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TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL Prof. Lúcio Carlos Gonçalves Prof. Iran Borges Escola de Veterinária Departamento de Zootecnia Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 1997 SUMÁRIO PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS ........................................................... 5 CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS .................................................................. 10 ESTUDO DAS GRAMÍNEAS .................................................................................... 11 BRACHIARIA DECUMBENS ...................................................................................................................... 11 BRACHIARIA HUMIDICOLA ..................................................................................................................... 12 BRACHIARIA PLANTAGINEA.................................................................................................................. 13 BRACHIARIA RUZIZIENSIS ...................................................................................................................... 13 BRACHIARIA BRIZANTHA ........................................................................................................................ 14 BRACHIARIA RADICANS ........................................................................................................................... 15 CAPIM TANGOLA ........................................................................................................................................ 16 CAPIM ANDROPOGON ............................................................................................................................... 17 CAPIM GORDURA ........................................................................................................................................ 18 CAPIM BUFFEL............................................................................................................................................. 20 CAPIM JARAGUÁ ......................................................................................................................................... 21 SETÁRIAS ....................................................................................................................................................... 22 CAPIM ELEFANTE ....................................................................................................................................... 24 CAPIM ANGOLA ........................................................................................................................................... 26 CAPIM COLONIÃO ...................................................................................................................................... 27 CAPIM KIKUIO ............................................................................................................................................. 29 PASPALUM NOTATUM ............................................................................................................................... 31 PASPALUM PLICATULUM......................................................................................................................... 32 CAPIM DE RHODES ..................................................................................................................................... 33 CANARANA ERETA LISA ........................................................................................................................... 34 CANARANA VERDADEIRA ........................................................................................................................ 34 CAPIM PANGOLA ........................................................................................................................................ 35 ESTRELA AFRICANA .................................................................................................................................. 36 ESTRELA AFRICANA ROXA ..................................................................................................................... 37 GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 3 COAST-CROSS .............................................................................................................................................. 37 CAPIM GUATEMALA .................................................................................................................................. 39 CAPIM VENEZUELA .................................................................................................................................... 40 AVEIA FORRAGEIRA .................................................................................................................................. 41 ESTUDO DAS LEGUMINOSAS ................................................................................ 43 GUANDU ......................................................................................................................................................... 43 SOJA PERENE ............................................................................................................................................... 44 SIRATRO ......................................................................................................................................................... 45 CENTROSEMA .............................................................................................................................................. 46 LEUCENA ....................................................................................................................................................... 47 DESMODUIM UNCINATUM ....................................................................................................................... 48 DESDMODIUM INTORTUM ....................................................................................................................... 49 DEMODIUM CANUN .................................................................................................................................... 50 ESTILOSANTES ............................................................................................................................................. 51 ALFAFINHA DO NORDESTE ..................................................................................................................... 52 KUDZU TROPICAL ....................................................................................................................................... 53 CALOPOGÔNIO ............................................................................................................................................ 54 AMENDOIM DE VEADO ............................................................................................................................. 54 LAB-LAB ......................................................................................................................................................... 55 MUCUNA PRETA .......................................................................................................................................... 56 CUNHÃ ............................................................................................................................................................ 57 SOJA ANUAL ................................................................................................................................................. 58 ALFAFA ........................................................................................................................................................... 59 FORMAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS............................................................. 61 MANEJO DE PASTAGENS ...................................................................................... 84 FENO E FENAÇÃO ................................................................................................... 94 SILAGEM E ENSILAGEM ....................................................................................... 103 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................. 118 GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 5 PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS Neste tópico apresentaremos as principais estruturas dos vegetais que serão importantes para a compreensão e o entendimento das particularidades do manejo das principais plantas forrageiras. A - RAIZ Função: Fixação, sustentação , absorção e distribuição dos nutrientes. Características Sem nós e entre nós Sem folhas e gemas Funciona também como órgão de reserva Algumas têm importância econômica - Alimentar e medicinal FIG. 1 Categorias: a) Subterrânea: abaixo da superfície do solo b) Aquática: cresce dentro d’água c) Aérea: desenvolve sem contato com o solo d) Adventícia: cresce a partir dos primeiros nós do colmo e se dirigem para o solo. Ex: Milho Formas: 1) Axial ou Pivotante: raiz principal bem desenvolvida. Característica das dicotiledôneas. 