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Apostila de forragicultura

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TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Lúcio Carlos Gonçalves 
Prof. Iran Borges 
 
 
 
 
 
 
Escola de Veterinária 
Departamento de Zootecnia 
Universidade Federal de Minas Gerais 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
1997 
 
 
SUMÁRIO 
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS ........................................................... 5 
CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS .................................................................. 10 
ESTUDO DAS GRAMÍNEAS .................................................................................... 11 
BRACHIARIA DECUMBENS ...................................................................................................................... 11 
BRACHIARIA HUMIDICOLA ..................................................................................................................... 12 
BRACHIARIA PLANTAGINEA.................................................................................................................. 13 
BRACHIARIA RUZIZIENSIS ...................................................................................................................... 13 
BRACHIARIA BRIZANTHA ........................................................................................................................ 14 
BRACHIARIA RADICANS ........................................................................................................................... 15 
CAPIM TANGOLA ........................................................................................................................................ 16 
CAPIM ANDROPOGON ............................................................................................................................... 17 
CAPIM GORDURA ........................................................................................................................................ 18 
CAPIM BUFFEL............................................................................................................................................. 20 
CAPIM JARAGUÁ ......................................................................................................................................... 21 
SETÁRIAS ....................................................................................................................................................... 22 
CAPIM ELEFANTE ....................................................................................................................................... 24 
CAPIM ANGOLA ........................................................................................................................................... 26 
CAPIM COLONIÃO ...................................................................................................................................... 27 
CAPIM KIKUIO ............................................................................................................................................. 29 
PASPALUM NOTATUM ............................................................................................................................... 31 
PASPALUM PLICATULUM......................................................................................................................... 32 
CAPIM DE RHODES ..................................................................................................................................... 33 
CANARANA ERETA LISA ........................................................................................................................... 34 
CANARANA VERDADEIRA ........................................................................................................................ 34 
CAPIM PANGOLA ........................................................................................................................................ 35 
ESTRELA AFRICANA .................................................................................................................................. 36 
ESTRELA AFRICANA ROXA ..................................................................................................................... 37 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 3 
COAST-CROSS .............................................................................................................................................. 37 
CAPIM GUATEMALA .................................................................................................................................. 39 
CAPIM VENEZUELA .................................................................................................................................... 40 
AVEIA FORRAGEIRA .................................................................................................................................. 41 
ESTUDO DAS LEGUMINOSAS ................................................................................ 43 
GUANDU ......................................................................................................................................................... 43 
SOJA PERENE ............................................................................................................................................... 44 
SIRATRO ......................................................................................................................................................... 45 
CENTROSEMA .............................................................................................................................................. 46 
LEUCENA ....................................................................................................................................................... 47 
DESMODUIM UNCINATUM ....................................................................................................................... 48 
DESDMODIUM INTORTUM ....................................................................................................................... 49 
DEMODIUM CANUN .................................................................................................................................... 50 
ESTILOSANTES ............................................................................................................................................. 51 
ALFAFINHA DO NORDESTE ..................................................................................................................... 52 
KUDZU TROPICAL ....................................................................................................................................... 53 
CALOPOGÔNIO ............................................................................................................................................ 54 
AMENDOIM DE VEADO ............................................................................................................................. 54 
LAB-LAB ......................................................................................................................................................... 55 
MUCUNA PRETA .......................................................................................................................................... 56 
CUNHÃ ............................................................................................................................................................ 57 
SOJA ANUAL ................................................................................................................................................. 58 
ALFAFA ........................................................................................................................................................... 59 
FORMAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS............................................................. 61 
MANEJO DE PASTAGENS ...................................................................................... 84 
FENO E FENAÇÃO ................................................................................................... 94 
SILAGEM E ENSILAGEM ....................................................................................... 103 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................. 118 
 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 5 
 
 
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS 
 
 
Neste tópico apresentaremos as principais estruturas dos vegetais que serão importantes para a 
compreensão e o entendimento das particularidades do manejo das principais plantas 
forrageiras. 
 
 
A - RAIZ 
 
Função: Fixação, sustentação , absorção e distribuição dos nutrientes. 
 
Características Sem nós e entre nós 
Sem folhas e gemas 
Funciona também como órgão de reserva 
Algumas têm importância econômica - Alimentar e medicinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FIG. 1 
 
 
 
Categorias: a) Subterrânea: abaixo da superfície do solo 
b) Aquática: cresce dentro d’água 
c) Aérea: desenvolve sem contato com o solo 
d) Adventícia: cresce a partir dos primeiros nós do colmo e se dirigem para o 
solo. Ex: Milho 
 
Formas: 1) Axial ou Pivotante: raiz principal bem desenvolvida. Característica das 
dicotiledôneas. 
2) Fasciculada ou em Cabeleira: não ocorre distinção entre as raízes. Característica 
das monocotiledôneas. 
3) Tuberosa: acumulam material de reserva. Ex: batata doce, mandioca e cenoura. 
 
 
 
 
B- CAULE 
 
Funções: Produção e suporte de ramos, flores e frutos; 
Condução da seiva; 
Crescimento e propagação vegetativa; 
Os caules fotossíntese e podem são reserva de alimentos. 
 
Tipos: Aéreos 
 Subterranêos 
 Aquáticos 
 
 
 
 FIG. 2 
 
 
Aéreos se dividem em: 
 
 Tronco: lenhoso, resistente, cônico e cilíndrico. Ex: Árvores. 
 
Haste: herbáceo ou fracamente lenhificado, pouco resistente. Ocorre em ervas e sub-
arbustos. 
 
Estipe: lenhoso, longo, cilíndrico, em geral não ramificado terminando em folhas. 
Raramente ocorre em dicotiledôneas. Ex: Mamão, embaúba e palmeira. 
 
Colmo: caule cilíndrico, com nós e entre-nós bem mais curtos, podem ser cheios ou 
ôcos (fistulados). Ex: caule de gramíneas. 
 
Estolão: enraizamento de pontos em pontos. É um tipo de caule importante em 
forragicultura. Confere resistência ao pastejo. 
 
Subterrâneos se dividem em: 
 
 Rizoma: cresce geralmente horizontalmente no solo, difere das raízes por 
apresentar nós e entre-nós bem definidos, emitindo brotações de espaço a 
espaço. Confere grande resistência à planta, além de ser matrial vegetativo. 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 7 
Ex: Algumas plantas do genero Cynodon (Coast-cross) 
 
Tubérculo: possui gemas. Ex: batata inlgesa e cará-do-ar. 
 
Bulbo: formado por um eixo cônico que constitui o fruto, dotado de gemas 
envoltas por catáfilos (folhas modificadas). Ex: Jacinto, trevo, lírio,cebola e 
alho. 
 
Quanto, as formas de crescimento os caules podem ser: 
 
Rasteiro ou prostrado: cresce apoiado à superfície do solo. 
 
Decumbente: parte tem crescimento prostrado, mas as pontas se elevam. 
 
Ascendente: semelhante ao decumbente, com a maior parte do crescimento 
prostrado. 
 
Ereto ou Cespitoso: cresce mais ou menos perpendicular à superfície do solo. 
Forma touceiras. 
 
C - FOLHA 
 
 Função de realizar fotossíntese (nutrição), respiração e transpiração além da condução 
e distribuição da seiva. 
 
 É um órgão laminar, com simetria bilateral, geralmente de coloração verde e com 
gemas axilares. 
 
Folha completa contém: Pecíolo: haste sustentadora do limbo; 
Limbo: parte laminar e bilateral; 
Bainha: parte basilar, abraça o caule; - Nas monocotiledoneas a 
presença da bainha é a regra nas dicotedoneas é a excessão; 
Estípulas: apêndices geralmente laminares e em número de 2 que se 
formam de cada lado da base foliar. 
 
Folha incompleta pode ser: Séssil ou apeciolada; 
Peciolada mas sem bainha; 
Folha invaginante: bainha envolve o caule em grande extensão. 
Típica das gramíneas. 
 
Quanto à divisão do limbo a folha pode ser: Simples: um só limbo (gramíneas) 
Composta: dois ou mais limbos, a maioria das 
leguminosas forrageiras, mais importantes, são 
geralmente trifolioladas, outras podem ter folhas 
contendo muitos foliolos. 
 
Quanto à inserção no caule as folhas podem ser: Alternada: uma por nó. 
 Oposta: duas por nó. 
 Verticilada: três ou mais por nó. 
 
Quanto à Nervação (nervuras) as folhas podem ser: 
a) Uninervias: uma só nervura. 
b) Paralelinervias: com nervuras secundárias paralelas à principal 
c) Nervuras não paralelas: características das dicotiledôneas, em forma de rede 
(reticulada) 
 
 
D - FLOR 
 
 
É o órgão reprodutor: são folhas modificadas 
 
 
Uma flor completa tem cálice, corola, androceu e gineceu. 
Cálice e corola são verticílios de proteção, enquanto os outros dois são de reprodução. 
androceu é a parte masculina e gineceu é a feminina 
 
Tipos de flores: Masculinas: androceu apenas 
Feminina: gineceu apenas 
Hermafrodita: androceu e gineceu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIG. 3 
 
 
 
 
 
Nota : - O conjunto de estames forma o androceu: A bráctea é uma folha modificada, 
geralmente com função de atrair os agentes polimizadores 
 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 9 
 
 
 
 
Nota: As flores das gramíneas são geralmente incompletas 
 
De acordo com o tipo de flor as plantas são ditas: 
 
a) Monóicas: Flores masculinas e femininas na mesma planta e em locais diferentes. 
Ex: milho, (pendão é a parte masculina e a espiga parte feminina) 
 
b) Dióicas: Com flores de apenas um sexo 
 
c) Hermafroditas: Com flores hermafroditas. 
 
d) Polígama: Flores unisexuais e hermafrodita no mesmo indivíduo. 
 
