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CS PROTEÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

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2018.2 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 1 
 
PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 3 
DIREITO INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ...................................................... 4 
1. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PROTOCOLO 
FACULTATIVO ............................................................................................................................... 4 
 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................ 4 
 INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO .................................. 4 
 MUDANÇA DE PARADIGMA ........................................................................................... 4 
1.3.1. Modelo médico .......................................................................................................... 5 
1.3.2. Modelo Social ............................................................................................................ 5 
1.3.3. Para fixar ................................................................................................................... 5 
2. CONVENÇÃO DE MARRAQUEXE .......................................................................................... 5 
 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................ 6 
 INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO BRASILEIRO ................................................... 6 
 OBJETIVO ........................................................................................................................ 6 
3. PARA FIXAR ........................................................................................................................... 6 
A CONSTITUIÇÃO E OS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ........................................ 8 
1. TÍTULO VII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO 
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO ................................................................................... 8 
2. TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS ........................................... 9 
3. TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL ................... 9 
4. TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO 
DESPORTO .................................................................................................................................... 9 
5. DIREITOS SOCIAIS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................. 10 
6. PRECATÓRIOS ..................................................................................................................... 10 
NORMATIVA INFRACONSTITUCIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ...... 11 
1. LEI 7.853/89 E DECRETO 3.298/99 ...................................................................................... 11 
 TUTELA COLETIVA ....................................................................................................... 11 
 TUTELA PENAL ............................................................................................................. 11 
 RESERVA DE VAGA EM CONCURSO PÚBLICO ......................................................... 12 
1.3.1. Previsão legal .......................................................................................................... 12 
1.3.2. Concursos Federais ................................................................................................. 13 
1.3.3. Concursos Estaduais, Distritais e Municipais ........................................................... 13 
1.3.4. Arredondamento de vagas ....................................................................................... 13 
2. LEI 10.048/2000 .................................................................................................................... 13 
 BENEFICIÁRIOS ............................................................................................................ 13 
 OBRIGADOS .................................................................................................................. 14 
 REGRAS ESPECIAIS ..................................................................................................... 14 
3. LEI 11.126/2005 .................................................................................................................... 14 
4. LEI 12.587/2005 .................................................................................................................... 14 
5. LEI 13.146/2015 .................................................................................................................... 15 
ALTERAÇÕES GERADAS PELO EPCD: CAPACIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIENCIA ... 17 
1. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES .......................................................................................... 17 
2. RELATIVAMENTE INCAPAZES ............................................................................................ 17 
3. TOMADA DE DECISÃO APOIADA ........................................................................................ 18 
 CONCEITO ..................................................................................................................... 18 
 PEDIDO JUDICIAL ......................................................................................................... 18 
 LEGITIMIDADE .............................................................................................................. 18 
 PROCEDIMENTO E REGRAS ....................................................................................... 18 
4. CURATELA E INTERDIÇÃO ................................................................................................. 19 
5. CAPACIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ............................................................. 20 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 2 
 
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ............................................................................. 22 
1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ........................................................................................... 22 
 PÚBLICAÇÃO................................................................................................................. 22 
 VIGÊNCIA ...................................................................................................................... 22 
 REGÊNCIA ..................................................................................................................... 22 
 OBJETIVO ...................................................................................................................... 22 
2. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO ............................................. 22 
3. PRIORIDADE DE ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ............................. 23 
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................. 24 
 DIREITO À VIDA ............................................................................................................ 24 
 DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO ............................................................ 25 
 DIREITO À SAÚDE ........................................................................................................ 25 
 DIREITO À EDUCAÇÃO ................................................................................................. 27 
 DIREITO À MORADIA .................................................................................................... 30 
 DIREITO AO TRABALHO ...............................................................................................31 
 DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................... 32 
 DIREITO À CULTURA, AO TRANSPORTE, AO TURISMO E AO LAZER ...................... 32 
 DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE ............................................................ 33 
5. ACESSIBILIDADE ................................................................................................................. 34 
 CONCEITO ..................................................................................................................... 34 
 OBRIGADOS .................................................................................................................. 34 
 DESENHO UNIVERSAL ................................................................................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 3 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno Sistematizado sobre Estatuto da Pessoa com Deficiência possui como base as 
aulas do professor Paulo Lépore, para complementar utilizamos o livro Estatuto da Pessoa com 
Deficiência (Cristiano Chaves de Farias, Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto), ano 
2017, da Editora Juspodivm. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 4 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
1. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PROTOCOLO 
FACULTATIVO 
É o documento mais importante de proteção aos direitos das pessoas com deficiência, foi 
assinado no ano de 2007, em Nova York, junto com o seu protocolo facultativo. 
 CARACTERÍSTICAS 
• Criada no âmbito da Organização das Nações Unidas; 
• Tratado internacional de direitos humanos, eis que protege um grupo especial (pessoas 
com deficiência); 
• Tratado vinculante, tendo em vista que os Estados têm a possibilidade de se obrigar 
internacionalmente, podendo sofrer sanções caso não cumpra suas disposições. 
• Norma cogente. 
 INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 
O Brasil aderiu à Convenção Internacional sobre as Pessoas com Deficiências, aprovando-
o por meio do Decreto Legislativo 196/2008, seguindo o disposto no art. 5º, §3º da CF. Ainda em 
2008, fez o depósito do instrumento de ratificação. 
Em 2009, houve a expedição do Decreto 6.949/2009 para o cumprimento interno da 
Convenção. 
Ressalta-se que a Convenção foi o primeiro tratado internacional a ser incorporado ao 
ordenamento jurídico brasileiro com status de norma constitucional, seguindo a regra do art. 5º, §3º 
da CF, in verbis: 
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
 
