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TECNICA LEGISLATIVA

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Prévia do material em texto

UNIDADE VIII- TÉCNICA LEGISLATIVA 
1- CONCEITO 
 
Consiste na criação do Direito escrito, positivado e pressupõe 
conteúdo e forma. 
O conteúdo é o composto normativo, o objetivo da norma; a 
forma é a técnica, como a norma aparece no mundo. 
“É a arte de dar às Normas Jurídicas expressão exata; de vestir 
com as palavras mais precisas os pensamentos que encerra a 
matéria de um direito positivo; a arte que todo legislador deve 
dominar, porque o Direito que surge tem de achar suas 
expressões em Normas Jurídicas. ” Rudolf Stammler – La 
Génesis delDerecho 
2- OBJETIVO 
 
A disciplina Técnica Legislativa objetiva estudar o Processo 
Legislativo e a apresentação formal e material das Normas 
Jurídicas. 
A) PROCESSO LEGISLATIVO: consiste na elaboração do ato 
legislativo, aqui entendido como o direito escrito. O processo 
legislativo vem previsto na Constituição Federal. 
B) APRESENTAÇÃO FORMAL E MATERIAL: consiste na análise dos 
assuntos e redação dos atos legislativos. 
 
A elaboração, redação, alteração e consolidação das leis 
são disciplinadas pela Lei Complementar n.º 95 de 26 de 
Fevereiro de 1998. 
Torna-se importante o estudo desta disciplina para os 
estudantes de Direito e para os que querem seguir a vida 
pública, sendo muito utilizado também na elaboração de 
estatutos e regimentos das pessoas jurídicas e contratos 
sociais. 
3- APRESENTAÇÃO FORMAL DOS ATOS LEGISLATIVOS 
CONCEITO: 
Relaciona-se à estrutura do ato, às partes que o 
compõem. 
DIVISÃO DO ATO LEGISLATIVO: Preâmbulo, Corpo ou texto, 
Disposições Complementares, Cláusulas de Vigência e 
Revogação, Fecho, Assinatura e Referenda. 
PREÂMBULO 
Subdivide-se em: Epígrafe, Rubrica ou Ementa (que compõem 
o Título), Autoria ou Fundamento Legal, Causas Justificativas, 
Ordem de Execução- mandado de cumprimento. 
 
 
 
EPÍGRAFE 
É a primeira parte do ato legislativo e traz a espécie, o tipo do 
ato (se lei, medida provisória, decreto); o número do ato e a 
data de assinatura. 
Serve também para situar o ato na hierarquia das fontes 
formais do Direito e para facilitar a pesquisa. 
Ex.: “Lei 10.246 de 10 de Janeiro de 2002” 
Rubrica/Ementa: define o assunto disciplinado pelo ato; 
encontra-se em destaque no ato legislativo. 
Ex.: “Institui o Código Civil” 
Importante neste tópico, para fins de identificar o assunto de 
que trata a norma jurídica, destacar o conceito de normas 
atópicas ou heterotópicas: que são aquelas que pertencem a 
ramo de direito diverso do tratado no ato legislativo. 
Ex.: - direito ao silêncio do réu no interrogatório (norma de 
direito material prevista no direito processual – CPP); 
- Direito de não depor pelo sigilo profissional (código de ética 
das profissões – direito material, previsto no CPC – parte não é 
obrigada a depor). 
AUTORIA: 
Segue a rubrica e indica de onde partiu o ato, ou seja, quem 
o elaborou. 
Ex.: Quando autoria do Executivo: “O Presidente da República, 
no uso das atribuições que lhe confere o item IV, artigo 84, 
CF..” – Lei 9494, 10.09.97 (disciplina a aplicação da Tutela 
antecipada contra a Fazenda Pública – após Medida 
Provisória) 
QUANDO AUTORIA DO LEGISLATIVO: “O Presidente da República 
– Faço saber que o Congresso Nacional e eu sanciono” – Lei 
10.406 de 10.01.02 
CAUSAS JUSTIFICATIVAS: 
Atualmente não é muito utilizado; mas serve para o Legislador 
declarar as razões que o levaram a editar o ato; 
Para Platão, como o Estado possui função pedagógica, o 
legislador deve expor a finalidade do ato para a população, 
sendo esta, portanto, a finalidade das causas justificativas do 
ato legislativo. As causas justificativas subdividem-se em 
Considerandos e Exposição de Motivos. 
 CONSIDERANDOS: quando o ato legislativo possui 
grande importância social e para a vida nacional ou 
quando vai reformular e provocar impacto na opinião 
pública; visa dar satisfação aos jurisdicionados e os 
preparar psicologicamente para que a norma se torne 
eficaz. Ex.: Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS: outra modalidade de 
justificação dos atos legislativos, mas que é única dos 
Códigos. É ampla, analítica e elaborada pelos autores 
dos anteprojetos dos códigos. Indica as inovações 
incorporadas ao texto e suas fontes, teorias 
consagradas, etc. Ex.: Exposição de Motivos do CPC – 
1972. 
 
