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Aula de Cefaleia


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NEUROLOGIA- AULA SOBRE CEFALEIAS 
 
Medicina UFJF-GV 
CEFALEIA: 
A cefaleia ou a dor de cabeça é o principal motivo de alguém procurar o neurologista, ao longo da história a dor de cabeça é um 
episodio bastante relatado, além de ser uma das principais queixas na sala de emergência, existe até tratamento cirúrgico para 
enxaqueca. 
Epidemiologia: 
Acomete 97% das mulheres, que irão relatar esse episódio em algum momento ao longo da vida. Em clinica médica é a terceira 
causa de dor súbita, sendo a primeira em neurologia. 
7,7% de prevalência nas crianças e adolescentes. 
Existe uma curva que indica que a dor de cabeça é mais prevalente na população jovem.( Não está presente em apenas uma 
faixa etária). 
Entre os tipos de dor de cabeça a dor tensional é a mais comum, entretanto não é principal causa de procura ao neurologista, 
uma vez que ela não é tão forte, ao contrário da enxaqueca, que é mais forte e leva à busca pelo profissional. 
3% da população passa a ter dor de cabeça diária, são aqueles pacientes de baixa capacidade funcional, e esse numero vem 
crescendo. Mas vale lembrar que os pacientes que procuram o neurologista, são aqueles enxaquecosos, em que a dor torna 
difícil de realizar as tarefas diárias. 
Há uma prevalência maior em mulheres que em homens. 
É importante ressaltar que existe uma questão hereditária, a história familiar aumenta as chances de se desenvolver 
enxaqueca. 
Há situações em que a pessoa pode apresentar uma crise enxaquecosa e depois do início da crise apresentar também um 
quadro de queda de força, uma hemiparesia, que volta ao normal depois de um tempo. 
Existe uma classificação muito importante chamada frequência de crise, que define que a forma de tratamento desse paciente, 
se ele vai ser tratado profilaticamente (todos os dias) ou então tomar remédios apenas durante as crises. 
FATORES DESENCADEANTES DA DOR (ambientais): 
DIETÉTICOS: 
 Álcool (é capaz de provocar dor de cabeça por desidratação, ou uma dor de cabeça sintomática), leite, queijos maturados, 
glutamato monossódico (presente no sazon), chocolate, aspartame, cafeína (tanto o uso em excesso como a supressão), nozes, 
nitritos e nitratos, frutas cítricas. 
HORMONAIS: 
Menstruação, ovulação, reposição hormonal (principalmente progesterona- contraceptivos antigos, os mais atuais tem uma 
progesterona mais parecida com a corporal o que facilita a adaptação do organismo). 
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL: 
Luminosidade, luzes piscantes, sons e ruídos, odores. Existem pacientes que mesmo a noite, precisam usar óculos escuros para 
se proteger da luminosidade, cheiros fortes, como de casa recém pintada, lixo estragado, também podem levar à dor de cabeça. 
FATORES PSICOLÓGICOS: 
Estresse, períodos de baixa estima, atividade intensa, perda de mudança (morte, separação, mudança de emprego) crise 
psicológica, esses pacientes, principalmente aqueles que tem transtorno de bipolaridade apresentam muitas dores. 
MUDANÇAS NO AMBIENTE OU HÁBITO: 
Mudanças de tempo, do quente para o frio (modificação das estações do ano), viagens devido à mudança do ambiente, 
mudanças no padrão de sono (ex: uma pessoa que tem o hábito de deitar todos os dias no mesmo horário), dieta, restrição 
alimentar, atividade física irregular (inatividade ou excesso), obesidade. 
Apnéia do sono; dor de cabeça de madrugada. 
O que é importante para entender a dor de cabeça? 
É imprescindível identificar o motivo da dor. 
