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Behaviorismo e Psicanálise

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INTRODUÇÃO 
	Para a realização deste trabalho, nos focamos nas escolas Behaviorismo e Psicanálise, escolas que surgiram aproximadamente no final do século XIX e início do século XX.
	Ao decorrer do trabalho, apresentaremos as características principais de cada escola e suas similaridades, baseando-nos em fatores histórico-filosóficos e socioculturais que possibilitaram o desenvolvimento dessas formas de pensamento, além de explicar um pouco mais detalhadamente o que são as duas teorias.
BEHAVIORISMO 
	O Behaviorismo surgiu em 1913 com J. B. Watson nos Estados Unidos. Ele tinha como objetivo quebrar as ideologias do Funcionalismo e do Estruturalismo que se consolidavam cada vez mais no território norte americano. Para isso, buscava ideias ousadas para a época, como o uso de uma psicologia que lidasse apenas com atos comportamentais observáveis e passíveis de descrição objetiva, e ainda a completa negação de conceitos mentalistas, como sensação, percepção e consciência. 
	Essa escola surge baseada no trabalho feito até então com a Psicologia Animal, acrescentada da Filosofia Objetivista e Mecanicista vinda do Positivismo da época e da Psicologia Funcional.
	A grande aceitação do Behaviorismo como ciência se desenvolveu justamente a partir da Psicologia Animal, uma vez que os chamados “animais inteligentes”, ou seja, animais que eram capazes de contar, ler, identificar diferentes objetos e afins, eram muito populares nas cidades e circos.
	Outro fator que facilitou muito a aceitação dessa Psicologia foi a promessa de Watson de que era possível condicionar as crianças para que elas fossem desde pequenas o que se espera delas no futuro. Por exemplo, ele afirmava que se possuísse um determinado número de bebês seria capaz de condicioná-los a se tornarem médicos, advogados e até mesmo ladrões, mesmo que suas habilidades se voltassem para áreas que não essas.
	A população como um todo se mostrava desesperada por uma forma de determinar o comportamento infantil e minimizar o impacto das tendências humanas inatas. Durante um grande período, as ideias de Watson supriam essa vontade, porém suas ideias começaram a ser confrontadas por estudiosos que afirmavam que mesmo as características mentalistas do sujeito eram comportamentos observáveis ou resultavam em um, abrindo assim o foco para outra forma de pensamento.
	A Teoria Behaviorista como um todo se volta para a observação (com ou sem instrumentos), previsão e controle do comportamento através de testes específicos, relatos verbais e reflexos condicionados, excluindo completamente toda e qualquer referência aos conceitos mentalistas. Porém, sua teoria se estendeu entre três segmentos: o Behaviorismo Metodológico, o Behaviorismo Radical e o Behaviorismo Social.
	O Behaviorismo Metodológico foi o de Watson, propriamente. Entendendo que o homem possui um aparato orgânico que se ajusta ao ambiente em que vive por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos, Watson defende a ideia de que o comportamento deve ser estudado como função de certas variáveis do meio, sob o argumento de que certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas. Nessa linha de raciocínio, ele procura descrever os eventos comportamentais atribuindo-lhes um caráter mecânico e o mais próximo possível da fisiologia, uma vez que as razões que estariam subjacentes ao 'levar' o homem a desempenhar o comportamento deveriam ser tratadas isoladamente.
	O Behaviorismo de Watson fundamenta-se na lei de Pavlov: o condicionamento clássico, ou o reflexo incondicionado, que consiste em respostas produzidas por estímulos antecedentes do ambiente. Aprofundando e ampliando tais noções, Watson chega ao conceito de "reflexo condicionado" que consiste em interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito) nas quais o organismo é levado a responder a estímulos que antes não respondia. Neste caso, o que vai propiciar a aprendizagem dos comportamentos é a relação fundamental - a relação entre a ação do sujeito (emissão da resposta) e as consequências.
	O Behaviorismo Radical é o método relacionado a B. F. Skinner que, em 1945, introduz a análise experimental do comportamento, adotando os princípios do pragmatismo e rompendo com o dualismo dos mundos objetivo e subjetivo, ou seja, ele adotou conceitos e termos para compreender e definir o comportamento resultante de qualquer evento.
	Já o Behaviorismo Social se refere a Staats que, em 1980, pensa em um método não radical que não exclua a convivência social que o ser humano tem e que consequentemente modifica seu comportamento. A primeira grande modificação introduzida foi o reconhecimento de que a análise do comportamento deve considerar os processos simbólicos, uma vez que a capacidade de utilizar a linguagem instrumentaliza a possibilidade de representação de eventos e de situar o presente com base em experiências passadas. Em decorrência, ao contrário das duas abordagens anteriores do Behaviorismo, o interesse concentra-se na análise cuidadosa do pensamento e dos mecanismos que este utiliza para controlar a ação.