2) Fasciculada ou em Cabeleira: não ocorre distinção entre as raízes. Característica das monocotiledôneas. 3) Tuberosa: acumulam material de reserva. Ex: batata doce, mandioca e cenoura. B- CAULE Funções: Produção e suporte de ramos, flores e frutos; Condução da seiva; Crescimento e propagação vegetativa; Os caules fotossíntese e podem são reserva de alimentos. Tipos: Aéreos Subterranêos Aquáticos FIG. 2 Aéreos se dividem em: Tronco: lenhoso, resistente, cônico e cilíndrico. Ex: Árvores. Haste: herbáceo ou fracamente lenhificado, pouco resistente. Ocorre em ervas e sub- arbustos. Estipe: lenhoso, longo, cilíndrico, em geral não ramificado terminando em folhas. Raramente ocorre em dicotiledôneas. Ex: Mamão, embaúba e palmeira. Colmo: caule cilíndrico, com nós e entre-nós bem mais curtos, podem ser cheios ou ôcos (fistulados). Ex: caule de gramíneas. Estolão: enraizamento de pontos em pontos. É um tipo de caule importante em forragicultura. Confere resistência ao pastejo. Subterrâneos se dividem em: Rizoma: cresce geralmente horizontalmente no solo, difere das raízes por apresentar nós e entre-nós bem definidos, emitindo brotações de espaço a espaço. Confere grande resistência à planta, além de ser matrial vegetativo. GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 7 Ex: Algumas plantas do genero Cynodon (Coast-cross) Tubérculo: possui gemas. Ex: batata inlgesa e cará-do-ar. Bulbo: formado por um eixo cônico que constitui o fruto, dotado de gemas envoltas por catáfilos (folhas modificadas). Ex: Jacinto, trevo, lírio,cebola e alho. Quanto, as formas de crescimento os caules podem ser: Rasteiro ou prostrado: cresce apoiado à superfície do solo. Decumbente: parte tem crescimento prostrado, mas as pontas se elevam. Ascendente: semelhante ao decumbente, com a maior parte do crescimento prostrado. Ereto ou Cespitoso: cresce mais ou menos perpendicular à superfície do solo. Forma touceiras. C - FOLHA Função de realizar fotossíntese (nutrição), respiração e transpiração além da condução e distribuição da seiva. É um órgão laminar, com simetria bilateral, geralmente de coloração verde e com gemas axilares. Folha completa contém: Pecíolo: haste sustentadora do limbo; Limbo: parte laminar e bilateral; Bainha: parte basilar, abraça o caule; - Nas monocotiledoneas a presença da bainha é a regra nas dicotedoneas é a excessão; Estípulas: apêndices geralmente laminares e em número de 2 que se formam de cada lado da base foliar. Folha incompleta pode ser: Séssil ou apeciolada; Peciolada mas sem bainha; Folha invaginante: bainha envolve o caule em grande extensão. Típica das gramíneas. Quanto à divisão do limbo a folha pode ser: Simples: um só limbo (gramíneas) Composta: dois ou mais limbos, a maioria das leguminosas forrageiras, mais importantes, são geralmente trifolioladas, outras podem ter folhas contendo muitos foliolos. Quanto à inserção no caule as folhas podem ser: Alternada: uma por nó. Oposta: duas por nó. Verticilada: três ou mais por nó. Quanto à Nervação (nervuras) as folhas podem ser: a) Uninervias: uma só nervura. b) Paralelinervias: com nervuras secundárias paralelas à principal c) Nervuras não paralelas: características das dicotiledôneas, em forma de rede (reticulada) D - FLOR É o órgão reprodutor: são folhas modificadas Uma flor completa tem cálice, corola, androceu e gineceu. Cálice e corola são verticílios de proteção, enquanto os outros dois são de reprodução. androceu é a parte masculina e gineceu é a feminina Tipos de flores: Masculinas: androceu apenas Feminina: gineceu apenas Hermafrodita: androceu e gineceu FIG. 3 Nota : - O conjunto de estames forma o androceu: A bráctea é uma folha modificada, geralmente com função de atrair os agentes polimizadores GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 9 Nota: As flores das gramíneas são geralmente incompletas De acordo com o tipo de flor as plantas são ditas: a) Monóicas: Flores masculinas e femininas na mesma planta e em locais diferentes. Ex: milho, (pendão é a parte masculina e a espiga parte feminina) b) Dióicas: Com flores de apenas um sexo c) Hermafroditas: Com flores hermafroditas. d) Polígama: Flores unisexuais e hermafrodita no mesmo indivíduo. Inflorescências: 1) Cacho ou rácemo: Possui flores pedunculadas inseridas no eixo principal (crescimento indeterminado) de maneira que as flores mais velhas estão mais afastadas do ápice. 2) Espiga: Flores sem pedúnculo inseridas no eixo principal. Ex:milho 3) Panícula: Cacho de cachos. Ex:Capim Colonião 4) Espadice: O nome recebido pela inflorescência que possui eixo espessado onde estão inseridas flores apedunculadas. Ex: Copo de leite 5) Capítulo: Flores são dispostas numa estrutura plana. FLOR COMPLETA CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS GRAMÍNEAS LEGUMINOSAS -Habitat diverso -Idem -Capins, cereais, cana-de-açúcar, etc. -Soja perene, leucena, siratro, guandu, etc. -610 gêneros -700 gêneros -10.000 espécies -14.000 espécies 50 espécies abrangem 99% das forrageiras utilizadas - - - - - - - - -Monocotiledôneas -Dicotiledôneas -Ciclo anual ou perene -Idem -Raízes fasciculadas e adventícias -Raízes axiais ou pivotantes e também adventícias -Caule aéreo ou subterrâneo -Idem -Colmo e estolão -Prostrado, trepadeiras, herbáceos -Algumas possuem rizoma -Idem -Folhas simples geralmente sem -Folhas compostas pecioladas pecíolo (bainha invaginante) -Inserção alternada - - - - - - - - - -Presença de lígula (estrutura delgada entre -Presença de pulvínulo (espessamento na a bainha e o caule) inserção do pecíolo) -Folhas lanceoladas com -Formas variadas, folhas com nervação nervação paralelinerviasreticulada -Pêlos podem estar presentes -Idem em ambas as faces -Flor incompleta (glumas, lema e pálea) -Flor completa Lodículas, endroceu e gineceu - Androceu: basicamente três estames -Androceu com dez estames -Gineceu: um ovário uniovular -Gineceu: um ovário com vários óvulos -Fruto: cariópse - concresce com a semente -Fruto: legume ou lomento (legume com septos transversais) -Inflorescência: espiga ou cacho -Inflorescência: rácemos ou flores isoladas -Reprodução: polinização cruzada -Autofecundação, podendo ocorrer cruzamento por ação de insetos. GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 11 ESTUDO DAS GRAMÍNEAS BRACHIARIA DECUMBENS Nome científico: Brachiaria decumbens Nomes comuns: capim braquiária ou braquiária, braquiária de morro, braquiarinha, decumbens. Aspectos vegetativos: Gramínea perene Folhas pubescentes (folhas com pêlos nos dois lados) Enraiza fortemente nos estolões Dá boa cobertura do solo Boa resistência ao pisoteio Nós glabros Bainha coberta de pêlos Clima e solos: Indicada para regiões com mais de 1200 mm de precipitação pluviométrica por ano. Adapta-se em solos de boa, média e baixa fertilidade. Alta tolerância ao alumínio. Não é apropriada para terrenos encharcados Adapta-se bem em clima tropical Propagação e plantio: - Sementes: - Semeio: a lanço e por plantadeiras - Dormência: 10 meses, portanto não deve ser plantada logo após a colheita das sementes. - Pode ser propagada por mudas Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa resistência ao frio - queima a parte vegetativa com as geadas, mas não morre. Tem boa tolerância a seca, porém se a estiagem for prolongada e por vários anos, grande número de plantas pode morrer. Rebrota muito bem após passagem de fogo Rendimento no corte: aproximadamente 18 t de MS/ha/ano (4 a 5 cortes) Utilização: Pastejo - resiste a lotações pesadas - mesmo assim deve-se ajustar a carga animal à disponibilidade de forragem e à fertilidade do solo. O pasto pode ser mantido baixo (15 cm) A ingestão das toxinas do fungo Phitomyces chartarum que se desenvolve na Brachiaria decumbens, principalmente quando ela forma densos colchões, pode levar os animais a desenvolver a fotossensibilização. Esta se manifesta por que a esporodesmina (toxina fungo) provoca a perda de pigmentos, principalmente em bovinos jovens entre 4 e 12 meses. A fotossensibilização pode ocorrer também em outras espécies animais. Embora com poucos resultados de pesquisa, a Brachiaria decumbens, baseando-se na sua boa resposta a adubação, vem sendo submetida com sucesso ao pastejo rotacionado Resistência a pragas e doenças: Cochonilhas - causam pequenos danos Cigarrinhas - Maior entrave à disseminação Manejo do pasto para evitar a praga: a) Manejo integrado: Manter a planta aproximadamente a 30cm de altura para torná-la resistente ao ataque da praga, e para não permitir que a radiação solar desidrate a “espuma” que protege a ninfa. Dessa forma os inimigos naturais da cigarrinha também ficam protegidos. Portanto é importante não permitir que o pastejo seja muito baixo, mesmo sabendo-se que por se tratar de planta de crescimento