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Direito Civil I Aula 6

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DIREITO CIVIL I 
 
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
profcarol.vargas@gmail.com 
AULA 6 – Os direitos de personalidade 
Os direitos de personalidade tem uma perspectiva civil constitucional. Embora sejam 
um avanço do Código de 2002 tiveram sua previsão da CF/88 quando previu os direitos e garantias 
fundamentais. As garantias são genéricas, mas também necessárias ao ser humano para (re) 
conhecimento individual, respeito e exercício de cidadania (O art. 5o da CF consagrou cláusulas 
pétreas que são os direitos fundamentais). Três são os princípios constitucionais intrínsecos à 
análise dos direitos de personalidade: Dignidade humana, solidariedade social e igualdade 
(TEPENDIDO, 2015) Assim, temos: 
Enunciado n. 274, IV JDC: Os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva 
pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no 
art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de 
colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da 
ponderação. 
 
1. CONCEITO DE DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Direitos de personalidade dizem-se as 
faculdades jurídicas cujo o objeto são 
diversos aspectos da própria pessoa do 
sujeito, bem assim da sua projeção essencial 
no mundo exterior (FRANÇA, 2015) 
São direitos subjetivos da pessoa defender o 
que lhe é próprio ou seja, sua integridade 
física, intelectual e moral (DINIZ, 2016) 
 
Então podemos dizer que os direitos de personalidades são aqueles inerentes a pessoa e 
à sua dignidade (art. 1, III, CF/88) sendo eles subjetivos e atinentes a toda a construção do ser 
humano defendendo sua integridade física, intelectual e moral. 
Podemos, dividi-los em cinco grandes categorias: 
ü Vida de integridade físico-psíquica; 
ü Nome da pessoa natural e jurídica1 (com proteções legais específicas) 
ü Imagem (retrato –reprodução corpórea ou atributo – repercussão social da 
imagem) 
ü Honra (subjetiva- autoestima ou objetiva repercussão social da honra) 
ü Intimidade (inviolável) 
 
1 Pessoa jurídica também tem direito de personalidade vide Súmula 227, STJ. “Súmula: 227 A pessoa jurídica pode sofrer dano 
 
 DIREITO CIVIL I 
 
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
profcarol.vargas@gmail.com 
Há outros direitos de personalidade que não estão positivados, no entanto, já 
foram reconhecidos pela doutrina e pelo judiciário como aplicabilidade do direito civil 
constitucionalizado ou horizontalidade de direitos fundamentais como por exemplo direito à 
opção sexual (termos pejorativos e negação de direitos) e direito ao esquecimento2 (não 
veiculação midiática ou das novas tecnologias de informação sobre acontecimentos – crimes 
ou não- da pessoa) Ex.: Xuxa, Chacina da Candelária, Linha Direta, ...3 
Vale ressaltar o Enunciado n. 139, III JDC: “Os direitos da personalidade podem sofrer 
limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso 
de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes”. 
 