Importante salientar que o Brasil está na vanguarda da proteção das pessoas com 
deficiência, nossa legislação interna incorporou os preceitos do Direito Internacional. 
 MUDANÇA DE PARADIGMA 
A Convenção operou uma verdadeira mudança de paradigma, tendo em vista que saiu de 
um modelo médico para um modelo social. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 5 
 
A seguir, faremos uma breve observação acerca dos dois modelos. 
1.3.1. Modelo médico 
As pessoas com deficiência eram consideradas a partir de um critério médico, ou seja, eram 
consideras, exclusivamente, por conta de suas limitações (físicas, psíquicas, sensoriais). Eram 
consideradas pessoas portadoras de deficiência em razão de sua limitação, por isso eram 
consideradas incapazes. 
O portador de deficiência (como eram chamados no modelo médico) deveria se enquadrar 
à sociedade e ao meio social. 
1.3.2. Modelo Social 
Também chamado de modelo de direitos humanos, de dignidade da pessoa humana. 
A convenção adotou o modelo social, o qual toma a pessoa com deficiência a partir da 
sujeição aos direitos humanos, pessoas que devem ser sua dignidade respeitada. Passam a ser 
consideradas pessoas capazes. 
Aqui, é a sociedade e o meio social que precisam se enquadrar à pessoa com deficiência. 
Atualmente, a aferição da deficiência, em determinados casos, é feita através de uma 
avaliação biopsicossocial, levando-se em consideração os aspectos sociais, o modo como a pessoa 
interage com o meio social. 
1.3.3. Para fixar 
 
Obs.: Importante fixar que não se estabelecer uma presunção de que a pessoa é deficiente em 
razão de uma limitação física, psíquica. A deficiência é determinada através de uma conjugação 
das limitações com o modo que a pessoa irá interagir com o meio social. 
2. CONVENÇÃO DE MARRAQUEXE 
A Convenção de Marraquexe foi firmada no âmbito da Organização Mundial de Propriedade 
Intelectual (OMPI), no ano de 2013. 
Incapazes
A deficiência 
está na pessoa
MODELO 
MÉDICO
Capazes
A deficência está 
na interação da 
pessoa com o 
meio social
MODELO 
SOCIAL
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 6 
 
 CARACTERÍSTICAS 
• Tratado internacional de direitos humanos; 
• Caráter vinculante; 
• Norma cogente; 
• Em 2016, passou a viger internacionalmente. 
 INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO BRASILEIRO 
Assim como a Convenção Internacional sobre a Pessoa com Deficiência, foi incorporada ao 
ordenamento jurídico brasileiro com status de norma constitucional, seguindo a previsão do art. 5º, 
§3º da CF, através do Decreto Legislativo 261/2015. 
Em 2015, o Brasil fez o depósito do instrumento de ratificação. 
 OBJETIVO 
A Convenção de Marraquexe visa estabelecer, na legislação nacional, normas que facilitem 
a disponibilidade de obras em formatos acessíveis para pessoas (art. 2º): 
• Cegas; 
• Com deficiência visual ou qualquer outra deficiência perceptiva ou de leitura; 
• Que estejam impossibilitadas, de qualquer outra maneira, devido a uma deficiência 
física, de sustentar ou manipular um livro ou focar ou mover os olhos de forma que 
normalmente seria apropriado para a leitura. 
Em suma, visa fomentar que as leis nacionais criem exceções sobre direitos autorais, a fim 
de permitir a disponibilidade de obras em formatos mais amigáveis. 
3. PARA FIXAR 
Observe a questão da FCC, cobrada na prova da DefensoriaPública do PR, em 2017: 
De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a hierarquia dos 
tratados internacionais de direitos humanos, consideram-se como tratados de hierarquia 
constitucional: 
I. Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e 
Juventude − Regras de Beijing. 
II. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo 
Protocolo Facultativo − Convenção de Nova Iorque. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 7 
 
III. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de San José da Costa Rica. 
IV. Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, 
com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso 
Está correto o que se afirma em: 
 a) I, II, III e IV. 
 b) II e III, apenas. 
 c) II e IV, apenas. 
 d) I e II, apenas. 
 e) III e IV, apenas. 
Gabarito: letra C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 8 
 
A CONSTITUIÇÃO E OS DIREITOS DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA 
1. TÍTULO VII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO 
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO 
CF - Art. 227, § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral 
à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de 
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo 
aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, 
de 2010) 
(...) 
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as 
pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de 
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, 
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do 
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos 
arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela 
Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
 