estolonífero ela pode rebrotar bem quando submetida a pastejos de até 15 cm de altura. b) Controle químico: caro e é importante observar o período de carência do produto utilizado. c) Controle biológico: pode ser feito através do fungo Metarrhizium anisopliae e da mosca Salpingogaster nigra Consorciação : Difícil porque fecha o terreno, porém é possível com siratro, soja perene e centrosema. Fotossenssibilização: Maior problema para animais claros e jovens. Retirar os animais do pasto e colocá-los em piquetes dotados de sombra é a solução imediata para o problema. BRACHIARIA HUMIDICOLA Nome científico: Brachiaria humidicola Nomes comuns: humidícola, quicuio do Amazonas Origem: Africana Aspectos vegetativos: Folhas estreitas (espetadinhas) Sem pêlos - folhas mais rijas Com ápice em agulha Altamente estolonífera Clima e solos: Não é exigente em solos - Vegeta em solos pobres embora responda bem à abubação. Vai bem em solos secos, mas comporta-se melhor em locais úmidos e quentes GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 13 Resiste bem a geada Propagação e plantio: 3 - 5 Kg sementes limpas/ha Não raramente apresenta sementes com baixo poder germinativo, portanto especial atenção deve ser dada ao valor cultural das sementes Rendimento no corte: Produz aproximadamente 18 t de MS/ha/ano Utilização: Pastejo Pode ser rebaixada até ± 10 cm Mais tolerante às cigarinhas, mas sente os ataques Dependendo do tipo de solo pode apresentar altas concentrações de oxalato, levando os animais a um desequilíbrio no metabolismo do cálcio. BRACHIARIA PLANTAGINEA Nome científico: Brachiaria plantaginea Nomes comuns: capim marmelada, milhã branca, grama Major Inácio, capim papuã. Origem: Nativa Aspectos vegetativos: Gramínea anual, herbácea, sub-ereta, tenra (dá bom feno); Muito suculenta. Clima e solos: Desenvolve-se em climas tropical e temperado; Prefere solos férteis com boa umidade, mas cresce em solos de baixa fertilidade. Propagação e Plantio: Propaga-se por mudas e sementes; Praga de café e pastagens (ciclo anual). Utilização: Pode ser utilizada para pastejo direto e para produção de feno, que é de excelente qualidade. No Sul do país vem sendo utilizada com sucesso para produção de silagem pré-secada, que pode ser fornecida até para vacas em lactação com bons resultados. BRACHIARIA RUZIZIENSIS Origem: África Nome científico: Brachiaria ruziziensis Nomes comuns: Ruziziensis, capim congo Aspectos vegetativos: Semelhante à decumbens Folhas com pêlos Verde mais claro Em geral mais ereta Perene e estolonífera Tem produtividade menor que a B. decumbens Menos vigorosa para gramar Floresce mais tarde (maio-agosto) Muito palatável e tem cheiro de milho (época de florescimento) Rácemos de base larga, sementes menores que as da B. decumbens, grande presença de pêlos nas sementes Clima e solos: Mais exigente em solos que a decumbens quanto a precipitação pluviometrica, é muito semelhante à decumbens. Propagação e Plantio: Também propaga-se por mudas, embora maior propagação seja por sementes. Produz grande quantidade de sementes com boa viabilidade. Utilização: - Boa para vacas leiteiras e animais jovens - Pode ser usada para eqüinos - Manejo semelhante à B. decumbens sem problemas de intoxicação - Seca rapidamente após o florescimento - Pode também ser usada no pastejo rotacionado Resistência a pragas e doenças: Grande sensibilidade às cigarrinhas (susceptível) Consorciação: Difícil, mas consorcia-se com soja perene estilosantes, siratro e calopogônio BRACHIARIA BRIZANTHA Nome científico: Brachiaria brizantha Nomes comuns: Brizanta, Brizantinha Origem: África Aspectos vegetativos: Gramínea herbácea Perene Sem perfilhamento intenso Dificilmente cobre bem o solo Atinge 0,70 a 0,80 m de altura Produz sementes o ano inteiro Folhas ligeiramente serrilhadas Pêlos podem ser vistos somente com lupaInflorescência com uma fileira de sementes GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 15 Rácemo - apresenta-se com a base arroxeada Propagação e plantio: Mudas e sementes Resistência a Fogo, Geada e Seca: Tolera muito bem à seca, e ao fogo; as geadas queimam a parte vegetativa, mas a planta rebrota bem. Rendimento: aproximadamente 10 toneladas/ha/ano Utilização: Pastagens e feno Pragas: Sem problemas com as cigarrinhas CV. BRIZANTÃO (BRAQUIARÃO) Folhas largas, verde escuro Pêlos na face superior (curtos) Boa resistência às cigarrinhas Boa palatabilidade Inflorescências com rácemos bem desenvolvidos Sementes (frutos) grandes Clima: Semelhante às outras braqiárias Solo: Exigente Rendimento: 18 a 20 toneladas de MS/ha/ano (podendo produzir mais dependendo do solo) Manejo:Esta planta não pode formar grandes touceiras, por que reduzirá muito a produtividade do pasto. Dentre as braquiarias é a que menos tolera erros de manejo. Quando passada, deve ser roçada e em último caso pode-se colocar fogo. Deve ser mantida no pastejo contínuo entre 30 e 60cm de altura. Mais recentemente vem sendo utilizada no pastejo rotacionado com bons resultados; com intervalo de pastejo entre 30 e 35 dias. Formação: Fácil e rápida. Tendo boas sementes no mercado (10 Kg sementes limpas/ha) BRACHIARIA RADICANS (B. arrecta) Nome científico: Brachiaria radicans ( sinonímia: B. arrecta) Nomes comuns: “Tanner grass”, Braquiária tóxica, Braquiária de brejo Aspectos vegetativos: Folhas verde escuras e reluzentes Folhas glabras, lisas e brilhantes Folhas curtas e largas Rizomas e estolões Clima e solos: Clima tropical e sub-tropical úmido - ppt a 1200 mm anuais Prefere solos férteis e úmidos, embora cresça bem em solos de boa drenagem e de baixa fertilidade Propagação e Plantio: Mudas ou colmos (hastes) Aproximadamente 2 toneladas/ha (esparramar e gradear) Não produz sementes viáveis Utilização: Pastagens Consorciação difícil devido à forma de crescimento Pode-se tentar com siratro, centrosema, soja perene e Stylossanthes guyanensis Toxidez: Nitrato 0,30 a 0,90% Outras: 0,05% de nitrato Animal apresenta: urina escura com sangue, desequilíbrio e prostração Alcalóides - Não está descartada a possibilidade de presença de alcaloides nesta planta Plantio: Proíbido pelo Ministério da Agricultura Hospedeiro do hemíptero Blissus leucopterus (Chinch bug) O “Chinch bug” é praga perigosa para milho, arroz, trigo e cana-de-açúcar Manejo: Planta flutua sobre a água Grande percentagem de caule em relação às folhas Pastejada por eqüinos, enquanto a B decumbens não é Eqüinos só comem as sementes da B. decumbens Intoxica: Bovinos, caprinos, ovinos, búfalos e eqüinos Quando apresentar intoxicação: remover os animais Pastos mistos geralmente não têm problema de intoxicação Maior freqüência de intoxicação: época das águas com a planta nova CAPIM TANGOLA Híbrido de Brachiaria radicans x Brachiaria mutica - Planta ainda muito pouco estudada - Potencial - Planta com bom potencial de produção - Adaptação - ideal para áreas úmidas, mas avança mais sob as áreas secas de meia encosta que o capim angola - Ganho de Peso - Tem apresentado bons ganho em peso e boas produções de leite - Características - Tem características intermediárias entre o Tanner grass e capim angola, apresentando-se mais clara e com pouco florescimento - Resistência às cigarrinhas (Boa) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 17 - Mais recentemente tem ocorrido ataques de Chinch-bug trazendo grandes prejuizos para a produtividade dos pastos. CAPIM ANDROPOGON Nome científico: Andropogon gayanus Nomes comuns: Andropogon, capim gambá Aspectos vegetativos: Crescimento cespitoso Presença de pêlos na bainha e na lâmina foliar Atinge sem corte ou pastejo até 3,0 m de altura Sementes com longas aristas Andropogon gayanus Kunth, var. bisquamulatus cv planaltina 1ª introdução - década de 40 2ª introdução - grande interesse, início década 80. Clima e solos: Bem adaptado às condições climáticas reinantes nos cerrados (400 a 3000 mm ppt anual) Altitudes < 2000 m Cresce bem em solos com alta saturação de Alúminio Tem sistema radicular profundo, algumas raízes podem atingir até 1,20m. Grande capacidade de extração de fósforo do solo Responde bem à adubação -Fósforo, cálcio mais magnésio, enxofre e potássio. Resposta ao Nitrogênio - Responde bem a adubação nitrogenada, mas só muda a composição com adubação muito pesadas. Kg de N/ ha ano % de PB (média) 0 6,2 28 6,2 56 6,2 112 6,9 224 7,9 Níveis geralmente anti-econômicos 448 9,6 desde que não sejam em pastejo rotacionado 896 10,4 Manejo:O capim andropogon não deve ser rebaixado a mais de 30cm. Em função das características de crescimento rápido e do ciclo do capim andropogon uma propriedade de gado de corte não deve exceder a 25% da área plantada com essa forrageira. Normalmente quando uma fazenda tem capim andropogon, quase sempre aparecem áreas sub-pastejadas, o que prejudica a capacidade de suporte da área. O recomendável é variar a carga animal durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro,para que o seu potencial de produção seja mais bem explorado. Quando submetido a super pastejo por longos períodos o pasto enfraquece o sistema radicular e muitas touceiras podem ser arrancadas. Se o capim andropogon estiver com crescimento pleno, situação muito comum nos casos de áreas recém implantadas, deve ser roçado. Cuidados especiais devem ser tomados, porque a semente é muito leve e costuma acumular e comprometer o bom funcionamento do trator que estiver sendo usado na operação. O fogo também pode ser usado, uma vez. que o capim andropogon é muito tolerante, porém para seu uso cuidados especiais precisam se tomados, e é sempre bom levar em consideração os efeitos negativos da destruição da matéria orgânica. CAPIM GORDURA Nome científico: Melinis minutiflora Nomes comuns: Capim grodura, meloso, capim melado, capim catingueiro, capim Francano Origem: - Cresce espontaneamente nos Estados do Brasil Central (MG, RJ, ES, SP), sendo também utilizado no norte e nordeste. Alguns acreditam que foi introduzido junto com navios negreiros. Variedades; São muitas. Existem mais de 40. 