 
2 Enunciado 531, VI JDC: A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. 
Enunciado 576, VII JDC: O direito ao esquecimento pode ser assegurado por tutela judicial inibitória. 
3 STJ reúne julgados sobre a questão do direito ao esquecimento (2013) 
O STJ divulgou neste domingo, 20, matéria especial acerca do direito ao esquecimento. No texto, são abordados os casos da Chacina 
da Candelária (REsp 1.334.097) e de Aída Curi (REsp 1.335.153), em que este direito foi evocado. No primeiro caso, a 4ª turma do 
STJ reconheceu o direito ao esquecimento para um homem inocentado da acusação de envolvimento na chacina da Candelária, que 
anos depois de absolvido foi retratado pelo programa Linha Direta, da TV Globo. Já no segundo caso, a mesma 4ª turma negou 
direito de indenização aos familiares de Aída Curi, por entender que, neste caso, "o acolhimento do direito ao esquecimento, com a 
consequente indenização, consubstancia desproporcional corte à liberdade de imprensa, se comparado ao desconforto gerado pela 
lembrança". 
Chacina da Candelária A 4ª turma do STJ reconheceu o direito ao esquecimento para um homem inocentado da acusação de 
envolvimento na chacina da Candelária, que anos depois de absolvido foi retratado pelo programa Linha Direta, da TV Globo. Ele foi 
apontado como coautor da chacina da Candelária. No recurso, o homem sustentou que recusou pedido de entrevista feito pela TV 
Globo, mas mesmo assim o programa veiculado em junho de 2006 citou-o como um dos envolvidos na chacina, posteriormente 
absolvido. Ele ingressou na Justiça com pedido de indenização, sob o argumento de que sua citação no programa levou a público, em 
rede nacional, situação que já havia superado, reacendendo na comunidade onde reside a imagem de chacinador e o ódio social, e 
ferindo seu direito à paz, anonimato e privacidade pessoal. Alegou, ainda, que foi obrigado a abandonar a comunidade para preservar 
sua segurança e a de seus familiares. Ao analisar a ação, a 4ª turma entendeu que o réu condenado ou absolvido pela prática de um 
crime tem o direito de ser esquecido, pois se os condenados que já cumpriram a pena têm direito ao sigilo da folha de antecedentes e 
à exclusão dos registros da condenação no instituto de identificação, por maiores e melhores razões aqueles que foram absolvidos 
não podem permanecer com esse estigma, conferindo-lhes a lei o mesmo direito de serem esquecidos. Concluiu, ainda, que a 
ocultação do nome e da fisionomia do autor da ação não macularia sua honra nem afetaria a liberdade de imprensa. A sentença então 
foi mantida e a emissora ao pagamento de indenização no valor R$ 50 mil. 
Caso Aída Curi A história desse crime foi apresentada no programa Linha Direta com a divulgação do nome da vítima e de fotos 
reais, o que, segundo seus familiares, trouxe a lembrança do crime e todo sofrimento que o envolve. 
Os irmãos da vítima então entraram com ação contra a emissora com o objetivo de receber indenização por danos morais, materiais e 
à imagem. Por maioria de votos, o STJ entendeu que, nesse caso, o crime era indissociável do nome da vítima. Isto é, não era 
possível que a emissora retratasse essa história omitindo o nome da vítima. Segundo os autos, a reportagem só mostrou imagens 
originais de Aída uma vez, usando sempre de dramatizações, uma vez que o foco da reportagem foi no crime e não na vítima. Assim, 
a turma decidiu que a divulgação da foto da vítima, mesmo sem consentimento da família, não configurou abalo moral indenizável. 
Mesmo reconhecendo que a reportagem trouxe de volta antigos sentimentos de angústia, revolta e dor diante do crime, que aconteceu 
quase 60 anos atrás, a turma entendeu que o tempo, que se encarregou de tirar o caso da memória do povo, também fez o trabalho de 
abrandar seus efeitos sobre a honra e a dignidade dos familiares. 
Esquecimento na internet O direito ao esquecimento tem sido abordado na defesa dos cidadãos diante de invasões de privacidade 
pelas mídias sociais, blogs, provedores de conteúdo ou buscadores de informações. O instituto vem ganhando contornos mais fortes 
em razão da facilidade de circulação e de manutenção de informação pela internet, capaz de proporcionar superexposição de boatos, 
fatos e notícias a qualquer momento, mesmo que decorrido muito tempo desde os atos que lhes deram origem. Autor do enunciado 
531, o promotor de Justiça do RJ Guilherme Magalhães Martins explica que o direito ao esquecimento não se sobrepõe ao direito à 
liberdade de informação e de manifestação de pensamento, mas ressalta que há limites paraessas prerrogativas. O promotor ainda 
esclarece que, apesar de não ter força normativa, o enunciado 531 remete a uma interpretação do CC referente aos direitos da 
personalidade, ao afirmar que as pessoas têm o direito de ser esquecidas pela opinião pública e pela imprensa. Parâmetros que serão 
fixados e orientados pela ponderação de valores, de modo razoável e proporcional, entre os direitos fundamentais e as regras do CC 
sobre proteção à intimidade e à imagem, de um lado, e, de outro, as regras constitucionais de vedação à censura e da garantia à livre 
manifestação do pensamento. (Disponível em: < http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI188685,61044-
STJ+reune+julgados+sobre+a+questao+do+direito+ao+esquecimento > 
 DIREITO CIVIL I 
 