 
ORDEM DE EXECUÇÃO OU MANDADO DE CUMPRIMENTO 
é a parte que encerra o preâmbulo, que dá a ordem de 
cumprimento do ato apresentado. 
Ex.: Decreta, resolve (atos do Executivo);Faço saber, 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono (atos do 
Legislativo). 
CORPO/TEXTO 
É a parte substancial do ato; concentra efetivamente a Norma 
Jurídica. 
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES 
Nos atos legislativos extensos (Constituição Federal, Códigos) 
o conteúdo normativo é dividido em capítulos. 
Estas disposições contêm orientações variadas, mas 
necessárias à aplicação do texto normativo. 
Podem ser preliminares, gerais e transitórias. 
 PRELIMINARES: antecedem as regras principais e 
fornecem os esclarecimentos prévios, como a 
localização da lei no tempo e espaço, os objetivos do 
ato, definições de termos, etc. Serve como instrumento 
para o ato entrar em execução. Ex. Lei de Introdução 
ao Código Civil Brasileiro 1916, hoje, Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro- DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 
4 DE SETEMBRO DE 1942. 
 GERAIS: as preliminares não se referem aos fatos 
regulados no ato; já as gerais e finais vinculam-se às 
questões materiais da lei. Nos Códigos mais extensos, se 
de interesse a apenas uma parte da lei, figuram logo 
após o capítulo ou seção; quando aplicáveis a todo o 
texto, vem no final do ato (finais). 
 TRANSITÓRIAS: contém normas que regulam situações 
passageiras, transitórias, que, após cumpridas, perdem 
sua finalidade, não podendo figurar no corpo da lei, 
mas no final do ato. 
CLÁUSULAS DE VIGÊNCIA E REVOGAÇÃO 
São as partes que encerram o ato legislativo. 
 VIGÊNCIA: consiste na data em que o ato se tornará 
obrigatório. Ex.: normalmente é na data de publicação 
ou 45 dias após sua publicação. Ex.: artigo 1º LINDB 
Vacacio legis: intervalo entre a publicação e o início da 
vigência. 
 REVOGAÇÃO: quando a lei se refere a tos que perderão 
sua vigência com a nova lei (art. 2º, § 1º LINDB- lei 
posterior revoga anterior quando expressamente o 
declare; quando for com ela incompatível ou quando 
regule inteiramente a matéria da lei anterior.) Ex.: 
“Ficam revogadas as disposições em contrário.” 
 
 
 
FECHO 
É a parte do ato legislativo que indica o local e a data de 
assinatura, e os anos que são passados da Independência e 
Proclamação da República (que simbolizam uma 
homenagem do legislador brasileiro aos dois fatos mais 
significativos da História Brasileira). 
Ex.: Código Civil- Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181º da 
Independência e 114º da República. 
ASSINATURA 
É o ato que garante a autenticidade do ato, como 
documento que é, necessita da aposição da assinatura da 
autoridade que o promulga. 
3.2.7- Referenda 
Consiste no fato de os Ministros de Estado acompanharem a 
assinatura presidencial na esfera Federal. 
Ato simbólico que demonstra uma corresponsabilidade pela 
edição do ato. 
Atualmente não é essencial à validade dos atos presidenciais, 
mas constitui praxe importante, mostrando a coesão existente 
entre as autoridades que administram o Brasil. 
 
 
 
 
4- APRESENTAÇÃO MATERIAL DOS ATOS LEGISLATIVOS 
Critério metodológico que serve para imprimir um sentido de 
ordem lógica aos atos legislativose proporcionam ao Direito 
uma forma prática de exteriorização. 
São artigos, subseções, seções, capítulos e títulos, sendo que 
os artigos são a forma principal de apresentação material do 
ato legislativo, sendo os demais elementos 
Divisão deles (parágrafos, incisos, alíneas) ou agrupamento 
deles (subseções, seções, capítulos, títulos). 
ARTIGOS 
Utilizado por quase todas as legislações como elemento 
básico (exceto no Direito Alemão que distribui os assuntos em 
parágrafos). 
A orientação para sua enumeração é a seguinte: os nove 
primeiros seguem a sequência ordinal (art. 1º, 2º, 3º ... 9º), os 
seguintes seguem a sequência cardinal (art. 10, 11, 12 ...). 
Quando o artigo é dividido em parágrafos, denomina-se 
caput a parte que antecede ao desdobramento, sendo este 
o cabeçalho, a parte inicial do artigo. 
Principais regras para elaboração dos artigos: 
 Limitado a um assunto, isto é, não pode haver mistura 
de assuntos no artigo. Ex.: “Artigo 1695, CC. São devidos 
alimentos quando quem os pretende não tem bens 
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à 
própria mantença, e aquele de quem se reclamam, 
pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu 
sustento.” 
 Deve trazer a regra geral; as exceções devem vir nas 
subdivisões posteriores, nos parágrafos, incisos e alíneas. 
Ex.: “Artigo 1694, CC. Podem os parentes, cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que 
necessitem para viver de modo compatível com sua 
condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
 