O inciso II garante a integração social do adolescente e do jovem com deficiência física, 
mental ou sensorial, por meio de programas de prevenção e atendimento especializado. 
Destaca-se que o inciso II está alocado junto com os dispositivos da ordem social que 
versam sobre a proteção à família, à criança, ao adolescente, ao jovem e ao idoso. Não há, nos 
capítulos da ordem social, a identificação às pessoas com deficiência, mas sim um dispositivo que 
faz referência, adotando o modelo médico, tendo em vista que usa a expressão “portadoras de 
deficiência”. 
A deficiência não é algo que se pode abandonar quando e no local que quiser, por isso não 
é correto utilizar a expressão “portador”. À época em que foi escrita, a intenção da CF foi afastar as 
expressões “débil mental”, “mongoloide”, “retardado”. 
No paradigma atual, a deficiência é uma limitação que deve se relacionar com meio social. 
Segundo o Prof., é da intersecção da limitação com o meio social que se estrai a ideia da deficiência. 
Ressalta-se que o parágrafo segundo do art. 227 da CF prevê que a lei deverá dispor sobre 
meios de acessibilidade adequados às pessoas com deficiência, nas ruas, nos edifícios públicos e 
no transporte coletivo, observe o dispositivo constitucional: 
CF – Art. 227, § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros 
e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte 
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de 
deficiência. 
 
Obs.: Apesar de o §2º estar alocado no capítulo VII, refere-se a todas as pessoas com deficiência 
e não, apenas, à criança, ao adolescente, ao jovem e ao idoso. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 9 
 
Este dispositivo vai ao encontro do modelo social, em que a sociedade e o meio social devem 
se adequar às pessoas com deficiência. 
2. TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS 
CF - Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios 
de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a 
fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, 
conforme o disposto no art. 227, § 2º. 
 
Observe que o constituinte repetiu a norma do art. 227, §2º da CF nas disposições 
constitucionais gerais, o que confirma o entendimento que a acessibilidade deve ser garantida a 
todas as pessoas com deficiência. 
Por fim, embora a CF não possua um capítulo sobre as pessoas com deficiência, como a 
Convenção Internacional foi incorporada com status de norma constitucional, é possível afirmar que 
seus dispositivos formam um grande capítulo sobre o tema. 
3. TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
(...) 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a 
lei. 
 
Um dos objetivos da assistência social é a habilitação e reabilitação das pessoas com 
deficiência e sua integração à sociedade, garantindo-lhes um salário mínimo quando comprovem 
que não possuem meios para promover sua subsistência. 
4. TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL: CAPÍTULO III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO 
DESPORTO 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de: 
(...) 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
 
Este dispositivo foi reproduzido no ECA, a ideia é integrar a pessoa com deficiência. Por 
isso, preferencialmente, deve ser matriculada em uma escola da rede regular de ensino. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 10 
 
5. DIREITOS SOCIAIS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Art. 7º, XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
 
Art. 37, VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para 
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
 
Garantias no emprego e em concursos públicos. 
Analisaremos de forma detalhada em outro tópico. 
6. PRECATÓRIOS 
Art. 100, § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou 
por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam 
portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência (nomenclatura do 
modelo social), assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência 
sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei 
para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para 
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de 
apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 94, de 2016) 
 
Precatórios são requisições feitas pelo Poder Judiciário quando se tem uma sentença 
definitiva, a fim de que a administração direita e indireta pague as suas divididas. A CF possui 
regramento sobre o regime de precatórios, garantindo que os débitos de natureza alimentícia, de 
pessoas com deficiência devem ser pagos com preferencia sobre os demais débitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOACOM DEFICIÊNCIA 2018.2 11 
 
NORMATIVA INFRACONSTITUCIONAL DOS DIREITOS DA 
PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
1. LEI 7.853/89 E DECRETO 3.298/99 
A Lei dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência. 
É uma lei de grande relevância. Antes do EPCD, era a principal lei sobre pessoas com 
deficiência. Ressalta-se que o EPCD não revogou a Lei 7.853/89 nem o seu Decreto 3.298/99, 
tendo alterado alguns dos seus dispositivos. 
 TUTELA COLETIVA 
O art. 3º da Lei 7.853/89, com redação dada pela Lei 13.146/2015, trouxe a previsão da 
tutela coletiva para proteção dos direitos da pessoa com deficiência, vejamos: 
Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coletivos, 
difusos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa com 
deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria 
Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, 
por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por 
autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia 
mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos 
interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência. (Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 TUTELA PENAL 
Igualmente, a Lei 13.146/2015 alterou o dispositivo que tratava sobre a tutela penal, observe: 
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e 
multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou 
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer 
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência; (Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer 
cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; (Redação dada pela 
Lei nº 13.146, de 2015) 
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de 
sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência 
médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência; (Redação dada 
pela Lei nº 13.146, de 2015) 
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial 
expedida na ação civil a que alude esta Lei; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 12 
 
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura 
da ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados. (Redação dada 
pela Lei nº 13.146, de 2015) 
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 
13.146, de 2015) 
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferimento 
de inscrição, de aprovação e de cumprimento de estágio probatório em 
concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do 
administrador público pelos danos causados. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 
2015) 
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de 
pessoa com deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive 
com cobrança de valores diferenciados. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência, a 
pena é agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 RESERVA DE VAGA EM CONCURSO PÚBLICO 
1.3.1. Previsão legal 
• NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
A CF determina que a Lei irá definir o percentual de vagas destinadas às pessoas com 
deficiência, nos termos do art. 37, VIII: 
CF - Art. 37, VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos 
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua 
admissão; 
 
• NO DECRETO 3.298/99 
O Decreto 3.298/1999, regulamentando a Lei 7.853/89, dispõe sobre a reserva de vagas de 
no mínimo 5% às pessoas com deficiência, observe: 
Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se 
inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais 
candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis 
com a deficiência de que é portador. 
§ 1º O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade 
de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o 
percentual de cinco por cento em face da classificação obtida. 
§ 2º Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte 
em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro 
subsequente. 
 