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
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2. TÉCNICAS DE PONDERAÇÃO 
A técnica da ponderação consiste em técnica de decisão judicial diante de casos 
essencialmente difíceis, principalmente em discussões acerca do princípio da proporcionalidade e 
do conteúdo múltiplo dos direitos fundamentais. 
A ponderação de princípios é utilizada em casos de difícil solução (hard cases) no 
judiciário sendo previsto inclusive no Novo Código de Processo Civil (art. 489) como possibilidade 
tangível desde que justificado os critérios gerais da ponderação. Vale ressaltar que não há hierarquia 
entre os princípios, deverá ser analisado o caso para verificar quais princípios deverão ser sopesados 
a fim de atender a justiça. 
Para Alexy temos três premissas que deverão ser analisadas: 
a) Primeira: os direitos fundamentais são mandamentos de otimização; 
b) Segunda: Comprometimento com valores constitucionais 
c) Terceira: Argumentação jurídica sólida para a decisão não ser arbitrária e irracional. 
Outrossim, a técnica de ponderação sofre críticas como de Lênio Streck que entende ser 
necessária a ponderação mas a falta de limite nas ponderações poderia gerar uma possível 
insegurança jurídica. 
3. CARACTERÍSTICAS4 
ü Absolutos: Oponibilidade erga omnes 
 
4 Um ex-participante do programa Big Brother Brasil perdeu ação na Justiça contra a REDE TV! SÃO PAULO, em que a 
acusava de ataques morais que o teriam feito perder o prêmio de R$ 1 milhão. A decisão é do juiz da 18ª vara Cível de 
Brasília/DF e cabe recurso. O autor afirmou que participou do BBB 7, na Rede Globo de Televisão, em que passou a ser visto 
como o favorito ao prêmio pelo público externo e pelos demais participantes. Segundo ele, a empresa ré iniciou ataques à sua pessoa 
até desacreditá-lo perante a opinião pública, o que eliminou suas chances de ganhar o prêmio. Os ataques teriam sido feitos no 
programa "A Tarde é Sua". O autor sustentou ainda que as calúnias e difamações feitas no programa da ré fizeram com que ele 
perdesse o emprego na Administração da Santa Casa, em Belo Horizonte/MG, após ser eliminado do programa. Ele pediu que a 
REDE TV! fosse condenada a indenizá-lo por danos morais em R$ 1 milhão. A ré contestou, sob o argumento de que o autor, ao 
participar do reality show, concordou com a exposição total de sua vida pessoal, profissional e familiar. Para a REDE TV!, o autor se 
expôs, consequentemente, aos comentários, críticas e opiniões públicas. A ré alegou que vários meios de comunicação utilizaram o 
termo "vilão", o que demonstra que a imagem foi criada pelo próprio autor, pelos atos praticados no jogo. A REDE TV! afirmou 
ainda que a apresentadora do referido programa, em vários momentos, deixou claro que as críticas e opiniões diziam respeito às 
atitudes dos participantes dentro do programa e não sobre a pessoa fora do confinamento. Na sentença, o juiz entendeu que o autor 
não tem razão, pois os argumentos utilizados por ele não encontraram respaldo nas provas produzidas. "Não obstante possa verificar 
um prejuízo material ou até imaterial, exige-se que o resultado favorável seja de razoável ocorrência, não se tratando de mera 
possibilidade", explicou o magistrado. De acordo com a doutrina trazida pelo julgador, a perda de uma chance só seria indenizável 
se houvesse a possibilidade de sucesso superior a 50%. "Ora, a probabilidade de o autor vencer o jogo, tendo em vista que se tratava 
de 16 participantes, era bem inferior a 50%", afirmou o juiz. Quanto à alegação de que a ré denegriu a honra e a imagem do autor, o 
juiz também não entendeu como verdadeira. Para o magistrado, a apresentadora do programa cuidou de se ater apenas às disputas do 
reality show. "Não há o dever, pelos demais meios de comunicação, de abstenção de realizar comentários acerca do reality show, 
pois, caso contrário, atentar-se-ia contra a livre manifestação do pensamento e a livre iniciativa", concluiu o juiz. O magistrado 
julgou improcedente o pedido do autor e o condenou a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios, fixados em R$ 700. 
Disponível em: < http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI135347,71043-
TJDF+ExBBB+perde+acao+de+danos+morais+contra+canal+de+televisao > 
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ü Gerais: são outorgados a todas as pessoas, simplesmente pelo fato de 
existirem. 
ü Indisponíveis: A indisponibilidade significa que nem por vontade própria do 
indivíduo o direito pode mudar de titular. 
ü Imprescritíveis: inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo 
não uso 
ü Impenhoráveis: o próprio direito da personalidade não é penhorável, mas as 
vantagens verificadas pela disposição válida de alguns deles, pode ser objeto de penhora. 
ü Intransmissíveis5: Não admite alteração dos sujeitos nas relações genéricas de 
direito privado. Não se admite a cessão do direito de um sujeito para outro. Não quer dizer, 
que não se possa ter cunho negocial da imagem...mas o exercício do direito é somente 
daquele que detém as prerrogativas. 
ü Irrenunciáveis: traduz a ideia de que os direitos personalíssimos não podem 
ser abdicados. 
ü Extrapatrimoniais: ausência de um conteúdo patrimonial direito, aferível 
objetivamente, ainda que sua lesão gere efeitos econômicos. Ex.: direitos autorais (que 
dividem-se em morais e patrimoniais). 
ü Vitalícios: são adquiridos no instante da concepção e acompanham a pessoa 
até sua morte. 
Assim, temos: 
 
