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Universidade Federal de Mato Grosso Laborato´rio de F´ısica II Ondas estaciona´rias em uma corda Joa˜o Pedro Madeiro Aguiar, Sanielen Colombo Email: joaopedromadeiro@gmail.com Resumo Ao usarmos uma corda fixa nas suas extremidades sujeita a certa tensa˜o, excitada atrave´s de um vibrador de frequ¨eˆncia qualquer, toda a extensa˜o da corda entrara´ em vibrac¸a˜o. Quando a frequ¨eˆncia do vibrador for igual a uma das frequ¨eˆncias da corda, dizemos que o vibrador e a corda esta˜o em ressonaˆncia. Neste caso, a amplitude de vibrac¸a˜o da corda e´ ma´xima, e, ale´m disso, formam-se na mesma, ondas estaciona´rias. Atrave´s do principio de ondas estacionarias e de ressonaˆncia trabalharemos neste relato´rio. 1 1 Introduc¸a˜o Estamos cercados de oscilac¸o˜es – movimentos que se repetem. Um ba- lanc¸o e´ um exemplo de oscilac¸a˜o livre, se algue´m empurrar esse balanc¸o periodicamente teme uma oscilac¸a˜o. Uma onda longitudinal e´ quando a os- cilac¸a˜o ocorre na direc¸a˜o da propagac¸a˜o e a transversal quando acontece na direc¸a˜o perpendicular a` propagac¸a˜o da onda, contudo as ondas estacionarias sa˜o ondas resultantes da superposic¸a˜o de duas ondas de mesma frequ¨eˆncia, mesma amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direc¸a˜o e sentidos opostos. E´ importante ressaltar, que cada corpo possuiu sua pro´pria frequ¨eˆncia de vibrac¸a˜o. Considerando isso podemos dizer que se outro corpo, que possui a mesma frequ¨eˆncia, colidir com o primeiro, eles entraram em ressonaˆncia, pore´m esse evento so´ ocorre se as frequ¨eˆncias estiverem em sincronia. O objetivo desta pra´tica se concentra em verificar que o som comporta-se como onda mecaˆnica e, em dadas condic¸o˜es de confinamento unidimensional apresenta-se como onda estaciona´ria. Observar as variac¸o˜es na intensidade de uma onda sonora estaciona´ria a fim de identificar o fenoˆmeno da ressonaˆncia. Medir as grandezas f´ısicas associadas a estes fenoˆmenos. 2 Fundamentos Teo´ricos Onda estaciona´ria em uma corda Consideremos uma corda fixa nas duas extremidades. Podemos aplicar a` vibrac¸a˜o da corda o que ja´ aprendemos sobre ondas estaciona´rias: se uma onda incidir inicialmente numa das extremidades, ela sera´ refletida e a sobre- posic¸a˜o das duas ondas forma um padra˜o estaciona´rio, com no´s e anti-no´s. Em uma onda corda uniforme de densidade linear µ, submetida a uma tensa˜o T , a velocidade de propagac¸a˜o v de um pulso ou de uma onda transversal e´ dada por: v = √ T µ (1) No caso de uma corda com as duas extremidades fixas, no entanto, sa- bemos de antema˜o que as duas extremidades va˜o ser no´s, pois por estarem fixas na˜o podem vibrar. 2 Assim, as possibilidades para o padra˜o estaciona´rio de vibrac¸a˜o sa˜o os que se apresentam na figura a seguir. Figura 1: Harmoˆnicas da vibrac¸a˜o de uma corda Da figura 1 vemos que a vibrac¸a˜o mais simples tem apenas um anti-no´. Se L for o comprimento da corda, vemos que L e´ metade do comprimento de onda da vibrac¸a˜o: L = λ 2 (2) Generalizac¸a˜o deste resultado e´: L = n λ 2 (3) Em que n = 1, 2, 3... portanto as frequ¨eˆncias de oscilac¸o˜es de uma corda que tem duas extremidades fixas sa˜o dadas por: f = n v 2l (4) 3 3 Mate´rias Utilizados - Vibrador de frequ¨eˆncia varia´vel; - Re´gua graduada; - Dinamoˆmetro; - Corda, polia suporte, diversas massas; - Tac¸a. 4 Procedimento Primeira parte: Ondas estaciona´rias em uma corda Colocamos uma massa de 1N (usamos o dinamoˆmetro para medir) preso na corda conforme a figura 2. Figura 2: Montagem do equipamento Colocamos uma frequ¨eˆncia de 1300 RPM. Usando a re´gua graduada me- dimos 45 cm, ligamos o vibrador de frequ¨eˆncia, de modo que conseguimos afastando e/ou aproximando pelo comprimento produzir uma onda estacio- naria da forma tal que L = λ 2 . Do mesmo modo anteriormente usando a re´gua graduada para medir ondas estacionarias em outras medidas de distancias. Determinamos o valor µ da corda. Segunda parte: Ressonaˆncia de peˆndulo Com o peˆndulo ajustado conforme a figura 2 determinou o comprimento dos peˆndulos atrave´s da re´gua graduada e verificamos que todos possu´ıam mais ou menos a mesma massa. Oscilamos o peˆndulo com maior comprimento e esperamos 1 minuto ob- servando o que acontecia. Em seguida oscilamos um dos peˆndulos de com- primento intermedia´rio e por ultimo oscilamos o peˆndulo com o menor com- primento e esperando 1 minuto observando o que acontecia. 