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ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS (aula 7) OPERAÇÕES Nesta aula, você irá: 1) Conhecer a função de Operações, destacando o seu conceito; 2) Relacionar o desenvolvimento de produtos e serviços e o projeto de sistema de transformações; 3) Identificar sequências, equipamentos e insumos; 4) Entender o conceito de produção enxuta; 5) Conhecer o conceito de cadeia de suprimentos. Introdução Nesta aula, você será apresentado à função de Operações, destacando o seu conceito, o desenvolvimento de produtos e serviços e o projeto de sistema de transformações, através da identificação de sequências, equipamentos e insumos. Abordaremos também os conceitos de produção enxuta e cadeia de suprimentos. Com a globalização mundial, é exigido das organizações mais competência em sua administração da produção, para que possam sobreviver no mercado. Com isso, as empresas precisam utilizar ou escolher o sistema de administração da produção adequado para sair em vantagem ou, pelo menos, em condições de participar dos desafios enfrentados no dia a dia do mercado. A essência de qualquer negócio é a criação de valor por meio da transformação de insumos em produtos e serviços. É o sistema de operações da empresa que faz a transformação e cria valor para os clientes e outras partes interessadas. Uma das principais tarefas na criação de uma empresa é a montagem de seu sistema de operações, que fornece os produtos e serviços concebidos pela função de Marketing e selecionados pelas decisões estratégicas. Conceito de operações: Uma das principais tarefas na criação de uma empresa é a montagem de seu sistema de operações, que fornece os produtos e serviços concebidos pela função de Marketing e selecionados pelas decisões estratégicas. O sistema de operações faz a transformação e cria valor para os clientes e outras partes interessadas da empresa. Tipos de transformações: Nas operações industriais, os insumos passam por transformação física ou estrutural. Exemplos: frigoríficos e montadoras de automóveis. Em empresas de prestação de serviços, a alteração é feita no próprio cliente. Exemplos: corte de cabelo e treinamentos. No transporte, é feita uma transformação que movimenta insumos ou clientes. Exemplos: remoção de lixo e viagens de turismo. Produtos e serviços Os resultados dos processos de transformação são produtos e serviços, que são comprados pelos clientes em função das suas utilidades. As operações de produção industrial e de prestação de serviços são sistemas semelhantes, com entradas, processamento e saídas. Na produção industrial, as entradas são matérias-primas, componentes, máquinas e equipamentos e mão de obra. O processamento é a transformação das matérias-primas e dos componentes. As saídas são os produtos prontos. Na prestação de serviços, a entrada é a necessidade do cliente, o processamento é a prestação de serviço e a saída é a satisfação da necessidade do cliente. Organização de um sistema de operações Para organizar o sistema de operações, o empreendedor deverá ficar atento para duas situações: - Projeto do produto Identificar exatamente que produto ou serviço será oferecido. Sendo um produto, identificar sua montagem, e sendo um serviço, verificar como será executado. - Projeto do sistema de transformação Identificar que insumos, instalações e equipamentos são necessários para fornecer o produto ou serviço, quem são os fornecedores, qual o volume de operações, que quantidade de produtos deve ser fornecida, quantos clientes devem ser atendidos, onde deve ser entregue o produto ou serviço e qual o sistema de transporte. * Projeto do produto: Desenhar ou projetar produtos ou serviços transforma a ideia do empreendedor em um resultado concreto. Tudo começa com ideias, que podem nascer das mais variadas maneiras, e passam por um processo de seleção. Com base nessas ideias, os produtos e serviços são desenvolvidos, e em seguida, o processo de transformação é estruturado. No desenvolvimento do produto ou serviço, os empreendedores podem usar a qualidade do projeto e a engenharia simultânea. * Qualidade do produto: No desenvolvimento do produto com qualidade de projeto, destaca-se que a forma segue a função. O empreendedor deverá identificar as necessidades que o produto deverá atender, pensar na utilidade do produto e depois no seu formato. Após identificar a utilidade do produto para o cliente, o empreendedor deverá fazer uma lista de especificações funcionais (ou especificações