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Cardiologia – Amanda Longo Louzada 1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DEFINIÇÃO: É a incapacidade do coração em adequar sua ejeção às necessidades metabólicas do organismo, ou fazê-la somente através de elevadas pressões de enchimento. É resultante de deficiência estrutural e\ou funcional do enchimento ou ejeção de sangue pelo coração EPIDEMIOLOGIA: O maior problema de saúde dos EUA. Em torno de 5 milhões de pessoas possuem ICC 500.000 novos casos a cada ano 300.000 pessoas morrem por ano devido a ICC ou devido a contribuição dessa patologia 6% - 10% das pessoas com 65 anos ou mais possuem ICC FRAÇÃO DE EJEÇÃO: É o percentual de ejeção do volume de sangue que se encontra no ventrículo no final da diástole Valores: Normal: acima de 52% Intermediária: entre 40 e 50% Reduzido: abaixo de 40% FISIOPATOLOGIA: No estágio inicial da IC, a ativação do sistema adrenérgico e do sistema renina-angiotensina- aldosterona leva aumento da contratilidade, retenção de sódio e água e vasoconstricção. Com o tempo esses mecanismos resultam em disfunção cardíaca aumentando a proliferação de fibroblastos, estresse oxidativo e deposição de matriz extracelular ETIOLOGIA: CAUSAS DE DISFUNÇÃO SISTÓLICA: Doença arterial coronária Diabetes Hipertensão arterial Doença valvar Arritmia Doenças inflamatórias Miocardiopatia periparto Doenças cardíacas congênitas Drogas como cocaína e anti-neoplásicos Cardiomiopatia Idiopática CAUSAS DE DISFUNÇÃO DIASTÓLICA: Doença arterial coronária Diabetes Hipertensão arterial Doença valvar Miocardiopatia hipertrófica Miocardiopatia restritiva Pericardite constritiva CAUSAS DE BAIXO DÉBITO: Doença arterial coronariana Hipertensão arterial Doença valvar Doença pericárdica CAUSAS DE ALTO DÉBITO: Anemia, policitemia e talassemia Hipertireoidismo e tireotoxicose Deficiência de vitamina B1 Glomerulonefrite Doenças esqueléticas Síndrome carcinoide Gravidez Obesidade extrema Fístulas arteriovenosas CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA: Doença arterial coronariana Hipertensão Miocardite Hipotireoidismo Doença valvar CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA: Doença arterial coronariana Hipertensão pulmonar Doença pulmonar obstrutiva crônica Embolia pulmonar Estenose de valva pulmonar Doenças neuromusculares DIFERENÇAS NA FISIOPATOLOGIA: Reduzida: morte de cardiomiócitos por isquemia, inflamação e toxicidade, por exemplo Cardiologia – Amanda Longo Louzada 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Preservada: rigidez e déficit de relaxamento por aumento do stress oxidativo, disfunção endotelial, isquemia, inflamação e fibrose SEMIOLOGIA: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA: Alterações neurológicas: Confusão, dificuldade de concentração, cefaleia e insônia e ansiedade Alterações cardíacas: Cardiomegalia, taquicardia, pulso alternante arritmias e baixa reserva. Alterações urinária: oligúria e nictúria Alterações respiratórias: dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, respiração de Cheynes Stokes e edema agudo de pulmão Alterações musculares: fadiga e astenia INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA: Alterações neurológicas: Confusão, dificuldade de concentração, cefaleia e insônia e ansiedade Alterações cardíacas: Cardiomegalia, taquicardia, pulso alternante arritmias e baixa reserva. Alterações urinária: nictúria Alterações hepáticas: hepatomegalia, dor pulsátil, esplenomegalia e refluxo hepatojugular Alterações musculares: fadiga e astenia Derrames cavitários, edema de MMII e cianose AVALIAÇÃO CLÍNICA: Congestão: Dispneia de esforços Tosse ou dispneia noturna Ortopneia Estase jugular Hepatomegalia dolorosa Ascite Edema de MMII B3 (galope) Perfusão: Enchimento capilar lentificado Extremidades frias Síncope Palidez cutânea Oligúria Torpor Obnubilação FATORES PRECIPITANTES PARA A DESCOMPENSAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: Indisciplina dietética Redução inapropriada do uso de medicamento para a insuficiência Episódio agudo de infarto ou isquemia Arritmias Infecção Anemias Uso de medicamentos que pioram os sintomas da insuficiência Betabloquadores Agonistas de cálcio Anti-diabéticos orais Anti-arritmicos Anti-neoplásicos Consumo de álcool Gravidez Piora da hipertensão Insuficiência valvular aguda CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: Classe I: assintomáticos em atividades habituais Classe II: assintomáticos