1. Catingueiro roxo: mais disseminado em Minas Gerais Inflorescência de coloração roxa Folhas de coloração verde escura Abundante secreção pegajosa 2. Cabelo de Negro Porte menor Folhas menores e entre nós curtos Muito resistente ao pisoteio Mais viscoso de todos inflorescência de cor marron escuro (quase negro) 3. Capim gordura branco Folhas de coloração verde claro Inflorescências mais claras Pêlos mais curtos nas regiões dos nós Menos viscoso que outras variedades 4. Capim gordura Francano Mais vigoroso e mais desenvolvido GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 19 Inflorescências maiores Mais recomendado para corte Menor resistência ao pisoteio Clima e solos: Prefere regiões de chuvas acima de 1200 mm/ano Vegeta bem em solos pobres, secos e sílico-argilosos, com alumínio alto Excesso de umidade prejudica Vegeta e desenvolve bem nos altos e encostas de morro Apesar de desenvolver bem em solos pobres, responde pouco à adubaçãoquando comparado com colonião, jaraquá e pangola Tem boa capacidade de extrair fósforo do solo. Propagação e Plantio: - a lanço (20 a 25 Kg/ha), para facilitar misturar com terra - em sulcos espaçados de 20 cm Resistência a Fogo, Geada e Seca: - Fogo: sensível, muitas plantas morrem - Geada: rebrota mas mata a parte vegetativa - Sombreamento: cresce bem em sombras de árvores, quando o sombreamento é moderado Utilização: Pastagens (1,0 a 1,5 cab/ha/ano), dependendo da fertilidade do solo a capacidade de suporte pode ser mais baixa com 0,5 a 0,6 cab/ha/ano. Na época da floração é bastante sensível ao pastoreio Produz até 40 toneladas MV/ha/ano Feno: 12000 Kg/ha/ano (12 t), com 2,4 a 4,4%PB (podem ser melhorados se a planta for colhida no momento certo. Sementes: 200 Kg/ha/ano Manejo: Crescimento entoucerado e cespitoso Pêlos secretam óleo volátil (não deixa cheiro no leite) Evitar superpastoreio apesar da resistência ao pisoteio, porque eleva rapidamente o ponto de crescimento Não rebaixar a menos de 15 centímetros Entrada (30 - 40 cm) Saída (15 - 20 cm) Muitas touceiras morrem após o corte mecânico Deve-se evitar cortar rente ao solo Se for superpastejado fica bastante prejudicado e é invadido por ervas O capim gordura apresenta o grande defeito de rebrote lento. Resistência a pragas e doenças: Sofre ataque de lagartas que não chegam a comprometer, a não ser no Norte de Minas Gerais Colchonilhas - Ataque (sem maior comprometimento) Trips na inflorescência Consorciação: Centrosema, siratro, soja perene, estilosantes. Em terras mais fracas: centrosema, estilosantes e siratro. Espontaneamente com carrapicho beiço-de-boi e estilosantes CAPIM BUFFEL Nome científico: Cenchrus ciliaris Nomes comuns: Capim bufalo, “buffel-grass”, bufalo grei Origem: África, ïndia e Indonésia Variedades: Biloela - origem da Tanzânia Malopo e Lawes origem da África do Sul Boorara, Nunbank origem em Uganda Terewinnabar e Gayndah origem noQuênia Biloela: Tipo mais alto e vigoroso (1,5 m de altura) Panícula com espiguetas imaturas avermelhadas, quando madura tem cor de palha Gayndah: De menor porte Folhas mais verdes e menores Caules mais finos Maior densidade de perfilhamento Muito precoce - vantajoso para regiões mais secas Descrição geral: Plantas perenes Crescimento duplo, cespitoso e rastejante Produz grande quantidade de colmos Folhas abundantes, verdes e verdes azuladas Sistema radicular capaz de penetrar muito no solo (± 1,20 m) Produz sementes leves e cobertas de pêlos, que podem ser transportadas pelo vento Clima e solos: É indicado para regiões com baixa precipitação (350 a 400 mm anuais) Regiões úmidas devem ser evitadas Oferece boa opção para áreas mais secas Adapta-se melhor em solos leves Adapta-se e desenvolve-se melhor em solos de pouca acidez Propagação e Plantio: Propaga-se facilmente por sementes Sementes com dormência de 4 a 6 meses 15 a 20 Kg sementes/ha (limpa 3-4 Kg/ha) Não enterrar muito as sementes (menos de 2,0 cm) Pode ser plantado por mudas enraizadas Resistência : Seca: Boa Fogo: Persiste após passagem (Boa) Geada: rebrota (Queima parte vegetativa) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 21 Manejo: Manter pasto baixo - sob pastejo contínuo não rebaixar mais que 20 cm Capacidade de suporte: 1,0 a1,5 cab/ha Rotacionado: entrada (0,60 - 0,80 m) saída (0,20 - 0,30) Pragas e doenças: - Cigarrinhas: Provocam grandes danos no “stand”, maior entrave a disseminação desta forrageira. Atualmente a pesquisa busca desenvolver cultivares com maior tolerância às cigarrinhas - Claviceps sp: Ataca as espiguetas, compromete muito a produção de sementes - Puccina cenchri e Helmentothospurium sp - Têm efeitos insignificantes sobre a produção de forragem e sementes. Consorciação: Consorcia bem com siratro, Stylosanthes gracilis, Stylosanthes humilis, soja perene, centrosema. CAPIM JARAGUÁ Nome científico: Hiparrhenia rufa Nomes comuns: Capim jaraguá, capim provisório, sapé gigante, capim vermelho Origem: África, porém é considerado nativo do Brasil devido a grande adaptação Aspectos vegetativos: Planta perene Forma densas e vigorosas touceiras Atinge até 2,50 m com as inflorescências Quando utilizado corretamente forma uma densa camada Na parte final do ciclo tem muitos talos e poucas folhas Fruto cariopse com aristas características Clima e solos: Adapta-se melhor em região com precipitação acima de 800 mm/ano Vegeta bem em solos sílico-argilosos de mediana fertilidade Tem crescimento limitado em solos excessivamente úmidos (cor roxa) e acidos Propagação e Plantio: Sementes e mudas A lanço 15-20 Kg/ha Compactar o solo (com rolo ou pneus) Rendimento no corte: 90-120 toneladas de matéria verde por hectare por ano Produz aproximadamente 200 Kg de sementes/ha/ano Utilização: Pasto Feno - Desidrata rapidamente se cortado na idade correta e tem bom valor nutritivo Lotação: 1,0 - 1,5 cab/ha/ano Manejo: Resiste bem ao corte e ao pisoteio Não ultrapassar 0,60 - 0,70 m para ser cortado Entrada (0,40 - 0,50 m) Saída (0,15-0,20 m) Proporciona 5 a 6 cortes por ano Quando mal manejado o fogo é o único recurso que se adota no fim da época seca Características: Boa palatabilidade Boa resistência ao pisoteio Resiste bem à tosa pelo gado Resiste às geadas curtas e à temperaturas não muito baixas Boa resitência ao fogo Boa resposta à adubação Maiores defeitos: Curta duração do período de alto valor nutritivo Muito susceptível ao ataque de saúvas Em clima muito úmido pode ter suas (inflorescências) atacadas pelo carvão Consorciação: Pode consorciar-se com siratro, soja perene, centrosema e kudzu tropical SETÁRIAS Nome científico: Setaria sphacelata (sinonímia Setaria anceps) Nomes comuns: Setária Cultivares: Nandi, Kazungula e Narok cv Nandi: Forma touceiras até 1,5 m de altura Inflorescência levemente amarronzada (20-25cm) Possui intenso florescimento Adaptada a grandes variedades de solo Apresenta algum desenvolvimento invernal Floresce 1 a 2 meses após início das chuvas Geadas não causam grandes danos Desenvolvimento lento permite boa consorciação inicial com leguminosas Sob condições de alta umidade e temperatura tem sido atacada na Austrália por Piricularia trisa. A Tiletia echinosperma: prejudica a produção de sementes na região de origem. Maior concentração de oxalatos levando ao aparecimento de cara inchada nos animais GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 23 cv Kazungula: Mais grosseira e vigorosa Atinge até 2,0 m de altura Panículas aproximadamente com 38 cm Folhas mais longas com um verde mais azulado Floresce mais tardiamente que o cv Nandi Tolera áreas muito úmidas Consorciação mais difícil, estabelece mais rapidamente Piricularia trisa: ataca mais raramente cv Narok: Boa tolerância ao frio Bom vigor Verde mais intenso que Nandi e Kazungula Crescimento invernal é pequeno Atacada pela Piricularia trisa Origem: África Aspectos vegetativos: Espécie perene Crescimento ereto Panícula como inflorescências Formam touceiras e algumas podem apresentar crescimento estolonífero