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Terapia Nutricional nas Doenças Cardiovasculares Profa.: Michelle Rabello da Cunha Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II TEMAS ABORDADOS ANGINA PECTORIS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA TRANSPLANTE CARDÍADO ABORDAGEM NUTRICIONAL ANGINA PECTORIS DEFINIÇÃO ▪ Sintoma de isquemia miocárdica. ▪ Desconforto no tórax, ou em uma região próxima, tipicamente provocado pelo esforço ou ansiedade, com duração de alguns minutos, aliviado pelo repouso e não resulta em necrose miocárdica (angina de esforço) DOENÇAS DE BASE ▪ Mais comum é a doenças arterial coronariana aterosclerótica ▪ Miocardiopatia hipertrófica ▪ Estenose aórtica ANGINA ESTÁVEL ▪ É o tipo mais comum de angina ▪ Ocorre quando o coração está trabalhando mais do que o usual ▪ A dor geralmente cessa após poucos minutos, quando se faz repouso ou usa medicação para angina ▪ Padrão relativamente constante de dor ▪ Sintomas associados: dispnéia, fadiga, náuseas, vômitos, tontura e sudorese. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://sp9.fotolog.com.br/photo/41/59/116/cardio_com_alex/1224199781298_f.jpg&imgrefurl=http://www.fotolog.com.br/cardio_com_alex/54065652&usg=__WvRnpK6Yj-QjglDWrtMj-JhgwRI=&h=500&w=482&sz=25&hl=pt-BR&start=24&zoom=1&itbs=1&tbnid=scSBZcvKxLc-3M:&tbnh=130&tbnw=125&prev=/search?q%3Dsuprimento%2Bmioc%C3%A1rdico%2Bde%2Boxig%C3%AAnio%26start%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26ndsp%3D20%26biw%3D1003%26bih%3D622%26tbm%3Disch&ei=Kn7ITbXfBIHx0gHV1fCsCA Graduação da angina estável de acordo com a classificação da Canadian Cardiovascular Society (2000) I. Atividade física habitual não causa angina; angina ocorre com exercício extenuante; II. Leve limitação da atividade habitual; angina ocorre ao caminhar ou subir escadas rapidamente em alguns momentos do dia; III. Acentuada limitação da atividade diária; angina ocorre nas atividades normais do cotidiano; IV. Incapacidade de realizar qualquer atividade física sem desconforto; angina – repouso. CLASSE DESCRIÇÃO ANGINA INSTÁVEL ▪ Começa a se intensificar ou a ocorrer em repouso ou com nível menor de esforço ▪ Até 20% dos pacientes progride para o IAM nos 3 meses seguintes TRATAMENTO ▪ Os pacientes com angina instável devem ser hospitalizados para evitar o IAM, e na maioria dos casos são submetidos à arteriografia coronária INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CONCEITO É a necrose da célula miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. ❑CAUSAS: Trombos, aterosclerose, vasoespasmos ❑ SINTOMATOLOGIA: Dor precordial intensa, súbita e de descrição variável. A dor pode ser do tipo irradiada para o pescoço, mandíbula, dorso, MSE, região epigástrica. Náuseas, vômitos, dispnéia, taquicardia, palidez cutânea, secura na boca. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_y84NMtqsBSw/SxFISbnJqLI/AAAAAAAACVY/LNInEEan7H4/s400/infarto3_N.jpg&imgrefurl=http://andrigomania.blogspot.com/2011/01/infarto-do-miocardio-ataque-cardiaco.html&usg=__6LQVvg53moA7UL83Ir9mAJ9BSE4=&h=200&w=220&sz=8&hl=pt-BR&start=16&zoom=1&itbs=1&tbnid=mfVYVqZSMD1WzM:&tbnh=97&tbnw=107&prev=/search?q%3Dinfarto%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1003%26bih%3D622%26tbm%3Disch&ei=z4LITcmqCcrb0QGzrfHJBw ETIOLOGIA ▪ A maioria dos infartos resulta da oclusão trombótica da aterosclerose coronária grave FATORES DE RISCO ▪ Aterosclerose ▪ Diabetes ▪ Hipertensão ▪ Obesidade central ▪ Tabagismo ▪ Predisposição genética DIAGNÓSTICO ▪ Eletrocardiograma ▪ Enzimas ▪ Creatinoquinase (CK) fração MB ▪ Aspartato aminotransferase (AST - TGO) ▪ Desidrogenase lática (LDH) ▪ Troponinas