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das 
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à 
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de 
culpa de quem os pleiteia.” 
 Evitar linguagem abreviada, o que é permitido apenas 
nas siglas de uso corrente como FGTS, PIS, SUS, CTPS, etc. 
 Linguagem deve ser simples e clara, uma vez que deve 
ser compreendido por todos os destinatários; 
 Deve-se evitar expressões regionais, uma vez que 
destinados a todos os cidadãos sob a égide daquela 
determinada lei; 
 Deve haver a repetição de expressões para as mesmas 
ideias, uniformidade do tempo verbal e números 
devem ser escritos por extenso. 
DIVISÃO DOS ARTIGOS: 
PARÁGRAFOS 
Sinal gráfico § 
Traz a finalidade de explicar ou trazer alguma exceção à regra 
geral constante do artigo. 
Deve estar intimamente ligado ao assunto do artigo, 
complementando-o. 
A sequência numérica é igual à dos artigos (1º ao 9º - 
numeração ordinal; a partir do 10 – numeração cardinal) 
Se o artigo contiver apenas um não deve ser representado 
pelo símbolo gráfico, mas por extenso. Ex.: “Art. 1.704. Se um 
dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de 
alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão 
a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado 
na ação de separação judicial. 
PARÁGRAFO ÚNICO. Se o cônjuge declarado culpado vier a 
necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de 
prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será 
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à 
sobrevivência.” 
 
 
 
 
 
INCISOS, ALÍNEAS E ITENS (LC 95, 26.02.1998) 
 
Incisos: São representados por algarismos romanos. 
Alínea: São representadas por letras minúsculas 
Item : São representados por algarismos arábicos (1, 2, 3 ...) 
Os incisos, alíneas e itens possuem a mesma função dos 
parágrafos, ou seja, apresentar requisitos, enumerar situações, 
elementos, etc. Não possuem autonomia, apenas podem ser 
compreendidos em conjunto com a parte principal. 
ARTIGOS – PARÁGRAFOS – INCISOS– ALÍNEAS - ITENS 
AGRUPAMENTO DOS ARTIGOS: 
Presente em atos legislativos mais extensos, como os códigos 
e consolidações, que trazem a matéria legislada agrupadas 
por assuntos. 
ARTIGOS- SUBSEÇÃO – SEÇÃO – CAPÍTULO – TÍTULO – LIVRO – PARTE – 
CÓDIGO 
Ex.: CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL – LIVRO IV – Do Direito de 
Família – TÍTULO II – Do Direito Patrimonial – SUBTÍTULO III – Dos 
Alimentos – ARTIGOS 1694 a 1710. 
 
 
 
5- DO PROCESSO LEGISLATIVO 
 
CONCEITO 
 
Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o 
procedimento a ser observado pelos órgãos competentes na elaboração 
das espécies normativas (art. 59 da CF). 
A não obediência às disposições sobre o processo legislativo 
constitucionalmente previstas acarretará inconstitucionalidade. 
ESPÉCIES 
 
- PROCESSO OU PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ORDINÁRIO OU 
COMUM: É aquele que se destina à elaboração da lei 
ordinária. Os princípios do processo legislativo federal se 
aplicam ao processo legislativo estadual ou municipal 
(princípio da simetria do processo legislativo). 
- PROCESSO OU PROCEDIMENTO SUMÁRIO: Diferencia-se do 
ordinário apenas pelo fato de existir prazo para o Congresso 
Nacional deliberar sobre determinado assunto. 
- PROCESSO OU PROCEDIMENTO ESPECIAL: É aquele que se destina 
à elaboração das leis complementares, leis delegadas, 
medidas provisórias, decretos-legislativos resoluções e leis 
financeiras. 
Entre uma lei ordinária e uma lei complementar, em relação 
ao procedimento, só há diferença quanto ao número de votos 
para aprovação. 
Sendo exigido maioria relativa para a lei ordinária e maioria 
absoluta para a lei complementar. 
Na maioria absoluta, leva-se em consideração o total dos 
membros da Casa e na maioria relativa, os presentes na 
reunião ou sessão. 
Maioria é o número inteiro imediatamente superior à metade, 
se ela for fracionada, ou é a unidade imediatamente superior 
a metade, se ela não for fracionada. 
Quando o Congresso Nacional vota uma emenda 
constitucional, não está no exercício de um poder legislativo, 
mas sim de um poder constitucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 
 CONCEITO DE LEI 
 
A lei é ato escrito, primário (tem fundamento direto na 
Constituição Federal), geral (destina-se a todos), abstrato (não 
regula uma situação concreta) e complexo (exige fusão de 
duas vontades para se aperfeiçoar e produzir efeitos). 
Eventualmente pode haver lei sem a vontade do Poder 
Executivo, mas nunca pode existir lei sem a vontade do Poder 
legislativo. 
 FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO: 
 
- Fase introdutória (iniciativa): Trata do poder de iniciativa. 
- Fase constitutiva: Trata da deliberação parlamentar e da 
deliberação executiva. 
- Fase complementar (integradora): Trata da promulgação e 
publicação da lei. 
FASE INTRODUTÓRIA OU DE INICIATIVA 
 INICIATIVA: 
 