 
Inflorescências: 
 
1) Cacho ou rácemo: Possui flores pedunculadas inseridas no eixo principal (crescimento 
indeterminado) de maneira que as flores mais velhas estão mais afastadas do ápice. 
2) Espiga: Flores sem pedúnculo inseridas no eixo principal. Ex:milho 
3) Panícula: Cacho de cachos. Ex:Capim Colonião 
4) Espadice: O nome recebido pela inflorescência que possui eixo espessado onde estão 
inseridas flores apedunculadas. Ex: Copo de leite 
5) Capítulo: Flores são dispostas numa estrutura plana. 
FLOR COMPLETA 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS 
 
 
GRAMÍNEAS LEGUMINOSAS 
-Habitat diverso -Idem 
-Capins, cereais, cana-de-açúcar, etc. -Soja perene, leucena, siratro, guandu, 
 etc. 
-610 gêneros -700 gêneros 
-10.000 espécies -14.000 espécies 
 50 espécies abrangem 99% das forrageiras utilizadas - - - - - - - - 
-Monocotiledôneas -Dicotiledôneas 
-Ciclo anual ou perene -Idem 
-Raízes fasciculadas e adventícias -Raízes axiais ou pivotantes e também 
 adventícias 
-Caule aéreo ou subterrâneo -Idem 
-Colmo e estolão -Prostrado, trepadeiras, herbáceos 
-Algumas possuem rizoma -Idem 
-Folhas simples geralmente sem -Folhas compostas pecioladas 
 pecíolo (bainha invaginante) 
-Inserção alternada - - - - - - - - - 
-Presença de lígula (estrutura delgada entre -Presença de pulvínulo (espessamento na 
 a bainha e o caule) inserção do pecíolo) 
-Folhas lanceoladas com -Formas variadas, folhas com nervação 
 nervação paralelinerviasreticulada 
-Pêlos podem estar presentes -Idem 
 em ambas as faces 
-Flor incompleta (glumas, lema e pálea) -Flor completa 
 Lodículas, endroceu e gineceu 
- Androceu: basicamente três estames -Androceu com dez estames 
-Gineceu: um ovário uniovular -Gineceu: um ovário com vários óvulos 
-Fruto: cariópse - concresce com a semente -Fruto: legume ou lomento (legume com 
 septos transversais) 
-Inflorescência: espiga ou cacho -Inflorescência: rácemos ou flores 
 isoladas 
-Reprodução: polinização cruzada -Autofecundação, podendo ocorrer 
 cruzamento por ação de insetos. 
 
 
 
 
 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 11 
 
ESTUDO DAS GRAMÍNEAS 
 
 
BRACHIARIA DECUMBENS 
 
 
Nome científico: Brachiaria decumbens 
 
Nomes comuns: capim braquiária ou braquiária, braquiária de morro, braquiarinha, 
decumbens. 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea perene 
Folhas pubescentes (folhas com pêlos nos dois lados) 
Enraiza fortemente nos estolões 
Dá boa cobertura do solo 
Boa resistência ao pisoteio 
Nós glabros 
Bainha coberta de pêlos 
 
Clima e solos: Indicada para regiões com mais de 1200 mm de precipitação pluviométrica por 
ano. 
Adapta-se em solos de boa, média e baixa fertilidade. 
Alta tolerância ao alumínio. 
Não é apropriada para terrenos encharcados 
Adapta-se bem em clima tropical 
 
Propagação e plantio: - Sementes: 
- Semeio: a lanço e por plantadeiras 
- Dormência: 10 meses, portanto não deve ser plantada logo após a 
 colheita das sementes. 
- Pode ser propagada por mudas 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa resistência ao frio - queima a parte vegetativa com 
 as geadas, mas não morre. 
Tem boa tolerância a seca, porém se a estiagem for 
prolongada e por vários anos, grande número de plantas 
pode morrer. 
Rebrota muito bem após passagem de fogo 
 
Rendimento no corte: aproximadamente 18 t de MS/ha/ano (4 a 5 cortes) 
 
Utilização: Pastejo - resiste a lotações pesadas - mesmo assim deve-se ajustar a carga animal à 
disponibilidade de forragem e à fertilidade do solo. 
O pasto pode ser mantido baixo (15 cm) 
A ingestão das toxinas do fungo Phitomyces chartarum que se desenvolve na 
Brachiaria decumbens, principalmente quando ela forma densos colchões, pode 
levar os animais a desenvolver a fotossensibilização. Esta se manifesta por que a 
esporodesmina (toxina fungo) provoca a perda de pigmentos, principalmente em 
bovinos jovens entre 4 e 12 meses. A fotossensibilização pode ocorrer também em 
outras espécies animais. 
Embora com poucos resultados de pesquisa, a Brachiaria decumbens, baseando-se 
na sua boa resposta a adubação, vem sendo submetida com sucesso ao pastejo 
rotacionado 
 
Resistência a pragas e doenças: Cochonilhas - causam pequenos danos 
Cigarrinhas - Maior entrave à disseminação 
Manejo do pasto para evitar a praga: 
 
a) Manejo integrado: Manter a planta aproximadamente a 30cm de 
altura para torná-la resistente ao ataque da praga, e para não permitir 
que a radiação solar desidrate a “espuma” que protege a ninfa. Dessa 
forma os inimigos naturais da cigarrinha também ficam protegidos. 
Portanto é importante não permitir que o pastejo seja muito baixo, 
mesmo sabendo-se que por se tratar de planta de crescimento 
estolonífero ela pode rebrotar bem quando submetida a pastejos de até 
15 cm de altura. 
b) Controle químico: caro e é importante observar o período de carência 
do produto utilizado. 
c) Controle biológico: pode ser feito através do fungo Metarrhizium 
anisopliae e da mosca Salpingogaster nigra 
 
Consorciação : Difícil porque fecha o terreno, porém é possível com siratro, soja perene e 
centrosema. 
 
Fotossenssibilização: Maior problema para animais claros e jovens. 
 Retirar os animais do pasto e colocá-los em piquetes dotados de 
 sombra é a solução imediata para o problema. 
 
 
BRACHIARIA HUMIDICOLA 
 
 
Nome científico: Brachiaria humidicola 
Nomes comuns: humidícola, quicuio do Amazonas 
Origem: Africana 
 
Aspectos vegetativos: Folhas estreitas (espetadinhas) 
Sem pêlos - folhas mais rijas 
Com ápice em agulha 
Altamente estolonífera 
 
Clima e solos: Não é exigente em solos - Vegeta em solos pobres embora responda bem à 
abubação. 
Vai bem em solos secos, mas comporta-se melhor em locais úmidos e quentes 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 13 
Resiste bem a geada 
 
Propagação e plantio: 3 - 5 Kg sementes limpas/ha 
Não raramente apresenta sementes com baixo poder germinativo, 
portanto especial atenção deve ser dada ao valor cultural das sementes 
 
Rendimento no corte: Produz aproximadamente 18 t de MS/ha/ano 
 
Utilização: Pastejo 
Pode ser rebaixada até ± 10 cm 
Mais tolerante às cigarinhas, mas sente os ataques 
 Dependendo do tipo de solo pode apresentar altas concentrações de oxalato, 
levando os animais a um desequilíbrio no metabolismo do cálcio. 
 
 
 
BRACHIARIA PLANTAGINEA 
 
 
Nome científico: Brachiaria plantaginea 
Nomes comuns: capim marmelada, milhã branca, grama Major Inácio, capim papuã. 
Origem: Nativa 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea anual, herbácea, sub-ereta, tenra (dá bom feno); 
Muito suculenta. 
 
Clima e solos: Desenvolve-se em climas tropical e temperado; 
Prefere solos férteis com boa umidade, mas cresce em solos de baixa 
fertilidade. 
 
Propagação e Plantio: Propaga-se por mudas e sementes; 
Praga de café e pastagens (ciclo anual). 
 
Utilização: Pode ser utilizada para pastejo direto e para produção de feno, que é de excelente 
qualidade. No Sul do país vem sendo utilizada com sucesso para produção de 
silagem pré-secada, que pode ser fornecida até para vacas em lactação com bons 
resultados. 
 
 
 
BRACHIARIA RUZIZIENSIS 
 
 
Origem: África 
Nome científico: Brachiaria ruziziensis 
Nomes comuns: Ruziziensis, capim congo 
 
Aspectos vegetativos: Semelhante à decumbens 
Folhas com pêlos 
Verde mais claro 
Em geral mais ereta 
Perene e estolonífera 
Tem produtividade menor que a B. decumbens 
Menos vigorosa para gramar 
Floresce mais tarde (maio-agosto) 
Muito palatável e tem cheiro de milho (época de florescimento) 
Rácemos de base larga, sementes menores que as da B. decumbens, 
grande presença de pêlos nas sementes 
 
Clima e solos: Mais exigente em solos que a decumbens quanto a precipitação pluviometrica, 
é muito semelhante à decumbens. 
 
Propagação e Plantio: Também propaga-se por mudas, embora maior propagação seja por 
sementes. Produz grande quantidade de sementes com boa viabilidade. 
 
Utilização: - Boa para vacas leiteiras e animais jovens 
 - Pode ser usada para eqüinos 
 - Manejo semelhante à B. decumbens sem problemas de intoxicação 
 - Seca rapidamente após o florescimento 
 - Pode também ser usada no pastejo rotacionado 
 
Resistência a pragas e doenças: Grande sensibilidade às cigarrinhas (susceptível) 
 
Consorciação: Difícil, mas consorcia-se com soja perene estilosantes, siratro e 
 calopogônio 
 
 
 
BRACHIARIA BRIZANTHA 
 
 
Nome científico: Brachiaria brizantha 
Nomes comuns: Brizanta, Brizantinha 
Origem: África 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea herbácea 
 Perene 
Sem perfilhamento intenso 
Dificilmente cobre bem o solo 
Atinge 0,70 a 0,80 m de altura 
Produz sementes o ano inteiro 
Folhas ligeiramente serrilhadas 
Pêlos podem ser vistos somente com lupaInflorescência com uma fileira de sementes 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 15 
Rácemo - apresenta-se com a base arroxeada 
 
Propagação e plantio: Mudas e sementes 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Tolera muito bem à seca, e ao fogo; as geadas queimam a 
parte vegetativa, mas a planta rebrota bem. 
 
