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Aula 11 RECURSO DE APELAÇÃO

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO MUNICIPIO XX 
Processo n° -------------------- 
BRAD NORONHA, já qualificado nos autos do Processo em referência, por seu advogado regularmente constituído conforme procuração em anexo, vem à presença de Vossa Excelência e inconformado com a sentença de fls. ..., interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
Com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal, nos termos das razões que se seguem anexas. 
Requerer, ainda seja o presente conhecido processado e encaminhado à superior instânica. 
Pede Deferimento. 
Loca e data 
Advogado
OAB Nº 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal 
Colenda Câmara 
Ref. Processo N° ... 
Apelante: BRAD NORONHA 
Apelado: Ministério Público 
Data venia merece ser reformada a douta sentença condenatória consoante razões abaixo aduzidas
 
DOS FATOS 
O Apelante foi condenado como incurso nas penas do artigo 157, parágrafo segundo, inciso I do Código Penal – roubo majorado pelo emprego de arma – à pena de reclusão de 8 (oito) anos e 6 (seis) meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado. 
Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento visual, por um pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Apelante. Durante a instrução criminal, a vítima não confirmou ter escutado disparos de arma de fogo, tampouco as testemunhas ouvidas confirmaram os tiros, embora afirmassem que o autor era portador de uma arma. 
 A arma supracitada não foi apreendida, ainda, não houve qualquer perícia. Ouvidos em juízo os policiais, afirmaram que ao ouvirem gritos de ‘pega ladrão’, perseguiram o acusado. Relatando que durante a perseguição o acusado foi apontado por transeuntes que viram o acusado jogando algo no córrego próximo, imaginando assim ser uma arma. Durante interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito de ficar em silêncio, tendo o juízo ‘a quo’ considerado, para a condenação e fixação da pena, tão somente os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial. 
A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos. 
DOS FUNDAMENTOS
A) Da preliminar 
 O reconhecimento pela vítima constitui prova ilicita devendo ser desentranhada do processo uma vez que realizado em desacordo com as formalidades do art. 226, CPP.
 Nesse sentido dispõe o art. 157, CPP.
B) Do mérito 
B1) Da absolvição por falta de provas
O processo penal é regido pelo princípio da pressunção da inocência, logo é ônus da acusação quebrar tal princípio que gozam os acusados em geral.
B2) Da desclassificação pelo emprego de armas 
 No caso a condenação teve por base o reconhecimento da vítima efetivado exclusivamente em sede de inquérito policial não renovado em juízo, que poderia ter sido feito.
 É sabido que pelo princípio do livre convencimento motivado o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da pena, entretanto esta é exclusivamente aquela produzida sobre o crivo do contraditório. Se o elemento de convicção não foi produzido dentro de um processo judicial é imprestável como meio de prova, notadamente para embasar uma condenação.
 Melhor sorte não deve levar a prova testemunhal. Os depoimentos dos policiais em nenhum momento afirmam que viram o acusado praticar o crime apurado nos autos.
 Se limitam a afirmar que por indicação de populares perceberam o réu saindo do local dos fatos.
 A prova oral produzida não tem força para quebrar o já referido princípio da pressunção de inocência.
Desclassificação da causa de aumento
 Não se sustenta o aumento da pena em razão do emprego de arma de fogo.
 Não se desconhece a desnecessidade de apreensão da arma para caracterizar a referida causa de aumento.
 Entretanto, tmbém não se desconhece que é indispensável prova inequivoca do potencial lesivo da mesma.
 No caso não esta provado, seja por prova pericial (arma não foi apreendida) seja por prova tetemunhal (ausencia de disparo) o referido potencial lesivo não ficou caracterizado. 
DO PEDIDO
Ante tais razões espera respeitosamente de Vossa Excelencia seja o presente recurso conhecido e provido para:
a) Absolver o apelante na forma do art. 386, VII do CPP;
b) Na hipótese de não ser o réu absolvido requer subsidiariamente o acolhimento da preliminar para desentranhar do processo o reconhecimento do acusado por flagrante violação do art. 226, CPP.
c) Por fim em caso de condenação seja afastada a modalidade da arma de fogo aplicando a pena no mínimo legal, fixando regime menos rigoroso para cumprimento da pena na forma do art. 33, CP.
Pede Deferimento. 
Local e data 
Advogado ...
OAB Nº...

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