http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.fisfar.ufc.br/petmedicina/images/stories/sangue.jpg&imgrefurl=http://www.fisfar.ufc.br/petmedicina/index.php?option%3Dcom_content%26task%3Dview%26id%3D255%26Itemid%3D65&usg=__3UHbDouPpIRfyK7nPtlTrySnVcc=&h=326&w=215&sz=16&hl=pt-BR&start=4&zoom=1&itbs=1&tbnid=1akqVAHlIzTcLM:&tbnh=118&tbnw=78&prev=/search?q%3Denzimas%2Bcard%C3%ADacas%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1003%26bih%3D622%26tbm%3Disch&ei=RY3ITeaXI-Ld0QHQ1bitCA Angioplastia ▪ É utilizada para abrir artérias coronarianas estreitadas ou obstruídas. ▪ Pode melhorar o fluxo sanguíneo para o coração, aliviar a dor torácica, e possivelmente prevenir um infarto. ▪ Algumas vezes um stent é colocado na artéria para garantir que se mantenha adequadamente aberta após o procedimento. Angioplastia Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (Coronary artery bypass) ▪ Usa artérias ou veias de outras áreas no organismo para “bypassar” as artérias coronarianas bloqueadas. ▪ Melhora o fluxo sanguíneo para o coração, alivia a dor torácica e pode prevenir um infarto. Cirurgia de Revascularização do Miocárdio TERAPIA NUTRICIONAL - IAM ▪ Dieta zero nas primeiras 24 horas ▪ Após liberação: dieta semilíquida / pastosa por causa do risco de aspiração pelas náuseas e vômitos frequentes, e possível parada cardíaca. ▪ Evoluir para Branda ▪ Evitar a constipação: alimentos laxativos e ricos em fibras ▪ A composição da dieta será determinada pelas suas doenças associadas (ex.: diabetes, obesidade, hipertensão, dislipidemias, etc) ▪ O aspecto mais importante é a orientação no momento da alta hospitalar TERAPIA NUTRICIONAL - IAM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA - ICC Definição Insuficiência Cardíaca – Síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender as necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. Sua causa pode ser estrutural ou funcional Aguda X Crônica Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, 2018 Sistólica X Diastólica Sistólica X Diastólica Diagnóstico Sintomas de Insuficiência Cardíaca Sintomas típicos Falta de ar (dispneia) Ortopneia Dispnéia paroxística noturna Fadiga/ Cansaço Intolerância ao exercício Sinais clínicos em pacientes crônicos - Adaptação Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, 2018 Caquexia cardíaca Redução involuntária do peso (> 6% em 6 meses); Redução significativa da massa muscular; Exacerba a ICC→ coração caquético; Culmina em alterações estruturais, circulatórias, metabólicas, inflamatórias no músculo esquelético; Caquexia Cardíaca Contribuintes fisiológicos para Desnutrição e Caquexia Cardíaca Isquemia intestinal Reduzida circulação esplânica Reduzida função epitelial e aumentada permeabilidade intestinal Exposição a endotoxinas e citocinas Hipercatabolismo Elevados níveis de hormônios de estresse e neurohormônios: epinefrina, norepinefrina e cortisol Reduzidos níveis de hormônios anabólicos Má absorção Reduzida circulação intestinal Edema intestinal: Reduzida absorção de gordura e perda protéica Anorexia Náusea e saciedade precoce Polifarmácia Depressão Tratamento Não Farmacológico Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, 2018 Dietoterapia ICC Avaliação Nutricional: - Anorexia - Náusea, dor abdominal e sensação de plenitude - Constipação intestinal - Má absorção - Desnutrição - Caquexia cardíaca Krause, 14 ed. 2018 Dietoterapia ICC Krause, 14 ed. 2018 CALORIAS E PROTEÍNAS Desnutridos Eutróficos 31,8 kcal/kg/dia 28,1 kcal/kg/dia 1,37g PTN/kg/dia 1,12g PTN/kg/dia Restrição Hídrica e Sódio na ICC Sódio e Água na IC Baixo débito Redução da PA Ativação dos baroreceptores Liberação de Vasopressina Ativação Simpática Ativação do SRAA Vasoconstricção + Retenção de sódio e água Restrição Hídrica e de Sódio Escassos estudos com qualidade metodológica para definir o nível de restrição de Na Sabe-se que a sobrecarga é deletéria. Sódio: Não exceder 2g/ dia (=5g de sal/dia). Líquidos - 1000 a 2000 ml/dia Prescrições individualizadas – Levando em consideração: uso de medicações, grau de