TIPOS DE DOR: 
Aguda 
Aguda recorrente 
Crônica progressiva 
Crônica não progressiva 
-Aguda: a pessoa estava bem e de repente começa com uma dor, que pode, ou não, melhorar com os dias. Esse tipo de dor, 
normalmente é secundária, à infecções como amidalite, rinite, sinusite, ou então é decorrente de doenças mais graves, em que 
o paciente apresenta uma dor de inicio súbito, esse tipo de dor súbita é característico de doenças clínicas mais graves, como 
ruptura de aneurisma ou trombose do seio venoso. Nesse caso há grandes chances de efeitos catastróficos. É interessante 
lembrar que entre as cefaleias agudas, elas podem ser súbitas ou não súbitas, considerando que normalmente as súbitas são 
secundárias à uma doença, e são mais graves, sendo necessária realização de exames, etc. É notável também que pacientes 
ansiosos podem ser induzidos pelo médico e falam que a dor é súbita, mas pode não ser. 
Aguda recorrente: A dor que se apresenta intermitente, que começa, melhora, começa melhora, é muito característica de dor 
de cabeça primária, como por exemplo a enxaqueca. 
-Crônica: É aquela em que o paciente tem mais de 15 dias de dor por mês, durante pelo menos 3 meses. 
Há a dor de cabeça crônica progressiva, normalmente o paciente relata que há algum tempo, como por exemplo: nos últimos 
dois meses, iniciou com uma dor de cabeça leve, mas que atualmente se encontra insuportável, esse tipo de dor, normalmente 
está associado ao que é chamado de pseudotumor cerebral, pois há um aumento de pressão intracraniana, que é uma 
característica de mulher, jovem, obesa, que se dá devido à edema cerebral, é necessário notar que tumores também devem ser 
investigados nesses casos. 
Dor de cabeça secundária é muito comum na infância, pois tem muitos quadros de rinite, sinusite, amidaglite, etc. e no idoso 
também é bastante encontrada, devido aos problemas vasculares. 
Quais são os tipos de dor de cabeça primárias mais comuns? A enxaqueca e a dor tensional. 
E as secundárias mais comuns? A ressaca, quadro infeccioso, associado com febre, problemas metabólicos, sinusite aguda em 
que passa uma dor na face que chama a atenção que é quase “palpável” (sinusite crônica não causa dor de cabeça), por uso de 
drogas, cefaleia ocular, glaucoma pode dar dor de cabeça, dor começa na região cervical. Em todos esses tipos de dores 
secundárias, o médico deve estar ciente de qual exame deve pedir, não fazendo pedidos desnecessários, que atrapalharão o 
paciente. Assim, para estabelecer a conduta, é necessário saber qual a semiologia da dor, fazer o exame neurológico, fazer a 
palpação de face e identificar se é uma dor primária ou secundária, dependendo do tipo da dor e da hipótese do profissional 
deve se pedir ressonância etc. Se a dor corresponder com as características semiológicas, se obedecer padrões já estabelecidos, 
não há necessidade de se fazer ressonância por exemplo, para não gerar custos desnecessários poupar o paciente de 
procedimentos descabidos e não onerar o sistema de maneira geral. 
A dor de cabeça primária é aquela que não está associada à nada, é uma doença do cérebro que cursa com uma dor de cabeça 
frequente, essa doença é uma disfunção metabólica, que é um descompasso de neurotransmissores que culminam com a dor 
por modificação da excitabilidade. Não adianta ficar fazendo exame etc. Essa cefaleia primária pode ser de longa duração ou de 
curta duração: 
Dor de cabeça de longa duração: São crises de dor contínua que vão durar de algumas horas à alguns dias; normalmente dura 
mais de três horas. Ex: Enxaqueca e cefaleia tensional 
Dor de cabeça de curta duração: Dura em média minutos, se estendendo no máximo até três horas. Ex: cefaleia em salvas. 
(Professor lê um caso clínico: 
Paciente, 33 anos, apresenta desde os 15 anos, dor de cabeça pulsátil (latejante) (ou seja, são 17 anos de dor, o que contribui 
para um diagnóstico de dor primária) que predomina no lobo temporal direito, que geralmente dura de 2 a 3 dias, com uma 
crise por semana em média. O paciente relata que é uma dor contínua e progressiva, que piora com o tempo. Os fatores de 
piora dessa dor são a exposição solar, barulho excessivo, esforço físico. Após uma hora iniciada dipirona, a dor cessa, mas volta 
logo depois. Devido à esse quadro, o pacienteapresenta quadro de irritabilidade, estresse.) 