Clima e solos: Solos de mediana fertilidade Arenosos até argilosos Suporta solos mal drenados e sujeitos a encharcamentoExige de 800 a 1200mm de precipitação por ano Propagação e Plantio: Sementes (3 - 4 Kg/ha com VC de 28,5%) Resistência: Seca: (resiste razoavelmente bem) Fogo: Rebrota Geada: Tolerante ao frio, mas seca após geada Rendimento: superior a 60 t MV/ha/ano cv Kazungula pode produzir até 40 t MV/ha em um só corte Utilização: Pastejo Entrada (0,40 - 0,60 m) Saída (0,20 - 0,30 m) Consorciação: Siratro, estilosantes e desmódio OXALATOS: Pode causar problemas em equinos e em vacas de alta produção. O uso de leguminosas em consorciação pode reduzir ou eliminar o problema porque as leguminosas são ricas em cálcio. Um outra maneira de evitar o aparecimento da cara inchada seria forçar a ingestão diária de mistura mineral. CAPIM ELEFANTE Nome científico: Pennisetum purpureum Nomes comuns: capim elefante, napiê, napier, etc... em geral o nome comum corresponde à variedade Origem: África - introduzido no Brasil por volta de 1920 Variedades: oriundas da China: TAIWAN A-25, A-26, A-144, A-146, A-143 e A-148 Colômbia: Gigante, Merkeron, Elefante de Pinda Índia: Napier-1, Napier-2 Costa Rica: Turrialba Outras variedades: Mineirão, Porto Rico, Mole de Volta Grande, Vrukwona, Untali, Niagara Falls, camerum, roxo, entre muitas outras. Aspectos vegetativos: Gramínea perene Colmo e hastes semelhantes à cana Rústica Atinge até 6 m de altura Colmos, cilíndricos, nós glabros Folhas com 1,25 a 4 cm de largura Inflorescência espiciforme Clima e solos: Adapta-se melhor em regiões de clima tropical com ppt 1000 mm/ano Deve-se evitar terrenos com excesso de umidade Solos de consistência mediana, ricas em Matéria Orgânica Produz pouco em solos pobres Não tolera solos ácidos Multiplicação: Feita por plantio de mudas e sementes O plantio deve ser feito preferencialmente com mudas novas (90 a 120 dias de idade). Devem ser plantadas em espaçamento variável de 0,50 a 1,0m de largura e fazendo-se o transpasse de mudas (pé com pontas). Deve-se evitar a utilização de mudas oriundas de plantas que já floresceram porque apresentam baixa porcentagem de pegamento. Sementes - Não é boa uma maneira de multiplicação porque poucos cultivares produzem sementes viáveis no Brasil. Rendimento no corte: Produz de 150 a 180 toneladas de matéria verde/ha/ano em 5 cortes. A literatura cita produções de 250 toneladas em Pernambuco e 240 toneladas de matéria verde/ha/ano em Sete Lagoas, MG. Com adubação adequada pode chegar facilmente a 30 toneladas de matéria seca/ha/ano. GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 25 Utilização: Verde: cortar com aproximadamente 1,80 m de altura, antes da saia começar a amarelar Pasto: Sob manejo rotacionado Silagem: Utilizar a planta ainda nova Uso sob pastejo: Adubar bem (N-P-K) Formar com 50 cm de espaço entre linhas Descanso mínimo de 30 dias (entre 30 e 45 dias) Só funciona em menejo rotacionado Entrar quando estiver cobrindo as vacas Retirar com 20% de lâminas foliares residuais, ou 40cm de altura Suporta 5-7 vacas/ha/ano - nas águas com 500 Kg N/ha/ano Manejo de Piracicaba: Entrada (0,60 - 0,80 m) Saída (0,30 - 0,40m) Boa opção para produção de leite Quando utilizado sob pastejo rotacionado é importante que o meristema apical seja removido no 1º pastejo Fazer monitoração da fertilidade do solo anualmente e não esquecer de aplicar o potássio juntamente com o nitrogênio. É importante aplicar pelo menos 30kg de enxôfre por hectare por ano. A aplicação de matéria orgânica potencializa a adubação química. O uso de adubos contendo micronutrientes pode melhorar a produtividade de algumas áreas utilizadas como pasto. Não existem pesquisas comparando os diferentes cultivares, mas é provável que particularidades de manejo sejam desenvolvidas a partir de um maior conhecimento científico á respeito dos cultivares. Variação da altura da planta e produção de massa verde do capim elefante em várias idades Idade (dias) Altura (m) Rendimento (t/ha) 28 0,80 9 56 1,20 34 84 1,80 38 140 2,85 51 196 3,20 41 Fonte: ANDRADE e GOMIDE (1971) Uso como Feno: É importante cortar a planta ainda nova com 1,0 a 1,2m de altura para permitir a produção de um feno de melhor qualidade. A planta deve ser passada em picadeira e seca em terreiros. É importante que as camadas sejam finas. (de 5cm de altura) para permitir uma secagem rápida. O feno de capim elefante pode também ser produzido com auxílio de calor artificial regulável (uso de fornalhas). Uso da capineira: O capim elefante pode ter a qualidade da forragem melhorada se a capineira for submetida a corte no final do período chuvoso. Uma outra maneira de utilizar as áreas com capim elefante seria a utilização como pasto até o mês de fevereiro e a forragem produzida posteriormente seria cortada. É bom lembrar que as capineiras devem receber adubações após cada corte. Quando as folhas de baixo começam a amarelar significa que a capineira já esta passando. Uso como Silagem: Para a produção de silagem, o capim elefante deve ser cortado entre 1,50 e 2,00m de altura, sempre rente ao solo. Devido ao grande conteúdo de água no capim elefante novo é importante submeter a forragem depois de cortado a um pré-murchamento de 8 horas de exposição ao sol. Esta prática melhora sensivelmente a qualidade da silagem obtida. Na impossibilidade de execução desta técnica pode-se adotar a prática de se adicionar material com alto conteúdo de matéria seca ao capim elefante visando elevar a matéria seca total da massa a ser ensilada para valores próximos a 30%. Pode ser adicionado feno de capim elefante, polpa de citrus e milho desintegrado com palha e sabugo. Resistência:Fogo: rebrota mal Geada: queima suas folhas, mas não morre. Pragas e doenças O capim elefante pode ser atacado por cigarrinhas e lagartas que causam grande dano às capineiras e às áreas de pastejo rotacionado. Alguns fungos também podem atacar as capineiras e áreas de pastejo rotacionados CAPIM ANGOLA Nome científico: Brachiaria mutica Anteriormente era classificado como: Panicum purpurascens ou Panicum barbinoide Nomes comuns: Capim angola, bengo, capim de planta, capim fino, capim de corte, paragrass Origem: África Central Alguns autores consideram-no indígena Aspectos vegetativos: Gramínea perene Decumbente Produz estolões Clima e solos: Adapta-se bem desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas Vai melhor em regiões com mais de 1200 mm anuais de precipitação pluviométrica Prefere solos de baixada, férteis, com bom teor de umidade Suporta bem as inundações, tem grande resistência a lâmina d’água permanente, mas não pode ser totalmente coberta por longos períodos. Não resiste bem a seca prolongada Propagação e Plantio: Por estacas (pedaços de colmos) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 27 Produz sementes viáveis no Norte de Minas Gerais Resistência a fogo, geada e seca: Apresenta tolerância moderada às geadas Rebrota após passagem de fogo Resiste a inundações prolongadas Não tolera seca prolongada, muitas plantas podem morrer Resistência a pragas e doenças: Atacado por colchonilhas que causam dano à produção Utilização: Pasto Corte - Para ser utiizado verde ou como feno Rendimento: aproximadamente 70 t MV/ha/ano (Em solos menos férteis há menor produção) Taxa de lotação: 1,0 - 2,0 animais por hectare naépoca das águas (grande variação em função do manejo) Manejo: Não rebaixar à alturas menores que 15 centímentros Pisoteio: muito resistente Deve-se evitar macegas, colmos ficam muito duros, lignificam rapidamente Entrada (0,60 - 0,80m) Saída (0,30 - 0,40 m) Pode ser utilizado no pastejo rotacionado. Atenção especial deve ser dada à lâmina d’água que pode dificultar as adubações. Em algumas regiões de Minas Gerais o capim angola pode levar categorias animais de grande exigência nutricional ao desenvolvimento de cara inchada (vacas de leite, bezerros em crescimento e potros) devido aos altos conteúdos de oxalato. Quando manejado inadequadamente, o capim angola pode formar “macegas”e os caules muito lignificados podem provocar cortes nos lábios dos equinos. Quando manejado para produção de feno, é importante que o capim angola seja cortado ainda novo, momento em que está com o valor nutritivo alto. Consorciação: Recomenda-se soja perene, siratro e centrosema CAPIM COLONIÃO Nome científico: Panicum maximum Nomes comuns: capim colonião, colonhão, capim touceira, geralmente recebe o nome do cultivar Origem: África - Adaptou-se muito bem no Brasil Variedades: Murumbu ou colonião de grande porte Sempre verde: adaptado à áreas de clima mais fresco, menos persistente, mantém-se mais verde na seca. Guiné e Guinezinho: porte menor, tenro, forma sementes durante período de crescimento Green panic (var. trichoglume): Adaptado a solos de menor fertilidade. Mais resistente à seca e ao frio, exige entre 600-1200 mm anuais, oferece boas perspectivas para consorciação, verde mais claro, floresce de novembro a