de desempenho), que traduzem as necessidades em termos de desempenho que o produto deverá apresentar. Depois de ouvir a voz do cliente e as especificações funcionais, o empreendedor precisa definir as especificações técnicas, como dimensões, pesos, temperatura etc. Observação: Desenhar um produto sem levar em consideração as especificações funcionais significa correr o risco de desenhar o produto com características que o cliente não deseja, aumentando o custo do produto sem agregar valor para o cliente. É muito provável que você conheça alguma empresa que tenha cometido este erro na fabricação de algum produto. * Engenharia Simultânea: Significa desenvolver o produto ou serviço consultando todas as pessoas e organizações que terão alguma participação na produção, no serviço ou na utilização do produto, como fornecedores, montadores, distribuidores, prestadores de serviços e principalmente o cliente. Além de acelerar o processo de desenvolvimento, a Engenharia Simultânea assegura a manufaturabilidade (facilidade para fabricar e montar o produto) e a facilidade de manutenção. * Desenho preliminar e protótipo: O desenho propriamente dito é a configuração do produto ou serviço e a produção de um protótipo. Nesta etapa, a criatividade do empreendedor é determinante para a imagem e sucesso do produto ou serviço. A primeira versão do produto é um protótipo, que pode ser um modelo físico, uma simulação de computador, uma simulação de serviço ou um primeiro exemplar real de um produto ou serviço. Exemplos: maquetes de edifícios, modelos feitos em computador, esboço de roteiro de uma peça ou filme, pratos oferecidos para degustação etc. O protótipo deve ser testado por meio de uma simulação ou desempenho real, permitindo avaliar o desempenho do produto, a confiabilidade e a reação dos usuários. Isto leva à correção dos erros e ao aprimoramento do projeto. Projeto do sistema de transformação: Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. Identificar o produto ou serviço → O ponto de partida para a organização do espaço físico é entender qual é o produto ou serviço e o que é necessário fazer para fornecê-lo. É preciso saber também, qual será o tipo de sistema de transformação. Produção contínua → É caracterizada pela elaboração e fornecimento de produtos padronizados de forma ininterrupta. Exemplos: gasolina, álcool, açúcar, sabonetes, medicamentos, saneamento básico, telefonia etc. Produção seriada → A linha de montagem é o método de trabalho da produção seriada, onde o produto é montado gradativamente em uma sequência de operações padronizadas, passando de um posto de trabalho para outro, no qual uma combinação de pessoas e máquinas desempenha uma tarefa especializada. Exemplos: parafusos, automóveis, panelas, sanduíches do McDonald’s etc. Produção por encomenda → Neste tipo de transformação, um produto sob medida é feito de cada vez, ou um cliente é atendido de cada vez, com um produto ou serviço personalizado. Exemplos: fábrica de móveis sob medida,oficina de veículos, escritórios de advocacia, empresas de consultoria etc. Customização de massa → É um sistema misto de transformação, que combina a produção seriada e a produção por encomenda, ou seja, um produto é fabricado em uma linha de montagem e adaptado às especificações dos clientes. Exemplos: empresas que vendem computadores pessoais, lojas de roupas prontas que disponibilizam acertos para as medidas dos clientes etc. Operações com projetos → Os projetos são um tipo especial de produção por encomenda. Um projeto é uma atividade temporária, que fornece um produto singular. Exemplos: grandes eventos, construção de edifícios etc. Observação: Todo projeto é uma encomenda, mas nem toda encomenda chega a ser um projeto. Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. • Identificar e colocar em sequência as operações: Depois de definido o produto ou serviço, é preciso identificar as operações necessárias para produzi-lo e sua sequência. Para isso, desenhe um fluxograma, que mostra onde as operações começam e onde terminam. Estabeleça também os tempos padrão para cada operação. • Identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações: Toda operação precisa do emprego de equipamentos e insumos. A quantidade empregada definirá sua capacidade produtiva. A definição da capacidade produtiva depende do volume planejado de operações e das perspectivas de crescimento do negócio, que dependem das informações sobre a demanda e das estratégias de competitividade. • Organizar