Esse quadro apresentado, é típico de enxaqueca, o que faz a pessoa procurar o neurologista é que é uma dor muito forte e que 
muitas vezes incapacita o paciente de realizar alguma atividade durante o período de dor. 
É comum que a enxaqueca seja unilateral, 10% pode ser bilateral, é pulsátil. Esse tipo de dor, pode durar até 3 dias, ou seja, a 
disfunção metabólica do cérebro pode durar até 3 dias. O paciente normalmente apresenta fotofobia, osmofobia qualquer 
esforço físico piora a dor, subir uma escada por exemplo, pode piorar o quadro. O paciente também pode apresentar náuseas e 
vômitos. 
Em crianças é preciso observar, que a criança para de comer, diminui a concentração, palidez, sudorese, vômitos cíclicos. 
Geralmente dói mais na região frontal, é necessário assim, observar as incapacidades da criança decorrentes da dor, como 
prostração, não brinca etc. 
A cada homem, há duas mulheres com enxaqueca, e isso se deve, principalmente à presença de hormônios, essa proporção se 
iguala próximo aos 50 anos de idade. 
Fisiopatologia: 
Durante muitos anos se acreditou que a enxaqueca fosse causada por uma vasodilatação excessiva, que era precedido por um 
período de vasoconstrição, e essa transição da vasoconstrição para a vasodilatação fazia com que não tivesse fluxo sanguíneo 
suficiente para suprir o cérebro, assim aparecem sintomas neurológicos focais (aura). Aura é o sintoma neurológico que 
acontece, ou antes, ou durante ou depois da dor de cabeça. Pode se ter aura sem dor (sabe-se que o paciente tem histórico de 
enxaqueca); existem enxaquecas em que a pessoa começa a ver pontos luminosos (córtex visual comprometido) ou então perda 
momentânea da visão, mas não apresenta a dor. AuraVasodilataçãoDor (minutos depois). 
É interessante notar que existe enxaqueca sem aura também. 
Não se sabe o que causa a enxaqueca, provavelmente é uma associação de fatores desencadeantes com a história genética. 
Havia uma teoria de que a enxaqueca está associada com a aura devido à vasodilatação, mas essa teoria caiu por terra, pois 
fizeram um teste com injeção de prostaglandinas, o que diminuiria a vasoconstrição mas que mesmo assim não resolvia o 
problema, já acontecia uma vasodilatação posterior, o que refutava a teoria. 
A teoria da depressão cortical alastrante: existia uma depressão da atividade base da região posterior (polo occipital) que vai 
para a região anterior. Essa é a teoria mais moderna que explica a enxaqueca, embora não explique tudo. As vezes o paciente 
tem náuseas e vômitos, pois é um fenômeno periférico, até mesmo ao palpar a cabeça, sente-se a dor. (centro de Náuseas e 
vômitos é o bulbo). 
Inflamação periférica neurogênica: 
Explica dor localizada e ativação de nervos, que ativa núcleos do tronco cerebral e assim justifica náuseas e vômitos. 
A teoria mais aceita hoje é que: ao nível do tronco cerebral há uma disfunção metabólica , de causa desconhecida, do tronco 
que desencadeia a depressão cortical alastrante e a inflamação periférica. Essa dor, embora possa ser localizada, não pode ser 
estudada apenas a nível cortical. 
QUADRO CLÍNICO: 
A enxaqueca é composta por pródromos que são sintomas que antecedem a dor em algumas horas, logo depois pela aura, que 
pode ocorrer tanto antes, como depois, como também durante a dor e durar até uma hora, ainda nessa cronologia começa a 
cefaleia (que pode durar de 4 -72h) e por fim pósdromo, em que a região da cefaleia fica sensível. 
Sobre os pródomos: 
Pode haver alterações no estado mental como depressão, euforia, irritabilidade, hiperatividade, sonolência, falante, inquietude. 
Podem aparecer também sintomas neurológicos: tais como foto/fonofobia, hiperosmia, bocejos, dificuldade de concentração, 
etc. 