abril, touceira aberta e pouco densa, nós com pêlos Gatton panic: originário da Rodésia do Sul, verde bem escuro, Altura de aproximadamente 1,50 m, Boa resistência à seca, mais exigente que o green panic. Makueni: exigente, boa distribuição de produção de matéria seca Tobiatã: verde claro, boa produção de massa, folhas largas Centenário: Boa produtividade, adapta-se em solos de mediana fertilidade Precisa de mais estudos juntamente com o Tobiatã Tanzânia: Quando mais novo tem excelente relação folha/hate, bom valor nutritivo. Tem baixa resistência a geada. Planta muito exigente em fertilidade do solo Aspectos vegetativos: Brotações têm os colmos chatos Forma touceira, mais ou menos abertas, dependendo da variedade Tem várias tonalidades de coloração A maioria tem desenvolvimento vigoroso, podendo atingir até 3,0 m de altura Clima e solos: Adapta-se à uma grande faixa de clima Precipitação de 800 - 1000 mm anuais (Green-panic 600 mm) Prefere solos férteis (média a alta), argilo-arenosos e bem drenados Pode crescer em solos pobres e secos, embora não resista ao pisoteio. A exigência em solos é variável de acordo com os cultivares. Esta planta apresenta uma enorme diversidade entre os cultivares que são em número muito grande. Propagação e Plantio: Sementes e mudas enraizadas VC mínimo de 10% Utilizar sementes com espaçamento de 0,60 m entre linhas Sementes em filete contínuo, às vezes usa-se espaçamento menor para variedades de menor porte Mudas: - 0,50 m entre linhas GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 29 - 0,50 m entre covas - 3 - 5 mudas/cova O plantio por mudas está fora de uso devido ao alto custo. Resistência a Fogo, Geada e Seca:Baixa resistência às geadas Rebrota facilmente após passagem de fogo, que pode ser o único recurso para eliminação de macegas. Razoável resistência à seca apresentando diferenças entre cultivares Utilização: Feno: Boa qualidade, embora tenha velocidade de secagem entre hastes e folhas diferentes o que difuculta o processo Silagem: pobre em carboidratos solúveis, não deve ser usado Pasto: excelente pode superar 100 t MV/ha/ano Entrada (0,60-0,80 m) Saída (0,30-0,40m) Alguns de porte menor com o o gatton panic podem eventualmente ser rebaixados até 0,20 m. Taxa de lotação: 1-3 cab/ha/ano na época das águas, 1-1,5 cab/ha/ano na época da seca Estas taxas de lotação são dependentes da fertilidade do solo Deve ser manejado de preferência em rotação Possui excelente valor nutritivo se manejado adequadamente Resistência a pragas e doenças: Atacado por Cigarrinhas, lagartas e gafanhotos Alguns fungos prejudicam a qualidade das sementes, reduzindo a viabilidade destas . CAPIM KIKUIO Nome científico: Pennisetum clandestinum Nomes comuns: Kikuiu e quicuio. Origem: África (Quênia) Cultivares: Comum - Multiplica-se por mudas Whittet: menor crescimento, folhas mais largas, talos mais grossos, entre nós mais alongados, mais produtivo, mas de formação mais lenta, floresce bastante e produz sementes viáveis no Rio Grande do Sul e Austrália (400.000 sementes/ Kg), sistema radicular profundo. Breakwell: cobre bem o solo, formando “colchão” bem denso Mais resistente a invasoras Aspectos vegetativos: Perene Estolonífera e rizomatosa Folhas estreitas, porte geralmente rasteiro Forma densos gramados Suporta bem ao sombreamento. Característica importante Clima e solos: Exige solos férteis, não vai bem em solos arenosos e pobres, não suporta seca prolongada e nem excesso de água Prefere altitudes superiores a 800 m, vai melhor em precipitações acima de 1.200 mm indo bem até 2.000 mm/ano. Exige precipitação acima de 750 mm anuais Propagação e Plantio: CV. comum: não produz sementes viáveis Multiplicação por estacas. Mudas como pedaços de colmo (30-40 cm) Sulcos podem ser espaçados de 1 metro Colmos devem ser enterrados ( 3 /4 dos colmos) Whittet- multiplica-se por sementes que geralmente são importadas Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo Boa resistência à geadas Resiste bem às secas, desde que não sejam muito prolongadas. Utilização: Pode ser utilizado como pasto e para produção de feno, devido à suas características morfofisilógicas, suporta muito bem ao corte baixo. Para um melhor aproveitamento no pastejo contínuo deve ser mantido entre 15 e 25 cm. No pastejo rotacionado as alturas de entrada deven estar 30 e 40cm e as de saída entre 15 e 20cm. Pode perfeitamente ser utilizado como piquetes de bezerros e para criação de bezerros em gaiolas individuais. Na realidade o capim kikuio não favorece a infestação de bezerros por endoparasitas conforme é crença comum entre os produtores. Apenas ele se desenvolve muito bem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica (fezes de bovinos adultos). Quando os bezerros são mantidos em pastos com estas características podem apresentar altas cargas parasitárias. Rendimento: 60 t MV (6 cortes), vai de 30 a 90 t MV/ha depende da variedade do tipo de solo e da altitude lotação: 1 - 2 cab/ha (dependendo do local) Produz melhor em solos férteis, ricos em matéria orgânica Pragas e doenças: Cigarrinhas podem causar grandes danos Fungos causam danos menores Bactéria: Myrothycium cincum: pode ter efeito tóxico em pastagens irrigadas Lagartas: Pseudaletia separata Pseudaletia convicta Consorciação: Desmódio, Lotononis, Soja Perene, Siratro e Trevo Branco GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 31 PASPALUM NOTATUM (grama batatais) Nome científico: Paspalum notatum Nomes comuns: Grama batatais, Grama Rio Grande, Grama Forquilha, Gramão Origem: América do SulCultivares: Comum Pensacola ou Bahia grass: muito usada no RS, bom pasto para eqüinos Alguns autores classificam este cultivar como Paspalum saurae Aspectos vegetativos: Perene Crescimento rústico Possui estolões e rizomas Grande capacidade invasora Clima e solos: Apresenta grande número de ecotipos em função dos diferentes clima e solos Adapta-se bem em solos pobres Considerada invasora, cresce muito bem em solos com boa umidade Necessita acima de 700 mm de precipitação anual Propagação e Plantio: Estolões ou rizomas: plantados em placas Sementes - Alguns cultivares não produzem sementes viáveis Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo É relativamente resistente à geadas Resiste bem à seca Utilização: Resiste bem ao pisoteio, deve ser mantido baixo para melhor aproveitamento. Boa palatabilidade - Tem baixa produção de matéria seca. Excelente pasto para equinos Resistência a pragas e doenças: No Brasil sem problemas Na Argentina fungos nas sementes podem causar pertubação aos animais Consorciação: Estilosantes e todas as leguminosas nativas, carrapicho beiço-de-boi Outros usos: Parques e jardins Usada para contenção de encostas Pode ser usada em canteiros entre os tanques de piscicultura PASPALUM PLICATULUM Nome científico: Paspalum plicatulum Nomes comuns: Pasto negro, plicatulum, capim colchão Origem: Brasil (Américas) Cultivares: Hartlhey - Brasil Rodd’s bay - Guatemala Aspectos vegetativos: Perene Cespitosa e rizomatosa Touceiras com até 1,2 metros de altura Folhas com até 40 cm de comprimento Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres Necessita acima de 760 mm de precipitação por ano Vai bem em solos argilosos e arenosos Suporta bem (razoavelmente bem) condições de encharcamento Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa à seca Excelente resistência ao pisoteio Queima com geadas mas rebrota após primeiras chuvas Resiste bem ao fogo Utilização: Pasto: pode ser mantido baixo, os animais devem sair com 0,20 m de altura Tem a vantagem de florescer no final do verão Produz de 30 a 40 t MV/ha/ano Palatabilidade apenas razoável Valor nutritivo é de razoável à baixo Se for mal manejado permitindo-se muita sobra de capim, esta forrageira lignifica- se e torna-se de valor nutritivo muito baixo, comprometendo o desempenho dos animais Consorciação: estilosantes e desmódios Outras forrageiras do gênero Paspalum: Capim rimarez (Paspalum guenoarum) Capim comprido (Paspalum dilatatum) Capim gengibre (Paspalum maritimum) Grama tio Pedro (Paspalum spp) Capim gana (Paspalum scrobiculatum) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 33 CAPIM DE RHODES Nome científico: Chloris gayana Nomes comuns: Capim de Rhodes Origem: África Variedades: CV Gigante ou collidiço Alego, CV Zaia, CV Sanford, CV Katambara Aspectos vegetativos: Perene Cespitosa e estolonífera Atinge até 1,5 m Clima e solos: Ocorre em todos os tipos de solos, exceto nos muito argilosos e ácidos Adapta-se melhor em solos de fertilidade mediana com boa percentagem de matéria orgânica. Responde bem à adubação Exige precipitação entre 650 - 1150 mm anuais Tolera elevadas temperaturas Propagação e Plantio: Sementes (8-10 Kg/ha) em linhas espaçadas de 0,50 m No passado, muitas implantações de áreas de capim Rhodes ficaram prejudicadas devido a má qualidade das sementes existentes no mercado. Hoje já existem sementes de melhor qualidade. De qualquer forma é bom estar atento à qualidade das