Rendimento: aproximadamente 10 toneladas/ha/ano 
 
Utilização: Pastagens e feno 
 
Pragas: Sem problemas com as cigarrinhas 
 
 
CV. BRIZANTÃO (BRAQUIARÃO) 
 
Folhas largas, verde escuro 
Pêlos na face superior (curtos) 
Boa resistência às cigarrinhas 
Boa palatabilidade 
Inflorescências com rácemos bem desenvolvidos 
Sementes (frutos) grandes 
 
Clima: Semelhante às outras braqiárias 
 
Solo: Exigente 
 
Rendimento: 18 a 20 toneladas de MS/ha/ano (podendo produzir mais dependendo do solo) 
 
Manejo:Esta planta não pode formar grandes touceiras, por que reduzirá muito a 
produtividade do pasto. Dentre as braquiarias é a que menos tolera erros de manejo. 
Quando passada, deve ser roçada e em último caso pode-se colocar fogo. Deve ser 
mantida no pastejo contínuo entre 30 e 60cm de altura. 
Mais recentemente vem sendo utilizada no pastejo rotacionado com bons resultados; 
com intervalo de pastejo entre 30 e 35 dias. 
 
Formação: Fácil e rápida. Tendo boas sementes no mercado (10 Kg sementes limpas/ha) 
 
 
BRACHIARIA RADICANS 
(B. arrecta) 
 
Nome científico: Brachiaria radicans ( sinonímia: B. arrecta) 
Nomes comuns: “Tanner grass”, Braquiária tóxica, Braquiária de brejo 
 
Aspectos vegetativos: Folhas verde escuras e reluzentes 
Folhas glabras, lisas e brilhantes 
Folhas curtas e largas 
Rizomas e estolões 
 
Clima e solos: Clima tropical e sub-tropical úmido - ppt  a 1200 mm anuais 
Prefere solos férteis e úmidos, embora cresça bem em solos de boa drenagem e 
de baixa fertilidade 
 
Propagação e Plantio: Mudas ou colmos (hastes) 
Aproximadamente 2 toneladas/ha (esparramar e gradear) 
Não produz sementes viáveis 
 
Utilização: Pastagens 
 Consorciação difícil devido à forma de crescimento 
 Pode-se tentar com siratro, centrosema, soja perene e Stylossanthes guyanensis 
 
Toxidez: Nitrato 0,30 a 0,90% 
 Outras: 0,05% de nitrato 
 Animal apresenta: urina escura com sangue, desequilíbrio e prostração 
 Alcalóides - Não está descartada a possibilidade de presença de alcaloides nesta 
 planta 
 
Plantio: Proíbido pelo Ministério da Agricultura 
 Hospedeiro do hemíptero Blissus leucopterus (Chinch bug) 
O “Chinch bug” é praga perigosa para milho, arroz, trigo e cana-de-açúcar 
 
Manejo: Planta flutua sobre a água 
Grande percentagem de caule em relação às folhas 
Pastejada por eqüinos, enquanto a B decumbens não é 
Eqüinos só comem as sementes da B. decumbens 
Intoxica: Bovinos, caprinos, ovinos, búfalos e eqüinos 
Quando apresentar intoxicação: remover os animais 
Pastos mistos geralmente não têm problema de intoxicação 
Maior freqüência de intoxicação: época das águas com a planta nova 
 
 
 
CAPIM TANGOLA 
Híbrido de Brachiaria radicans x Brachiaria mutica 
 
 
- Planta ainda muito pouco estudada 
- Potencial - Planta com bom potencial de produção 
- Adaptação - ideal para áreas úmidas, mas avança mais sob as áreas secas de meia encosta 
 que o capim angola 
- Ganho de Peso - Tem apresentado bons ganho em peso e boas produções de leite 
- Características - Tem características intermediárias entre o Tanner grass e capim angola, 
 apresentando-se mais clara e com pouco florescimento 
- Resistência às cigarrinhas (Boa) 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 17 
- Mais recentemente tem ocorrido ataques de Chinch-bug trazendo grandes prejuizos para a 
 produtividade dos pastos. 
CAPIM ANDROPOGON 
 
 
Nome científico: Andropogon gayanus 
Nomes comuns: Andropogon, capim gambá 
 
Aspectos vegetativos: Crescimento cespitoso 
Presença de pêlos na bainha e na lâmina foliar 
Atinge sem corte ou pastejo até 3,0 m de altura 
Sementes com longas aristas 
 
Andropogon gayanus Kunth, var. bisquamulatus cv planaltina 
 
1ª introdução - década de 40 
 
2ª introdução - grande interesse, início década 80. 
 
Clima e solos: Bem adaptado às condições climáticas reinantes nos cerrados (400 a 3000 mm 
ppt anual) 
Altitudes < 2000 m 
Cresce bem em solos com alta saturação de Alúminio 
Tem sistema radicular profundo, algumas raízes podem atingir até 1,20m. 
Grande capacidade de extração de fósforo do solo 
 
Responde bem à adubação -Fósforo, cálcio mais magnésio, enxofre e potássio. 
 
Resposta ao Nitrogênio - Responde bem a adubação nitrogenada, mas só muda a composição 
com adubação muito pesadas. 
 
Kg de N/ ha ano % de PB (média) 
 0 6,2 
 28 6,2 
 56 6,2 
 112 6,9 
 224 7,9 Níveis geralmente anti-econômicos 
 448 9,6 desde que não sejam em pastejo rotacionado 
 896 10,4 
 
 
Manejo:O capim andropogon não deve ser rebaixado a mais de 30cm. 
Em função das características de crescimento rápido e do ciclo do capim andropogon 
uma propriedade de gado de corte não deve exceder a 25% da área plantada com 
essa forrageira. 
Normalmente quando uma fazenda tem capim andropogon, quase sempre aparecem 
áreas sub-pastejadas, o que prejudica a capacidade de suporte da área. O 
recomendável é variar a carga animal durante os meses de dezembro, janeiro e 
fevereiro,para que o seu potencial de produção seja mais bem explorado. 
Quando submetido a super pastejo por longos períodos o pasto enfraquece o sistema 
radicular e muitas touceiras podem ser arrancadas. 
Se o capim andropogon estiver com crescimento pleno, situação muito comum nos 
casos de áreas recém implantadas, deve ser roçado. Cuidados especiais devem ser 
tomados, porque a semente é muito leve e costuma acumular e comprometer o bom 
funcionamento do trator que estiver sendo usado na operação. O fogo também pode 
ser usado, uma vez. que o capim andropogon é muito tolerante, porém para seu uso 
cuidados especiais precisam se tomados, e é sempre bom levar em consideração os 
efeitos negativos da destruição da matéria orgânica. 
 
 
 
 
CAPIM GORDURA 
 
 
Nome científico: Melinis minutiflora 
Nomes comuns: Capim grodura, meloso, capim melado, capim catingueiro, capim Francano 
 
 
Origem: - Cresce espontaneamente nos Estados do Brasil Central (MG, RJ, ES, SP), sendo 
também utilizado no norte e nordeste. Alguns acreditam que foi introduzido junto 
com navios negreiros. 
 
Variedades; São muitas. Existem mais de 40. 
 
1. Catingueiro roxo: mais disseminado em Minas Gerais 
Inflorescência de coloração roxa 
Folhas de coloração verde escura 
Abundante secreção pegajosa 
 
2. Cabelo de Negro 
Porte menor 
Folhas menores e entre nós curtos 
Muito resistente ao pisoteio 
Mais viscoso de todos 
inflorescência de cor marron escuro (quase negro) 
 
3. Capim gordura branco 
Folhas de coloração verde claro 
Inflorescências mais claras 
Pêlos mais curtos nas regiões dos nós 
Menos viscoso que outras variedades 
 
4. Capim gordura Francano 
Mais vigoroso e mais desenvolvido 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 19 
Inflorescências maiores 
Mais recomendado para corte 
Menor resistência ao pisoteio 
 
Clima e solos: Prefere regiões de chuvas acima de 1200 mm/ano 
Vegeta bem em solos pobres, secos e sílico-argilosos, com alumínio alto 
Excesso de umidade prejudica 
Vegeta e desenvolve bem nos altos e encostas de morro 
Apesar de desenvolver bem em solos pobres, responde pouco à adubaçãoquando comparado com colonião, jaraquá e pangola 
Tem boa capacidade de extrair fósforo do solo. 
 
Propagação e Plantio: - a lanço (20 a 25 Kg/ha), para facilitar misturar com terra 
- em sulcos espaçados de 20 cm 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: 
- Fogo: sensível, muitas plantas morrem 
- Geada: rebrota mas mata a parte vegetativa 
- Sombreamento: cresce bem em sombras de árvores, 
quando o sombreamento é moderado 
 
Utilização: Pastagens (1,0 a 1,5 cab/ha/ano), dependendo da fertilidade do solo a capacidade 
de suporte pode ser mais baixa com 0,5 a 0,6 cab/ha/ano. 
Na época da floração é bastante sensível ao pastoreio 
Produz até 40 toneladas MV/ha/ano 
Feno: 12000 Kg/ha/ano (12 t), com 2,4 a 4,4%PB (podem ser melhorados se a 
 planta for colhida no momento certo. 
Sementes: 200 Kg/ha/ano 
 
Manejo: Crescimento entoucerado e cespitoso 
Pêlos secretam óleo volátil (não deixa cheiro no leite) 
Evitar superpastoreio apesar da resistência ao pisoteio, porque eleva rapidamente o 
ponto de crescimento 
Não rebaixar a menos de 15 centímetros 
Entrada (30 - 40 cm) Saída (15 - 20 cm) 
Muitas touceiras morrem após o corte mecânico 
Deve-se evitar cortar rente ao solo 
Se for superpastejado fica bastante prejudicado e é invadido por ervas 
O capim gordura apresenta o grande defeito de rebrote lento. 
 
