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Crime de roubo - Direito Penal

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Roubo – art. 157 CP
Roubo Próprio
O roubo constitui crime complexo, pois é composto por fatos que individualmente constituem crimes. 
Elementos: 
Subtração 
Coisa alheia móvel 
Fim de assenhoramento definitivo 
Objeto Jurídico: É um crime complexo, tutela-se, além da posse e propriedade (patrimônio), a integridade física e a liberdade individual.
Roubo X Furto
Ambos possuem como verbo subtrair, que significa tirar, retirar, de outrem, no caso,bem móvel. Porém, o roubo trata-se de um crime mais grave que o furto, na medida em que a subtração é realizada mediante o emprego de grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou por qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima.
São os seguintes os meios executórios do crime de roubo:
a) Mediante o emprego de grave ameaça: trata-se do emprego da grave ameaça, consubstanciada na
promessa da prática de mal grave e iminente. A ameaça pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou mediante o porte ostensivo de arma, ex. arma na cintura (se o agente apontá-la em direção à vítima ou engatilhá-la será causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma).
Simulação de arma: É considerada grave ameaça por constituir meio idôneo intimidatório capaz de diminuir a resistência da vítima, em face do temor nela incutido.
Arma defeituosa ou desmuniciada ou de arma de brinquedo: É considerada grave ameaça, mesmo que haja ineficácia (relativa no primeiro caso e absoluta nos demais) do meio empregado, também constitui meios ameaçadores, idôneos a intimidar a vítima.
Grito: Considera roubo, porque há intimidação da vítima.
Vantagem numérica: Considera roubo.
Mediante o emprego de violência física: trata-se de força física (da qual decorram lesão corporal ou vias de fato) capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir a sua defesa. 
“Trombada” ou “Empurrão”: Tal fato configuraria o crime de roubo ou furto? Depende. Se a violência for empregada contra a vítima, com o mero intuito de distraí-la, sem ser capaz de machucá-la, haverá o crime de furto. Se, contudo, a violência for preponderantemente dirigida contra o ofendido, consistindo em lesão corporal ou vias de fato, destinadas a reduzir ou paralisar os seus movimentos, haverá roubo.
 O emprego de força física deve ocorrer diretamente contra o corpo da vítima com o fim de diminuir a sua capacidade de resistência, se é dirigido contra o próprio objeto a ser furtado, não atingindo a vítima será furto.
c) Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência: Trata-se de violência imprópria, consistente em outro meio que não constitua violência física ou grave ameaça. Ex: fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, soníferos ou hipnotizá-la.
É necessário que o agente que pretende subtrair o bem, coloque a vítima em situação de impossibilidade. Ex: Se numa festa a vítima fica bêbada e acaba dormindo, o agente subtrai seu celular. Trata-se de furto, porque não foi o agente que a deixou naquela situação.
Princípio da insignificância: É inadmissível a incidência do princípio da insignificância no crime de roubo. Isso porque o crime de roubo representa um dos mais graves atentados à segurança social, de modo que, ainda que ínfimo o valor subtraído, ou seja, ainda que a ofensa ao patrimônio seja mínima, tal não afasta o desvalor da ação em virtude do emprego de violência ou grave ameaça à pessoa.
Roubo de Uso
O roubo de uso não é admitido, em virtude de possuir mais de um bem jurídico tutelado (crime complexo), ou seja, tutela-se a liberdade individual da vítima ou sua integridade física, além do patrimônio.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, com exceção do possuidor ou proprietário do bem.
Cabe coautoria? Sim, duas ou mais pessoas podem praticar o verbo do crime.
Sujeito Passivo: Proprietário, possuidor ou detentor, terceiro que sofre a grave ameaça ou violência (ex. pessoa que pega carro emprestado, o sujeito passivo será o terceiro e o proprietário do carro).
Concurso de Crimes: 
Grave ameaça contra duas pessoas e subtração de uma: Trata-se de crime único, em virtude de uma só subtração; logo, um só crime contra o patrimônio. 
*Subtração de bens de uma única família: crime único, pois o patrimônio é familiar, portanto único.
Grave ameaça contra duas pessoas e subtração das duas: Praticado dois roubos, em concurso formal.
c) Grave ameaça para uma só pessoa, que detém consigo bens de terceiros: concurso formal de crimes, pois, com uma única ação de subtrair mediante violência ou ameaça, foram lesados dois ou mais patrimônios de pessoas diversas.
Concurso formal: uma conduta, dois resultados = pega a pena do maior e aumenta de 1/6 até a metade).