Iniciativa é a faculdade conferida a alguém ou a algum órgão 
para apresentar um projeto de lei. Da início ao processo 
legislativo. 
Só pode exercer a iniciativa quem tem poder de iniciativa, pois 
caso contrário haverá um vício de iniciativa, uma 
inconstitucionalidade formal. 
 HIPÓTESES DE INICIATIVA: 
 
- Iniciativa geral (art. 61 da CF): A iniciativa de leis ordinárias e 
complementares cabe: Qualquer membro da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; Comissão da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; 
Presidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais 
Superiores (STJ, TSE, STM e TST); Procurador-Geral da República 
e aos Cidadãos. 
- Iniciativa parlamentar: A apresentação do projeto de lei cabe 
aos membros do Congresso Nacional (Senadores e Deputados 
Federais). 
- Iniciativa extraparlamentar: A apresentação do projeto de lei 
cabe ao Presidenteda República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Ministério Público e aos 
cidadãos. 
- Iniciativa do STF: Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF). 
- Iniciativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de justiça: Propor 
ao Poder Legislativo, respectivo, observado o art. 169 da CF: 
 A alteração do número de membros dos tribunais 
inferiores (art. 96, II, “a” da CF). 
 
 A criação e a extinção de cargos e remuneração dos 
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem 
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus 
membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, 
onde houver (art. 96, II, “b” da CF). A fixação do subsídio 
dos Ministros do STF será feita por lei ordinária de 
iniciativa do Presidente do STF. 
 A criação ou extinção dos Tribunais inferiores (art. 96, II, 
“c” da CF). 
 
 A alteração da organização e da divisão judiciárias 
(art. 96, II, “d’ da CF). 
 
- Iniciativa do Ministério Público: 
 Propor ao Legislativo, observado o artigo 169 da 
Constituição, a criação e extinção de seus cargos e 
serviços auxiliares, promovendo-os por concurso 
público de provas ou provas e títulos; a política 
remuneratória e os planos de carreira (art. 127, §2º da 
CF). A lei disporá sobre sua organização e 
funcionamento. 
 
 Iniciativa concorrente do MP (Procurador-Geral da 
República) e do Presidente da República: Projeto de lei 
sobre a organização do Ministério Público da União. 
 
“Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa 
é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, 
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de 
cada Ministério Público...”(art. 128, §5º da CF). 
- Iniciativa concorrente: A apresentação do projeto de lei é de 
competência de vários legitimados. Ex: Iniciativa de leis 
ordinárias e complementares. 
- Iniciativa exclusiva (reservada ou privativa): A apresentação do 
projeto de lei pertencente a um só legitimado, sob pena de 
configurar vício de iniciativa formal, caracterizador de 
inconstitucionalidade. Quando se reserva a matéria a alguém, 
não é de mais ninguém. 
- Leis de iniciativa do Presidente da República: 
 Que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças 
Armadas (art. 61, §1º, I, a da CF). 
 
 Disponham sobre criação de cargos, funções ou 
empregos públicos na administração direta e 
autárquica ou aumento de sua remuneração (art. 61, 
§1º, II, “a” da CF). 
 
 Disponham sobre a organização administrativa e 
judiciária, matéria tributária e orçamentária, servidores 
públicos e pessoal da administração dos territórios (art. 
61, §1º, II, “b” da CF). 
 Disponham sobre servidores públicos da União e 
Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, 
estabilidade e aposentadoria. (Estatuto dos 
funcionários públicos civis da União art. 61, §1º, II, “c” da 
CF). -Disponham sobre organização do Ministério 
Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério Público 
e da 
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
territórios (art. 61, §1º, II, “d” da CF). 
 
Na verdade, a apresentação de projeto de lei sobre a 
organização do Ministério Público da União é de competência 
concorrente do Presidente da República e do Procurador-
Geral da República, em razão do disposto no artigo 128, §5º 
da Constituição Federal. “Leis complementares da União e dos 
Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos 
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as 
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público...”. 
 Disponham sobre criação e extinção de Ministérios e 
órgãos da administração pública, observado o disposto 
no art. 84, VI (art. 61, §1º, II “e” da CF). 
 
 Disponham sobre militares das forças armadas, seu 
regime jurídico, provimento de cargos, promoções, 
estabilidade, remuneração, reforma e transferência 
para a reserva (art. 61, §1º, II, “f” da CF). 
 
- Lei de iniciativa do Poder Executivo: 
 Plano plurianual (art. 165, I da CF). 
 
 Diretrizes orçamentárias (art. 165, II da CF). 
 
 Orçamentos anuais (art. 165, III da CF). 
 