4. TUTELA GERAL DA PERSONALIDADE 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas 
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste 
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
5 Enunciado n. 4, IJDC: “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente e 
geral” 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
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Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
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Temos dois princípios retirados desse artigo: 
ü Princípio da Prevenção 
Enunciado n. 140, III JDC: “A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de 
tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, devendo 
ser interpretada com resultado extensivo”. Desse modo, cabe o pedido (obrigação de fazer e não 
fazer que iremos aprofundar do próximo direitocivil) de astreintes (multa) a ser aplicada de ofício 
pelo magistrado (ex officio) 
ü Princípio da Reparação Integral de danos 
Súmula 37 do STJ (1992) “ São cumuláveis as 
indenizações por dano material e dano moral 
oriundos do mesmo fato”. 
Súmula 387 do STJ (2009) “É lícita a cumulação 
das indenizações de dano estético e dano moral.” 
Súmula 403 do STJ (2009) “Independe de prova do 
prejuízo a indenização pela publicação não 
autorizada de imagem de pessoa com fins 
econômicos ou comerciais. 
 
Enunciado n. 587, VII JDC: “O dano à imagem 
restará configurado quando presente a utilização 
indevida desse bem jurídico, independentemente da 
concomitante lesão a outro direito da 
personalidade, sendo dispensável a prova do 
prejuízo do lesado ou do lucro do ofensor para a 
caracterização do referido dano, por se tratar de 
modalidade de dano in re ipsa.” 
 
Outrossim, o parágrafo único reconhece direitos da personalidade ao morto6, cabendo 
a legitimidade 7 para ingressar com a ação correspondente os lesados indiretos : cônjuge, 
ascendentes, descendentes e colaterais até 4o grau. Por analogia aplica-se também ao companheiro 
ou convivente conforme Enunciado n. 275 “O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, 
parágrafo único, e 20, parágrafo único, do Código Civil também compreende o companheiro”. 
Chama-se de dano indireto ou dano ricochete, uma vez que o dano atinge e repercute em seus 
familiares. O que se discute é acerca da legitimidade dos colaterais até 4o grau, haja vista que o art. 
20, parágrafo único não os elenca, por tal motivo temos o Enunciado n. 5, IJDC: “Arts. 12 e 20: 1) 
as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situações previstas no art. 20, 
excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as 
disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos 
bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de 
 