Consumação: 2 correntes.
Teoria da inversão da posse (mesma do furto): Consuma-se o crime com a grave ameaça ou violência e subtração da res e a posse de forma tranquila.
Destruição do bem após ser subtraído ou fuga de um dos agentes: Considera-se consumado.
Basta que seja praticada a violência ou grave ameaça e tenha subtraído o bem, permanecendo com este ainda que poucos instantes. (PREVALECE)
Tentativa: Cabe tentativa, por exemplo, agente ao iniciar um roubo é surpreendido pela policia. 
Roubo Impróprio
No roubo impróprio, consoante o § 1º, o agente, “logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”.
Roubo Próprio X Roubo Impróprio
As diferenças residem:
Momento em que é empregada a grave ameaça ou violência contra a pessoa: No roubo próprio ocorre antes da subtração do bem; Já no roubo impróprio ocorre após a subtração do bem.
Meios de execução: No roubo impróprio há somente dois meios executórios sendo mediante violência ou grave ameaça (no próprio são três).
Tentativa: Não cabe tentativa no roubo impróprio. Ex: sujeito, após a retirada do bem, não emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa, será a consumação do crime tentado ou consumado de furto; ou se praticar a violência mas não levar nenhum bem.
Requisitos do Roubo Impróprio:
Emprego de violência ou grave ameaça “logo depois” da subtração: Entende-se a como imediatidade entre a retirada do bem e o emprego da violência ou grave ameaça, sendo até a posse tranquila da res (até a consumação). 
A demora entre uma ação (subtração) e outra (violência ou grave ameaça) poderá caracterizar o concurso material entre o crime de furto e o crime contra a pessoa.
Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro: O agente deve ter uma finalidade especial de agir.
Se o agente, logo depois de subtraída a coisa, ao empreender fuga, depara-se com seu inimigo que, e aproveita-se dessa circunstância para feri-lo, não há que se falar em roubo impróprio, pois o dolo do agente era o de lesionar ou matar o seu inimigo por vingança e não o de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa.
Consumação: A consumação do crime ocorre no momento em que, após a retirada do bem, emprega-se a violência ou grave ameaça contra a vítima. 
Tentativa: Pra grande maioria da doutrina não caberia tentativa no roubo impróprio. 
Para Mirabete, contrário, ao subtrair o bem e a vítima aparecer o agente ao tentar praticar violência ou grave ameaça, consideraria tentativa; porém pra maioria da doutrina, neste momento o crime já estaria consumado (ao tentar, já há a violência ou grave ameaça). 
Causas de aumento de pena (“Roubo Qualificado”): 
As agravantes previstas no § 2º, I a V, do art. 157 são erroneamente denominadas “qualificadoras”. Não é correto o emprego desse termo, pois, tecnicamente, trata-se de causa especial de aumento de pena, a incidir na terceira fase de aplicação da pena.
Emprego de arma (inciso I): a pena é aumentada de 1/3 até a metade se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma. As armas podem ser:
Armas próprias: Instrumentos especificamente criados para o ataque ou defesa. Exs: armade fogo (pistolas, revólveres), arma branca (estilete) e explosivos (bombas);
Impróprias: Instrumentos que não foram criados especificamente para aquela finalidade, mas são capazes de ofender a integridade física. Exs: facão, faca de cozinha, canivete, machado, barra de ferro.
O fundamento dessa causa de aumento é o poder intimidatório que a arma exerce sobre a vítima (não importa o poder vulnerante da arma), acarretando na maior facilidade de subtração do bem.
Arma de brinquedo: Há duas correntes.
A Súmula 174 autorizou o aumento de pena mediante intimidação com arma de brinquedo; Porém, essa súmula hoje está REVOGADA. 
Considera que a arma de brinquedo não é causa de aumento da pena, com base no entendimento de que referida causa de aumento de pena tem por fundamento o perigo real que representa à incolumidade física da vítima o emprego de arma. Ou seja, a arma deve ter idoneidade ofensiva, capacidade de colocar em risco a integridade física da vítima. PREVALECE
*O agente responderá pelo roubo na forma simples, tendo em vista a revogação da Súmula 174 do STJ18.
Já a segunda corrente, permanece acreditando que se trata de aumento de pena com fundamento que acarreta no maior risco a vitima e facilidade em subtrair o bem.
Arma defeituosa ou desmuniciada: Há duas correntes.