• NA LEI 8.112/90 
A Lei 8.112/90 reserva, até 20% das vagas, em concurso público federal às pessoas com 
deficiência. 
Art. 5º, § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de 
se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 13 
 
sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais 
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no 
concurso. 
1.3.2. Concursos Federais 
• Número mínimo: 5% (Decreto 3.298/99) 
• Número máximo: 20% (Lei 8.112/90) 
1.3.3. Concursos Estaduais, Distritais e Municipais 
• Número mínimo: 5% (Decreto 3.298/99) 
• Número máximo: legislação estadual/distrital/municipal ou 20% (Lei 8.112/90) 
Cada ente da Federação possui competência para estabelecer o limite máximo das vagas 
destinadas às pessoas com deficiência. 
Caso não haja lei tratando do assunto, o STJ entende que se aplica a Lei 8.112/90 
1.3.4. Arredondamento de vagas 
Imagine um concurso com cinco vagas seguindo os parâmetros legais teríamos: 
• Percentual mínimo de 5% = 0,25 vaga. 
Perceba que apenas com 20 vagas seria possível reservar uma vaga para pessoa com 
deficiência. Contudo, de acordo com o Decreto 3.298/99 deve-se arredondar para o próximo número 
inteiro. 
Porém, em concurso com uma vaga, aplicando-se o parâmetro legal, esta seria destinada a 
pessoa com deficiência. Perceba que, aqui, a pessoa com deficiência estaria em uma posição de 
vantagem com as demais pessoas, haveria clara desigualdade. 
Diante disso, o STF passou a aplicar o percentual mínimo e máximo ao mesmo tempo. Assim, 
com o arredondamento nunca pode ultrapassar o limite máximo de 20%. 
Por fim, para a reserva de vagas o concurso deve ter no mínimo 5 vagas. 
2. LEI 10.048/2000 
Confere prioridade de atendimento. 
Utiliza a nomenclatura do modelo social, qual seja: pessoa com deficiência. 
 BENEFICIÁRIOS 
Estão previstos no art. 1º, vejamos: 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 14 
 
Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 
60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de 
colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. 
 OBRIGADOS 
O art. 2º consagra os obrigados a respeitar a prioridade de atendimento, ressalta-se que as 
entidades privadas estão incluídas, observe: 
Art. 2º As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços 
públicos estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de 
serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciado e 
atendimento imediato às pessoas a que se refere o art. 1o. 
Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições financeiras, a 
prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art. 1o. 
 REGRAS ESPECIAIS 
Previstas nos arts. 3º, 4º e 5º, trata das empresas públicas, do transportecoletivo e dos 
licenciamentos para edificações. 
Art. 3o As empresas públicas de transporte e as concessionárias de 
transporte coletivo reservarão assentos, devidamente identificados, aos 
idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas 
acompanhadas por crianças de colo. 
Art. 4o Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso 
público, terão normas de construção, para efeito de licenciamento da 
respectiva edificação, baixadas pela autoridade competente, destinadas a 
facilitar o acesso e uso desses locais pelas pessoas portadoras de 
deficiência. 
Art. 5o Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos após doze 
meses da publicação desta Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso 
a seu interior das pessoas portadoras de deficiência. 
3. LEI 11.126/2005 
Dispõe sobre o direito de o portador de deficiência visual ingressar e permanecer em 
ambientes de uso coletivo acompanhado com cão-guia. 
Igualmente, consagra o modelo social, eis que utiliza a expressão “pessoa com deficiência”. 
Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-
guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios 
de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e 
privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por 
esta Lei. 
4. LEI 12.587/2005 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 15 
 
Institui a política de mobilidade urbana. 
A Lei 13.146/2015 incluiu o art. 12-B, garantindo a reserva de vaga para condutores 
portadores de deficiência, visando a inclusão no mercado de trabalho. 
Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão 10% 
(dez por cento) das vagas para condutores com deficiência. (Incluído pela Lei 
nº 13.146, de 2015) 
§ 1o Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo, o 
condutor com deficiência deverá observar os seguintes requisitos quanto ao 
veículo utilizado: (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e (Incluído pela Lei nº 13.146, 
de 2015) 
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação 
vigente. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
§ 2o No caso de não preenchimento das vagas na forma estabelecida 
no caput deste artigo, as remanescentes devem ser disponibilizadas para os 
demais concorrentes. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
5. LEI 13.146/2015 
Também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (EPDC), visa a inclusão da 
pessoa com deficiência. 
Considera pessoa com deficiência aquela que: 
• Possui impedimento de longo prazo 
Obs.: o impedimento deve obstruir a participação plena e efetiva em igualdade de 
condições. 
• Podendo ser de natureza física, mental, intelectual ou sensorial 
• Com interação com um ou outra barreira 
• Pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas. 
Obs.: Modelo social. 
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
 