sementes no momento da aquisição das mesmas. Atenção especial deve ser dada ao tipo de solo, uma vez que esta forrageira não tolera solos ácidos. Resistência a Fogo, Geada e Seca: À seca é Boa Geada: Boa Fogo: Rebrota, mas existem poucas informações no Brasil Manejo: Resiste bem ao pisoteio Entrada (0,30m) Saída (0,15m) Feno de boa qualidade: talos finos, pouco fibrosos e bem macios Rendimento: 60 t MV/ha/ano Bem rendimento de feno Corte aproximadamente à 10 cm do solo É uma boa opção para equinos, tanto no pastejo, como para produção de feno. CANARANA ERETA LISA Nome científico: Echinochloa pyramidales Nomes comuns: Canarana ereta, “Antelope grass” Origem: Nativa Aspectos vegetativos: Perene Vegeta bem em locais baixos sujeitos a inundações Ereta Folhas finas Atinge até 3,0 m de altura Produz grande percentagem de sementes cheias, porém de baixa germinação Grande exigência de fertilidade Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo Resiste bem ao pisoteio Esta planta é cultivada em locais úmidos e que normalmente não estão sujeitos às geadas Utilização: Pastejo até 2,0 cab/ha/ano Corte - pode ser utilizado verde Resistência a pragas e doenças: sem informações Rendimento: 30 - 40 t MV/ha ano Consorciação: Sem informações CANARANA VERDADEIRA Nome científico: Echinochloa polystachya Nomes comuns: Canarana verdadeira Origem: Nativa Aspectos vegetativos: Perene Estolonífera Folhas glabras com 2,0 cm de largura Bainhas com pêlos GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 35 Atinge até 2,0 metros de altura Clima e solos: Larga faixa de adaptação Sensível à seca e frio Muito exigente em umidade, mais que em fertilidade Propagação e Plantio: Mudas Fora da Amazônia esta planta tem-se mostrado com baixa resistência ao pisoteio. CAPIM PANGOLA Nome científico: Digitaria decumbens Nomes comuns: Pangola ou pangolinha Origem: África do Sul Aspectos vegetativos: Perene Prostrada e estolonífera Cobre bem o solo Boa resistência ao pisoteio Geralmente atinge 0,60m podendo chegar até 1,20 m Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões com precipitação superior a 1200 mm/ano Cresce desde o nível do mar até 1800 m Prefere solos férteis e úmidos, adapta-se aos argilosos e arenosos Responde bem à adubação Adaptado à grande variedade de climas, embora prefira altas precipitações e clima quente Propagação e Plantio: Mudas: não produz sementes viáveis 1 t/ha com espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,40 m entre covas Em sulcos deixar um terço da muda para fora Espalhar e gradear com solo úmido; neste caso gasta-se 3 a 4 toneladas de mudas por hectare Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após sua passagem Geada: Boa Seca: Baixa, não tolera seca prolongada Rendimento: 45 t MV/ha/ano (15 t MS/ha/ano) Taxa de Lotação: 1,5 - 2,0 cab/ha/ano Manejo: Suporta cortes baixos até 5cm do solo Permanece verde por mais tempo que algumas gramíneas Pasto: Entrada (25 - 30 cm) Saída (5 - 10 cm) Feno: Tem talos macios (boa qualidade) Resistência a pragas e doenças: Sensível ao ataque de cigarrinhas (Tomospis flavopicta e Tomospis humeralis) e colchonilhas. Vírus: Pangola stunt vírus causa a “stunt virus desease” que provoca uma multiplicação exagerada da planta apresentando-se com folhas novas retorcidas, deformadas e morte das extremidades das folhas mais velhas. Conhecido como vírus do enfezamento, reduz muito a produção da planta. Consorciação: Estilosantes, soja perene, siratro, centrosema TRANSVALA Digitaria decumbens Stent, cv transvala. Conhecido como transvala ou capim transvala. Preferesolos de boa fertilidade. Mais tolerante à seca que o pangola comum. Resistente ao “nematóide picador” Belonolaimus caudatus e ao “pangola stunt virus”. Pode ser identificado pela presença de pêlos basais na superfície da lâmina foliar adjacente ao colar. Se desenvolve bem no Triângulo Mineiro. Tem uma desidratação muito rápida na confecção de feno. Parece desenvolver-se bem em solos de fertilidade mediana. A sua resistência ao vírus do enfezamento é muito importante. ESTRELA AFRICANA Nome científico: Cynodon plectostachyus Nomes comuns: Capim estrela gigante, estrela, estrela africana, estrela branca Origem: África Aspectos vegetativos: Perene Crescimento rústico Estolões fortes Possui sistema radicular forte Folhas largas para o genêro Forma denso colchão Clima e solos: Precipitação deve ser acima de 600 mm anuais, prefere 1.000 a 1.200 mm/ano Prefere solos arenosos de boa fertilidade GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 37 Em terra roxa consegue produzir bem Propagação e Plantio: Mudas: estolões e ramos Plantar em solo úmido Pode ser plantada com grade, esparramar as mudas no terreno e passar a grade por cima. Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota Seca: Boa desde que não muito prolongada Geada: rebrota apesar da morte da parte vegetativa Rendimento: Produz 13 -15 t feno/ha em solos de boa fertilidade Utilização: Sem problemas de intoxicação no Brasil África do Sul há ocorrência de ácido prússico (HCN -envenamento) Responde bem à adubação Pode ser rebaixado até 5 ou 10 cm Entrada (0,30 - 0,40 m) Saída (0,15m) Produz feno de boa qualidade quando manejada adequadamente. Como toda planta do genero Cynodon, deve se manejada com cuidado e atenção porque a relação haste/folha se desequilibra facilmente em relação a hate se não for cortada ou pastejada no momento certo; ocasionando perda no valor nutritivo e consequentemente reduções nos índices de produção animal. ESTRELA AFRICANA ROXA Nome científico: Cynodon nlenfuensis Nomes comuns: Estrela africana roxa, estrela roxa, capim estrela roxa Muito semelhante à estrela africana Não produz sementes viáveis no Brasil Plantas com talos arroxeados Inflorescência roxa Possui folhas mais largas que a estrela comum Lignifica rapidamente Baixa palatabilidade para eqüinos em algumas épocas do ano Muito produtiva em terras boas: Podendo atingir até 20 t de feno/ha/ano Parece menos exigente em solos: adaptou-se bem em solos de mediana fertilidade no Triângulo Mineiro COAST-CROSS Nome científico: Cynodon dactylon x Cynodon nlenfuensis Origem: Plantas obtidas por cruzamentos entre plantas do gênero cynodon, nos Estados Unidos da America do Norte Existem várias plantas que recebem números, por exemplo coast-cross nº 1, nº2, nº3 etc... Estas plantas basicamente se diferem por aspectos morfológicos e de adaptação à clima e solos. Aspectos vegetativos: Perenes Rústicas Crescem por estolões Alguns tem rizoma, outros não possuem Aproximadamente 0,60 m de altura Clima e solos: Adaptam-se à grande variedade de solos, desde os leves até pesados Toleram inundações por longos períodos mas crescem, pouco em solos encharcados Respondem muito bem à adubação Precipitação entre 600 - 1600 mm/ano Propagação e Plantio: Estolões e rizomas Espaçamento de 1,0 m x 1,0 m Não produzem sementes viáveis no Brasil Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: resiste bem (rizomas) Geada: boa resistência Seca: Resiste bem, porém não tolera seca muito prolongadada Rendimento: Coast-cross supera 15 t feno/ha/ano podendo chegar a produções mais altas se bem adubado Utilização: Em pastejo com Entrada (0,30 - 0,40 m) e Saída (0,10 m) Em áreas de pastejo rotacionado pode ser rebaixado até cinco centímetros desde que as adubações sejam bem balanceadas e o tempo de descanso seja observado corretamente. Em função de sua boa resposta à adubação pode perfeitamente ser utilizado para produção de feno e em pastejo rotacionado. Geralmente são boas opções para formação de piquetes para bezerros e equinos de várias idades. Quanto ao manejo é importante estar atento para as alturas ideais de utilização uma vez que as hastes lignificam rapidamente e perdem o valor nutritivo. Estas plantas necessitam de solos com bons teores de matéria orgânica e o uso de esterco, preferencialmente curtido, potencializa em muito as adubações químicas em campos de feno ou em áreas de pastejo rotacionado. Consorciação: Difícil, devido ao tipo de crescimento, cobre muito bem o solo Campos de Feno: Forma com 60 - 80 dias (30 - 35 cm) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 39 As adubações de reposição devem ser feitas com nitrogênio e potássio. É importante fazer um acompanhamento anual da fertiidade do campo de feno. Primeiro corte preferencialmente mecânico Adubar o mais rápido possível, ato contínuo ao corte Permite cortes a cada 30 dias Observar as inter-relações entre os minerais principalmente quando se usa esterco de suínos CAPIM GUATEMALA Nome científico: Tripsacum fasciculatum (Sinonímia Tripsacum laxum) Nomes comuns: Capim Guatemala Origem: América Central Aspectos vegetativos: Gramínea perene Grande porte Folhas abundantes, semelhantes às do milho Colmo semelhante ao milho Bainha glabra, abraçando fortemente o colmo Florescimento raro fora do País de origem Flores unissexuadas Clima e solos: Desenvolve-se melhor em áreas de altas precipitações Exige solos de boa fertilidade