A primeira corrente entende que se trata de causa de aumento de pena, porque a ineficácia ou falta de munição é momentânea; PREVALECE
*Neste caso, prescinde-se da apreensão da arma de fogo e posterior laudo pericial para constatação da eficácia do meio empregado; Se não for possível o laudo basta o relato da vítima ou a prova testemunhal.
Já a segunda corrente, diz que a arma precisa estar municiada e em pleno funcionamento para agravar a pena (potencialidade ofensiva). 
*Também é preciso realizar a apreensão da arma de fogo e posterior laudo pericial, pois ausente o poder vulnerante da mesma, afasta-se a causa de aumento de pena. Não havendo possibilidade do laudo, o relato da vítima ou da prova testemunhal será prescindível se for possível concluir que a arma é eficaz (ex: afirmar que o agente efetuou disparos).
Concurso de duas ou mais pessoas (inciso II): Vide furto.
Há duas correntes, prevalecendo que haverá concurso de duas ou mais pessoas ainda que todos os agentes não realizem os atos executórios, bem como não se encontrem no local do crime (ex: um agente planeja o crime, outro empresta o carro, outro apreende os bens, outro emprega violência, e outro faz a vigilância do local).
*A outra corrente, defende que todos devem cooperar na fase de execução do crime.
 
Transporte de valores: Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece (dolo) tal circunstância (Ex: cargas, carro forte). Exige-se que a finalidade do transporte seja a condução de valores de uma localidade para outra.
Roubo de veículo automotor (inciso IV): Veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior (Vide furto).
Agente que mantém a vítima em seu poder (inciso V): o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade (menos que privar). A restrição de liberdade deve ser necessária para a subtração do bem; sendo mais que o necessário trata-se de roubo + sequestro.
Sequestro Relâmpago: Não é causa de aumento de pena, trata-se de extorsão.
Roubo X Extorsão: na extorsão é imprescindível o comportamento do sujeito passivo imediato, enquanto no roubo ele é dispensável.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
§ 3° Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de quinze a trinta anos, sem prejuízo da multa.
§3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Extorsão mediante sequestro – art. 159 CP
Conceito: privação da liberdade da vítima tendo como finalidade a obtenção de vantagem, como condição ou preço do resgate (natureza econômica).
Objeto jurídico: Crime complexo (sequestro ou cárcere privado e extorsão), tutela-se o patrimônio e a liberdade de locomoção, além da integridade física.
Tipo objetivo
Sequestrar: significa privar a vítima (ser humano, pessoa física) de sua liberdade de locomoção, ainda que por breve espaço de tempo;
Violência e grave ameaça: apesar de não descritas estão inseridas em sequestrar.
Sequestro de animais e posterior resgate: crime de extorsão
Elemento Subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de sequestrar a vítima, acrescido da finalidade especial de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Vantagem: Duas correntes.
1- Damásio: qualquer vantagem (inclusive devida), baseando-se no art. 158 CP; Ex: credor que sequestra o seu devedor como forma de constranger os filhos deste a lhe pagarem a dívida (se trata de vingança); Sequestrar filho do diretor do presídio para soltar os presos (concurso material art. 148 sequestro + art. 351 facilitação de fuga) = nenhum destes casos tratam-se de vantagem patrimonial.
2- Maioria da doutrina: somente a vantagem econômica indevida pode ser objeto desse crime, pois se trata de delito patrimonial. Ex: dinheiro, joia, títulos de crédito ou outro documento que tenha algum valor econômico etc.
Sujeito ativo: Crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito Passivo: 2 sujeitos - São sujeitos passivos tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial (de quem é exigido o resgate, ainda que não lhe pertença o patrimônio) como a pessoa que sofre a privação de liberdade (sequestrado).
Extorsão mediante Sequestro (159 cp) X Sequestro (148 cp) - Diferença
No art. 159 CP – crime de extorsão mediante sequestro, o agente priva a liberdade da vítima em troca de uma vantagem econômica; enquanto que no art. 148 CP – crime de sequestro é outra motivação. Ex: ciúmes.
Sujeito ativo: Crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito Passivo: 2 sujeitos.
 São sujeitos passivos tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial (de quem é exigido o resgate, ainda que não lhe pertença o patrimônio) como a pessoa que sofre a privação de liberdade (sequestrado).
Consumação: Trata-se de crime formal, se consuma com o sequestro, ou seja, com a privação da liberdade da vítima, independentemente da obtenção da vantagem econômica (ainda não que não consigam pedir e/ou receber). *Necessário ficar comprovado a intenção de obter vantagem econômica. 