IC, sintomas e estado nutricional. Diretriz Brasileirade Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, 2018 Ômega 3 Ômega 3: - É um tratamento efetivo e seguro para pacientes com Insuficiência Cardíaca tratados. - Pequeno benefício na mortalidade e redução da admissão hospitalar por razões cardiológicas em pacientes com IC. Dosagem: > 2g/dia de ômega 3 Ômega 3 Coenzima Q10 Possíveis benefícios da Coenzima Q 10 COENZIMA Q 10 Mecanismos: Melhora biodisponibilidade de ON Previne hipertrofia ventricular Reduz fibrose ventricular Benefício Fisiológico: Melhora função sistólica ventricular Melhora função endotelial Pode reduzir aterosclerose Pode reduzir inflamação Beneficio clínico, pode: Reduzir mortalidade CV Reduzir hospitalização Melhorar qualidade de vida ✓ Coenzima Q 10 : potente antioxidante, reduz disfunção endotelial e pode melhorar produção de ATP cardíaco. ✓ Possível opção terapêutica - Pacientes com fração de ejeção reduzida. ✓ Dose sugerida para apresentar benefícios: > 200 mg/ dia. Possíveis benefícios da Coenzima Q 10 Vitamina D Vitamina D e IC crônica Witte, K.K. et al. J Am Coll Cardiol. 2016;67(22):2593–603. Volume ventricular esquerdo Dimensões do ventrículo esquerdo Fração de ejeção do ventrículo esquerdo Baixos níveis de vitamina D, estão associados à maior mortalidade em pacientes com IC crônica → Disfunção ventricular esquerda. Considerações gerais ✓ Padrão DASH – Melhorou função cardíaca, capacidade funcional, pressão arterial, estresse oxidativo e mortalidade. ✓ Dieta do mediterrâneo – melhorou inflamação, qualidade de vida e função cardíaca. ✓ Hiperproteica e Low carb – Somente 1 estudo mostrou melhoria na capacidade funcional, com estes padrões. ✓ Mais estudos são necessários , com melhor qualidade metodológica – tamanho amostral , adesão a dieta, tempo de seguimento. Transplante Cardíaco Tratamento indicado para Insuficiência Cardíaca refratária. Doadores limitados – Cuidadosa seleção dos receptores Probabilidade de adesão ao tratamento ❑ Tratamento nutricional: Pré transplante, Pós transplante imediato e Pós transplante em longo prazo. Krause, 14 ed. 2018 Dietoterapia Pré transplante ❖ Avaliação nutricional ❖ Mudança no estilo de vida: - Adequação do peso corporal – Risco de infecção, morbidade e mortalidade Menos de 80% ou mais de 140% do peso corporal ideal ❖ Comorbidades pré transplante: Reduzem as taxas de sobrevida. ❖ Avaliar necessidade de Suporte Nutricional – Condições nutricionais e comorbidades Krause, 14 ed. 2018 Terapia Nutricional Pós-transplante ❖ Compatíveis com todos os tipos de transplantes de órgãos. ❖ Objetivos no pós transplante agudo: - Fornecer quantidade energia e proteína, visando tratar catabolismo e promover cicatrização - Monitorar e corrigir anormalidades eletrolíticas - Controle ideal de glicemia Alta demanda metabólica!! Krause, 14 ed. 2018 Terapia Nutricional Pós-transplante ❖ Sugestão de evolução de consistência: Dieta líquida à Pastosa, fracionada. Avaliar aceitação e tolerância do paciente!! ❖ Indicação de suplementação VO, alta densidade calórica – Complementar plano alimentar ❖ Terapia Nutricional Enteral – avaliar necessidade. Vigência de complicações Krause, 14 ed. 2018 Terapia Nutricional Pós-transplante ❖ No pós transplante em longo prazo, o objetivo é evitar ou tratar comorbidades: HAS, Obesidade, Dislipidemia e Infecção. Krause, 14 ed. 2018 Recomendações Nutricionais Pós - Transplante Nutrientes Curto Prazo Longo Prazo Calorias 30-35 Kcal/ Kg 20-30Kcal / Kg Proteína 1,3- 2g/Kg/dia 1g/kg/dia Carboidratos 50% da energia Restringir carboidratos simples 50% da energia Restringir carboidratos simples Lipídios 30% da energia ≤ 30% da energia total < 10% da energia de gordura saturada Cálcio 1.200mg/dia 1.200 a 1.500mg / dia (considerar necessidade de vitamina D) Sódio 2g/dia 2g/ dia
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