	Outras duas grandes inovações que ele trouxe para o behaviorismo foram a concepção de comportamento como uma interação contínua e recíproca entre fatores ambientais, comportamentais e cognitivos; e a noção de aprendizagem através de modelação, que se refere à aquisição de conhecimentos e comportamentos novos por meio de observação.
PSICANÁLISE 
	A Psicanálise começa a surgir entre 1895 e 1900, em Viena, quando Sigmund Freud começa a escrever livros sobre o assunto. Diferentemente das escolas que surgiram até então, a Psicanálise não segue os moldes da produção universitária, ou seja, ela não é considerada uma ciência pura estudada em universidades através de laboratórios, bibliotecas e salas de conferência.
	Freud teve como objetivo o estudo de psicopatologias através da observação clínica, dando especial ênfase ao inconsciente. Suas ideias partem de fontes como especulações filosóficas acerca do inconsciente, estudos de psicopatologias e a teoria da evolução de Charles Darwin.
	Apesar de Freud receber o crédito de criador desta escola, ele mesmo afirma que não foi o primeiro a discutir o inconsciente, foi somente o primeiro a discutir o inconsciente de forma científica.
	O principal foco da Psicanálise foi o estudo das doenças mentais, inclusive a chamada “histeria feminina”, doença até então não devidamente reconhecida. Para isso, ela se valeu da crescente negação da visão somática acerca dessas doenças, visão essa que afirma que toda doença mental é causada apenas por fatores físicos, adotando em seu lugar a visão psíquica, uma visão que afirma que esse tipo de doença surge de fatores físicos, psicológicos e emocionais. O objetivo da Psicanálise, como terapia, é liberar emoções e experiências reprimidas, ou seja, trazer o inconsciente ao consciente.
	A abordagem da psicanálise assume que a redução de sintomas por si só é relativamente inconsequente, já que o conflito subjacente não é resolvido, os sintomas neuróticos serão simplesmente substituídos. O analista é tipicamente uma “tela em branco”, revelando muito pouco sobre si mesmo, a fim de que seu paciente possa usar o espaço no relacionamento para trabalhar em seu inconsciente, sem interferência do exterior.
	De acordo com a teoria do iceberg, a mente humana compreende o consciente, pré-consciente e inconsciente. Enquanto o consciente e pré-consciente são acessíveis, o inconsciente não é. Este abriga os medos, necessidades egoístas, motivos violentos, impulsos imorais, e assim por diante. Este é o lado mais obscuro da mente humana. Freud acreditava que as expressões inconscientes aparecem como sonhos, lapsos de fala e maneirismos.
	Quando se fala da personalidade, a concepção freudiana apresenta três componentes: ID, Ego e Superego. Ele acreditava que o comportamento é regido pela interação desses três. ID é a mais primitiva e a parte menos acessível da personalidade, busca gratificação imediata e opera pelo princípio do prazer. O Ego serve comoum mediador entre o ID e as circunstâncias do mundo externo para facilitar a interação. Ele mantém as demandas de busca do prazer do ID até um objeto apropriado ser encontrado para satisfazer e necessidade e reduzir a tensão. O Ego funciona pelo princípio da realidade. O Superego tenta inibir a satisfação do ID completamente, enquanto o Ego apenas adia. O Superego atua pelo princípio da moralidade.
	O movimento da adesão à visão psíquica foi aceito com muito entusiasmo nos EUA, especialmente graças a Elwood Worcester, reitor da Igreja Emmanuel, que iniciou uma espécie de sessão de terapia da palavra, individual ou coletiva, dando a abertura que a psicanálise necessitava no país.
SIMILARIDADES 
	As duas escolas são opostas, fazendo com que haja muita discussão em volta delas. Enquanto o Behaviorismo trata o humano como algo “manipulável”, modificando seus comportamentos, a Psicanálise considera aquilo que nós não podemos ver, o inconsciente, como mais importante. 
	Um fato curioso é perceber que ambas as escolas foram influenciadas pelo idealismo alemão de Wundt, porém enquanto o Behaviorismo preferiu dar segmento à área chamada “externalista”, a Psicanálise foi em direção a área “internalista”, a área em que o indivíduo tem voz, não é apenas um objeto de estudo pura e simplesmente.

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