Obs: O pagamento do resgate se trata de mero exaurimento (esgotamento), mas pode ser levado em consideração no art 59 CP, como consequências do crime.
Tentativa: Se trata de crime plurissubsistente, portanto a tentativa é perfeitamente possível. 
Ocorre se o agente não logra privar a vítima de sua liberdade de locomoção por circunstânciasalheias à sua vontade, provada a sua intenção específica de obter vantagem econômica, haverá o crime de tentativa de extorsão mediante sequestro.
Ex: no momento em que a vítima está sendo levada para o veículo do sequestrador, este é interceptado pela Polícia, vindo o agente a confessar posteriormente que pretendia com tal ação obter vantagem como condição ou preço do resgate.
É um Crime Permanente: é aquele em que momento consumativo se prolonga no tempo. Ou seja, enquanto a vítima é mantida no cativeiro e a cessação do crime depende única e exclusivamente da vontade do agente.
Formas Qualificadas
Estão previstas nos §§ 1º, 2º e 3º. Trata-se também de crimes hediondos, nos termos do art. 1º, III e IV, da Lei n. 8.072/90.
§ 1º (pena — de 12 a 20 anos)
Sequestro por mais de 24 horas: o crime é punido de maneira mais severa se o sequestro dura mais de 24 horas; e/ou
Sequestro de menor de 18 ou maior de 60 anos; e/ou
Sequestro praticado por pelo menos três pessoas (associação criminosa).	
§ 2º (pena — de 16 a 24 anos)
Extorsão mediante sequestro, qualificada pela lesão corporal de natureza grave: Considerada tanto na forma dolosa quanto culposa.
Lesão Corporal Grave – art. 129 CP (...) § 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V – aborto.
§ 3º (pena — de 24 a 30 anos) = maior pena do CP.
Extorsão mediante sequestro, qualificada pela morte (resultante das lesões graves): Os dois resultados devem recair sobre a vítima somente, de forma dolosa ou culposa.
*Se estiver presente esta qualificadora exclui-se as demais porque esta possui a maior pena (as demais podem ser analisadas no art. 59 cp), ou seja, qualificadoras mais graves afastam as menos graves, uma vez que as penas são distintas, mas o crime é um só.
*Caso Fortuito: Afasta a qualificadora. Ex: Raio cai no cativeiro.
Delação Eficaz ou premiada
Trata-se de uma causa de diminuição de pena quando o crime for praticado em concurso, prevista no §4º. Para a aplicação da delação eficaz são necessários os seguintes pressupostos:
a) prática de um crime de extorsão mediante sequestro;
b) crime cometido em concurso;
c) delação feita por um dos coautores ou partícipes à autoridade;
d) eficácia da delação. (Ex: a vítima não pode morrer, a vítima deve ser encontrada). 
Parâmetro para redução da pena: Quanto mais o agente ajudar a liberar a vitima, mais a pena serão reduzida (de 1/3 a 2/3).
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:	
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Dano – art. 163 CP
Trata-se do dano físico, ou seja, daquele que recai diretamente sobre a coisa, causando nesta modificações de ordem material (p. ex., a destruição de um orelhão).
É um crime de menor potencial ofensivo.
Transação Penal: Possível para crimes com pena máxima de dois anos (ações privadas ou públicas condicionadas à representação), como no caso do dano, vide art. 89 da Lei 9.099/99. Trata-se de uma audiência preliminar, com autor e vitima, em que a vítima propõe acordo ao agente causador do dano (tentativa de composição). Se o acordo é aceito, extingue a punibilidade; se não aceita o promotor fica incumbido de propor o acordo (se não aceita mesmo assim, analisa se será feita denúncia).
Reparação do dano: Extingue a punibilidade no dano simples (renúncia ao direito de queixa), tratando-se de ação privada. 
Tipo Objetivo:
Destruir — demolir, desmanchar, exterminar, desfazer a própria coisa, de modo que esta perca a sua essência. Só ocorre quando houver perda da identidade da coisa (individualidade);
*(p. ex., matar animal, romper a vidraça, cortar uma árvore etc.);
Inutilizar — tornar inútil, inservível, de modo que a coisa não perca sua individualidade mas torne-se, total ou parcialmente, inadequada à sua finalidade; ou
*(p. ex., quebrar um revólver, tirar os ponteiros de um relógio etc.).
Deteriorar — reduzir o valor da coisa, abrange hipóteses que não seja destruir ou inutilizar.
*(p. ex., alterar uma obra de arte sem destruí-la, quebrar o vidro de um carro).