Sintomas gerais: anorexia, sede, aumento da fome, sono em excesso, constipação intestinal, etc. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA ENXAQUECA SEM AURA: 
Quando o paciente tem uma enxaqueca sem aura, ele entra num ciclo de sintomas: 
Há pessoa tem que ter pelo menos 5 episódios de dor, que durem de 4 à 72h, e a dor que esse paciente relatar deve obedecer 
à pelo menos duas das seguintes condições: 
 Unilateral 
 Pulsátil 
 Moderada/ grave intensidade 
 Agravamento com atividade física de rotina 
E durante a dor o paciente também deve apresentar pelo menos um dos seguintes sintomas: 
 Náuseas e/ou vômitos 
 Fotofobia e/ou Fonofobia 
Apesar de não ser completo, a dor não é melhor explicada por outros critérios diagnósticos. 
COM AURA: 
Para a enxaqueca com aura, esses critérios não mudam, o que muda são os tipos de critérios para aura. 
AURA: É um sintoma neurológico, transtorno recorrente, focal e reversível, que geralmente dura de 10 à 15 min até no 
máximo 1 hora, normalmente é unilateral, embora também possa ser bilateral. É muito importante lembrar que são 
completamente reversíveis os episódios de aura. 
Os sintomas visuais são os mais comuns, mas podem ocorrer sintomas sensitivos ou de outras áreas do SN. 
Há também outros tipos de aura, como por exemplo: 
Aura típica com cefaleia não migranosa (não preenche os requisitos da classificação de enxaqueca) 
Aura típica sem cefaleia (aura sem dor de cabeça) 
Migrânea hemiplégica familiar (genética) 
Migrânea hemiplégica esporádica- não há história familiar associada 
Migrânea basilar é mais rara, os sintomas são tão acentuados que é comum o paciente desmaiar durante a crise. Esse desmaio 
acontece devido à diminuição do fluxo sanguíneo, e assim quando acorda há a dor de cabeça típica da enxaqueca. 
Ponto cego central 
Aura hemianóptica- na qual há perda de metade do campo visual. 
Ponto cego periférico 
Espectro de fortificação- visão fica desfocada ao redor. 
Vertigem- Simula crise de labirintite 
Aura parestésica- o paciente fica dormente e posteriormente começa com a dor de cabeça. 
Espectro de fortificação hemianóptico 
TRATAMENTO DA ENXAQUECA: 
Existem dois tipo de tratamento: 
Abortivo: Contem a dor naquele momento 
Se a cefaleia for frac;a faz analgésico oral (dipirona, paracetamol) 
Cefaleia moderada: Faz triptanos, pode tratar com analgésicos, mas não é o mais recomendado. 
Cefaleia forte: Medicamento intravenoso (analgésicos). Dexametasona, clorpromazina e haloperidol, que é um antipsicótico. 
Preventivo: tem como objetivo reduzir a frequência e a intensidade da dor, é usado para pacientes que tem dores muito 
frequentes e de alta intensidade. 
Tratar com Divalproato ou Ác. Valpróico (anti convulsivante= risco de teratogenicidade) 
Topiramate (anticonvulsivante) – Provoca diminuição do apetite 
Beta bloqueadores (metropolol)- Diminui a PA e é bom pois causa menos disfunção erétil 
Antidepressivos tricíclicos (aumentam o apetite) 
Venlafaxine (antidepressivo) 
Triptano (tem que ter cuidado com o uso, pois pode aumentar o número de crises e a intensidade da dor). 
Como escolher qual medicamento utilizar? 
É bom que se tente tirar vantagem dos efeitos adversos, por exemplo, se a pessoa é magrinha, usa-se medicamentos que 
aumentam apetite, se ela está acima do peso, faz-se o processo contrário. 
De acordo com as características do paciente então usa-se: 
Para pessoa de baixo peso Tricíclico, flumanizina ou valproato. 
Acima do peso Evitar os citados acima. 
Cálculo renal  Evitar topiramato (causa inflamação de calculo renal). 
Insônia  Tricíclico da sono. 
Idoso  Usa divalproato. É interessante evitar beta bloqueador e bloqueador de canal de cálcio, pois tem risco de 
descompensar ICC do paciente. 