Resistência a pragas e doenças: Sofre ataque de lagartas que não chegam a comprometer, a 
não ser no Norte de Minas Gerais 
Colchonilhas - Ataque (sem maior comprometimento) 
Trips na inflorescência 
 
Consorciação: Centrosema, siratro, soja perene, estilosantes. 
Em terras mais fracas: centrosema, estilosantes e siratro. 
Espontaneamente com carrapicho beiço-de-boi e estilosantes 
 
 
 
 
CAPIM BUFFEL 
 
 
Nome científico: Cenchrus ciliaris 
Nomes comuns: Capim bufalo, “buffel-grass”, bufalo grei 
 
Origem: África, ïndia e Indonésia 
 
Variedades: Biloela - origem da Tanzânia 
Malopo e Lawes origem da África do Sul 
Boorara, Nunbank origem em Uganda 
Terewinnabar e Gayndah origem noQuênia 
 
Biloela: Tipo mais alto e vigoroso (1,5 m de altura) 
Panícula com espiguetas imaturas avermelhadas, quando madura tem cor de palha 
 
Gayndah: De menor porte 
Folhas mais verdes e menores 
Caules mais finos 
Maior densidade de perfilhamento 
Muito precoce - vantajoso para regiões mais secas 
 
Descrição geral: Plantas perenes 
Crescimento duplo, cespitoso e rastejante 
Produz grande quantidade de colmos 
Folhas abundantes, verdes e verdes azuladas 
Sistema radicular capaz de penetrar muito no solo (± 1,20 m) 
Produz sementes leves e cobertas de pêlos, que podem ser transportadas 
pelo vento 
 
Clima e solos: É indicado para regiões com baixa precipitação (350 a 400 mm anuais) 
Regiões úmidas devem ser evitadas 
Oferece boa opção para áreas mais secas 
Adapta-se melhor em solos leves 
Adapta-se e desenvolve-se melhor em solos de pouca acidez 
 
Propagação e Plantio: Propaga-se facilmente por sementes 
Sementes com dormência de 4 a 6 meses 
15 a 20 Kg sementes/ha (limpa 3-4 Kg/ha) 
Não enterrar muito as sementes (menos de 2,0 cm) 
Pode ser plantado por mudas enraizadas 
 
Resistência : Seca: Boa 
Fogo: Persiste após passagem (Boa) 
Geada: rebrota (Queima parte vegetativa) 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 21 
 
Manejo: Manter pasto baixo - sob pastejo contínuo não rebaixar mais que 20 cm 
Capacidade de suporte: 1,0 a1,5 cab/ha 
Rotacionado: entrada (0,60 - 0,80 m) saída (0,20 - 0,30) 
 
Pragas e doenças: - Cigarrinhas: Provocam grandes danos no “stand”, maior entrave a 
disseminação desta forrageira. Atualmente a pesquisa busca desenvolver 
cultivares com maior tolerância às cigarrinhas 
 
- Claviceps sp: Ataca as espiguetas, compromete muito a produção de 
 sementes 
 
- Puccina cenchri e Helmentothospurium sp - Têm efeitos insignificantes 
 sobre a produção de forragem e sementes. 
 
Consorciação: Consorcia bem com siratro, Stylosanthes gracilis, Stylosanthes humilis, soja 
perene, centrosema. 
 
 
CAPIM JARAGUÁ 
 
 
Nome científico: Hiparrhenia rufa 
Nomes comuns: Capim jaraguá, capim provisório, sapé gigante, capim vermelho 
 
Origem: África, porém é considerado nativo do Brasil devido a grande adaptação 
Aspectos vegetativos: Planta perene 
Forma densas e vigorosas touceiras 
Atinge até 2,50 m com as inflorescências 
Quando utilizado corretamente forma uma densa camada 
Na parte final do ciclo tem muitos talos e poucas folhas 
Fruto cariopse com aristas características 
 
Clima e solos: Adapta-se melhor em região com precipitação acima de 800 mm/ano 
Vegeta bem em solos sílico-argilosos de mediana fertilidade 
Tem crescimento limitado em solos excessivamente úmidos (cor roxa) e acidos 
 
Propagação e Plantio: Sementes e mudas 
A lanço 15-20 Kg/ha 
Compactar o solo (com rolo ou pneus) 
 
Rendimento no corte: 90-120 toneladas de matéria verde por hectare por ano 
Produz aproximadamente 200 Kg de sementes/ha/ano 
 
Utilização: Pasto 
Feno - Desidrata rapidamente se cortado na idade correta e tem bom valor 
nutritivo 
 
Lotação: 1,0 - 1,5 cab/ha/ano 
 
 
Manejo: Resiste bem ao corte e ao pisoteio 
Não ultrapassar 0,60 - 0,70 m para ser cortado 
Entrada (0,40 - 0,50 m) Saída (0,15-0,20 m) 
Proporciona 5 a 6 cortes por ano 
Quando mal manejado o fogo é o único recurso que se adota no fim da época seca 
 
Características: Boa palatabilidade 
Boa resistência ao pisoteio 
Resiste bem à tosa pelo gado 
Resiste às geadas curtas e à temperaturas não muito baixas 
Boa resitência ao fogo 
Boa resposta à adubação 
 
Maiores defeitos: Curta duração do período de alto valor nutritivo 
Muito susceptível ao ataque de saúvas 
Em clima muito úmido pode ter suas (inflorescências) atacadas pelo carvão 
 
Consorciação: Pode consorciar-se com siratro, soja perene, centrosema e kudzu tropical 
 
 
 
SETÁRIAS 
 
 
Nome científico: Setaria sphacelata (sinonímia Setaria anceps) 
 
Nomes comuns: Setária 
 
Cultivares: Nandi, Kazungula e Narok 
 
 
cv Nandi: Forma touceiras até 1,5 m de altura 
Inflorescência levemente amarronzada (20-25cm) 
Possui intenso florescimento 
Adaptada a grandes variedades de solo 
Apresenta algum desenvolvimento invernal 
Floresce 1 a 2 meses após início das chuvas 
Geadas não causam grandes danos 
Desenvolvimento lento permite boa consorciação inicial com leguminosas 
Sob condições de alta umidade e temperatura tem sido atacada na Austrália por 
Piricularia trisa. 
A Tiletia echinosperma: prejudica a produção de sementes na região de origem. 
Maior concentração de oxalatos levando ao aparecimento de cara inchada nos 
animais 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 23 
 
 
cv Kazungula: Mais grosseira e vigorosa 
Atinge até 2,0 m de altura 
Panículas aproximadamente com 38 cm 
Folhas mais longas com um verde mais azulado 
Floresce mais tardiamente que o cv Nandi 
Tolera áreas muito úmidas 
Consorciação mais difícil, estabelece mais rapidamente 
Piricularia trisa: ataca mais raramente 
 
cv Narok: Boa tolerância ao frio 
Bom vigor 
Verde mais intenso que Nandi e Kazungula 
Crescimento invernal é pequeno 
Atacada pela Piricularia trisa 
 
Origem: África 
 
Aspectos vegetativos: Espécie perene 
Crescimento ereto 
Panícula como inflorescências 
Formam touceiras e algumas podem apresentar crescimento estolonífero 
 
Clima e solos: Solos de mediana fertilidade 
Arenosos até argilosos 
Suporta solos mal drenados e sujeitos a encharcamentoExige de 800 a 1200mm de precipitação por ano 
 
Propagação e Plantio: Sementes (3 - 4 Kg/ha com VC de 28,5%) 
 
Resistência: Seca: (resiste razoavelmente bem) 
Fogo: Rebrota 
Geada: Tolerante ao frio, mas seca após geada 
 
Rendimento: superior a 60 t MV/ha/ano 
cv Kazungula pode produzir até 40 t MV/ha em um só corte 
 
Utilização: Pastejo Entrada (0,40 - 0,60 m) Saída (0,20 - 0,30 m) 
 
Consorciação: Siratro, estilosantes e desmódio 
 
OXALATOS: Pode causar problemas em equinos e em vacas de alta produção. O uso de 
leguminosas em consorciação pode reduzir ou eliminar o problema porque as 
leguminosas são ricas em cálcio. Um outra maneira de evitar o aparecimento 
da cara inchada seria forçar a ingestão diária de mistura mineral. 
 
 
 
 
CAPIM ELEFANTE 
 
 
Nome científico: Pennisetum purpureum 
Nomes comuns: capim elefante, napiê, napier, etc... em geral o nome comum corresponde à 
variedade 
 
Origem: África - introduzido no Brasil por volta de 1920 
 
Variedades: oriundas da China: TAIWAN A-25, A-26, A-144, A-146, A-143 e A-148 
Colômbia: Gigante, Merkeron, Elefante de Pinda 
Índia: Napier-1, Napier-2 
Costa Rica: Turrialba 
Outras variedades: Mineirão, Porto Rico, Mole de Volta Grande, Vrukwona, 
Untali, Niagara Falls, camerum, roxo, entre muitas outras. 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea perene 
Colmo e hastes semelhantes à cana 
Rústica 
Atinge até 6 m de altura 
Colmos, cilíndricos, nós glabros 
Folhas com 1,25 a 4 cm de largura 
Inflorescência espiciforme 
 
Clima e solos: Adapta-se melhor em regiões de clima tropical com ppt  1000 mm/ano 
Deve-se evitar terrenos com excesso de umidade 
Solos de consistência mediana, ricas em Matéria Orgânica 
Produz pouco em solos pobres 
Não tolera solos ácidos 
 
Multiplicação: Feita por plantio de mudas e sementes 
O plantio deve ser feito preferencialmente com mudas novas (90 a 120 dias de 
idade). Devem ser plantadas em espaçamento variável de 0,50 a 1,0m de 
largura e fazendo-se o transpasse de mudas (pé com pontas). Deve-se evitar a 
utilização de mudas oriundas de plantas que já floresceram porque apresentam 
baixa porcentagem de pegamento. 
 