em repouso. Sintomas nas atividades habituais Classe III: assintomático em repouso. Sintomas nas atividades menores que as habituais Classe IV: Sintomas em repouso exacerbado pelas menores atividades INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SISTÓLICA: É mais comum, correspondendo a 70% dos casos de insuficiência cardíaca Ocorre uma deficiência na contratilidade miocárdica, diminuindo o volume de ejeção, dilatação cardíaca e elevação da pressão sistólica do ventrículo esquerdo Ex: cardiomiopatia dilatada INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIASTÓLICA: Corresponde a 30% dos casos de IC O ventrículo não se relaxa adequadamente A ejeção é normal, porém, as custas de uma elevada pressão de enchimento ventricular Ex: isquemia, HAS e doenças infiltrativas miocárdicas Cardiologia – Amanda Longo Louzada 3 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE BAIXO DÉBITO: A mais comum No início a diminuição do débito pode ocorrer somente no exercício INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ALTO DÉBITO: O débito cardíaco está normal ou mesmo aumentado O débito cardíaco é insuficiente para as necessidades metabólicas que estão aumentadas Ocorre na Beriberi, hipertireoidismo e anemia grave INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA: SINTOMAS: Dispneia: surge antes da tosse Ortopneia Pode estar presente obesidade, sedentarismo, DPOC e asma Dispneia paroxística noturna Tosse Asma cardíaca Hemoptise Edema agudo de pulmão Diminuição da capacidade de exercício EXAME FÍSICO: Coração: Cardiomegalia Sopro de regurgitação mitral Ritmo de galope Pulso alternante Hiperfonese de B2 Pulmões: com estertores crepitantes CRITÉRIOS DE FRAMINGHAN PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: Maiores: Dispneia paroxística noturna Estertores crepitantes, com base maior que cm da base pulmonar B3 Cardiomegalia Aumento da pressão venosa central, com mais de 12 cm de água no AD Distensão venosa jugular Edema agudo de pulmão Refluxo hepatojugular Perda de peso maior que 4,5 kg a cada 5 dias, em resposta ao tratamento Critérios menores: Edema bilateral de membros inferiores Dispneia Taquicardia Tosse noturna Hepatoesplenomegalia Derrame pleural Diminuição da capacidade vital para 1\3 CLASSIFICAÇÃO DA AHA E ACC PARA IC: A: alto risco para IC. (Diabético, hipertenso, SEM doença estrutural Tratamento: reduçção dos fatores de risco, educação da família e do paciente B: doença estrutural sem sintomas Tratamento: IECA, BRA ou BB C: doença estrutural com sintomas Tratamento: IECA, BB, BRA, restrição de sódio, diurético, digoxina D: IC terminal. CARACTERÍSTICAS DE PACIENTES COM IC REDUZIDA E PRESERVADA: Idade: Preservada: mais comum em idosos Reduzida: todas as idades, tipicamente antes dos 50-60 anos Sexo: Preservada: mais comum no sexo feminino Reduzida: mais comum no sexo masculino Fração de ejeção ventricular esquerda: Preservada: a fração de ejeção do VE é acima de 40% Reduzida: a fração de ejeção do VE éreduzida, aproximadamente 40% ou menos Cavidade VE: Preservada: usualmente normal, com hipertrofia ventricular esquerda concêntrica Reduzida: é usualmente dilatada ECG: Preservada: hipertrofia ventricular esquerda Reduzida: algumas vezes pode estar presente a hipertrofia ventricular esquerda Raio-X de Tórax: Preservada: congestão com ou sem cardiomegalia Reduzida: congestão e cardiomegalia Ritmo de galope: Preservada: presente, é a 4ª bulha Reduzida: é a 3º bulha Condições Coexistentes: Preservada: DM, HAS e obesidade Reduzida: IAM prévio Cardiologia – Amanda Longo Louzada 4 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: para mostrar IAM Raio-X de Tórax: para avaliar a área cardíaca e a circulação pulmonar Cardiomegalia: possui uma sensibilidade de 97% para detectar e 10% de especificidade Redistribuição: possui uma sensibilidade de 60% para detectar e 68% de especificidade Edema Intersticial: possui uma sensibilidade de 60% para detectar e 73% de especificidade Derrame: possui uma sensibilidade de 43% para detectar e 79% de especificidade Ecocardiograma: para avaliar a função ventricular Dosagem de peptídeos natriuréticos (BNP): são produzidos devido a distensão da cavidade ventricular Pode ocorrer alteração em paciente obeso, IC, IR entre outras condições Acima de 500 quase certo que tem ICC De 100-500 é provável que tenha ICC NOVOS TRATAMENTOS: Inibidores de Neprilisina Inibidores de SGLT2 Ivabradina
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