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Ciclídeos Africanos Manual de Criação

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Ciclídeos Africanos 
Manual de Criação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – Introdução 
Ciclídeos Africanos originam-se de várias regiões. Existem ciclídeos na África 
Ocidental, Oriental, nos rios africanos e nos chamados "Rift Lakes". O termo 
"Rift Lakes" aplica-se aos três principais lagos do continente africano: Lagos 
Victoria, Tanganyika e Malawi. Entre estes lagos rochosos, o que abriga o 
maior número de espécies é o Lago Malawi (mais de seiscentas espécies 
catalogadas - mas mais da metade já extintas). A maioria das espécies que 
habitam estes lagos são endêmicas, isto é, somente são encontradas no 
respectivo lago. 
1.1 - Características Gerais 
Ciclídeos do Lago Malawi pertencem a dois grupos distintos: Mbuna (peixes 
que habitam a parte rochosa do lago) e Non-Mbuna (todos os outros) - outros 
nomes associados a este último grupo são: Utakas e Haplochromis (Haps). 
Mbunas são menores, mais ativos e agressivos que os non-mbunas, são 
usualmente herbívoros, alimentando-se basicamente de algas rochosas e 
pequenos crustáceos. Os pricipais gêneros são: Pseudotropheus, 
Melanochromis, Labidochomis, Labeotropheus, Cynotilapia, Gephyrochomis, 
entre outros. 
Non-mbunas são menos agressivos (para os padrões dos ciclídeos africanos!) 
principalmente porque seus territórios não são tão pertos entre si e são menos 
definidos (por habitarem a parte mais aberta do lago); são maiores que os 
mbunas e são em sua maioria onívoros (alimentando-se de alevinos, pequenos 
invertebrados, plancton, etc). Os principais gêneros são: Aulonocara 
("Peacocks"), Haplochromis ("Haps"). 
Os ciclídeos do Lago Tanganyika são menores (6-10 cm) e menos agressivos 
que os do Malawi. Desovam no substrato, e alimentam-se de plancton, 
microcrustáceos e alevinos (micro-predadores e onívoros). Os principais 
gêneros são: Tropheus, Lamprologus, Neolamprologus, Julidochromis. 
No entanto, estas características são apenas generalizações, e certamente 
existem muitas excessões. Por exemplo, a Cyphotilapia do Lago Tanganyika 
atinge até 35 cm, e alguns shell-dwellers podem apresentar um comportamento 
agressivo comparável aos mbunas. E, ao mesmo modo dos ciclídeos do 
Malawi, existem Tangs predominantemente herbívoros, onívoros e 
predominantemente carnívoros. 
1.2 - Dimorfismo/Dicromatismo 
Em várias espécies, normalmente o macho é maior e possui coloração mais 
vistosa que a fêmea. Entretanto, enquanto alevinos, todos possuem a 
coloração da fêmea, não sendo possível distinguir o sexo pela cor. Somente 
quando juvenis, ou mesmo adultos em algumas espécies, é que a cor definitiva 
aparecerá. Em algumas situações, entretanto, um macho adulto poderá tomar 
a cor da fêmea. Por exemplo, quando um macho não dominante está sendo 
seguidamente molestado/atacado pelo dominante (não necessariamente da 
mesma espécie), o primeiro pode adquirir a coloração da fêmea da espécie, 
camuflando-se como proteção. O modo correto de distinguir o sexo é 
verificando os canais genitais, que nas fêmeas são maiores e mais 
arredondadas (para facilitar a desova). Alguns criadores distinguem os machos 
pelas nadadeiras mais pontiagudas. Este método, porém, além de subjetivo, 
não é visível em alevinos e juvenis. 