Sementes - Não é boa uma maneira de multiplicação porque poucos cultivares 
produzem sementes viáveis no Brasil. 
 
Rendimento no corte: Produz de 150 a 180 toneladas de matéria verde/ha/ano em 5 cortes. A 
literatura cita produções de 250 toneladas em Pernambuco e 240 
toneladas de matéria verde/ha/ano em Sete Lagoas, MG. Com adubação 
adequada pode chegar facilmente a 30 toneladas de matéria seca/ha/ano. 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 25 
Utilização: Verde: cortar com aproximadamente 1,80 m de altura, antes da saia começar a 
amarelar 
Pasto: Sob manejo rotacionado 
Silagem: Utilizar a planta ainda nova 
 
Uso sob pastejo: Adubar bem (N-P-K) 
Formar com 50 cm de espaço entre linhas 
Descanso mínimo de 30 dias (entre 30 e 45 dias) 
Só funciona em menejo rotacionado 
Entrar quando estiver cobrindo as vacas 
Retirar com 20% de lâminas foliares residuais, ou 40cm de altura 
Suporta 5-7 vacas/ha/ano - nas águas com 500 Kg N/ha/ano 
Manejo de Piracicaba: Entrada (0,60 - 0,80 m) Saída (0,30 - 0,40m) 
Boa opção para produção de leite 
Quando utilizado sob pastejo rotacionado é importante que o meristema 
apical seja removido no 1º pastejo 
Fazer monitoração da fertilidade do solo anualmente e não esquecer de 
aplicar o potássio juntamente com o nitrogênio. 
É importante aplicar pelo menos 30kg de enxôfre por hectare por ano. 
A aplicação de matéria orgânica potencializa a adubação química. 
O uso de adubos contendo micronutrientes pode melhorar a produtividade 
de algumas áreas utilizadas como pasto. 
Não existem pesquisas comparando os diferentes cultivares, mas é provável 
que particularidades de manejo sejam desenvolvidas a partir de um maior 
conhecimento científico á respeito dos cultivares. 
 
 
Variação da altura da planta e produção de massa verde do capim elefante em várias idades 
 
Idade (dias) Altura (m) Rendimento (t/ha) 
28 0,80 9 
56 1,20 34 
84 1,80 38 
140 2,85 51 
196 3,20 41 
 Fonte: ANDRADE e GOMIDE (1971) 
 
 
Uso como Feno: É importante cortar a planta ainda nova com 1,0 a 1,2m de altura para 
permitir a produção de um feno de melhor qualidade. A planta deve ser 
passada em picadeira e seca em terreiros. É importante que as camadas 
sejam finas. (de 5cm de altura) para permitir uma secagem rápida. O feno 
de capim elefante pode também ser produzido com auxílio de calor artificial 
regulável (uso de fornalhas). 
 
Uso da capineira: O capim elefante pode ter a qualidade da forragem melhorada se a capineira 
for submetida a corte no final do período chuvoso. Uma outra maneira de 
utilizar as áreas com capim elefante seria a utilização como pasto até o 
mês de fevereiro e a forragem produzida posteriormente seria cortada. É 
bom lembrar que as capineiras devem receber adubações após cada corte. 
Quando as folhas de baixo começam a amarelar significa que a capineira 
já esta passando. 
 
Uso como Silagem: Para a produção de silagem, o capim elefante deve ser cortado entre 1,50 
e 2,00m de altura, sempre rente ao solo. Devido ao grande conteúdo de 
água no capim elefante novo é importante submeter a forragem depois de 
cortado a um pré-murchamento de 8 horas de exposição ao sol. Esta 
prática melhora sensivelmente a qualidade da silagem obtida. Na 
impossibilidade de execução desta técnica pode-se adotar a prática de se 
adicionar material com alto conteúdo de matéria seca ao capim elefante 
visando elevar a matéria seca total da massa a ser ensilada para valores 
próximos a 30%. Pode ser adicionado feno de capim elefante, polpa de 
citrus e milho desintegrado com palha e sabugo. 
 
Resistência:Fogo: rebrota mal 
Geada: queima suas folhas, mas não morre. 
Pragas e doenças 
O capim elefante pode ser atacado por cigarrinhas e lagartas que causam 
grande dano às capineiras e às áreas de pastejo rotacionado. Alguns fungos 
também podem atacar as capineiras e áreas de pastejo rotacionados 
 
 
CAPIM ANGOLA 
 
 
Nome científico: Brachiaria mutica 
Anteriormente era classificado como: Panicum purpurascens ou Panicum 
barbinoide 
 
Nomes comuns: Capim angola, bengo, capim de planta, capim fino, capim de corte, paragrass 
 
Origem: África Central 
Alguns autores consideram-no indígena 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea perene 
Decumbente 
Produz estolões 
 
Clima e solos: Adapta-se bem desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas 
Vai melhor em regiões com mais de 1200 mm anuais de precipitação 
pluviométrica 
Prefere solos de baixada, férteis, com bom teor de umidade 
Suporta bem as inundações, tem grande resistência a lâmina d’água 
permanente, mas não pode ser totalmente coberta por longos períodos. 
Não resiste bem a seca prolongada 
 
Propagação e Plantio: Por estacas (pedaços de colmos) 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 27 
Produz sementes viáveis no Norte de Minas Gerais 
 
 
 
Resistência a fogo, geada e seca: Apresenta tolerância moderada às geadas 
Rebrota após passagem de fogo 
Resiste a inundações prolongadas 
Não tolera seca prolongada, muitas plantas podem morrer 
 
Resistência a pragas e doenças: Atacado por colchonilhas que causam dano à produção 
 
Utilização: Pasto 
Corte - Para ser utiizado verde ou como feno 
 
Rendimento: aproximadamente 70 t MV/ha/ano (Em solos menos férteis há menor produção) 
 
Taxa de lotação: 1,0 - 2,0 animais por hectare naépoca das águas 
 (grande variação em função do manejo) 
 
Manejo: Não rebaixar à alturas menores que 15 centímentros 
Pisoteio: muito resistente 
Deve-se evitar macegas, colmos ficam muito duros, lignificam rapidamente 
Entrada (0,60 - 0,80m) Saída (0,30 - 0,40 m) 
Pode ser utilizado no pastejo rotacionado. Atenção especial deve ser dada à lâmina 
d’água que pode dificultar as adubações. Em algumas regiões de Minas Gerais o 
capim angola pode levar categorias animais de grande exigência nutricional ao 
desenvolvimento de cara inchada (vacas de leite, bezerros em crescimento e potros) 
devido aos altos conteúdos de oxalato. Quando manejado inadequadamente, o capim 
angola pode formar “macegas”e os caules muito lignificados podem provocar cortes 
nos lábios dos equinos. Quando manejado para produção de feno, é importante que o 
capim angola seja cortado ainda novo, momento em que está com o valor nutritivo 
alto. 
 
Consorciação: Recomenda-se soja perene, siratro e centrosema 
 
 
 
 
CAPIM COLONIÃO 
 
 
Nome científico: Panicum maximum 
Nomes comuns: capim colonião, colonhão, capim touceira, geralmente recebe o nome do 
cultivar 
 
Origem: África - Adaptou-se muito bem no Brasil 
 
Variedades: Murumbu ou colonião de grande porte 
 
Sempre verde: adaptado à áreas de clima mais fresco, menos persistente, 
mantém-se mais verde na seca. 
 
Guiné e Guinezinho: porte menor, tenro, forma sementes durante período de 
crescimento 
 
Green panic (var. trichoglume): Adaptado a solos de menor fertilidade. 
Mais resistente à seca e ao frio, exige entre 600-1200 mm anuais, oferece boas 
perspectivas para consorciação, verde mais claro, floresce de novembro a abril, 
touceira aberta e pouco densa, nós com pêlos 
 
Gatton panic: originário da Rodésia do Sul, verde bem escuro, Altura de 
aproximadamente 1,50 m, Boa resistência à seca, mais exigente que o green 
panic. 
 
Makueni: exigente, boa distribuição de produção de matéria seca 
 
Tobiatã: verde claro, boa produção de massa, folhas largas 
 
Centenário: Boa produtividade, adapta-se em solos de mediana fertilidade 
 Precisa de mais estudos juntamente com o Tobiatã 
 
Tanzânia: Quando mais novo tem excelente relação folha/hate, bom valor 
nutritivo. Tem baixa resistência a geada. Planta muito exigente em 
fertilidade do solo 
 
 
 
Aspectos vegetativos: Brotações têm os colmos chatos 
Forma touceira, mais ou menos abertas, dependendo da variedade 
Tem várias tonalidades de coloração 
A maioria tem desenvolvimento vigoroso, podendo atingir até 3,0 m de 
altura 
 
Clima e solos: Adapta-se à uma grande faixa de clima 
Precipitação de 800 - 1000 mm anuais (Green-panic 600 mm) 
Prefere solos férteis (média a alta), argilo-arenosos e bem drenados 
Pode crescer em solos pobres e secos, embora não resista ao pisoteio. 
A exigência em solos é variável de acordo com os cultivares. 
Esta planta apresenta uma enorme diversidade entre os cultivares que são em 
número muito grande. 
 
