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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Profª Drª Ana Lúcia Salomon UNIP INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Síndrome clínica por anormalidade cardíaca em bombear o sangue (disfunção sistólica) e/ou acomodar o retorno sanguíneo (disfunção diastólica). Progressão lenta. Brasil: cardiopatia isquêmica crônica associada a HAS; Doença de Chagas, endomiocardiofibrose e cardiopatia valvular reumática crônica SÍNDROME MULTISSISTÊMICA: anormalidades na função cardíaca, musculoesquelética, renal e metabólica, associada à elevada estimulação do SNS e complexas alterações neuronais, humorais e inflamatórias DEFINIÇÃO Comprometimento Sístole e Diástole. Caracterizada clinicamente por dispnéia, fadiga, edema e redução da sobrevida. Lei de Frank-Starling • Quanto maior o VDF, maior DS e Fração Ejeção (FE) • Maior VD distensão sarcômeros dilatação ventricular manter DC • Déficit de contração dilatação progressiva: esvaziamento incompleto retenção hidrossalina (rins -RAA) Limitação Lei Frank-Starling Aumento excessivo VDF Performance ventricular Desestruturação mecânica fibras Aumento P Enchimento e Redução DS ICC Mecanismos Adaptativos Queda DC barorreceptores SNC descarga adrenérgica ++Hipoperfusão renal AA RAA Hipertrofia Ventricular Esquerda Baixo débito Redução PA Ativação Simpática Liberação de vasopressina Ativação do SRAA Vasoconstrição + redução da excreção de sódio e água Ativação dos Baroreceptores Evento inicial Infarto, miocardite, valvopatia Edemas Periférico Pulmonar Aumento de Pressão: HAS Estenose aórtica Aumento de Volume: Regurgitações valvares Remodelamento Cardíaco Ações Hormonais: • Noradrenalina: miocardiotoxicidade alongamento e hipofunção miócitos apoptose • Angio II: apoptose miócitos, fibroblastos, aumento Nora e Angio • Aldosterona: proliferação fibroblastos • + Citocinas pró-inflamatórias FISIOPATOLOGIA Carga mecânica elevada no coração Sobrecarga (↑ volume e pressão) Inflamação e perda de massa miocárdica Mecanismos adaptativos FALÊNCIA Heart Disease and Stroke Statistics - 2010 Update: Chapter 8. Circulation. 2010;121:e46-e215. Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) • maior problema de Saúde Pública • tipo de DCV que está aumentando (incidência, prevalência e mortalidade) • 75% dos casos têm antecedentes de HAS • IC afeta 10 em cada 1.000 pacientes > 65 anos Custo anual nos EUA O’Connell JB. et al. J Heart Lung Transplant 1998;13:S107-12 ETIOLOGIA Consequência final de várias doenças que acometem o desempenho cardíaco. ❖HAS • Foi durante anos a principal causa de IC ❖Doença cardíaca isquêmica (aterosclerose) • Atualmente a mais frequente causa de IC ~ 70% ❖ Outras causas • Idiopática, Doenças valvares e miocardiopatias secundárias, deficiência Se. -Doença Sistêmica -Estágio final = transplante CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA IC Classe funcional I Pacientes assintomático em suas atividades habituais Classe funcional II Pacientes assintomático em repouso. Sintomas são desencadeados pela atividade física habitual Classe funcional III Pacientes assintomático em repouso. Atividade menor habitual causa sintomas Classe funcional IV Paciente com sintomas mesmo em repouso Referenciado por: Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica – 2012. Sociedade Brasileira de Cardiologia, vol 98, nº1, sup. 1 – Janeiro 2012. Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC): Termo utilizado para caracterizar uma das principais consequências fisiopatológicas da IC: congestão venosa e capilar Insuficiência Cardíaca Congestiva Coração normal Coração dilatado ↑ Pressão no VE ↑ Pressão no sistema venoso CONSEQUÊNCIAS DA IC ESQUERDA CONSEQUÊNCIAS DA IC DIREITA Edema ↑ irrigação dos tecidos Problemas respiratórios ↑ Pressão na circulação pulmonar ↑ Pressão no AE ↑ Pressão na AE ↑ Pressão no sistema venoso ↑ Pressão na AD Edema INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) • Edema • Dispnéia: normalmente progressiva podendo evoluir até dispnéia em repouso ou dispnéia noturna paroxística (tosse seca e sensação de sufocamento ao deitar-se para dormir ou no meio do sono) • Fadiga • Tosse seca c/ fraqueza generalizada é o primeiro sintoma