A avaliação, quando necessária, será biopsicossocial e não apenas médica, nos termos do 
art. 2º, §1º do EPCD. 
§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, 
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 16 
 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e 
IV - a restrição de participação. 
§ 2o O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 17 
 
ALTERAÇÕES GERADAS PELO EPCD: CAPACIDADE DAS 
PESSOAS COM DEFICIENCIA 
 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência provocou severas alterações no Código Civil, no que 
tange à sistemática das incapacidades. 
1. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES 
Os absolutamente incapazes são as pessoas que não possuem capacidade de fato, 
devendo ser representadas. 
Após o advento do EPCD, apenas os menores de 16 anos são considerados absolutamente 
incapazes, foram excluídos do rol: 
a) Os que, por enfermidade ou doença mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
b) Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
2. RELATIVAMENTE INCAPAZES 
Os relativamente incapazes necessitam de assistência, estão consagrados no art. 4º do CC, 
são eles: 
a) Maiores de 16 e menores de 18 anos 
b) Ébrios habituais e viciados em tóxico; 
c) Aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir suas vontades 
d) Pródigos. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os 
exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) 
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
IV - os pródigos. 
 
Com as alterações, ficou evidente que não existe mais a presunção de que uma pessoa com 
deficiência é incapaz. São consideradas pessoas capazes. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 18 
 
3. TOMADA DE DECISÃO APOIADA 
 CONCEITO 
É um instituto que permite à pessoa com deficiência ser auxiliada na tomada de decisão, por 
pessoas de sua confiança, nos termos do art. 1.783-A do CC. 
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa 
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na 
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e 
informações necessários para que possa exercer sua capacidade. 
 
Os auxiliares não são tutores. 
 PEDIDO JUDICIAL 
A tomada de decisão apoiada depende de pedido judicial, a pessoa com deficiência e os 
apoiadores devem apresentar termo com os limites do apoio a ser oferecido e com os compromissos 
dos apoiadores (art. 1.783-A, §1º) 
§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com 
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os 
limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive 
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos 
interesses da pessoa que devem apoiar. 
 
 LEGITIMIDADE 
A legitimidade é da própria pessoa que irá ser apoiada, cabe a ela indicar os seus 
apoiadores, nos termos do art. 1.783-A, §2º do CC 
Art. 1.783-A § 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela 
pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a 
prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. 
 PROCEDIMENTO E REGRAS 
Estão previstas a partir do §3º do art. 1.783-A do CC, dispostos em tópicos para melhor 
observância. 
• Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistidopor equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o 
requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. 
• A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem 
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 19 
 
• Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os 
apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função 
em relação ao apoiado. 
• Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo 
divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, 
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 
• Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as 
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar 
denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 
• Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa 
apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. 
• A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em 
processo de tomada de decisão apoiada. 
• O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada 
de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre 
a matéria. 
• Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à 
prestação de contas na curatela. 
4. CURATELA E INTERDIÇÃO 
Como vimos, presume-se que a pessoa com deficiência é capaz, tanto que foi excluída do 
rol dos absolutamente incapazes. 
Porém, algumas pessoas com deficiência não conseguem praticar atos da vida civil, tendo 
em vista que não estão aptos a tomar decisões. A elas, com base na incapacidade (relativa) que 
estão sendo acometidas, é possível a nomeação de um curador. 
Surge a seguinte dúvida: nomear um curador à pessoa que não é capaz de exercer os atos 
da vida civil é interditá-la? 
1ªC (moderna) – não existe mais o termo interdição, o qual não é adequado ao novo modelo 
de tratamento dispensado às pessoas com deficiência. Haverá curatela, mas sem interdição. 
Defendida por Nelson Rosenvalt. 
2ª C (clássica) – a interdição permanece como um instituto do direito brasileiro. Inclusive, o 
NCPC consagrou o instituto da interdição, nos termos do seu art. 747. 
Art. 747. A interdição pode ser promovida: 
I - pelo cônjuge ou companheiro; 
II - pelos parentes ou tutores; 
III - pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o 
interditando; 
IV - pelo Ministério Público. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 20 
 
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação 
que acompanhe a petição inicial. 
5. CAPACIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
O art. 6º do EPCD é claro ao afirmar que a deficiência não afasta a capacidade. 
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive 
para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a 
informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante 
ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 
 
Além disso, a pessoa com deficiência pode testemunhar normalmente, pode contrair 
matrimônio. 
Art. 228, § 2o A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade 
de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os 
recursos de tecnologia assistida. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
Art. 1.550, § 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade 
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou 
por meio de seu responsável ou curador. 
 