Propagação e Plantio: Sementes e mudas enraizadas 
VC mínimo de 10% 
Utilizar sementes com espaçamento de 0,60 m entre linhas 
Sementes em filete contínuo, às vezes usa-se espaçamento menor para 
variedades de menor porte 
Mudas: - 0,50 m entre linhas 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 29 
- 0,50 m entre covas 
- 3 - 5 mudas/cova 
O plantio por mudas está fora de uso devido ao alto custo. 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca:Baixa resistência às geadas 
Rebrota facilmente após passagem de fogo, que pode ser o 
único recurso para eliminação de macegas. 
Razoável resistência à seca apresentando diferenças entre 
cultivares 
 
Utilização: Feno: Boa qualidade, embora tenha velocidade de secagem entre hastes e folhas 
diferentes o que difuculta o processo 
Silagem: pobre em carboidratos solúveis, não deve ser usado 
Pasto: excelente pode superar 100 t MV/ha/ano 
Entrada (0,60-0,80 m) Saída (0,30-0,40m) Alguns de porte menor com o 
o gatton panic podem eventualmente ser rebaixados até 0,20 m. 
 
Taxa de lotação: 1-3 cab/ha/ano na época das águas, 
 1-1,5 cab/ha/ano na época da seca 
Estas taxas de lotação são dependentes da fertilidade do 
solo 
 
Deve ser manejado de preferência em rotação 
Possui excelente valor nutritivo se manejado adequadamente 
 
Resistência a pragas e doenças: Atacado por Cigarrinhas, lagartas e gafanhotos 
Alguns fungos prejudicam a qualidade das sementes, 
reduzindo a viabilidade destas . 
 
 
CAPIM KIKUIO 
 
Nome científico: Pennisetum clandestinum 
Nomes comuns: Kikuiu e quicuio. 
Origem: África (Quênia) 
 
Cultivares: Comum - Multiplica-se por mudas 
 
Whittet: menor crescimento, folhas mais largas, talos mais grossos, entre nós mais 
alongados, mais produtivo, mas de formação mais lenta, floresce bastante e 
produz sementes viáveis no Rio Grande do Sul e Austrália (400.000 sementes/ 
Kg), sistema radicular profundo. 
 
Breakwell: cobre bem o solo, formando “colchão” bem denso 
Mais resistente a invasoras 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Estolonífera e rizomatosa 
Folhas estreitas, porte geralmente rasteiro 
Forma densos gramados 
Suporta bem ao sombreamento. Característica importante 
 
Clima e solos: Exige solos férteis, não vai bem em solos arenosos e pobres, não suporta seca 
prolongada e nem excesso de água 
Prefere altitudes superiores a 800 m, vai melhor em precipitações acima de 
1.200 mm indo bem até 2.000 mm/ano. 
Exige precipitação acima de 750 mm anuais 
 
Propagação e Plantio: CV. comum: não produz sementes viáveis 
Multiplicação por estacas. 
Mudas como pedaços de colmo (30-40 cm) 
Sulcos podem ser espaçados de 1 metro 
Colmos devem ser enterrados (
3
/4 dos colmos) 
Whittet- multiplica-se por sementes que geralmente são importadas 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo 
Boa resistência à geadas 
Resiste bem às secas, desde que não sejam muito 
prolongadas. 
 
Utilização: Pode ser utilizado como pasto e para produção de feno, devido à suas 
características morfofisilógicas, suporta muito bem ao corte baixo. 
Para um melhor aproveitamento no pastejo contínuo deve ser mantido entre 15 e 
25 cm. 
No pastejo rotacionado as alturas de entrada deven estar 30 e 40cm e as de saída 
entre 15 e 20cm. 
Pode perfeitamente ser utilizado como piquetes de bezerros e para criação de 
bezerros em gaiolas individuais. 
Na realidade o capim kikuio não favorece a infestação de bezerros por 
endoparasitas conforme é crença comum entre os produtores. Apenas ele se 
desenvolve muito bem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica (fezes de 
bovinos adultos). Quando os bezerros são mantidos em pastos com estas 
características podem apresentar altas cargas parasitárias. 
 
Rendimento: 60 t MV (6 cortes), vai de 30 a 90 t MV/ha depende da variedade do tipo de solo 
e da altitude 
lotação: 1 - 2 cab/ha (dependendo do local) 
Produz melhor em solos férteis, ricos em matéria orgânica 
 
Pragas e doenças: Cigarrinhas podem causar grandes danos 
Fungos causam danos menores 
Bactéria: Myrothycium cincum: pode ter efeito tóxico em pastagens 
irrigadas 
Lagartas: Pseudaletia separata 
 Pseudaletia convicta 
 
Consorciação: Desmódio, Lotononis, Soja Perene, Siratro e Trevo Branco 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 31 
 
 
 
 
PASPALUM NOTATUM 
(grama batatais) 
 
 
Nome científico: Paspalum notatum 
Nomes comuns: Grama batatais, Grama Rio Grande, Grama Forquilha, Gramão 
 
Origem: América do SulCultivares: Comum 
Pensacola ou Bahia grass: muito usada no RS, bom pasto para eqüinos 
Alguns autores classificam este cultivar como Paspalum saurae 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Crescimento rústico 
Possui estolões e rizomas 
Grande capacidade invasora 
 
Clima e solos: Apresenta grande número de ecotipos em função dos diferentes clima e solos 
Adapta-se bem em solos pobres 
Considerada invasora, cresce muito bem em solos com boa umidade 
Necessita acima de 700 mm de precipitação anual 
 
 
Propagação e Plantio: Estolões ou rizomas: plantados em placas 
Sementes - Alguns cultivares não produzem sementes viáveis 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo 
É relativamente resistente à geadas 
Resiste bem à seca 
 
Utilização: Resiste bem ao pisoteio, deve ser mantido baixo para melhor aproveitamento. 
Boa palatabilidade - Tem baixa produção de matéria seca. Excelente pasto para 
equinos 
 
Resistência a pragas e doenças: No Brasil sem problemas 
Na Argentina fungos nas sementes podem causar pertubação 
aos animais 
 
Consorciação: Estilosantes e todas as leguminosas nativas, carrapicho beiço-de-boi 
 
Outros usos: Parques e jardins 
Usada para contenção de encostas 
Pode ser usada em canteiros entre os tanques de piscicultura 
 
 
 
PASPALUM PLICATULUM 
 
Nome científico: Paspalum plicatulum 
 
Nomes comuns: Pasto negro, plicatulum, capim colchão 
 
Origem: Brasil (Américas) 
 
Cultivares: Hartlhey - Brasil 
Rodd’s bay - Guatemala 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Cespitosa e rizomatosa 
Touceiras com até 1,2 metros de altura 
Folhas com até 40 cm de comprimento 
 
Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres 
Necessita acima de 760 mm de precipitação por ano 
Vai bem em solos argilosos e arenosos 
Suporta bem (razoavelmente bem) condições de encharcamento 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa à seca 
Excelente resistência ao pisoteio 
Queima com geadas mas rebrota após primeiras chuvas 
Resiste bem ao fogo 
 
Utilização: Pasto: pode ser mantido baixo, os animais devem sair com 0,20 m de altura 
Tem a vantagem de florescer no final do verão 
Produz de 30 a 40 t MV/ha/ano 
Palatabilidade apenas razoável 
Valor nutritivo é de razoável à baixo 
Se for mal manejado permitindo-se muita sobra de capim, esta forrageira lignifica-
se e torna-se de valor nutritivo muito baixo, comprometendo o desempenho dos 
animais 
 
Consorciação: estilosantes e desmódios 
 
Outras forrageiras do gênero Paspalum: Capim rimarez (Paspalum guenoarum) 
Capim comprido (Paspalum dilatatum) 
Capim gengibre (Paspalum maritimum) 
Grama tio Pedro (Paspalum spp) 
Capim gana (Paspalum scrobiculatum) 
 
 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 33 
 
 
CAPIM DE RHODES 
 
 
Nome científico: Chloris gayana 
Nomes comuns: Capim de Rhodes 
 
Origem: África 
 
Variedades: CV Gigante ou collidiço Alego, CV Zaia, CV Sanford, CV Katambara 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Cespitosa e estolonífera 
Atinge até 1,5 m 
 
Clima e solos: Ocorre em todos os tipos de solos, exceto nos muito argilosos e ácidos 
Adapta-se melhor em solos de fertilidade mediana com boa percentagem de 
matéria orgânica. 
Responde bem à adubação 
Exige precipitação entre 650 - 1150 mm anuais 
Tolera elevadas temperaturas 
 
Propagação e Plantio: Sementes (8-10 Kg/ha) em linhas espaçadas de 0,50 m 
No passado, muitas implantações de áreas de capim Rhodes ficaram 
prejudicadas devido a má qualidade das sementes existentes no 
mercado. Hoje já existem sementes de melhor qualidade. De qualquer 
forma é bom estar atento à qualidade das sementes no momento da 
aquisição das mesmas. 
Atenção especial deve ser dada ao tipo de solo, uma vez que esta 
forrageira não tolera solos ácidos. 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: À seca é Boa 
Geada: Boa 
Fogo: Rebrota, mas existem poucas informações no Brasil 
 
Manejo: Resiste bem ao pisoteio 
Entrada (0,30m) Saída (0,15m) 
Feno de boa qualidade: talos finos, pouco fibrosos e bem macios 
Rendimento: 60 t MV/ha/ano 
Bem rendimento de feno 
Corte aproximadamente à 10 cm do solo 
 
É uma boa opção para equinos, tanto no pastejo, como para produção de feno. 
 
 
 
 
 
 
CANARANA ERETA LISA 
 
 
Nome científico: Echinochloa pyramidales 
Nomes comuns: Canarana ereta, “Antelope grass” 
 
Origem: Nativa 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Vegeta bem em locais baixos sujeitos a inundações 
Ereta 
Folhas finas 
Atinge até 3,0 m de altura 
Produz grande percentagem de sementes cheias, porém de baixa 
germinação 
Grande exigência de fertilidade 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo 
Resiste bem ao pisoteio 
Esta planta é cultivada em locais úmidos e que 
normalmente não estão sujeitos às geadas 
 
Utilização: Pastejo até 2,0 cab/ha/ano 
Corte - pode ser utilizado verde 
 
Resistência a pragas e doenças: sem informações 
 
Rendimento: 30 - 40 t MV/ha ano 
 
Consorciação: Sem informações 
 
 
 
CANARANA VERDADEIRA 
 
 
Nome científico: Echinochloa polystachya 
Nomes comuns: Canarana verdadeira 
 
Origem: Nativa 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Estolonífera 
Folhas glabras com 2,0 cm de largura 
Bainhas com pêlos 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 35 
Atinge até 2,0 metros de altura 
 
 
Clima e solos: Larga faixa de adaptação 
Sensível à seca e frio 
Muito exigente em umidade, mais que em fertilidade 
 
Propagação e Plantio: Mudas 
 
Fora da Amazônia esta planta tem-se mostrado com baixa resistência ao pisoteio. 
 