o local das operações: O arranjo físico, ou arranjo do espaço, compreende três ambientes: instalações produtivas; estoques e manutenção; e departamentos de apoio. A forma como o local das operações é organizado determina o ritmo do processo, o aproveitamento do tempo e do espaço e a opinião do cliente sobre a qualidade das instalações. O espaço sempre deve ser organizado de forma lógica em relação ao fluxograma do processo, facilitando a movimentação dos funcionários, da matéria-prima e do produto em elaboração. Há duas formas básicas de organizar os processos no local das operações: arranjo físico por produto (ou linha de montagem) e células de produção (ou arranjo celular). Linha de montagem: É apropriada para fazer produtos muito similares, usando uma sequência básica de operações. Nessa forma de organizar o local das operações, os equipamentos e os funcionários ficam organizados em uma sequência fixa, pela qual o produto passa e é montado gradativamente, e cada funcionário realiza uma única tarefa. Arranjo celular: Todas as atividades necessárias ao fornecimento de um produto ou serviço são concentradas em um local, onde um grupo de pessoas executa todas as atividades e usa todas as ferramentas e equipamentos. Desta forma, as pessoas determinam seu próprio ritmo de trabalho e a forma de se organizar, sendo, assim, chamados de autogeridos ou grupos autônomos de trabalho. • Definir a aparência do local: O empreendedor precisa pensar na aparência das instalações, causando boas impressões nos clientes, funcionários e visitantes, levando em consideração a limpeza, facilidade de movimentação, acesso aos instrumentos de trabalho e a informações e impacto visual positivo. Desempenho dos processos A capacidade de medir o desempenho é um fator crítico para o sucesso da empresa. A medição do desempenho fornece os dados para verificar até que ponto o planejamento está sendo realizado e definir novos objetivos e padrões de desempenho. O empreendedor deve ser seletivo para escolher os indicadores para sua empresa, levando em consideração o padrão de competitividade em seu ramo de negócio. Em seguida, as principais categorias de indicadores: ► Capacidade É a quantidade de unidades de produção (peças, clientes, refeições, estudantes etc.) que seu sistema de operações consegue fornecer em determinado período. A capacidade projetada é a taxa ideal de fornecimento de produtos ou serviços. A capacidade máxima é a quantidade de produtos e serviços que pode ser alcançada quando o potencial dos recursos é totalmente aproveitado. ► Produtividade É a relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos (produção). Todo processo tem um índice de produtividade, que é a quantidade de produtos ou serviços que cada unidade de recursos fornece. Exemplos: quantidade de alunos por professor e quantidade de pessoas atendidas por hora. ► Produtividade e qualidade combinadas A qualidade de conformidade e a contrapartida da qualidade planejada definem o conjunto das características desejadas de um produto ou serviço, que são chamadas especificações e descrevem o produto ou serviço em termos de sua utilidade, de seu desempenho ou de seus atributos. Exemplos: comprimento, peso, cor, velocidade, consumo de combustível etc. Quando se consideram produtividade e qualidade (de conformidade) simultaneamente, mede-se o desempenho não apenas da quantidade total produzida em relação aos recursos utilizados, mas também dos produtos aproveitados em relação ao total fornecido, ou seja, o índice de aproveitamento. ► Eficiência no uso do tempo O tempo é um recurso que deve ser usado de maneira eficiente em qualquer processo. Há três medidas principais para a eficiência no uso do tempo: produtividade do tempo; tempo de ciclo (tempo despendido entre o início e o fim de um processo); e velocidade do processo. ► Flexibilidade Indica sua capacidade de fornecer produtos e serviços customizados para atender a determinadas necessidades. Torna a organização mais ágil e pode garantir uma vantagem competitiva. A flexibilidade tem três variantes: a velocidade (mede com que rapidez a empresa consegue mudar seus processos para fazer produtos e serviços diferentes); capacidade de atender a grandes flutuações na demanda por produtos e serviços; e capacidade de fazer diferentes produtos simultaneamente. Produção enxuta O sistema de produção enxuta foi desenvolvido pela Toyota especificamente para a indústria automobilística, mas pode ser usada em todos os ramos de negócios. Tem como