A fim de uma melhor compreensão, reproduzimos o quadro comparativo elaborado pelo Prof. 
Paulo Lépore, observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 21 
 
CAPACIDADE SITUAÇÃO/CONDIÇÃO TUTELA/CURATELA/TOMADA 
DE DECISÃO APOIADA 
Absolutamente 
incapazes 
(art. 3º do CC) 
Menores de 16 anos Se sujeitam a poder familiar ou 
tutela (art. 1.634 e art. 1.728, 
ambos do CC) 
Relativamente 
incapazes 
(art. 4º do CC) 
Maiores de 16 e menores de 18 
anos. 
Se sujeitam a poder familiar ou 
tutela (art. 1.634 e art. 1.728, 
ambos do CC) 
Ébrios habituais e viciados em 
tóxicos. 
Se sujeitam a curatela (art. 1.767 
do CC) 
Aqueles que por causa transitória 
ou permanente não puderem 
exprimir sua vontade. 
Pródigos 
Capazes 
Regra para os maiores de 18 anos Se sujeitam a curatela (art. 1.767 
do CC) 
Regra para as pessoas maiores 
de 18 anos com deficiência 
Podem se valer da tomada 
apoiada (art. 1.783-A do CC) 
+ 
Se sujeitam a curatela (art. 1.767 
do CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 22 
 
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 PÚBLICAÇÃO 
O EPCD foi publicado no DOU em 07 de julho de 2017, através da Lei 13.146/2015. 
 VIGÊNCIA 
Após 180 de sua publicação, em janeiro de 2016, entrou em vigência. 
 REGÊNCIA 
Aplica-se o principio da norma mais benéfica. Deste modo, exige-se um diálogo interpretativo 
com as normas anteriores. 
O EPCD não revogou as leis antigas. 
 OBJETIVO 
Visa assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das 
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, a fim de promover sua inclusão social e o 
exercício de sua cidadania. 
Observe o art. 8º do Estatuto: 
Art. 8o É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa 
com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, 
à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à 
habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, 
à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao 
desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços 
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência 
familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar 
pessoal, social e econômico. 
2. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO 
É garantido a pessoa com deficiência igualdade de oportunidades, busca-se a não 
discriminação, conforme o art. 4º. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 23 
 
Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades 
com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. 
§ 1o Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de 
distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito 
ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício 
dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, 
incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias 
assistivas. 
§ 2o A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios 
decorrentesde ação afirmativa. 
 
Destaca-se, aqui, as ações afirmativas que visam corrigir desigualdade historicamente 
perpetradas. É uma faculdade da pessoa com deficiência. 
Além disso, há uma dupla proteção às pessoas com deficiência quando são: 
• Crianças; 
• Adolescentes; 
• Mulheres; 
• Idosos 
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e 
tratamento desumano ou degradante. 
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, 
são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a 
mulher e o idoso, com deficiência. 
3. PRIORIDADE DE ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
Seguimos, aqui, a tabela do Prof. Paulo Lépore sobre as hipóteses de atendimento prioritário 
às pessoas com deficiência, bem como os casos em que a prioridade é extensiva aos seus 
acompanhantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 24 
 
ATENDIMENTO PRIORIÁRIO PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
HIPÓTESES 
Extensivo ao 
acompanhante da pessoa 
com deficiência ou ao seu 
atendente pessoal 
Proteção e socorro em quaisquer circunstâncias* SIM 
Atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento 
ao público* 
SIM 
Disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, 
que garantam atendimento em igualdade de condições com as 
demais pessoas. 
SIM 
Disponibilização de pontos de parada, estações e terminais 
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de 
segurança no embarque e desembarque. 
SIM 
Acesso a informações e disponibilização de recursos de 
comunicação acessíveis 
SIM 
Recebimento de restituição de imposto de renda NÃO 
Tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos 
em que for parte interessada, em todos os atos e diligências. 
NÃO 
*Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida pelo EPCD é 
condicionada aos protocolos de atendimento médico. 
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 DIREITO À VIDA 
Ao longo de toda da pessoa com deficiência, o Poder Público possui a obrigação de garantir 
sua dignidade, nos termos do art. 10. 
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com 
deficiência ao longo de toda a vida. 
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de 
calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável, 
devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança. 
 
Não confundir vulnerabilidade com incapacidade. 
A pessoa com deficiência não pode ser obrigada a se submeter a tratamentos. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 25 
 
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a 
intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada. 
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação 
de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. 
 
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com 
deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, 
hospitalização e pesquisa científica. 
§ 1o Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser 
assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de 
consentimento. 
§ 2o A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação 
de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas 
quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde 
de outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de 
pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou 
curatelados. 
 
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu 
consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de morte e de 
emergência em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas as 
salvaguardas legais cabíveis. 
 
Salienta-se que o STJ, no Resp. 169.172, admitiu de forma excepcional a internação forçada 
provisória em ação de curatela, veja o trecho da decisão (Info 533 Dizer o Direito): 
 
 DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO 
A essência do EPCD é a habilitação e a reabilitação, deve-se buscar políticas públicas para 
se consagrar tal direito. 
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa 
com deficiência. 
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo 
o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões 
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e 
artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com 
deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e 
oportunidades com as demais pessoas. 
 DIREITO À SAÚDE 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 26 
 