 
 
CAPIM PANGOLA 
 
 
Nome científico: Digitaria decumbens 
Nomes comuns: Pangola ou pangolinha 
Origem: África do Sul 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Prostrada e estolonífera 
Cobre bem o solo 
Boa resistência ao pisoteio 
Geralmente atinge 0,60m podendo chegar até 1,20 m 
 
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões com precipitação superior a 1200 mm/ano 
Cresce desde o nível do mar até 1800 m 
Prefere solos férteis e úmidos, adapta-se aos argilosos e arenosos 
Responde bem à adubação 
Adaptado à grande variedade de climas, embora prefira altas precipitações e 
clima quente 
 
Propagação e Plantio: Mudas: não produz sementes viáveis 
1 t/ha com espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,40 m entre covas 
Em sulcos deixar um terço da muda para fora 
Espalhar e gradear com solo úmido; neste caso gasta-se 3 a 4 toneladas 
de mudas por hectare 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após sua passagem 
Geada: Boa 
Seca: Baixa, não tolera seca prolongada 
 
Rendimento: 45 t MV/ha/ano (15 t MS/ha/ano) 
 
Taxa de Lotação: 1,5 - 2,0 cab/ha/ano 
 
Manejo: Suporta cortes baixos até 5cm do solo 
Permanece verde por mais tempo que algumas gramíneas 
Pasto: Entrada (25 - 30 cm) Saída (5 - 10 cm) 
Feno: Tem talos macios (boa qualidade) 
 
Resistência a pragas e doenças: Sensível ao ataque de cigarrinhas (Tomospis flavopicta e 
Tomospis humeralis) e colchonilhas. 
Vírus: Pangola stunt vírus causa a “stunt virus desease” que 
provoca uma multiplicação exagerada da planta 
apresentando-se com folhas novas retorcidas, deformadas e 
morte das extremidades das folhas mais velhas. Conhecido 
como vírus do enfezamento, reduz muito a produção da 
planta. 
 
Consorciação: Estilosantes, soja perene, siratro, centrosema 
 
 
TRANSVALA 
 
Digitaria decumbens Stent, cv transvala. 
Conhecido como transvala ou capim transvala. 
Preferesolos de boa fertilidade. 
Mais tolerante à seca que o pangola comum. 
Resistente ao “nematóide picador” Belonolaimus caudatus e ao “pangola stunt virus”. 
Pode ser identificado pela presença de pêlos basais na superfície da lâmina foliar adjacente ao 
colar. 
Se desenvolve bem no Triângulo Mineiro. 
Tem uma desidratação muito rápida na confecção de feno. 
Parece desenvolver-se bem em solos de fertilidade mediana. 
A sua resistência ao vírus do enfezamento é muito importante. 
 
 
ESTRELA AFRICANA 
 
 
Nome científico: Cynodon plectostachyus 
Nomes comuns: Capim estrela gigante, estrela, estrela africana, estrela branca 
 
Origem: África 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Crescimento rústico 
Estolões fortes 
Possui sistema radicular forte 
Folhas largas para o genêro 
Forma denso colchão 
 
Clima e solos: Precipitação deve ser acima de 600 mm anuais, prefere 1.000 a 1.200 mm/ano 
Prefere solos arenosos de boa fertilidade 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 37 
Em terra roxa consegue produzir bem 
 
Propagação e Plantio: Mudas: estolões e ramos 
Plantar em solo úmido 
Pode ser plantada com grade, esparramar as mudas no terreno e passar a 
grade por cima. 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota 
Seca: Boa desde que não muito prolongada 
Geada: rebrota apesar da morte da parte vegetativa 
 
Rendimento: Produz 13 -15 t feno/ha em solos de boa fertilidade 
 
Utilização: Sem problemas de intoxicação no Brasil 
África do Sul há ocorrência de ácido prússico (HCN -envenamento) 
Responde bem à adubação 
Pode ser rebaixado até 5 ou 10 cm 
Entrada (0,30 - 0,40 m) Saída (0,15m) 
Produz feno de boa qualidade quando manejada adequadamente. 
Como toda planta do genero Cynodon, deve se manejada com cuidado e atenção 
porque a relação haste/folha se desequilibra facilmente em relação a hate se não 
for cortada ou pastejada no momento certo; ocasionando perda no valor nutritivo e 
consequentemente reduções nos índices de produção animal. 
 
 
ESTRELA AFRICANA ROXA 
 
Nome científico: Cynodon nlenfuensis 
Nomes comuns: Estrela africana roxa, estrela roxa, capim estrela roxa 
 
Muito semelhante à estrela africana 
Não produz sementes viáveis no Brasil 
Plantas com talos arroxeados 
Inflorescência roxa 
Possui folhas mais largas que a estrela comum 
Lignifica rapidamente 
Baixa palatabilidade para eqüinos em algumas épocas do ano 
Muito produtiva em terras boas: Podendo atingir até 20 t de feno/ha/ano 
Parece menos exigente em solos: adaptou-se bem em solos de mediana fertilidade no 
Triângulo Mineiro 
 
 
COAST-CROSS 
 
 
Nome científico: Cynodon dactylon x Cynodon nlenfuensis 
 
Origem: Plantas obtidas por cruzamentos entre plantas do gênero cynodon, nos Estados 
Unidos da America do Norte 
Existem várias plantas que recebem números, por exemplo coast-cross nº 1, nº2, nº3 
etc... 
Estas plantas basicamente se diferem por aspectos morfológicos e de adaptação à 
clima e solos. 
 
Aspectos vegetativos: Perenes 
Rústicas 
Crescem por estolões 
Alguns tem rizoma, outros não possuem 
Aproximadamente 0,60 m de altura 
 
Clima e solos: Adaptam-se à grande variedade de solos, desde os leves até pesados 
Toleram inundações por longos períodos mas crescem, pouco em solos 
encharcados 
Respondem muito bem à adubação 
Precipitação entre 600 - 1600 mm/ano 
 
Propagação e Plantio: Estolões e rizomas 
Espaçamento de 1,0 m x 1,0 m 
Não produzem sementes viáveis no Brasil 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: resiste bem (rizomas) 
Geada: boa resistência 
Seca: Resiste bem, porém não tolera seca muito 
prolongadada 
 
Rendimento: Coast-cross supera 15 t feno/ha/ano podendo chegar a produções mais altas se 
 bem adubado 
 
Utilização: Em pastejo com Entrada (0,30 - 0,40 m) e Saída (0,10 m) 
Em áreas de pastejo rotacionado pode ser rebaixado até cinco centímetros desde 
que as adubações sejam bem balanceadas e o tempo de descanso seja observado 
corretamente. 
Em função de sua boa resposta à adubação pode perfeitamente ser utilizado para 
produção de feno e em pastejo rotacionado. Geralmente são boas opções para 
formação de piquetes para bezerros e equinos de várias idades. 
Quanto ao manejo é importante estar atento para as alturas ideais de utilização 
uma vez que as hastes lignificam rapidamente e perdem o valor nutritivo. Estas 
plantas necessitam de solos com bons teores de matéria orgânica e o uso de 
esterco, preferencialmente curtido, potencializa em muito as adubações químicas 
em campos de feno ou em áreas de pastejo rotacionado. 
 
Consorciação: Difícil, devido ao tipo de crescimento, cobre muito bem o solo 
 
Campos de Feno: Forma com 60 - 80 dias (30 - 35 cm) 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 39 
As adubações de reposição devem ser feitas com nitrogênio e potássio. É 
importante fazer um acompanhamento anual da fertiidade do campo de 
feno. 
Primeiro corte preferencialmente mecânico 
Adubar o mais rápido possível, ato contínuo ao corte 
Permite cortes a cada 30 dias 
Observar as inter-relações entre os minerais principalmente quando se usa 
esterco de suínos 
 
 
CAPIM GUATEMALA 
 
Nome científico: Tripsacum fasciculatum (Sinonímia Tripsacum laxum) 
Nomes comuns: Capim Guatemala 
 
Origem: América Central 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea perene 
Grande porte 
Folhas abundantes, semelhantes às do milho 
Colmo semelhante ao milho 
Bainha glabra, abraçando fortemente o colmo 
Florescimento raro fora do País de origem 
Flores unissexuadas 
 
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em áreas de altas precipitações 
Exige solos de boa fertilidade 
Não tolera excesso de umidade 
As capineiras tem que receber adubação de manutenção (esterco mais adubo 
químico) 
 
Propagação e Plantio: Pedaços de colmos com 20 - 30 cm de comprimento 
Estacas com 3 - 5 gemas 
Sulcos com 10 cm de profundidade 
0,80 - 1,0 m entre sulcos 
0,80 - 1,0 m entre estacas 
Mudas inclinadas na cova com um terço descobertas 
Germinação em 15 ou 20 dias 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: Parece ser muito baixa 
Seca: Boa 
Geada: muito susceptível, queima parte vegetativa 
 
Rendimento: 100 - 120 t MV/ha/ano 
 
Utilização: Capineira (quase exclusivamente) 
Silagem: Não é muito recomendável porque esta planta tem baixos conteúdos de 
carboidratos solúveís, portanto não fermenta bem, não dá silagem de muito boa 
qualidade 
Esta planta não aceita pastejo direto 
 
Pragas e doenças: Broca do colmo (Diatreia sacharalis): danos sérios 
Lagarta das folhas (Laphigma frugiperda) 
 