“Pichar” muros, paredes: Trata-se de crime ambiental (art. 65 da Lei 9.605/98 – Ambiental).
Desaparecer com coisa alheia: Trata-se de ilícito civil, isto é, cobrado no âmbito civil. Ex: deixar animal fugir.
Se o crime de dano for descriminalizado, o que ocorre com os efeitos penais? O juiz quando for julgar vai considerar reincidência? Afastam-se os efeitos penais principais e o efeitos penais secundários (como a reincidência); Já os efeitos civis permanecem. 
Objeto Material: É a coisa alheia móvel ou imóvel desde que tenha dono. 
*Inclui também aquela perdida pelo dono.
Objeto jurídico: Tutela-se propriedade e a posse de coisas móveis e imóveis. 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física, exceto o proprietário, uma vez que o tipo penal exige que a coisa seja alheia.
Sujeito Passivo: O titular do direito de propriedade (proprietário ou possuidor).
Elemento subjetivo: É o dolo (direto ou eventual), consubstanciado na vontade de praticar uma das condutas previstas no tipo penal.
É possível o dano culposo, mas não é crime.
Animus Nocendi: Discute-se acerca da exigência ou não de um fim especial de agir, consubstanciado na vontade de causar prejuízo (animus nocendi), para a configuração do crime. Duas correntes:
Para a uma parte da doutrina é indispensável o animus nocendi, ou seja, é necessário que o agente tenha a vontade de causar o prejuízo, não somente queira causar o dano; e
Para outra parte da doutrina basta a vontade de destruir, não sendo exigível o fim especial de causar prejuízo ao ofendido, pois a figura penal não faz referência expressa a nenhum elemento subjetivo do tipo. PREVALECE.
Dano Qualificado (pena 6 meses a 3 anos)
Não cabe transação penal, porque a pena passa de dois anos.
Com violência à pessoa ou grave ameaça: quando empregadas com o intuito de viabilizar a concretização dos danos, ou seja, antes ou durante a execução do crime.
A violência pode ser contra o proprietário ou terceiro;
A violência deve ser um meio para danificar;
Nesta hipóteses, responde o agente por concurso material entre dano qualificado pela violência ou grave ameaça e o crime de lesão corporal.
Se o dano se consumou sem violência à pessoa mas, posteriormente, há emprego de violência contra a vítima: dano simples em concurso material com lesão corporal.
Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave: O uso dessas substâncias qualifica o dano, se o fato não colocar em risco a incolumidade pública (mais grave). Exemplo: o incêndio provocado não ocasionar perigo comum, tipificar-se-á o delito de dano qualificado.
Trata-se de uma hipótese de subsidiariedade explícita, pois a lei expressamente a menciona: Há um crime principal e um crime subsidiário (só será dano qualificado se não houver crime mais grave, por exemplo se resulta em homicídio ou incêndio – neste caso, caracteriza-se outro crime).
Exemplos de substâncias: inflamáveis:álcool, o petróleo etc; e explosivas a dinamite, a pólvora etc.
Contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista: a expressão “patrimônio”, nesse dispositivo, deve ser considerada de forma ampla, englobando até mesmo os bens de uso comum do povo e os de uso especial. Ex: banco de praças.
DF: Incluso no termo “Estado” (maioria da doutrina); Autarquia: dentro do patrimônio da União; Empresa pública: não foi incluída, portanto se praticado crime de dano não amplia, porque caracterizaria analogia malam partem (não aplicada).
 Analogia Malam Partem: Em caso de omissão do legislador quanto à determinada conduta, aplica-se a analogia, sendo aquela onde adota-se lei prejudicial ao réu, reguladora de caso semelhante. Porém, no Brasil não é aplicada essa analogia devido ao princípio da reserva legal. 
A locação ou cessão de prédio a órgão da Administração Pública: não torna público esse bem. Trata-se, no caso, de bem particular (não é qualificadora). Exemplo: Preso danifica cela para fugir.
Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: O motivo egoístico rata-se do motivo pessoal do agente (proveito pessoal). Exemplo: matar o cavalo competidor para ganhar a corrida mais facilmente. Já o prejuízo considerável, intenção de causar prejuízo relevante (econômico) à vítima, devendo ser analisado a situação econômica do ofendido.
Ação Penal (art. 167, CP):
Dano Simples e Dano Qualificado Inciso IV (motivo egoístico ou prejuízo considerável): Ação Penal Privada;
Dano Qualificado Incisos I, II e III: Ação penal Pública Incondicionada.
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (...).

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