Previsto nos arts. 18 e seguintes. 
Será assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de 
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário. 
• É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração das políticas de 
saúde a ela destinadas. 
• É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que regulamentarão a 
atuação dos profissionais de saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos 
e às especificidades da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e 
autonomia. 
• Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em 
serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e 
continuada. 
As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem 
assegurar: 
a) diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar; 
b) serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de 
deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de 
vida; 
c) atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação; 
d) campanhas de vacinação; 
e) atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais; 
f) respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com 
deficiência; 
g) atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida; 
h) informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus familiares sobre 
sua condição de saúde; 
i) serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento de deficiências e 
agravos adicionais; 
j) promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS, 
em todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como 
orientação a seus atendentes pessoais; 
k) oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e 
fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde. 
As diretrizes acima aplicam-se também às instituições privadas que participem de forma 
complementar do SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 27 
 
Caberá ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de deficiências por causas 
evitáveis, inclusive por meio de: 
• acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto 
humanizado e seguro; 
• promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e 
nutricional, prevenção e cuidado integral dos agravos relacionadosà alimentação e 
nutrição da mulher e da criança; 
• aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de triagem neonatal; 
• identificação e controle da gestante de alto risco. 
Obs.: As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com 
deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes (art. 20). São 
vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de 
cobrança de valores diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de sua 
condição (art. 24). 
Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de 
residência, será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, 
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante (art. 
21). 
À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a 
acompanhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar 
condições adequadas para sua permanência em tempo integral. Na impossibilidade de 
permanência do acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao 
profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito. 
Destaca-se, ainda, que os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, 
devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, 
mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação de interior e 
de comunicação que atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial, 
intelectual e mental (art. 25). 
Por fim, os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa com 
deficiência serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à 
autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência. O EPCD considera-se violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou 
omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou danos ou sofrimento físico 
ou psicológico. 
 DIREITO À EDUCAÇÃO 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional 
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo 
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, 
segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (art. 27). 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 28 
 
Obs.: Deve ser, preferencialmente, na rede regular de ensino. 
Caberá ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar 
e avaliar: 
• sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o 
aprendizado ao longo de toda a vida; 
• aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, 
permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos 
de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; 
• projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim 
como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos 
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de 
igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; 
• oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da 
língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas; 
• adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o 
desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o 
acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino; 
• pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, 
de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva; 
• planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional 
especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de 
disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; 
• participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias 
de atuação da comunidade escolar; 
• adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos 
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a 
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência; 
• adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e 
continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento 
educacional especializado; 
• formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional 
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de 
profissionais de apoio; 
• oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia 
assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua 
autonomia e participação; 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 29 
 
• acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de 
oportunidades e condições com as demais pessoas; 
• inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação 
profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos 
respectivos campos de conhecimento; 
• acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades 
recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; 
• acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais 
integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades 
concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino; 
• oferta de profissionais de apoio escolar; 
• articulação intersetorial na implementação de políticas públicas. 
Obs.: Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, são obrigadas a respeitar 
as disposições acima, exceto no que tange à educação bilíngue e às pesquisas voltadas para o 
desenvolvimento de novas técnicas e recursos, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de 
qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas 
determinações. 
Por fim, ressalta-se que Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino ajuizou 
uma ADI 5357, com pedido de medida cautelar, para questionar a constitucionalidade da 
obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem a inserção das pessoas com deficiência no 
ensino regular e prover as medidas de adaptação necessárias sem que o ônus financeiro seja 
repassado às mensalidades, anuidades e matriculas. 
O STF indeferiu a cautelar. No mérito, por maioria de votos, o plenário rejeitou a ADI, 
vejamos a parte da decisão (Info 829 Dizer o Direito): 
 
Dever de oferecer ensino às pessoas com deficiência não é apenas do Estado 
O Estado tem o dever de facilitar às pessoas com deficiência sua plena e igual participação 
no sistema de ensino e na vida em comunidade. No entanto, esse dever não é apenas do Poder 
Público, podendo ser exigido também das instituições de ensino privadas. 
É verdade que a educação pode ser prestada pela iniciativa privada. Isso não significa, 
contudo, que os agentes econômicos que o prestam possam fazê-lo de forma ilimitada ou sem 
responsabilidade. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA2018.2 30 
 
Para que as instituições privadas prestem serviços de educação, é necessária a sua 
autorização e avaliação pelo Estado, bem como o cumprimento das normas gerais de educação 
nacional. 
De igual modo, os estabelecimentos privados não podem eximir-se dos deveres impostos 
pela Constituição Federal para os serviços educacionais do país, dentre eles o art. 208, III, da CF/88. 
Ensino inclusivo atende aos objetivos constitucionais 
À escola não é dado escolher, segregar, separar os alunos. Seu dever é o de ensinar, incluir, 
conviver. A vivência cotidiana, o convívio com o diferente, são valores educacionais em si mesmos, 
e têm riqueza própria, pois desenvolvem o acolhimento, a tolerância e a ética. Portanto, o ensino 
inclusivo milita em favor da dialógica implementação dos objetivos esquadrinhados pela 
Constituição. É somente com a efetivação desses valores que pode haver a construção de uma 
sociedade livre, justa e solidária, voltada para o bem de todos. 
Assim, o ensino inclusivo é política pública estável. Se as instituições privadas de ensino 
exercem atividade econômica, devem se adaptar para acolher as pessoas com deficiência, 
prestando serviços educacionais que não enfoquem a deficiência apenas sob a perspectiva médica, 
mas também ambiental. Ou seja, os espaços devem ser isentos de barreiras, as verdadeiras 
deficiências da sociedade. Esses deveres devem se aplicar a todos os agentes econômicos, e 
entendimento diverso implica privilégio odioso, porque oficializa a discriminação. 
 DIREITO À MORADIA 
A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou 
substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida 
independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva. 
Caberá ao poder público adotar programas e ações estratégicas para apoiar a criação e a 
manutenção de moradia para a vida independente da pessoa com deficiência. A proteção integral 
na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência 
em situação de dependência que não disponha de condições de autossustentabilidade, com 
vínculos familiares fragilizados ou rompidos. 
Salienta-se que nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos 
públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel 
para moradia própria, observado o seguinte: 
• reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para pessoa com 
deficiência; 
• em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibilidade nas áreas de uso comum 
e nas unidades habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação 
razoável nos demais pisos; 
• disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis; 
• elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a instalação de 
elevadores. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 31 
 