Não tolera excesso de umidade As capineiras tem que receber adubação de manutenção (esterco mais adubo químico) Propagação e Plantio: Pedaços de colmos com 20 - 30 cm de comprimento Estacas com 3 - 5 gemas Sulcos com 10 cm de profundidade 0,80 - 1,0 m entre sulcos 0,80 - 1,0 m entre estacas Mudas inclinadas na cova com um terço descobertas Germinação em 15 ou 20 dias Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: Parece ser muito baixa Seca: Boa Geada: muito susceptível, queima parte vegetativa Rendimento: 100 - 120 t MV/ha/ano Utilização: Capineira (quase exclusivamente) Silagem: Não é muito recomendável porque esta planta tem baixos conteúdos de carboidratos solúveís, portanto não fermenta bem, não dá silagem de muito boa qualidade Esta planta não aceita pastejo direto Pragas e doenças: Broca do colmo (Diatreia sacharalis): danos sérios Lagarta das folhas (Laphigma frugiperda) Manejo: Cortar quando as plantas atingirem 1,50 m (dá até 3 cortes por ano) Cortar a 15 cm do solo Corte rente causa seca da touceira e também apodrecimento Não resiste ao pisoteio Permanece mais verde e suculento durante todo o ano que o capim elefante Dá cortes a cada 70 - 80 dias na época das águas CAPIM VENEZUELA Nome científico: Axonopus scoparius Nomes comuns: Capim Venezuela, capim-de- teso, capim colombiano, capim imperial Origem: Desde o México até a Argentina Aspectos vegetativos: Perene Cespitosa com colmos sem ramificações Folhas 15 a 25 cm de comprimento (bainha) e 40 a 60 cm, de limbo com largura de três a quatro centímetros Macia e tenra, conservando-se macia na frutificação Não produz sementes viáveis no Brasil Clima e solos: Vegeta na zona equatorial e temperada com precipitação superior 1000 mm Prefere solos argilo-sílico-humíferos Propagação e Plantio: Deve ser usado o espaçamentode 60cm entre sulcos. Pode-se utilizar pedaços de colmos ou mudas enraizadas Resistência a Fogo, Geada e Seca: Baixa resistência Seca: Boa Fogo: Não resiste Rendimento: 60 -70 t MV/ha/ano em 3 ou 4 cortes Manejo: Não resiste ao pisoteio Cortar quando atingir 0,80 a 1,00 m, sempre a 15 cm do solo Tem palatabilidade muito boa Resistência a pragas e doenças: É atacado por Helmintosporium na inflorescência GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 41 Pode ser atacado por gomose (virose), sendo que os cultivares Etoclon 60 e Etoclon 72 são resistentes AVEIA FORRAGEIRA Nome científico: Avena Sativa, Avena bizantina e Avena strigosa Nome comum: Aveia forrageira Origem: Europa Forrageiras: Avena bizantina - sementes amarelas Avena strigosa - sementes pretas Avena sativa - produção de grãos Variedades: Bagé, Marion, IAS-49, IAS-50, LB-Argentina (Avena bizantina) Aveia preta (Avena strigosa) Aspectos vegetativos: Gramínea anual Porte ereto Folhas largas, compridas e verde escuras Colmos macios, bastante suculentos Muito palatável Clima e solos: Planta de clima temperado (forrageira de inverno) Adapta-se em clima tropical e sub-tropical quando plantada no inverno Não é muito exigente em fertilidade, mas não tolera pH abaixo de 5,0 Pode-se usar várzeas onde foram feitas culturas de arroz Necessita de adubação balanceada Fazer cobertura com nitrogênio e potássio após cada corte Propagação e Plantio: Época de plantio é de abril-maio (algumas regiões março) Sementes (60 a 80 Kg/ha) Profundidade de 1 cm Sulcos espaçados de 50 cm - usar filete contínuo Não suporta lâmina d’água permanente (diferente do arroz) Agregar bastante matéria orgânica ao solo antes do plantio Rendimento: Muito variável depende do manejo da cultura, se irrigada poderá produzir muito, acima de 50 toneladas de matéria verde por hectare Em Uberaba-MG PRINGOLAT0 et al (1981) conseguiram produção de até 7810 Kg MS/ha, quando adubaram com esterco de galinha mais superfosfato simples (SPS), PB = 20,7% na MS, Ca = 0,78% na MS, P = 0,18% na MS Utilização: Verde- deixar murchar por algumas horas Feno- Produz feno de boa qualidade Silagem: Atualmente tem sido muito utilizada para produção de silagem pré- secada (haylage) Manejo: Após 40-50 dias (pós-plantio) cortar ou pisotear, nesta idade a planta deve ter 0,30- 0,50 m Cortar rente ao solo Vaca consome aproximadamente 40 Kg de de matéria verde por dia Doenças: Fungos (Ferrugem) - prjudicam a produção Nematóides - reduzem a produção da cultura GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 43 ESTUDO DAS LEGUMINOSAS GUANDU Nome científico: Cajanus cajan Nomes comuns: Guando, guandu, feijão andu Origem: África equatorial Variedades: Grande número Sementes de várias cores - cruzamento fácil por ação de insetos Aspectos vegetativos: Arbusto de 2 a 3 m de altura dependendo do cultivar Perene (5 anos) e semi-perene (bi-anual) Folhas geralmente pequenas Trifoliolada Produz grande quantidade de sementes Vagens com 5 a 6 cm contendo 4 a 6 sementes Vagens de cores variadas Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres, sem excesso de umidade Precipitação acima de 760 mm/ano Propagação e Plantio: Por sementes Profundidade: enterrar a 5 cm Utiliza-se 20 a 30 Kg/ha (3 a 4 sementes/cova) Semeio a lanço maior gasto de sementes Espaçamento: 0,20m entre covas e 0,50m entre linhas Promiscua - Nodula com vários tipos de Rhizobium Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: bem resistente Geada: mata somente a parte vegetativa Fogo: mata grande parte do stand, pode ser considerado intolerante Rendimento: Variável com a densidade de plantio, época, cultivar e fertilidade do solo. Chega a altas produções de matéria seca por hectare Utilização: Verde: cortar a 10 cm do solo. Cortar mais alto na época da seca para reduzir a mortalidade das plantas (30 cm) Feno: Deve ser picado para completar a secagem em galpão para evitar que as folhas sejam perdidas Misturado com gramíneas para silagem Pasto-pastejo direto Resistência a pragas e doenças: Folhas atacadas por Coletotrichum cajani e uromyces Sementes sofrem ataque de Curculionidae (besouros) e a Icervya purchasi ataca as folhas SOJA PERENE Nome científico: Neonotonia wightii (sinonímia Glycine wightii) Nomes comuns: Soja perene Origem: África Cultivares: CV Tiranoo - Tardia CV Cooper - Média CV Clarence - Precoce CV Cianova (adaptada para áreas de cerrado), IRI Nº 2, etc... CV tiranoo: Apresenta florescimento tardio (junho/julho) com maturação das sementes em agosto/setembro Indicada para solos férteis Caules mais estoloníferos e finos, com mais ramificação CV cooper: Floresce mais cedo que o cv Tinaroo, maturação das sementes 4 a 6 semanas após o florescimento É o cultivar mais resistente à seca, supera Tinaroo e Clarence Coloração cinza prateada Forma assimétrica do folíolo, um lado mais longo Constrição na vagem Ramificação pronunciada CV clarence: É a variedade que apresenta florescimento mais precoce Recomenda-se para regiões mais frias, sujeitas a geadas mais cedo É menos estolonífera que outras variedades Aspectos vegetativos: Hastes longas e flexíveis Alastra-se bastante pelo terreno Raiz pivotante, sistema radicular muito profundo Sobe nas plantas de porte ereto Flores brancas Clima e solos: Precipitação deve situar-se entre 800 a 1500 mm anuais Sensível ao alumínio trocável (Al +++ ) deve-se corrigir a acidez Exigente em cálcio e magnésio (Ca ++ e Mg ++ ) Prefere solos férteis, embora o CV Cianova seja adaptado a solos mais pobres pH maior ou igual a 5,5 (pH 5,5) GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 45 Propagação e Plantio: Sementes 3-6 Kg/ha Promíscua, mas deve ser inoculada Escarificar as sementes Plantar em covas com 3 a 5 sementes espaçadas 25 a 30 cm Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após a passagem Seca: tolera bem Geada: tolera bem à geada, morre a parte vegetativa Rendimento no corte: 30 a 40 t MV/ha/ano aproximadamente 10t de matéria seca/ha/ano. Produção pode ser maior dependendo da adubação Utilização: Pasto: consorciado ou não Feno: corte freqüentes - mensais, os cortes podem ser rentes ao solo Silagem: em mistura com gramíneas, nunca sozinha Resistência: Às pragas e doenças: Tem boa resistência ao ataque de lagarta e besouros. Não apresenta problema sérios. Manejo: Cuidadoso no primeiro ano; não deixar a gramínea abafar a leguminosa ( no caso de consórcio O campo de leguminosa solteira pode ser rebaixado ao nível do solo Não deixar que a leguminosa domine a gramínea Lembrando que a secagem do feno deve começar no campo e terminar no galpão para evitar que as folhas sejam perdidas SIRATRO Nome científico: Macroptilium atropurpureum Nomes comuns: Siratro Origem: América do Sul e Central (Planta obtida do cruzamento de dois ecotipos de Phaseolus levadas do México para a Austrália) Aspectos vegetativos: Leguminosa perene; Trifoliolada e com dois foíolos laterais assimétricos bastante característicos; Folhagem volumosa; Boa qualidade de fixação de nitrogênio; Enraiza nos nós em solos úmidos; Flor roxa. Clima e solos: Não tolera solos ácidos (deve-se fazer correção
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