observado em idoso • Casos graves: congestão hepática (acúmulo de sangue na circulação venosa), edema de alças intestinais com ↓ absorção de nutrientes, plenitude gástrica, arritmias. • Isquemia cerebral – hipoperfusão (memória, comportamento do sono, pré-síncope) • Insuficiência vascular periférica – sudorese, cianose • Oligúria ICC - PRINCIPAIS SINTOMAS Dispnéia Edema mmii Fadiga Alterações no sono, ortopnéia Dispepsia, plenitude gástrica, hiporexia. Tosse produtiva Nictúria Confusão mental, Perda de memória SINTOMAS (baixo DC) http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2012/Diretriz%20IC%20 Cr%C3%B4nica.pdf CAQUEXIA CARDÍACA • DEFINIÇÃO: • Desnutrição protéico-energética associada à ICC levando a uma síndrome de depleção grave (de massa muscular e tecido adiposo). – Acomete aproximadamente 50% dos pacientes com ICC. – Detecção do estado de caquexia 50% da sobrevida Perda de peso não-intencional 6% do peso corporal habitual em 6 meses Anker SD et al. Lancet 2003; 361:1077-83 Caquexia: conceito Caquexia Cardíaca • Prevalência estimada: – 16% ambulatório – 61% internados • Perda de peso: fator independente da piora de sobrevida em pacientes com ICC 6%: taxa de mortalidade 75% - 100% Berry C European Heart J 2000(21):521-32; Anker SD et al Lancet 2003;361:1077-83 REDUÇÃO NA INGESTÃO ENERGÉTICA: ▪ Anorexia devido ascite e terapia medicamentosa ▪ Dieta hipossódica e restrição hídrica ▪ Dispnéia e exaustão ao se alimentar ▪ Olfato e paladar alterados ▪ Depressão ▪ Náuseas, vômitos, plenitude gástrica pós-prandial CAQUEXIA CARDÍACA - CAUSAS AUMENTO DO GASTO ENERGÉTICO: ▪ Consumo elevado de O2 pelo miocárdio ▪ Aumento do trabalho respiratório ▪ Elevação da TMB ▪ Febre ▪ Elevado Fator de Necrose Tumoral (TNFa) no sangue ▪ GET aumentado em pelo menos 20 a 30% mesmo nos estágios iniciais PERDA DE NUTRIENTES: ▪ Utilização de diuréticos (que espoliam K, Zn, Mg, Ca) ▪ Edema de alças intestinais ( da capacidade absortiva) ▪ Enteropatia perdedora de proteína ▪Má absorção de gordura (e outros nutrientes) ▪ Perda de proteínas pelos rins CAQUEXIA CARDÍACA - CAUSAS Edema de alças intestinais MANIFESTAÇÕES DA IC QUE INTERFEREM NO EN Fadiga Fraqueza Dispnéia Congestão hepática Ascite Estado mental Caquexia Medicações IC DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO • FARMACOLÓGICO • NÃO FARMACOLÓGICO: – Identificação da etiologia e a remoção da causa subjacente – Eliminação ou correção de fatores agravantes – Modificações no estilo de vida (dieta, atividades física e laboral) – Aspectos psicossociais • INTERVENÇÃO CIRÚRGICA – Inibidores da ECA – Digitálicos – Diuréticos – Antagonistas da aldosterona – Bloqueadores beta-adrenérgicos – Vasodilatadores diretos – Antagonistas dos recep. de angiotensina II – Antagonistas dos canais de cálcio – Antiarrítmicos – Anticoagulantes TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Interação drogas, nutrientes, estado nutricional TRANSPLANTE CARDÍACO Transplante Cardíaco Indicações Gerais • Pacientes portadores de IC avançada, classes funcionais III ou IV, com sintomas graves sem alternativa de tratamento clínico e com pior prognóstico Contraindicações relativas • Idade > 70anos • DM 1 com lesões graves de órgãos-alvo ou de difícil controle • Obesidade mórbida • Hepatite B ou C • SIDA II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco. Arq Bras Cardiol 2010; 94(1 supl.1): e16-e73 Transplante Cardíaco • Nutricionista: – Pré-operatório – suporte nutricional – Pós-operatório imediato – monitoramento – Pós-operatório tardio – prevenção de complicações – doenças metabólicas Terapia nutricional II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco, 2010 Restrição hidrossalina • Restrição de sódio em pacientes com IC sintomática para prevenir a retenção hídrica • Restrição de líquidos em pacientes com IC grave, especialmente na presença de hiponatremia • Restrição de líquidos em todos os pacientes com sintomas leves ou moderados parece não conferir benefícios clínicos II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco. Arq Bras Cardiol 2010; 94(1 supl.1): e16-e73 Pós transplante • Cuidados higiênico-sanitários adequados • Sem necessidade de excluir alimentos crus
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