É possível também, além de tirar vantagem dos efeitos adversos, tirar também vantagem das comorbidades, sendo assim 
prescrever: 
HAS Beta Bloq ou Bloq canal de Cálcio 
VertigemFlumazinDepressão Tricíclico, venlafaxina 
EpilepsiaTopiramate, divalproato 
DepressivoEvitar Beta-bloqueador e flumacin (são indutores de depressão) 
Epilepsia Evitar antidepressivo tricíclico devido ao menos limiar do anticonvulsivante 
Emergência Não se faz neurodéptico. 
**Flumanzin é muito utilizado em crianças. 
COMPLICAÇÕES DA ENXAQUECA: 
A enxaqueca é uma condição comum, que entretanto pode se complicar. 
 Uma complicação comum da enxaqueca é quando a cefaleia se torna crônica e diária, o principal risco dessa enxaqueca, 
é que começa a fazer uso excessivo de analgésico que pode levar à outros problemas como a própria cronificação da 
dor. O uso excessivo de analgésico causa dor, por intoxicação. 
 Estado migranoso é um quadro atípico em que a crise dura mais de 72 horas, é importante fazer uma investigação mais 
profunda desse paciente, provavelmente internar, fazer a retirada de analgésico para investigar alguma possível causa 
subadjacente, como sinusite, tumor etc. 
 Aura persistente sem infarto: Persiste por mais de 60 minutos até uma semana, e no exame de imagem não há AVC. 
Quando a aura demora mais de 60 min há risco de isquemia cerebral. 
 Infarto migranoso: Um ou mais sintomas de aura migranosa associado a uma lesão cerebral isquêmica em território 
apropriado demonstrado por exame de imagem, é importante, porém ressaltar que essa é uma condição rara. 
 Crise epiléptica desencadeada por aura de migrancia. (há uma diminuição focal excessiva). 
CEFALEIA TENSIONAL: 
Caso clínico: 
Paciente 45 anos, apresenta dor em aperto (na enxaqueca a dor é pulsátil) no lobo occipital, sensação de peso nas costas, 
como se estivesse usando um capacete, a dor persiste de 2h à 5 dias, ou seja, 12 dias por mês com dor, apresenta também 
fotofobia, sem presença de náuseas e vômitos (ao contrário da enxaqueca), e essa dor é desencadeada por estresse e é aliviada 
por atividade física (ao contrário da enxaqueca). 
Essas características são bem características de dor tensional, a dor vai da cabeça para a região do trapézio, não é uma dor 
incapacitante, mas incomoda. 
Maior prevalência na população global, mas não é um quadro problemático, é a causa mais frequente das cefaleias primárias, 
uma prevalência global de 42%. É mais comum em mulheres (55%). 
Critérios de classificação de dor tensional: 
Pelo menos 10 crises com duração de 30 minutos a 7 dias. 
Cefaleia com pelo menos 2 dos seguintes sintomas: 
Pressão (dor em aperto) 
Bilateral (vem da região cervical posterior) 
Intensidade fraca ou moderada 
Não se agrava com atividades físicas 
Sem náuseas ou vômitos 
Foto e/ou fonofobia 
FISIOPATOLOGIA: 
Tem componente psíquico comum em pacientes estressados, ansiosos. 
A tensão ou estresse começa a gerar contração muscular excessiva o que sensibiliza ativadores nociceptivos periféricos o que 
causa dor. 
É importante lembrar também que o próprio estresse vai mexer com o sistema límbico da pessoa, há uma hiper excitação 
neuronal, que vai ativar o lobo occipital que vai sensibilizar os neurônios supraespinais. Essa associação central e periférica é 
responsável pela potencialização da dor. 
TRATAMENTO: 
Abortivo: Aspirina, naproxeno, ibuprofeno, acetaminofeno, cetoprofeno. 
Profilático: Tricíclicos (amiptritilina, nortipitilina) mirtacripina, torpiramato. 
. A cefaleia tensional melhora com atividade física, assim o estimulo de sua prática auxilia no tratamento. 
Para diferenciar a cefaleia tensional da enxaqueca: 
A enxaqueca pode não ter aura, já a tensional nunca tem aura. 
A cefaleia tensional é bilateral, occipital, de intensidade leve ou moderada, dura até 7 dias, não tem náuseas e vômitos, só 
fonofobia ou só fotofobia (um desses podem estar presentes) e não piora no período menstrual. 
