferença e a diversidade humana sejam valorizadas e respeitadas. Desta forma, convivendo num grupo heterogêneo, todos os alunos terão oportunidade de desenvolver um maior respeito à diferença, o espírito de cooperação e de solidariedade humana. ATIVIDADE: RESPOSTA: 1a Questão Sobre os efeitos da exclusão, analise as proposições abaixo: I - O sujeito que vive à margem do convívio social, sofre danos em relação à sua autoestima. II - A pessoa pode estruturar sua autoimagem de forma negativa, desenvolvendo um tipo de comportamento desviante, apático, acomodado ou agressivo como forma de resistência ou de defesa. III - Comportamento apático e danos em relação à autoestima podem ser resultantes dos efeitos psicológicos provocado pela exclusão. Considerando as assertivas acima, podemos afirmar que: Somente as alternativas I e III estão corretas. Somente a alternativa I está correta. Todas as alternativas estão erradas. Somente as alternativas I e II estão corretas. Todas as alternativas estão corretas. 2a Questão A prática da reflexão, do diálogo e de trocas de experiências, com diferentes pontos de vista, crenças e interpretações teóricas, tem suscitado polêmica quanto aos objetivos da educação especial, sua função e formas de atuação em nosso país. Podemos afirmar que a proposta inclusiva de educação no Brasil visa garantir a educação para todos e vem norteando as discussões atuais no cenário social brasileiro. clama pela construção de leis que envolvam o campo da educação inclusiva, pois a pessoa com deficiência não possui umaamparo legal que garanta sua permanência na escola regular. é excludente, dependerá somente dos objetivos propostos pelo gestor educacional de cada município. ainda permanece segregadora, não permitindo legalmente, a permanência do aluno com deficiência na escola regular. está se consolidando de maneira pacífica, sem necessidade de embates políticos, e lutas de representantes de grupos dos excluídos. 3a Questão Na escola em que João é aluno, existe um laboratório de informática, que é utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. João foi impedido de usar o laboratório devido a sua deficiência intelectual (síndrome de down). O professor de ciência acredita que João não irá conseguir construir conhecimento participando da atividade, e ainda corre risco de se ferir com a manipulação dos potes de vidros e produtos químicos. Segundo o paradigma que orienta a perspectiva da construção de uma escola inclusiva no contexto brasileiro contemporâneo, a atitude do professor pode ser considerada correta, pois havia perigo na realização da atividade, já que o aluno possui síndrome de down. errada, pois o professor deveria chamar a mãe do aluno para acompanhar a atividade. errada, pois se a atividade oferece segurança para os alunos sem deficiência, precisa oferecer segurança também para o aluno com síndrome de down. correta, pois o aluno está apenas integrado a escola, não tendo obrigatoriedade de participar de todas as propostas educacionais. errada, pois o professor deveria deixar João sentado em um banco, observando a atividade. 4a Questão Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória em todos os níveis e modalidades de ensino. De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida Política, avalie as afirmações a seguir. I. A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis. II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares. III. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções que prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento educacional especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na mesma escola. É correto apenas o que se afirma em I, II, e III. II e IV. I e III. I e IV. II, III e IV 5a Questão A proposta inclusiva de educação visa garantir a educação para todos, é sinônimo de universalização da educação e vem norteando práticas pedagógicas atuais no cenário social brasileiro. Assinale a única alternativa de escola que NÂO adota o princípio de inclusão social. Escola onde o professor beneficia-se da diversidade, para criar uma aula mais flexível, mais aberta a novos processos, mais facilmente ajustável a mudanças e mais criativa. Escola que realiza um sistema avaliativo baseado somente na promoção automática, dando oportunidades iguais para todos os alunos. Escola que assume o compromisso com a transformação social, cultural e pedagógica. Escola que valoriza as diferenças e o respeito à diversidade trazendo consequências positivas para todos os alunos. Escola que incorpora em seu projeto político-pedagógico o potencial, a criatividade e a cultura de cada aluno. 6a Questão O campo da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, pode atualmente ser definido como: um espaço pedagógico para atender alunos com deficiência física, intelectual, auditiva e visual. um projeto pedagógico para atender alunos com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. um projeto integrando educação e saúde, atendendo no campo da saúde e educação, pessoas com deficiência. uma modalidade de ensino que não substitui a educação comum e que tem como objetivo oferecer serviços e recursos, de forma complementar ao ensino regular. um projeto de lei, que obriga toda pessoa com deficiência a ingressar na escola regular no primeiro ano do ciclo de alfabetização. 7a Questão A Educação Especial, na perspectiva da educação inclusiva, é uma modalidade do ensino que: Exige a segregação do aluno com deficiência, que deve ser matriculado em Escolas Especiais, com salas de recursos multifuncionais. Não substitui a educação comum, tem como objetivo oferecer serviços e recursos, de forma complementar ao ensino regular. Possui como orientação um modelo inclusivo, onde toda criança com deficiência deverá ser matriculada em escolas especiais. Tem uma proposta de integração, visando garantir a educação para os que possuem aptidões e habilidades inatas, com coeficiente de inteligência acima de 110. Enfatiza a necessidade de matricular o aluno portador de deficiência em classes especiais, de acordo com sua deficiência. 8a Questão A história da Educação Especial revela diferentes concepções de educação em relação ao trabalho de escolarização do aluno com deficiência. Assinale a única opção que fundamenta o trabalho numa escola inclusiva: Visa ao desenvolvimento de respostas educativas que atinjam a todos os alunos. É concebida como uma instituição educacional à parte do sistema geral. Assume o compromisso com o sucesso na aprendizagem com parte dos alunos que não apresentam deficiência. Exige a adaptação do aluno às regras disciplinares e às suas formas de ensino. Organiza o trabalho em classes especiais para alunos com deficiência.
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