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Contrato de Comodato - Civil

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Contratos 
Comodato (12/04)
Art. 579 e seg. CC
É um tipo de contrato de empréstimo. 
O CC não disciplina o empréstimo, ou seja, as disciplinas de mutuo e comodato são distintas. 
Conceito – Contrato real em que o comodante transfere ao comodatário coisa imóvel ou móvel não fungível, para uso ordinário ou conforme previsão contratual e posterior restituição.
 O comodante não se obriga a transferir, ou seja, não gera obrigação ao comodante e o contrato começa com a entrega.
 Uso ordinário – Uso convencional, ao qual o bem se destina originariamente. 
 O comodante nunca deixa de ser dono
Moveis e Imoveis não fungíveis – Bens moveis não passiveis de substituição por outros bens da mesma espécie, quantidade e qualidade.
Res Perit Domino – Ocorrendo perda ou deterioração do bem, por caso fortuito ou forca maior, o prejuízo e do comodante (dono), porque este detem a titularidade de domínio da Res.
Natureza Juridica
Real – Depende da entrega da Res, ou seja, so existe após a tradição (entrega física ou simbólica).
Descumprimento – Não cabe execução especifica, por se tratar de contrato que depende da entrega da res para existir e que não gera obrigação ao comodante (fase pre contratual). Exemplo – Pessoa que desiste de emprestar a casa, caracterizando uma responsabilidade aquiliana (extracontratual), ou seja, so responde se agir de forma negligente, sem justa causa (art. 186 CC). 
Gratuito – So gera sacrifício patrimonial para uma das partes (comodante). Sendo a interpretação restritiva em favor do autor da liberalidade nos casos de obscuridade, contradição, etc, ou seja, o comodante so responde por dolo (ex. omissão de informações, ma fe).
Unilateral – So gera obrigação para uma das partes (comodatário). 
 Doutrina – Bilateral Imperfeito, porque defendem que gera obrigações reciprocas.
 Não cabe exceção do contrato não cumprido (art. 476 CC), isto e, o contrato não se extingue (condição resolutiva) por descumprimento, porque não gera obrigação ao comodante de entregar.
 
Não Solene – 
Obrigações do comodante, que visam evitar o enriquecimento ilícito 
Reembolso – o comodante deve reembolsar benfeitorias e indenizar os prejuízos se agir de má fé.
Respeito ao prazo – O comodante deve respeitar o prazo do contrato (boa fe), salvo se for necessário restituir antes do prazo nos casos de urgência e necessidade. 
Obrigações do Comodatário – Aquele que esta na posse de bem alheio 
Uso convencional – Obrigação de uso ordinário, comum para a finalidade do bem (uso civilizado), salvo nos casos em que houver previsão contratual.
Conservação – Obrigação de zelar pelo bem como se dele fosse, inclusive despesas não reembolsáveis. 
Despesas – Obrigação de arcar com todas as despesas não reembolsáveis (limpeza, detetização por exemplo) que visam o uso convencional do bem.
Restituição – O comodatário por estar na posse de coisa alheia, deve efetuar a devolução deste quando cumprida a finalidade a qual se destinou a res.
Exemplo – Caseiro se torna comodatário do bem, devido ao contrato de trabalho, por isso caso seja mandado embora devera deixar o imóvel (cumprida a finalidade).
 Consequencia da não restituição (Posse)
Cabe ação possessória (reintegração de posse) cumulada com cobrança de alugueis (multa para cada dia) para obter a posse direta de volta.
Art. 399 CC – Quem esta em mora de restituir responde ate por caso fortuito ou forca maior, salvo se comprovar mesmo que houvesse restituição não teria evitado o prejuízo.
Não cabe usucapião, porque o comodatário possui posse precária (injusta) decorrente de que deveria restituir e foi desleal (posse indevida de má fé de coisa alheia). 
Prioridade – Responsabilidade 
Art. 583 CC
Trata se de uma obrigação extra ao comodatário, dispondo que se provado que este salvou os próprios bens e deixou que perecessem ou deteriorassem coisas que estava tomando emprestado gratuitamente respondera mesmo em caso fortuito ou forca maior.
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
Extinção 
Termo – Quando o contrato possui um prazo certo e determinado que ao final extingue a eficácia do negocio jurídico (termo resolutivo).
Finalidade – Pode ser verbal, sendo extinto quando alcançada ou cumprida a finalidade. 
Urgencia – Pode terminar antes do prazo, quando o comodante notifica o comodatário e exige a restituição provando uma necessidade inadiável e urgente.
Morte do comodatário – Se toma emprestado e o contrato e intuito persona (personalíssimo) sua morte implica a extinção do contrato, mas a jurisprudência manda manter um contrato nos casos de não ser personalíssimo. Ex – Maquina agrícola que a família usava e o comodatario morre, mas a família se não continuar usando perde a colheita. Neste caso, o contrato deve seguir ate o termo final, por não ser personalissimo. 
A morte do comodante, transfere aos herdeiros (sucessores). 
Comodato X Mutuo 
Titularidade de domínio, objeto, responsabilidade, natureza jurídica.
No comodato há o empréstimo de coisas moveis e imóveis não fungíveis, sendo que quem emprestou não deixa de ser dono e a coisa perece e se deteriora para este (quando não houver culpa para se cobrar a responsabilidade civil = caso fortuito ou forca maior). Exemplo – Assalto, enchente. 
Além disso, o comodato será sempre gratuito, sendo o mutuo em geral oneroso, onde há um empréstimo em troca de uma contraprestação (ex. juros).
Já no mutuo ocorre o empréstimo de coisas moveis fungíveis, sendo o mais comum o empréstimo de dinheiro. Neste caso a tradição transfere o domínio (titularidade) da coisa, aquele que toma emprestado vira dono. Sendo assim, se torna responsável mesmo em caso fortuito ou forca maior. Exemplo – Em um assalto ira responder pelo prejuízo.
Ambos são contratos reais, que dependem da entrega da res.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.

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