A enxaqueca é frontolateral, piora no período menstrual, forte, piora com atividade física, com náusea, vômito, sono, fotofobia, 
é uma dor pulsante de até 3 dias. 
CEFALEIAS TRIGÊMIO AUTONÔMICAS 
São dores de intensidade elevada, com sintomas autonômicos, (simpáticos ou parassimpáticos), esses tipos de dores são muito 
fortes, e deixam, muitas vezes, o paciente acamado. 
Parassimpático: 
Lacrimejamento, hiperemia conjuntival, congestão nasal (rinorréia). 
Simpático: 
Miose, ptose, e sensação de que o olho está mais para dentro da órbita. 
O paciente junto com a dor tem algum dos sintomas supracitados; e para se distinguir se é uma dor cabeça em salvas ou 
hemicrania paroxística beningna tem-se que analisar o tempo da dor. 
Caso clínico: 
Cefaleia em salvas; 
Homem de 40 anos de idade, apresentando Dor periorbitária (dor em região retro-orbital), e temporal, em pontadas muito 
intensa (reverberante, durando até uma hora) inicio e término e crise que para abruptamente, são crises intermitentes, ocorre 
principalmente a noite, acompanhada de lacrimejamento, hiperemia conjuntiva, obstrução nasal e síndrome de horner (ptose). 
Essas dores são mais recorrentes à noite devido ao uso de bebidas alcóolicas, não para totalmente, fica a sensação de alondina 
(dor no local). 
Esse tipo de dor tem um predomínio em homens (3:1) 
Corresponde à 6% das cefaleias primárias, o diagnóstico acontece após seis anos em média, são crises em séries, durando 
semanas ou meses (geralmente dura 2 meses e para, fica um tempo prolongado sem acontecer e volta). Esse tipo de dor, 
incapacita muito o paciente, ela se repete de 2 a 4 vezes por dia; o período de remissão, ou seja, quando o paciente volta a ter 
crises, normalmente acontece de dois em dois anos, e em épocas especificas do ano, como por exemplo somente no inverno. 
É um tipo de dor associada à aneurismas e traumatismos cranianos ( Fazer exame de imagem). 
O paciente que apresenta esse tipo de dor tem uma facie típica: sua pele é mais enrugada, fica mais espessa, grosseira, tende a 
perder sobrancelha do lado em que sente mais dor, o nariz é alargado, a pele fica com aspecto de casca de laranja. 
Os fatores deflagradores dessa dor: 
Álcool, medicamentos vasodilatadores, sono (os pacientes evitam dormir), maior costume em fazer atividade física, mental, 
emocional. 
É muito importante notar que essa dor é em pontadas, quando termina fica uma sensação dolorosa. 
Duração da dor: Dura de 15 min à 3 horas, uma vez a cada dois dias até 3 vezes por dia e tem que ser acompanhada de sintomas 
autonômicos, essas crises podem se repetir até 8 vezes por dia. É um tipo de dor que não costuma melhorar com analgésico, por 
isso é importante o que o paciente faz para melhorar a dor. 
Dor associada à hiperemia conjuntival ispilateral, lacrimejante, congestão nasal, rinorreia, sudorese da região frontal e leve, 
miose, ptose e ou edema de pálpebra. Tem que lembrar de perguntar ao paciente se há mudanças no olho, se há sintomas 
associados etc. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
Para fechar o diagnóstico dessa cefaleia, é preciso saber conduzir a entrevista. O paciente tem que apresentar pelo menos cinco 
crises, a dor é forte, muito forte, pode ser bilateral, entretanto é mais comum a dor unilateral, supra peri ou retro orbitária e/ou 
temporal com duração de 15 à 180 min. 
É preciso também apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas ipsilaterais associados à cefaleia: 
Hiperemia 
Congestão Nasal 
Sudorese 
Lacrimejamento 
Edema de Pálpebra 
Sudorese Facial de um lado da face durante as crises 
Rubor Facial 
Síndrome de Horner 
Como se trata cefaleia em salvas? 