Manejo: Cortar quando as plantas atingirem 1,50 m (dá até 3 cortes por ano) 
Cortar a 15 cm do solo 
Corte rente causa seca da touceira e também apodrecimento 
Não resiste ao pisoteio 
Permanece mais verde e suculento durante todo o ano que o capim elefante 
Dá cortes a cada 70 - 80 dias na época das águas 
 
 
 
CAPIM VENEZUELA 
 
Nome científico: Axonopus scoparius 
Nomes comuns: Capim Venezuela, capim-de- teso, capim colombiano, capim imperial 
 
Origem: Desde o México até a Argentina 
 
Aspectos vegetativos: Perene 
Cespitosa com colmos sem ramificações 
Folhas 15 a 25 cm de comprimento (bainha) e 40 a 60 cm, de limbo 
com largura de três a quatro centímetros 
Macia e tenra, conservando-se macia na frutificação 
Não produz sementes viáveis no Brasil 
 
Clima e solos: Vegeta na zona equatorial e temperada com precipitação superior 1000 mm 
Prefere solos argilo-sílico-humíferos 
 
Propagação e Plantio: Deve ser usado o espaçamentode 60cm entre sulcos. Pode-se utilizar 
pedaços de colmos ou mudas enraizadas 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Baixa resistência 
Seca: Boa 
Fogo: Não resiste 
 
Rendimento: 60 -70 t MV/ha/ano em 3 ou 4 cortes 
 
Manejo: Não resiste ao pisoteio 
Cortar quando atingir 0,80 a 1,00 m, sempre a 15 cm do solo 
Tem palatabilidade muito boa 
 
Resistência a pragas e doenças: É atacado por Helmintosporium na inflorescência 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 41 
Pode ser atacado por gomose (virose), sendo que os cultivares 
Etoclon 60 e Etoclon 72 são resistentes 
 
 
 
AVEIA FORRAGEIRA 
 
 
Nome científico: Avena Sativa, Avena bizantina e Avena strigosa 
 
Nome comum: Aveia forrageira 
 
Origem: Europa 
 
Forrageiras: Avena bizantina - sementes amarelas 
Avena strigosa - sementes pretas 
Avena sativa - produção de grãos 
 
Variedades: Bagé, Marion, IAS-49, IAS-50, LB-Argentina (Avena bizantina) 
Aveia preta (Avena strigosa) 
 
Aspectos vegetativos: Gramínea anual 
Porte ereto 
Folhas largas, compridas e verde escuras 
Colmos macios, bastante suculentos 
Muito palatável 
 
Clima e solos: Planta de clima temperado (forrageira de inverno) 
Adapta-se em clima tropical e sub-tropical quando plantada no inverno 
Não é muito exigente em fertilidade, mas não tolera pH abaixo de 5,0 
Pode-se usar várzeas onde foram feitas culturas de arroz 
Necessita de adubação balanceada 
Fazer cobertura com nitrogênio e potássio após cada corte 
 
Propagação e Plantio: Época de plantio é de abril-maio (algumas regiões março) 
Sementes (60 a 80 Kg/ha) 
Profundidade de 1 cm 
Sulcos espaçados de 50 cm - usar filete contínuo 
Não suporta lâmina d’água permanente (diferente do arroz) 
Agregar bastante matéria orgânica ao solo antes do plantio 
 
Rendimento: Muito variável depende do manejo da cultura, se irrigada poderá produzir muito, 
acima de 50 toneladas de matéria verde por hectare 
Em Uberaba-MG PRINGOLAT0 et al (1981) conseguiram produção de até 
7810 Kg MS/ha, quando adubaram com esterco de galinha mais superfosfato 
simples (SPS), PB = 20,7% na MS, Ca = 0,78% na MS, P = 0,18% na MS 
 
Utilização: Verde- deixar murchar por algumas horas 
Feno- Produz feno de boa qualidade 
Silagem: Atualmente tem sido muito utilizada para produção de silagem pré-
secada (haylage) 
 
Manejo: Após 40-50 dias (pós-plantio) cortar ou pisotear, nesta idade a planta deve ter 0,30-
0,50 m 
Cortar rente ao solo 
Vaca consome aproximadamente 40 Kg de de matéria verde por dia 
 
Doenças: Fungos (Ferrugem) - prjudicam a produção 
 Nematóides - reduzem a produção da cultura 
 
 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 43 
ESTUDO DAS LEGUMINOSAS 
 
 
GUANDU 
 
Nome científico: Cajanus cajan 
Nomes comuns: Guando, guandu, feijão andu 
 
Origem: África equatorial 
 
Variedades: Grande número 
 Sementes de várias cores - cruzamento fácil por ação de insetos 
 
Aspectos vegetativos: Arbusto de 2 a 3 m de altura dependendo do cultivar 
Perene (5 anos) e semi-perene (bi-anual) 
Folhas geralmente pequenas 
Trifoliolada 
Produz grande quantidade de sementes 
Vagens com 5 a 6 cm contendo 4 a 6 sementes 
Vagens de cores variadas 
 
Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres, sem excesso de umidade 
Precipitação acima de 760 mm/ano 
 
Propagação e Plantio: Por sementes 
Profundidade: enterrar a 5 cm 
Utiliza-se 20 a 30 Kg/ha (3 a 4 sementes/cova) 
Semeio a lanço maior gasto de sementes 
Espaçamento: 0,20m entre covas e 0,50m entre linhas 
Promiscua - Nodula com vários tipos de Rhizobium 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: bem resistente 
Geada: mata somente a parte vegetativa 
Fogo: mata grande parte do stand, pode ser considerado 
intolerante 
 
Rendimento: Variável com a densidade de plantio, época, cultivar e fertilidade do solo. 
Chega a altas produções de matéria seca por hectare 
 
Utilização: Verde: cortar a 10 cm do solo. Cortar mais alto na época da seca para 
 reduzir a mortalidade das plantas (30 cm) 
 
Feno: Deve ser picado para completar a secagem em galpão para evitar que as 
 folhas sejam perdidas 
 
Misturado com gramíneas para silagem 
Pasto-pastejo direto 
Resistência a pragas e doenças: Folhas atacadas por Coletotrichum cajani e uromyces 
Sementes sofrem ataque de Curculionidae (besouros) 
e a Icervya purchasi ataca as folhas 
 
 
 
SOJA PERENE 
 
 
Nome científico: Neonotonia wightii (sinonímia Glycine wightii) 
Nomes comuns: Soja perene 
 
Origem: África 
 
Cultivares: CV Tiranoo - Tardia 
CV Cooper - Média 
CV Clarence - Precoce 
CV Cianova (adaptada para áreas de cerrado), IRI Nº 2, etc... 
 
CV tiranoo: Apresenta florescimento tardio (junho/julho) com maturação das sementes em 
agosto/setembro 
Indicada para solos férteis 
Caules mais estoloníferos e finos, com mais ramificação 
 
CV cooper: Floresce mais cedo que o cv Tinaroo, maturação das sementes 4 a 6 semanas 
após o florescimento 
É o cultivar mais resistente à seca, supera Tinaroo e Clarence 
Coloração cinza prateada 
Forma assimétrica do folíolo, um lado mais longo 
Constrição na vagem 
Ramificação pronunciada 
 
CV clarence: É a variedade que apresenta florescimento mais precoce 
Recomenda-se para regiões mais frias, sujeitas a geadas mais cedo 
É menos estolonífera que outras variedades 
 
Aspectos vegetativos: Hastes longas e flexíveis 
Alastra-se bastante pelo terreno 
Raiz pivotante, sistema radicular muito profundo 
Sobe nas plantas de porte ereto 
Flores brancas 
 
Clima e solos: Precipitação deve situar-se entre 800 a 1500 mm anuais 
Sensível ao alumínio trocável (Al
+++
) deve-se corrigir a acidez 
Exigente em cálcio e magnésio (Ca
++
 e Mg
++
) 
Prefere solos férteis, embora o CV Cianova seja adaptado a solos mais pobres 
pH maior ou igual a 5,5 (pH  5,5) 
 
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 45 
Propagação e Plantio: Sementes 3-6 Kg/ha 
Promíscua, mas deve ser inoculada 
Escarificar as sementes 
Plantar em covas com 3 a 5 sementes espaçadas 25 a 30 cm 
 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após a passagem 
Seca: tolera bem 
Geada: tolera bem à geada, morre a parte vegetativa 
 
Rendimento no corte: 30 a 40 t MV/ha/ano aproximadamente 10t de matéria seca/ha/ano. 
Produção pode ser maior dependendo da adubação 
 
Utilização: Pasto: consorciado ou não 
Feno: corte freqüentes - mensais, os cortes podem ser rentes ao solo 
Silagem: em mistura com gramíneas, nunca sozinha 
 
Resistência: Às pragas e doenças: 
Tem boa resistência ao ataque de lagarta e besouros. Não apresenta problema 
sérios. 
 
Manejo: Cuidadoso no primeiro ano; não deixar a gramínea abafar a leguminosa ( no caso de 
consórcio 
O campo de leguminosa solteira pode ser rebaixado ao nível do solo 
Não deixar que a leguminosa domine a gramínea 
Lembrando que a secagem do feno deve começar no campo e terminar no galpão 
para evitar que as folhas sejam perdidas 
 
SIRATRO 
 
Nome científico: Macroptilium atropurpureum 
Nomes comuns: Siratro 
 
Origem: América do Sul e Central (Planta obtida do cruzamento de dois ecotipos de 
Phaseolus levadas do México para a Austrália) 
 
Aspectos vegetativos: Leguminosa perene; 
Trifoliolada e com dois foíolos laterais assimétricos bastante 
característicos; 
Folhagem volumosa; 
Boa qualidade de fixação de nitrogênio; 
Enraiza nos nós em solos úmidos; 
Flor roxa. 
 
Clima e solos: Não tolera solos ácidos (deve-se fazer correção

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