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CAU • UFPR TA 087 • História da Arte I Profa. Dra. Josilena M.Z. Gonçalves CAU • UFPR TA 087 • História da Arte I Profa. Dra. Josilena M.Z. Gonçalves Unidade 5 Neoclássico A base do Estilo Neoclássico é a reação promovida pela nova burguesia contra a aristocra- cia, seus faustos e caprichos exibidos através do Barroco e Rococó, e a defesa de uma “arte nobre para todos”;; além da afirmação do ILUMINISMO, especialmente no que se refere à Razão humana e seus princípios (Virtude, Clareza, Racionalidade, etc.). 1730 Aumento do crescimento econômico e demográfico, e do desenvolvimento científico ▼ Alterações sociais e culturais, apoiadas no avanço do PENSAMENTO ILUMINISTA (Razão, Liberdade, Progresso) O Iluminismo privilegia a obediência às regras / cânones / academicismo. O Neoclassicismo comporta uma grande contradição: se por um lado é contemporâneo de um extraordinário desenvolvimento científico e técnico no campo cultural, por outro lado faz a apologia do regresso ao “antigo”, tomando a Antiguidade como fonte estética de inspira- ção, e como representante da razão e do sentimento. Os neoclássicos encontraram suas justificativas na teorização desenvolvida pelo alemão JOHANN WINCKELMANN (1717-68), baseada na busca do “Belo” absoluto, a partir da ins- piração nos modelos clássicos da Antiguidade e dos mestres renascentistas. A arte neoclássica idealizava a sociedade burguesa e alienava o artista dos problemas soci- ais e políticos de sua época, baseando-se totalmente em normas e preceitos técnicos, cal- cados em modelos acadêmicos. • Escultura Neoclássica (c.1750/1830) o A escultura é considerada a arte suprema neste período, pois é a mais apta a imitar a “escola” antiga. o Na escultura, o Neoclassicismo mostrou-se através do predomínio do intelec- tual sobre o sentimental, refletindo-se na inspiração essencialmente clássica, na serenidade da expressão e na estaticidade da pose da figura. CAU • UFPR TA 087 • História da Arte I Profa. Dra. Josilena M.Z. Gonçalves 2 o Principais artistas: § Antonio Canova – escultor veneziano, com sucesso na França. Extre- mamente doutrinário, transforma as figuras públicas em autênticos deuses clássicos. § Jean-Antoine Houdon – francês, estudou em Roma. Exímio retratista. São célebres os seus retratos de Voltaire e de Georges Washington. o Características gerais: § Temas: históricos, mitológicos e alegóricos. A escultura assume um papel de glorificação e de propaganda de políticos e de figuras conhe- cidas, representadas com poses e vestes semelhantes às clássicas. § Formas: copiadas dos modelos clássicos. Predominam os corpos nus e seminus. Composições estáticas, serenas e racionais. § Técnica: concepção e acabamento rigorosos: academicismo. § Materiais: mármore e bronze. • Pintura Neoclássica (final do séc. XVIII até a metade do séc. XIX) o Na França, entre 1780 e 1795, vive-se uma grande emoção idealista de integrida- de intelectual e moral, de dedicação à pátria e à república. Após a Revolução Francesa, Napoleão converte a arte num instrumento de propaganda, pomposo e decorativo. Canova (na escultura) e David (na pintura) colocam-se ao seu serviço. o Pioneiros: § Giovanni Battista Piranesi – mais conhecido pelos seus desenhos e gravuras de ruínas romanas;; § Anton Raphael Mengs – alemão que se estabelece em Roma a partir de 1747, responsável pelo ensino da maioria dos artistas da época e por excelentes re- tratos e alegorias. o No século XIX a gravura foi o mais importante veículo de divulgação das tendên- cias / modelos artísticos, principalmente da tendência “clássica”. CAU • UFPR TA 087 • História da Arte I Profa. Dra. Josilena M.Z. Gonçalves 3 o Gêneros de pintura: § Pintura historicista – principalmente em França, dá-se um enobrecimento des- te gênero pictórico, num sentido pedagógico e didático. São quadros dotados de um intelectualismo frio, severos e sem sentimento. § Pintura de gênero – cenas familiares, do cotidiano, festas ou cenas de caráter popular. § Retrato – ocupa lugar considerável na produção artística, veja-se o caso da escultura. § Pintura de paisagem – os aspectos mais “belos” da Natureza eram retirados para as telas, construindo uma paisagem idealizada e rigorosa. o Principais pintores: § Os maiores pintores do período foram os franceses: Jacques-Louis David (1748-1825), que foi o preferido de Napoleão I, realizando composições vastas e numerosos retratos de inspiração histórica ou mitológica;; e Jean-Dominique Ingres (1780-1867), com grande talento desenhista e retratista inigualável, mostrando um classicismo inspirado em Rafael e nos escultores antigos. § Jacques-Louis David – A sua pintura traduz uma grandeza de concepções e um grande realismo. Fundou a grande escola acadêmica de pintura neoclássi- ca francesa, conferindo grande importância ao Desenho. Segundo David, a ar- te deveria ser nobre e acessível para todos. A sua pintura é o espelho da épo- ca. § Antoine-Jean Gros – Seguidor de David, deixa evidenciar na sua obra algu- mas características românticas, como por exemplo, o gosto pelo dramático. § Jean-Dominique Ingres – Exímio desenhista, deu especial ênfase ao nu femi- nino, de contornos nítidos e serenos, tratado com grande sensualidade. Traba- lhou os quatro gêneros pictóricos, atingindo maior notoriedade como retratista. CAU • UFPR TA 087 • História da Arte I Profa. Dra. Josilena M.Z. Gonçalves 4 o Características gerais: § A pintura neoclássica caracterizou-se pela regularidade da forma e predomínio do desenho sobre a cor, com o emprego da perspectiva, luminosidade e esta- ticidade, o que era feito por meio de técnica apurada. § Telas de grandes dimensões (grandeza física e de conteúdo) § Desenho rigoroso (predomina sobre a cor) § Importância dada à luz e ao claro-escuro § Formas simples, austeras e geométricas § Pouca riqueza cromática, tons frios. Bibliografia: GOMBRICH, E.H. (Ernst Hans). A historia da arte. 15. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c1993 JANSON, H.W.. História da Arte. São Paulo, Martins Fontes, 2001. KRAUBE, A. História da Pintura do Renascimento aos nossos dias. SP: Könemann, 2000.
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