Se chegar um paciente na emergência, ou no consultório relatando muita dor de cabeça, com o olho lacrimejando, rosto 
vermelho de um dos lados, inquieto, deve-se pegar um oxigênio, sentar o paciente, e fazer com ele inale esse oxigênio à 100%, 
como normalmente é na máscara, essa condiçãonão é ideal, já que 100% só no tubo; se for a primeira crise do paciente e ainda 
não tiver diagnóstico pode-se fazer um exame de imagem, embora deva-se colocar no oxigênio antes, essa conduta de O2 à 
100% normalmente resolve, caso não resolva. 
Em suma: o tratamento abortivo consiste a máscara de oxigênio à 100%, se o paciente não melhorar assim faz-se sumatriptano 
mg subcutâneo, se não resolver faz lidocaína (deve-se injetar por via intranasal na narina do lado em que o paciente está 
sentindo a dor) e se ainda não resolver utilizar corticoide intravenoso. 
Tratamento profilático: Verapamil que tem uma excelente resposta, bicarbonato de lítio; e existem outros medicamentos que o 
paciente pode ou não responder, como o valproato, topiramato e melatonina. 
Caso Clínico: 
Mulher 64 anos, há 15 anos apresenta dor retro ocular esquerda, com duração de 15 a 20 min (normalmente dura 5 a 10 min), 
que se repete de 10 à 15 vezes ao dia (não é cefaleia em salvas devido à quantidade de repetições > 8 x), associada à edema de 
pálpebra, ptose, e lacrimejamento ipsilateral à dor. Relata que não houve tratamento realizado até então melhorou. 
No caso acima, é necessário observar que as crises duram poucos minutos mas se repetem muitas vezes; é possível então, 
fechar o diagnóstico de hemicrania paroxística benigna***, cujo ÚNICO TRATAMENTO É o endometacil. 
***Tem que ter pelo menos 20 crises, repetidas. 
Como o endometacil não resolve a cefaleia em salvas, quando o paciente faz o uso desse medicamento e não melhora, indica 
diagnostico de cefaleia em salvas. 
O endometacil deve ser utilizado por 15 dias, 3x ao dia, e vai reduzindo a dose, conforme a reação de diminuição da dor do 
paciente, até por fim retirar o remédio. Em caso de nova crise, quando ela acontecer, repete o tratamento. 
Cefaleia em salvas mais comum em homens/ Hemicrania Paroxistica mais comum em mulheres. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
Pelo menos 20 crises que cumpram os critérios: 
Dor grave, unilateral, orbitária, supraorbitária e/ ou temporal com duração de 2-30 minutos. 
Pelo menos 1 dos sintomas autonômicos Ipsilaterais à dor: 
Hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento 
Congestão Nasal 
Sudorese Facial de um lado 
Rubor Facial 
Síndrome de Horner 
Edema Palpebral. 
NEURALGIA DO TRIGÊMIO: 
Normalmente ocorre após os 50 anos de idade, a queixa clínica é uma dor lancinante, com sensação de choque, essa dor vai 
normalmente do ouvido em direção à algum dos ramos do trigêmeo, normalmente pega um dos ramos, é extremamente raro 
pegar 3 ramos. As regiões mais acometidas são lábios, gengivas, bochechas, queixo e raramente a região inervada pelo ramo 
orbicular, é mais comum no ramo mandibular. Essas crises podem ser desencadeadas por bocejo, mastigação, alimentos frios, 
água gelada, dentre outros fatores. 
A principal fisiopatologia dessa dor consiste na compressão da raiz do trigêmeo (V par craniano), na entrada da ponte, região 
conhecida como “LooP vascular”, essa compressão pode ser causada por tumor, ou tortuosidade vascular que empurra o nervo 
e causa dor. 
Não há perda sensitiva (fibras sensitivas são periféricas), e também não há perda motora. 
Quando fazer exame de imagem nesse paciente? Quando houver perda sensitiva (indicação de tumor), quando houver a dor 
bilateral, em pacientes abaixo de 40 anos de idade. Nenhuma das 3 características supracitadas são características da patologia 
do trigêmeo, necessitando então de ser investigadas, pode ser um tumor por exemplo. 
Tratamento: Carbamazepina e oxacarbazepina, que são muito eficientes, responde também à fenitoína, lamotrigina etc... 