- Iniciativa popular: Pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos 
5 Estados, com não menos de 3/10% (três décimos porcento) 
dos eleitores em cada um deles (art. 61, §2º da CF). 
- REQUISITO NUMÉRICO: no mínimo, 1% do eleitorado nacional; 
- REQUISITO ESPACIAL: eleitorado distribuído por pelo menos 5 
Estados; 
- REQUISITO INTERNO: com não menos de 3/10%(três décimos 
porcento) dos eleitores em cada um deles. 
A iniciativa popular, embora caiba para leis, não cabe para 
emendas à constituição. Parte da doutrina diz que não existe 
possibilidade de iniciativa popular para emenda 
constitucional, pois se fosse intenção do legislador, deveria ter 
inserido um parágrafo no artigo 60 da Constituição Federal. 
Para outra parte da doutrina, poderia ser visto que a iniciativa 
popular é uma forma de exercício de poder e não se pode 
restringir o direito político. “A soberania popular será exercida 
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor 
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, 
referendo, iniciativa popular” (art. 14 da CF). 
Pode haver lei de iniciativa popular nos Estado e nos 
Municípios. “A lei disporá sobre a iniciativa popular no 
processo legislativo estadual” (art. 27, §4º da CF); “Iniciativa 
popular de projetos de lei de interesse especifico do Município, 
da cidade ou de bairros,através de manifestação de, pelo 
menos, cinco por cento do eleitorado” (art. 29, XII da CF). 
- Iniciativa conjunta: A apresentação do projeto de lei depende 
da concordância de mais de uma pessoa. 
FASE CONSTITUTIVA 
 
A Fase constitutiva é composta da deliberação parlamentar e 
da deliberação executiva. 
 DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR: 
 
O projeto de lei é apreciado nas duas casas do Congresso 
Nacional (Casa Iniciadora e Revisora), separadamente, e em 
um turno de discussão e votação (no plenário), necessitando 
de maioria relativa em cada uma delas. 
CASA INICIADORA 
O projeto de lei apresentado por um Senador tem início no 
Senado, já aquele apresentado por um Deputado ou pelo 
Presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal etc, 
tem inicio na Câmara dos Deputados. A Câmara dos 
Deputados é a porta de entrada da iniciativa 
extraparlamentar (art. 64 da CF). 
 Comissões: O projeto de lei primeiramente será 
apreciado na Comissão de Constituição e 
Justiça e depois nas Comissões temáticas, que 
emitirão pareceres. Se o processo for 
multidisciplinar, passará por várias comissões 
temáticas. 
 
As comissões, além de discutirem e emitirem parecer, poderão 
aprovar projetos, desde que, na forma do regimento interno 
da casa, haja dispensa do Plenário e não haja interposição de 
recurso de um décimo dos membros da casa (art. 58, §2º, I da 
CF). Trata-se de delegação “interna corporis”. 
A Comissão de Constituição e Justiça pode fazer um controle 
preventivo de constitucionalidade. Se achar que é caso de 
inconstitucionalidade, remete o projeto ao arquivo. 
 Votação: Após discussão e parecer, o projeto 
será enviado ao plenário da Casa para um 
turno de discussão e votação. Encerrada a 
discussão passa-se à votação. 
 
É preciso maioria absoluta para instalar a sessão validamente 
e maioria simples para votação de uma lei ordinária (art. 47 da 
CF). O referente para instalar é fixo, pois leva em consideração 
o númerode colegiados (257 deputados). Já o referente para 
deliberar não é fixo, pois depende do número de presentes. Se 
o projeto fosse de lei complementar, seria necessário maioria 
absoluta para instalar e maioria absoluta para deliberar. 
Aprovado o projeto de lei na Casa Iniciadora por maioria 
simples, seguirá para a Casa Revisora. A 1a deliberação é 
chamada de deliberação principal e a outra, de deliberação 
revisional. 
CASA REVISORA 
O projeto de lei terá o mesmo curso da Casa iniciadora, isto é, 
passa primeiramente pelas Comissões e depois vai ao plenário 
para um turno de discussão e votação. É necessário maioria 
absoluta para instalar e maioria simples para deliberar. 
A Casa Revisora poderá aprovar, rejeitar ou emendar o 
projeto de lei (art. 65 da CF). 
 Aprovar: O projeto de lei aprovado no 
Legislativo seguirá para sanção ou veto do 
Executivo (art. 66 da CF). 
 
 Rejeitar: O projeto de lei será arquivado. A 
matéria constante de projeto de lei rejeitado 
somente poderá constituir objeto de novo 
projeto, na próxima sessão legislativa, salvo 
proposta da maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional 
(art. 67 da CF). 
 
 Emendar: Somente as emendas voltam para a 
Casa Iniciadora, sendo vedada a 
apresentação de subemendas (art. 65, 
parágrafo único da CF). 
 