4 Apo´s retiramos metade da massa de um peˆndulo com comprimento inter- media´rio e oscilamo-lo e esperamos 1 minuto observando o acontecimento. Terceira parte: Vibrac¸o˜es em uma tac¸a Molhamos a tac¸a e o dedo indicador, passamos o dedo na borda da tac¸a a fim de conseguir um som harmonioso. Tambe´m colocamos dentro da tac¸a algumas medidas de a´gua para fazer o mesmo processo anterior. 5 Resultados Primeira parte Determinaremos agora o coeficiente da corda (µ): f = 1300rpm = 1300( rotcao 1min )(1min 60s ) = 21, 67s−1 T = 1N = 1kg.m/s2 l = 43cm = 0, 43m Da equac¸a˜o v = 2lf obtemos o seguinte resultado: Para l = 43cm = 0, 43m v = 2(0, 43m)(21, 67s−1) = 18, 64m/s 5 Figura 3: Esquema da montagem dos peˆndulos onde v = √ T µ , substituindo encontraremos µ v2 = T µ µ = T v2 = 1kg.m/s 2 (18,64m/s)2 = 2, 88x10−3kg/m Sem que alterarmos a frequ¨eˆncia mudou o comprimento para L = 85, 5cm e assim aumentamos o comprimento da onda passando de λ 2 para λ, e de 1 no´ para dois no´s. Onde a partir da parte anterior onde n = 1 λ = 0, 86m l = nλ 2 n = 2L λ = 2(0,855m) 0,86m ≈ 2 Mudamos agora o comprimento pra L = 134, 5cm, sem alterac¸a˜o na frequ¨eˆncia, e obtivemos usando a mesma equac¸a˜o anterior n ≈ 3 aparecendo assim 3 no´s. 6 Segunda parte Colocamos o peˆndulo 4 de maior comprimento (104cm) para oscilar, apo´s 1 minuto e na˜o ocorre mudanc¸as com os outros peˆndulos. A seguir colocamos o peˆndulo 3 de comprimento intermedia´rio (59cm) a oscilar, apo´s 1 minuto e o peˆndulo 1, de comprimento igual, comec¸a a oscilar junto. Utilizando os mesmos princ´ıpios anteriores colocamos o peˆndulo 2 de comprimento menor (42cm) para oscilar e observou-se que o pendulo 5 de mesmo comprimento comec¸a a oscilar junto. Pensando no fenoˆmeno de ressonaˆncia da parte anterior isso ocorre por- que o fio esticado contendo nele peˆndulos simples amarrados com diferentes comprimentos, onde ha´ transfereˆncia de energia entre os de comprimento iguais fazendo com que eles entrem em ressonaˆncia. Quando tirado do ponto de equil´ıbrio um dos peˆndulos amarrado no fio e soltado ele oscila com uma frequ¨eˆncia, e o que possui o mesmo comprimento comec¸a oscilar com a frequ¨eˆncia e per´ıodos iguais devido ao seu comprimento ser igual. Com a metade da massa do peˆndulo 3 oscilamos ele e observamos que a transfereˆncia de energia ocorre normalmente para o peˆndulo 1, contudo o tempo e´ maior pra que acontec¸a a transfereˆncia. Terceira parte Com tac¸a vazia observamos que som e´ agudo, ou seja, mais estridente e conforme acrescentamos a´gua na tac¸a som passam do agudo para o grave. A transfereˆncia de energia acontece por causa de um dos seus componentes: o chumbo. O metal, ale´m de dar brilho a esse tipo especial de vidro, consegue deixa´-lo mais firme. Assim, em vez de o copo de cristal absorver a maior parte da energia provocada pelo atrito com o dedo, como faz um copo comum, acaba devolvendo parte dessa energia em forma de som.; 6 Conclusa˜o Analizando os dados obtidos para a primeira parte e comparando-os com a teoria percebemos alguns erros, estes causados pela elasticidade da corda usada no experimento sendo que, em teor´ıa, a corda deveria ser inextens´ıvel. No entanto o fenomeno pode ser observado com certa facilidade. Ja para a segunda parteobservou-se que quando os sistemas massa-mola e peˆndulo simples sa˜o acoplados sofrem uma transfereˆncia de energia e a partir de um dado momento inicia-se o fenoˆmeno chamado ressonaˆncia. Este fenoˆmeno tem aplicac¸o˜es importantes em todas as a´reas da cieˆncia, sempre 7 que ha´ a possibilidade de troca de energia entre sistemas oscilantes. A res- sonaˆncia foi descoberta por Galileu Galilei quando comec¸ou suas pesquisas com peˆndulos em 1602. E por ultimo na terceira parte: som produzido pelas ocorre por causa do formato da tac¸a, pois o que vibra sa˜o as suas paredes (parte onde coloca o l´ıquido). O som se propaga no ar. A tac¸a e´ composta de vidro que por sua vez tem uma frequ¨eˆncia pro´pria de vibrac¸a˜o, como tudo nesse mundo. Ao esfregar seu dedo na borda, voceˆ fornece energia (energia mecaˆnica) que atravessa toda a parede da tac¸a e retorna em modo de vibrac¸a˜o que e´ percebida pelos nossos ouvidos (retorna em forma de energia sonora). Ha´ a transformac¸a˜o de energia mecaˆnica em energia sonora. Observe que a frequ¨eˆncia dessa vibrac¸a˜o ressonante depende da quantidade de a´gua que o copo conte´m. A a´gua adicionada tambe´m participa da vibrac¸a˜o. Quanto mais a´gua, mais massa vibrando quando a oscilac¸a˜o e´ provocada. E mais massa vibrando implica em menor frequ¨eˆncia, ou seja, ha´ a produc¸a˜o de sons graves e agudos. 7 Referencias bibliogra´ficas Nussenzveig, H. Moyses, Curso de F´ısica Ba´sica, Vol. 2, Ed.4a. Edgar Blucher Ltda 8
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