6 Enunciado n. 400, V JDC: “Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legitimidade, por direito próprio, aos parentes, 
cônjuge ou companheiro para a tutela contra lesão perpetrada post mortem.” 
7 Enunciado n. 398, V JDC: Art. 12, parágrafo único. As medidas previstas no art. 12, parágrafo único, do 
Código Civil podem ser invocadas por qualquer uma das pessoas ali 
mencionadas de forma concorrente e autônoma. 
 
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Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
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legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser 
aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12.” 
Art. 12, parágrafo único, CC/2002 Art. 20, parágrafo único, CC/2002 
Lesão a direitos de personalidade do morto Lesão à imagem do morto 
Legitimados pela norma: ascendentes, 
descendentes, cônjuge e colaterais até 4o grau. 
Legitimados pela norma: ascendentes, 
descendentes e cônjuge. 
 
Exemplos: Os mais atuais e pertinentes tangem a biografias não-autorizadas e livros acerca de 
pessoas públicas como Garrincha, Lampião. 
5. DIREITOS DA PERSONALIDADE VOLTADOS A INTEGRIDADE FÍSICA 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou 
contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será 
admitido para fins de transplante, na forma estabelecida 
em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a 
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, 
para depois da morte8. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente 
revogado a qualquer tempo. 
Art. 159. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica. 
• Enunciado n. 6 da I JDC: “Art. 13: A expressão “exigência médica” contida no art. 13 
refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente.” 
• Enunciado n. 276, IV JDC: “Art. 13: O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição 
do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em 
conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a 
conseqüente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.” 
• Enunciado n. 401, V JDC: “Art. 13: Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de 
direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica, desde que a manifestação de 
vontade tenha sido livre, esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, conforme as normas 
éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos fundamentais.” 
• Enunciado n. 532, VI JDC: “É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com 
objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil.10” 
 
8 Deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica e depende de autorização de parente maior, da linha reta ou 
colateral até 2o grau, ou do cônjuge sobrevivente, mediante documento escrito perante duas testemunhas (art. 4o da Lei 
9.434/1997 e Lei 10.211/2001) – Princípio do Consenso afirmativo 
9 Princípio da Beneficência e da não maleficência. 
10 Justificativa: Pesquisas com seres humanos vivos são realizadas todos os dias, sem as quais não seria possível o 
desenvolvimento da medicina e de áreas afins. A Resolução CNS n. 196/96, em harmonia com o Código de Nuremberg 
e com a Declaração de Helsinque, dispõe que pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil somente podem ser 
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Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
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• Enunciado n. 277, IV JDC: “O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição 
gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou 
que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, 
portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial 
doador.” 
• Enunciado n. 402, V JDC: “Art. 14, parágrafo único: O art. 14, parágrafo único, do Código 
Civil, fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a 
doação de medula óssea prevista no art. 9o, § 6o, da Lei n. 9.434/199711 por aplicação analógica 
dos arts. 28, § 2o (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2o, do ECA.” 
• Enunciado n. 533, VI JDC: “O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os 
aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou 
mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que 
não possam ser interrompidos.” 
6. DIREITOS DA PERSONALIDADE VOLTADOS AO NOME, SINAL OU 
PSEUDÔNIMO 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele 
compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado 
por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não 
haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome 
alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades 
lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
a) Elementos: prenome (nome próprio); sobrenome, apelido ou patronímico (origem da 
família ou reconhecimento social); partícula (da, do, dos...) e agnome (visa perpetuar um nome 
existente Filho, Neto, ...)realizadas mediante aprovação prévia de um Comitê de Ética em Pesquisa - CEP, de composição multiprofissional, e 
com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -TCLE pelo participante da pesquisa, no qual devem 
constar informações claras e relevantes acerca do objeto da pesquisa, seus benefícios e riscos, a gratuidade pela 
participação, a garantia de reparação dos danos causados na sua execução e a faculdade de retirada imotivada do 
consentimento a qualquer tempo sem prejuízo para sua pessoa. 
11 Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo 
vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na 
forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à 
medula óssea. § 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá fazer 
doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos os pais ou seus responsáveis 
legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua saúde. 
 