princípio a maximização da eficiência por meio da eliminação de todos os tipos de desperdícios. Quando se eliminam os desperdícios, o que sobra no processo produtivo é agregação de valor para o cliente. Eficiência é uma combinação de produtividade, qualidade de conformidade e redução de todos os tipos de desperdícios. * Os sete desperdícios mortais de qualquer processo produtivo são: 1. Defeitos no processo produtivo ou erros na prestação de serviços, gerando custos de retrabalho e problemas para os clientes; 2. Operações desnecessárias no processo de manufatura; 3. Produção acima do volume necessário ou antes do momento necessário; 4. Tempo de esperas desnecessárias; 5. Estoques e equipamentos desnecessários; 6. Transporte de materiais sem agregação de valor; 7. Movimento de pessoas sem agregação de valor. Just in time É um método criado pela Toyota Motor Company, no Japão, em meados da década de 70. O objetivo do sistema é melhorar continuamente o processo produtivo. Uma das formas de alcançar esse objetivo é reduzir os estoques, que muitas vezes servem de camuflagem para problemas: eles vêm sendo utilizados para evitar descontinuidades do processo produtivo, diante de problemas de produção. O sistema Just in time (JIT), que em português significa “no momento exato” ou ainda, num linguajar mais corriqueiro, "em cima da hora", é um sistema de produção cuja ideia principal é fabricar produtos na quantidadenecessária, no momento exato em que o item é requisitado. Isto é possível por meio da sincronização das operações com as demandas do mercado. A empresa fornece produtos e serviços apenas de acordo com as encomendas, reduzindo ao mínimo a necessidade de estoques. Observação: O Sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o método de produção JIT, ou seja, é um sistema de informação através de cartões, para controlar as quantidades a serem manufaturadas pela empresa. Produção com qualidade Baseia-se no princípio de fazer certo da primeira vez. O trabalhador é responsável pela qualidade de seu trabalho. Para esse princípio funcionar, é preciso investir na qualificação dos funcionários e implantar programas de treinamentos e incentivos. Organização eficiente do espaço físico Qualquer empreendimento deve organizar seu espaço físico de maneira eficiente, levando em consideração os seguintes princípios: • Minimize o manuseio de materiais – evite o retrabalho; • Minimize as distâncias – estude o espaço físico antes de utilizá-lo; • Minimize o esforço – postos de trabalhos ergonômicos; • Combata a desordem – cada coisa em seu lugar; • Evite a ocupação desnecessária do espaço; • Procure e implemente a melhor utilização possível de todos os recursos; • Maximize a flexibilidade; • Otimize o fluxo – elimine idas, vindas e estrangulamentos do espaço físico; • Maximize a visibilidade; • Maximize a comunicação – treinamento, informação e feedback. Cadeia de suprimentos Uma cadeia de suprimentos compreende os elos entre uma empresa e seus fornecedores, distribuidores e clientes. A cadeia consiste de um fluxo de suprimentos dos fornecedores para o sistema de operações da empresa e outro, da empresa para seus distribuidores e clientes. Toda empresa faz parte de uma cadeia de suprimentos que abrange todas as atividades de transformação (produção) e distribuição (logística), desde o fornecimento de insumos até a procura pelos bens e serviços, dentro da empresa e em suas interfaces. Do lado de dentro da empresa, o empreendedor deve coordenar funções como marketing, vendas, desenvolvimento de produtos, finanças e tecnologia da informação. Do lado de fora, deve buscar a colaboração com parceiros que se encontram ao longo da cadeia, como fornecedores, intermediários, prestadores de serviços e clientes. Administrar uma cadeia de suprimentos compreende as seguintes atividades: • Estabelecimento de parcerias com fornecedores e revendedores; • Coordenação do fornecimento de matérias-primas; • Planejamento da produção; • Processamento de pedidos; • Administração de estoques; • Transporte e armazenamento de suprimentos e produtos acabados; • Coordenação das atividades de atendimento dos clientes. Nesta aula, você: Conheceu a função de Operações, destacando o seu conceito; Relacionou o desenvolvimento de produtos e serviços e o projeto de sistema de transformações; Identificou sequências, equipamentos e insumos; Entendeu o conceito de produção enxuta; Conheceu o conceito de cadeia de suprimentos.
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