A emenda deve guardar relação lógica com o objeto. É a 
proposta de direito novo a direito novo ainda proposto. Assim, 
não será admitido aquilo que for rotulado de emenda se não 
o for. 
As emendas podem ser aditivas (acrescentam alguma 
disposição no projeto), supressivas (suprimem alguma 
disposição no projeto), modificativas (não alteram a 
substância da proposição, mas sim um aspecto acessório), 
substitutivas (alteram a essência da proposição), aglutinativas 
(resultam da fusão de diversas emendas entre si ou com o 
texto) ou de redação (sanam algum vício de linguagem, 
incorreção de técnica legislativa ou lapso manifesto). A 
proposta de emenda que alcança todo o projeto é chamado 
no direito parlamentar de substitutivo. 
O poder de emenda é inerente à função legislativa, salvo em 
determinados casos. Ex: Não é possível aumentar a despesa 
prevista no projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da 
República (art. 63, I da CF); Não é possível aumentar despesas 
nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da 
Câmara dos deputados, do Senado Federal, dos Tribunais 
Federais e do Ministério Público (art. 63, II da CF). 
A emenda que determina o retorno à casa de origem é 
aquela que de alguma forma modifique o sentido jurídico da 
proposição, pois se não modificar, não precisa voltar. Ex: 
correção de português não precisa voltar. 
 Se a Casa Iniciadora concordar com a emenda: O 
projeto será encaminhado para o autógrafo 
(reprodução do trâmite legislativo e o conteúdo final do 
projeto aprovado ou emendado) e depois segue para 
o Presidente da República. 
 
 Se houver divergência: Prevalecerá a vontade de 
quem fez a deliberação principal (princípio da primazia 
da deliberação principal). O projeto segue para o 
Presidente com a redação da Casa Iniciadora. 
 
A Câmara está numa posição de prevalência em relação ao 
Senado, pois os projetos extraparlamentares iniciam-se pela 
Câmara e, portanto, é ela quem faz a deliberação principal. 
O princípio da primazia da deliberação principal não se aplica 
ao procedimento da emenda constitucional, pois precisa de 
aprovação nas duas casas. 
DELIBERAÇÃO EXECUTIVA 
 
O Presidente recebe o projeto de lei aprovado no Congresso 
Nacional com ou sem emendas, para que sancione ou vete. 
- Sanção: É a manifestação concordante do Chefe do Poder 
Executivo, que transforma o projeto de lei em lei. Pode ser 
expressa ou tácita, mas sempre motivada. A sanção 
subseqüente pelo Chefe do Poder Executivo não convalida 
vício de iniciativa, pois o ato é nulo e o que é nulo não pode 
ser convalidado. 
- Veto: É a manifestação discordante do Chefe do Poder 
Executivo que impede ao menos transitoriamente a 
transformação do projeto de lei em lei. O veto é irretratável. 
Características do veto: 
O VETO TEM QUE SER EXPRESSO: O veto tem que ser 
manifestado no prazo de 15 dias do recebimento, pois o 
silêncio do Presidente da República importará em sanção (art. 
66, §3º da CF). Assim, não existe veto tácito no Brasil. 
Inicia-se a contagem, excluindo o dia do início e incluindo o 
dia do vencimento. Também são excluídos os sábados, 
domingos e feriados, pois, a contagem leva em conta os dias 
úteis. 
 O VETO TEM QUE SER MOTIVADO: O veto pode ser político e/ou 
jurídico. Jurídico quando o projeto for inconstitucional 
(controle preventivo de constitucionalidade) e político 
quando o projeto for contrário ao interesse público. O veto 
sem motivação expressa produzirá os mesmos efeitos da 
sanção. 
 
O VETO TEM QUE SER FORMALIZADO: Os motivos do veto têm 
que ser comunicados em 48 horas ao Presidente do Senado 
(art. 66, §1º da CF). Diz-se que o veto é ato composto, pois não 
basta a motivação, precisa ainda de comunicação. A partir 
da formalização, o veto torna-se irretratável. 
 
 O VETO É SEMPRE SUPRESSIVO: O Presidente da República não 
pode acrescentar nada ao projeto. Só pode retirar. 
 
 VETO TOTAL: No veto total, o Presidente da República 
discorda sobre todo o projeto. 
 
VETO PARCIAL: No veto parcial, o Presidente da República 
discorda sobre parte do projeto. O veto parcial abrange 
somente texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou 
alínea. Não podendo assim incidir sobre palavras (art. 66, §2º 
da CF). 
 
Havendo veto parcial, somente a parte vetada é devolvida 
ao Congresso Nacional, as demais serão sancionadas e 
seguirão para promulgação e publicação. Assim, se houve 
veto parcial é porque a lei foi sancionada, senão o veto teria 
sido total. 
O veto parcial que incidir sobre a vigência importa em 
“vacatio legis” de 45 dias (art. 1º da LINDB). Se o Congresso 
Nacional rejeitar o veto parcial, só haverá conseqüência 
jurídica se anterior aos 45 dias. 
O VETO É SUPERÁVEL OU RELATIVO: O veto não é absoluto, é 
superável pela votação no Congresso Nacional em sessão 
conjunta (art. 57, IV da CF). O Congresso Nacional tem o prazo 
de 30 dias corríveis, a contar do recebimento do veto, para 
apreciá-lo (art. 66, §4º da CF). 
 
 Se escoar os 30 dias sem deliberação: O veto será 
colocado na ordem do dia da sessão imediata, 
sobrestadas as demais proposições, até sua votação 
final. A pauta será obstruída (art. 66, §6º da CF). 
 Se o veto for mantido: o projeto estará arquivado. 
 