Obs.: O direito à prioridade será reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma 
vez. 
 DIREITO AO TRABALHO 
A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em 
ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, bem como 
tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis 
de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor. E, ainda, tem direito à 
participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, 
promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de 
oportunidades com os demais empregados. 
Ressalta-se que as pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são 
obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos, sendo vedada restrição ao 
trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive 
nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, 
permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de 
aptidão plena. 
O poder público deve implementar serviços e programas completos de habilitação 
profissional e de reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, 
continuar ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu 
interesse. 
Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, 
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e 
previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos 
de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho. 
Destaca-se que a colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio 
de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes: 
• prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção 
no campo de trabalho; 
• provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da 
pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, 
de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho; 
• respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada; 
• oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de 
estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; 
• realização de avaliações periódicas; 
• articulação intersetorial das políticas públicas; 
• possibilidade de participação de organizações da sociedade civil. 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 32 
 
 DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âmbito da política pública de 
assistência social à pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança 
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da 
convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena participação 
social. 
A assistência social à pessoa com deficiência deve envolver conjunto articulado de serviços 
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a 
garantia de segurança fundamentais no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, 
por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. 
É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios para prover sua subsistência 
nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, bem como quando 
for segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria. 
 DIREITO À CULTURA, AO TRANSPORTE, AO TURISMO E AO LAZER 
A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: 
• a bens culturais em formato acessível; 
• a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas em 
formato acessível; e 
• a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou 
eventos culturais e esportivos. 
É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com 
deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de 
propriedade intelectual. 
Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de 
conferências e similares, serão reservados espaços livres e assentos para a pessoa comdeficiência, de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o disposto em 
regulamento. 
O Decreto 5.296/2004 é o regulamento, determina que os teatros, cinemas, estádios, 
ginásios, casas de espetáculo, salas de conferência e similares: 
• reservarão, pelo menos, dois por cento da lotação do estabelecimento para pessoas em 
cadeira de rodas, distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, 
próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de 
público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de 
acessibilidade da ABNT. 
• é obrigatória, ainda, a destinação de dois por cento dos assentos para acomodação de 
pessoas portadoras de deficiência visual e de pessoas com mobilidade reduzida, 
 
 
CS – PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2018.2 33 
 
incluindo obesos, em locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser 
devidamente sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de 
acessibilidade da ABNT. 
• Os espaços e assentos deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no 
mínimo, um acompanhante da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade 
reduzida. 
Importante consignar que o valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser 
superior ao valor cobrado das demais pessoas. 
Por fim, os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os princípios 
do desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em 
vigor. Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) 
de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. 
 DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE 
O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de 
identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso. 
Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso 
coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de 
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com 
comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados. 
Salienta-se que as vagas devem equivaler a 2% do total, garantida, no mínimo, uma vaga 
devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas 
técnicas vigentes de acessibilidade. Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, 
em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos 
órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e condições de uso. 
A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções 
previstas 
O poder público incentivará a fabricação de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis 
e vans, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas, podendo instituir incentivos fiscais com 
vistas a possibilitar a acessibilidade dos referidos veículos. 
As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veículos 
acessíveis à pessoa com deficiência, sendo proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de 
valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência. 
Por fim, as locadoras de veículos são obrigadas a oferecer um veículo adaptado para uso 
de pessoa com deficiência, a cada conjunto de vinte veículos de sua frota, o qual deverá ter, no 
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e de 
embreagem. 
 
 
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5. ACESSIBILIDADE 
 CONCEITO 
A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida 
viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. 
 OBRIGADOS 
São sujeitas ao cumprimento das normas relativas à acessibilidade: 
• a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de comunicação e informação, a 
fabricação de veículos de transporte coletivo, a prestação do respectivo serviço e a 
execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; 
• a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização ou habilitação de 
qualquer natureza; 
• a aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos públicos, por meio 
de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congênere; e 
• a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de financiamento 
internacionais por entes públicos ou privados. 
 DESENHO UNIVERSAL 
A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio físico, de transporte, de 
informação e comunicação, inclusive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de 
outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso 
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, 
tendo como referência as normas de acessibilidade. 
O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.

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