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b) Possibilidades de alteração: substituição de nome que expõe a pessoa ao ridículo ou a 
embaraços inclusive em casos de homonímias; por erro crasso de grafia; adequação de sexo; 
introdução de alcunhas ou cognomes (Xuxa, Lula, Pelé,...); introdução do nome do cônjuge ou 
companheiro; introdução do nome de origem familiar e entendimento jurisprudencial abarca 
também o remoto (consanguíneo, afetivo/multiparental ou legal); tradução de nomes estrangeiros; 
havendo coação ou ameaça decorrente da colaboração com apuração de crime; nos casos de 
abandono afetivo excluindo-se o nome do genitor. Conforme a Lei de Registros Públicos (Lei n. 
6.015/1973) 
Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter 
atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou 
por procurador bastante, alterar o nome, desde que 
não prejudique os apelidos de família, averbando-se a 
alteração que será publicada pela imprensa 
Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por 
exceção e motivadamente, após audiência do 
Ministério Público, será permitida por sentença do juiz 
a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o 
mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, 
ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. 
Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, 
todavia, a sua substituição por apelidos públicos 
notórios. 
 Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda 
admitida em razão de fundada coação ou ameaça 
decorrente da colaboração com a apuração de crime, por 
determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o 
Ministério Público. 
Enunciado 278, IV JDC: A publicidade que divulgar, 
sem autorização, qualidades inerentes a determinada 
pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo 
capaz de identificá-la, constitui violação a direito da 
personalidade. 
 
 
7. DIREITOS DA PERSONALIDADE VOLTADOS À IMAGEM12 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem 
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da 
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que 
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o 
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
 
12 Não exclui o direito à informação e à liberdade da expressão. Enunciado n. 279, IV JDC: “A proteção à imagem 
deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo 
acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e 
dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, 
biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações.” 
 
 DIREITO CIVIL I 
 
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa 
profcarol.vargas@gmail.com 
Em outras palavras: Para a utilização da imagem de outrem é necessária autorização, 
sob pena de aplicação dos princípios de prevenção e da reparação integral de danos. A 
autorização é dispensável se a pessoa interessar à ordem pública ou à administração da justiça. 
Lembrem-se da diferença entre imagem-retrato e imagem- atributo 
8. DIREITOS DA PERSONALIDADE VOLTADOS À INTIMIDADE 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as 
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
 
De qualquer forma, esse direito não é absoluto, devendo ser ponderado com outros direitos, 
sobretudo constitucionais. O desafio atual não está na sua afirmação, mas na sua efetividade, em 
tempos líquidos e de alta tecnologia e rapidez de informações constantemente a vida privada é 
violada sistematicamente além do que ainda fica difícil aferir o que é vida privada e o que é 
intimidade. Ex.: e-mails corporativos, senhas de redes sociais entre casais, aplicativos e redes 
sociais, aplicativos de localização ... 
Em havendo lesão ou excesso, caberá medida judicial, devendo o Poder Judiciário adotar 
medidas visando impedir ou cessar a lesão (reparação material e moral). 
Enunciado n. 404, V JDC: Art. 21. A tutela da 
privacidade da pessoa humana compreende os 
controles espacial, contextual e temporal dos 
próprios dados, sendo necessário seu expresso 
consentimento para tratamento de informações que 
versem especialmente o estado de saúde, a condição 
sexual, a origem racial ou étnica, as convicções 
religiosas, filosóficas e políticas. 
Enunciado n. 405, V JDC: Art. 21. As informações 
genéticas são parte da vida privada e não podem ser 
utilizadas para fins diversos daqueles que motivaram 
seu armazenamento, 
registro ou uso, salvo com autorização do titular. 
E por fim: O direito de personalidade segundo STF não apaga o passado!

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