 Rejeição do veto: Por maioria absoluta dos Deputados 
e Senadores, em escrutínio secreto. São necessários 257 
votos dos deputados e 41 votos dos senadores. 
 
“Se o veto não for mantido, será o projeto enviado para 
promulgação, ao Presidente da República” (art. 66, §5º da 
CF). Há um erro de técnica legislativa neste dispositivo, pois a 
rejeição do veto importa na transformação do projeto de lei 
em lei. Assim, a “lei” que segue para a promulgação e não o 
“projeto”. 
Se for rejeitado o veto parcial, será transformado em lei. Será 
promulgado e publicado como parte da lei que antes fazia 
parte. Assim, uma lei no Brasil pode ter dispositivos que entram 
em vigor em uma data e outros que entram em outra. 
 
 
 
 
 
 
FASE COMPLEMENTAR 
 
A Fase final é dividida entre a promulgação e a publicação. 
PROMULGAÇÃO: 
 
É um atestado da existência válida da lei e de sua 
executoriedade. Em regra é o Presidente da República que 
verifica se a lei foi regularmenteelaborada e depois atesta 
que a ordem jurídica está sendo inovada, estando a lei apta 
a produzir efeitos no mundo jurídico. A presunção de validade 
das leis decorre da promulgação. 
O que se promulga é a lei e não o projeto de lei. Este já se 
transformou em lei com a sanção presidencial ou com a 
derrubada do veto no Congresso Nacional. 
Cabe ao Presidente da República promulgar a lei, ainda que 
haja rejeição do veto. O veto rejeitado tem necessidade de 
ser promulgado. Assim, podemos ter uma lei sem sanção, mas 
nunca uma lei sem promulgação. 
Quando está escrito no texto “eu sanciono”, implicitamente 
traz a promulgação. A promulgação é implícita na sanção 
expressa. No caso da rejeição do veto, como não houve 
sanção estará escrito no texto “eu promulgo”. Na emenda 
constitucional, não há sanção ou veto, mas há promulgação 
pelas mesas da Câmara e do Senado. 
Se o Presidente não promulgar em 48 horas, o Presidente do 
Senado a promulgará e, se este não fizer em igual prazo, 
caberá ao Vice Presidente do Senado fazê-lo (art. 66, §7º da 
CF). Isto pode ocorrer na sanção tácita e na rejeição do veto, 
mas nunca na sanção expressa, pois a promulgação está 
implícita. 
PUBLICAÇÃO: 
 
É o ato através do qual se dá conhecimento à coletividade 
da existência da lei. Consiste na inserção do texto promulgado 
na Imprensa Oficial como condição de vigência e eficácia da 
lei. É a fase que encerra o processo legislativo. 
A promulgação confere à lei uma executoriedade. A esta tem 
que se somar uma notoriedade que decorre da publicação. 
Esta notoriedade é ficta, assim presume-se que as pessoas 
conheçam a lei. 
Em regra geral, a lei começa a vigorar em todo País 45 dias 
depois de oficialmente publicada, salvo disposição em 
contrário. Nos Estados estrangeiros, entra em vigor 3 meses 
após a publicação (art. 1º e §1º da LICC). Porém, a lei pode 
estabelecer a data de início de vigência. 
Segundo a Lei complementar 95/98, alterada pela Lei 
complementar 107/01, a lei não pode entrar em vigor na data 
da sua publicação, salvo se de pouca importância. Para 
muitos doutrinadores, tal disposição é inconstitucional, visto 
que as funções legislativas estão expostas na Constituição 
Federal e não poderiam ser ampliadas por meio de uma lei 
complementar. 
Todas leis importantes devem ter uma “vacatio legis”, isto é a 
eficácia deve ser protraída para uma data futura para que as 
pessoas tomem conhecimento da lei. A publicação é feita por 
quem promulga. Se existir omissão deliberada dolosa da 
publicação pelo Chefe do Poder Executivo, haverá crime de 
responsabilidade (Lei 1079/50 e Decreto-lei 201/67). 
PROCEDIMENTO ABREVIADO OU SUMÁRIO 
 CABIMENTO DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO: 
 
O procedimento sumário, também chamado de 
procedimento de 100 dias, tem cabimento para os projetos de 
iniciativa do Presidente da República, mas não precisa ser de 
iniciativa reservada (art. 64, §1º da CF). 
Atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou 
autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens, são projetos que tramitam sob regime de urgência 
(art. 223, §1º da CF). 
Este procedimento não se confunde com as outras formas de 
tramitação rápida previstas no regimento interno ("urgência 
urgentíssima" é matéria de regimento interno). 
 PROCEDIMENTO: 
 
- Projeto ingressa pela Câmara dos Deputados: A Câmara tem 
o prazo de 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. 
 Rejeitar: O projeto estará arquivado. 
 
 Se silenciar: O projeto obstará a pauta da Câmara até 
que decida sobre a aprovação do projeto. - As 
medidas provisórias não ficam obstruídas, mas as 
demais deliberações sim. 
 