Existem algumas bandeiras vermelhas, que sempre devem estar na cabeça do examinador, ao receber um paciente com 
cefaleia. Requerem investigação: 
1)Mudança no padrão da dor. 
2)Cefaleia súbita (é necessário descartar ruptura de aneurisma, ou trombose do seio, que é acompanhada de edema 
periorbital) ou a pior cefaleia que o paciente relata já ter tido em sua vida. Pensar em patologia grave: 
 Hemorragia subaracnóide, é importante fazer exame de imagem, se não der nada, devido ao baixo volume de 
sangramento, em 12h, deve-se fazer punção lombar, onde se deve encontrar xantocromia no líquido 
cefalorraquidiano, ele fica mais amarelo, que é resultado da hemossiderina, que é produto da degradação de hemácias. 
 Meningoencefalite 
 Trombose venosa cerebral, sendo séptica ou não séptica (mulher em período puerperal, ou em uso de ACO) 
 Hidrocefalia aguda 
 Síndrome do vasoespasmo posterior reversível 
 Dissecção arterial 
3) Cefaleia em paciente com tumor, deve chamar atenção do profissional, pois até que prove ao contrário é tumor. 
Paciente imunodeprimido tem maior risco de infecção, seja ele vitima de câncer ou de HIV, paciente com coagulopatia também 
é um problema, deve-se avaliar a origem desse sangramento. 
 
4)Cefaleia nova em pacientes maiores de 50 anos. 
Caso clínico: Paciente >50 anos, ***aterite de células gigantes ( arterite temporal é comum em pacientes maiores de 50 anos), 
sem histórico de dor de cabeça, iniciou com dor de cabeça há 25 dias, não lacrimante, portanto pode-se descartar neurologia do 
trigêmeo, dor ocular, febre, quando mastigava tinha a sensação de engolir vácuo ao final da alimentação, e dor à palpação. 
***Arterite de células gigantes ou arterite temporal é uma vasculite, que normalmente pega ramos da carótida interna, externa, 
mais comumente, ou de vasos da região temporal, cefaleia subaguda (só vai piorando). Se essa doença não for tratada a pessoa 
perde a visão pois inflama a artéria oftálmica e assim cursa com isquemia óptica aguda. 
É importante olhar o VHS do paciente, que quando se encontrar acima de 50 é critério diagnóstico de arterite de células 
gigantes. 
Quando o VHS estiver muito alto deve-se fazer biópsia. 
O tratamento consiste em corticoterapia, que em geral da resultado em uma semana, e deve-se reduzir o corticoide de forma 
gradativa, ou se o quadro volta a piorar diminui o corticoide acompanhando VHS. 
Se o paciente está febril com dor de cabeça, e não tem foco de repetição, pode ser infecção do SNC. 
5)Cefaleia e exame clínico neurológico anormal: 
Exame de fundo de olho anormal com papilo edema Fazer exames de imagem. 
Rigidez de nuca + febre  Suspeita de meningite 
6)Toda dor de cabeça pós trauma deve ser reavaliada, em até 30 dias, e nesses casos é necessário a tomografia. Se o paciente 
tiver dor de cabeça, mas relata que bateu a cabeça na infância, ou há um ano por exemplo, pode desconsiderar, que 
provavelmente não é esse trauma relatado a causa da dor. 
7) Cefaléia do esforço: Dor que acontece quando o paciente está submetido à esforço, como atividade sexual, atividade física, e 
tem dor deve ser avaliada, pois pode ser indicativa de aneurisma. (Verificar amigdala cerebral) 
8) Características não usuais de cefaleias primárias que não preenchem nenhum critério, deve-se investigar com imagem. 
Em suma: 
Quando o paciente chega, é preciso diferenciar se é uma dor de cabeça que se classifica como primária? 
Se não, tem que investigar, descobrir a causa daquela dor. Se sim: 
Verificar se atende uma das causas de bandeira vermelha, se sim, investigar! 
Se não tiver sinal de bandeira vermelha (de alerta), tratar como cefaleia primária, se não resolver, investigar porque 
provavelmente não é primária, ou a causa primária, não é a que está sendo focada no tratamento.