 Se aprovar: O projeto será encaminhado ao Senado. 
 
- Aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, que também 
terá 45 dias para aprovar, rejeitar ou apresentar emendas: 
 Rejeitar: O projeto estará arquivado. 
 
 Silenciar: O projeto obstará a pauta do Senado até que 
decida sobre a aprovação do projeto. As medidas 
provisórias não ficam obstruídas, mas as demais 
deliberações sim. 
 
 Emendar: O projeto voltará para a Câmara dos 
Deputados, que terá prazo de 10 dias para apreciá-la, 
totalizando 100 dias (art. 64, §3º da CF). 
 
 Aprovar: Segue o procedimento ordinário. 
 
Os prazos não correm no período de recesso (ficam suspensos) 
e nem se aplicam às matérias de Código (art. 64, §4º da CF). 
 
ESPÉCIES LEGISLATIVAS 
 
As espécies legislativas são os objetos do processo legislativo, 
podendo se manifestar das seguintes maneiras: 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
 
Emendas à Constituição, inserem, no texto constitucional, novas 
determinações, estando o legislador atuando como constituinte 
derivado. Podem dar início a uma emenda um terço, no 
mínimo, dos membros de qualquer das casas legislativas 
(Câmara ou Senado), o Presidente da República ou mais da 
metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. A proposta de emenda 
constitucional será votada e discutida em cada uma das 
casas legislativas e será considerada aprovada se obtiver voto 
favorável de pelo menos três quintos dos votos de seus 
parlamentares. Assim sendo, não será objeto de votação a 
emenda que queira acabar com: 
- a forma federativa do Estado; 
- o voto direto, secreto, universal e periódico; 
- a separação dos Poderes; 
- os direitos e garantias individuais. 
 
LEIS COMPLEMENTARES 
 
As leis complementares são leis para as quais o constituinte 
reservou certas matérias, consideradas de maior importância. Essas 
leis exigirão, para que sejam aprovadas, os votos da maioria 
absoluta das respectivas casas. 
LEIS ORDINÁRIAS 
 
As leis ordinárias, como o próprio nome diz, são aquelas que 
tratam de todas as matérias possíveis, sem qualquer rito especial 
para sua aprovação (requer somente maioria simples, que 
significa mais da metade dos presentes). Existem basicamente 
duas limitações às leis ordinárias, quais sejam, NÃO PODEM 
DISPOR sobre matérias reservadas a lei complementar nem 
tratar sobre assuntos de competência privativa das casas 
legislativas (tratadas por decretos legislativos). 
LEIS DELEGADAS 
 
Leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, 
mediante autorização expedida pelo Congresso Nacional, para 
determinados assuntos. O Congresso Nacional pode, quando 
da autorização, determinar que a lei fique condicionada a 
uma posterior votação, que será única e sem a possibilidade 
de emendas. Não podem ser objeto de leis delegadas: 
- Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional ou 
de qualquer de suas casas; 
- Organização do Judiciário ou do Ministério Público; 
- Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e 
eleitorais; 
- Questões orçamentárias. 
MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 
A faculdade de que o Presidente da República dispõe de 
expedir medidas provisórias permite a ele que tome medidas 
com força de lei, quando houver uma grande urgência e relevância. 
Depois de publicada, a medida provisória é encaminhada ao 
Congresso para que se decida se transforma a medida em lei 
ou se será derrubada. Esse instrumento, porém, sofre uma série 
de modificações inerentes a sua característica de urgência, 
como por exemplo: 
- não pode tratar de: nacionalidade, cidadania, direitos 
políticos, partidos políticos, direito eleitoral, direito penal, 
direito processual penal e processual civil, organização do 
Judiciário e do Ministério Público, matérias orçamentárias, 
seqüestro de bens ou aplicações financeiras;- não pode dispor sobre matérias reservadas às leis 
complementares, nem matérias já disciplinadas pelo 
Congresso Nacional e pendentes de sanção presidencial. 
- terão duração de, no máximo, sessenta dias, prorrogável por 
mais sessenta; 
- se a medida não for apreciada pelo Congresso em quarenta 
e cinco dias, será incluída em caráter de urgência na pauta 
de votação, nada mais podendo ser votado, caso não seja 
votada a Medida Provisória; 
- Não se pode reeditar medida provisória que já tenha sido 
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por não ter sido 
apreciada. 
DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES 
 
Os decretos legislativos, na verdade, são leis que não precisam 
de sanção do presidente. Serão sempre utilizados quando se 
tratar de questões referentes às competências exclusivas da 
casa Legislativa, tendo sempre uma força normativa para 
toda a sociedade (externa). São elaborados pelo Congresso 
Nacional, com tramitação por ambas as casas e aprovados 
por maioria relativa. 
As resoluções, por sua vez, são atos de caráter interno, que visam 
regular o bom funcionamento das atividades legislativas. São 
elaboradas pelo Congresso Nacional ou por cada casa 
legislativa de forma isolada, sempre por maioria relativa. Essa 
espécie legislativa também prescinde de sanção presidencial.

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