2 - Tamanho Do Tanque 
Considerando (a) o tamanho médio dos ciclídeos africanos (Tangs: 6-10 cm; 
Mbunas: 12-15 cm; non-Mbuna: 20-30 cm); (b) que quase todas as espécies 
são territorialistas/agressivas; (c) que estes procriam com frequência (quando 
bem adaptados ao ambiente) e (d) que a decoração do aquário ocupa muito 
espaço, o volume mínimo adequado para a criação significativa de ciclídeos 
africanos seria de aproximadamente 200 litros (100x50x40 cm). Entretanto, 
para observar o comportamento singular e a procriação destes peixes de 
maneira adequada e satisfatória, o aquário ideal deveria ter mais de 350 litros 
(150x50x50 cm). Em tanques menores poderiam co-habitar espécies menores 
("mbunas dwarf rock-dwellers", Tangs "shell-dwellers" e Victorian Haps), mas 
mesmo assim em número reduzido. Em todos os casos a proporção ideal é de 
cerca de 15-20 litros/peixe. Deve-se dar preferência a aquários mais largos do 
que altos, em função da decoração: 10 cm a mais num aquário rochoso fazem 
uma diferença significativa. Ex.: um aqua de 200 L com medidas 100x50x40 
(CxLxH) será mais bem melhor aproveitado do que um de 100x40x50. 
3 - Parâmetros Da Água 
3.1 - Temperatura 
Temperatura entre 24-29°C. O ideal seria mantermos a temperatura entre 26-
27°C pois: (a) temperaturas mais altas aceleram o metabolismo e 
consequentemente o apetite, aumentando a agressividade; (b) quanto mais alta 
a temperatura menor a taxa de oxigênio dissolvido na água. Em duas situações 
seria interessante aumentar a temperatura até o ponto (29-30°C): (a) para 
promover a desova/procriação e (b) aumentar o apetite e consequentemente o 
crescimento dos peixes (principalmente dos alevinos). 
3.2 - Amônia/Nitratos/Nitritos 
Todos os peixes em geral são sensíveis à amônia, mas esta é potencialmente 
mais tóxica para os ciclídeos. A amônia em um pH alcalino é muito mais tóxica 
do que num pH neutro (vide aquas marinhos). Daí a importância: (a) da 
ciclagem; (b) de uma boa filtragem biológica/mecânica/química; (c) das trocas 
parciais de água mais frequentes e (d) do controle populacional. 
3.3 - O2 x CO2 
Os ciclídeos africanos necessitam da água com alto grau de oxigênio dissolvido 
e baixo grau de CO2. A ausência de plantas dificulta a manutenção deste 
parâmetro. Se criarmos uma forte movimentação na superfície da água, 
aumentaremos as trocas gasosas (dissolução de O2 e evaporação de CO2), 
então, teremos uma concentração maior de O2 e menor de CO2 (vide aquas 
marinhos). Quanto maior a movimentação/corrente da superfície menor a 
quantidade de CO2 e consequentemente maior o pH (basta verificar isto em 
uma tabela conjugada pHxKHxCO2). 
3.4 - pH 
Ciclídeos africanos, ao contrário dos americanos, necessitam de água 
extremamente alcalina. As faixas típicas para os três lagos são: 
Victoria: 7.2-8.6 Malawi: 7.4-8.6 Tanganyika: 7.8-9.0 
Estes são valores aproximados, e claro, vão variar naturalmente em diferentes 
épocas do ano nestes lagos (em função da salinidade, da temperatura etc). É 
recomendado manter o aquário com pH estável entre 8.2-8.4, que seria uma 
faixa média, apropriada para os peixes dos três lagos. Como vimos no ítem 
anterior, a forte movimentação da água ajuda a aumentar o pH, porém outros 
fatores conjugados também interferem diretamente no pH. É o que veremos 
nos próximos dois itens. 
3.5 - KH / NaHCO3 
A dureza carbonatada (KH) refere-se ao grau de dissolução de carbonatos e 
bicarbonatos na água. Quanto maior o grau, mais dura é a água. O KH é o 
responsável pelo tamponamento, que é a capacidade de manter o pH estável. 
A água dos Rift Lakes contém muito carbonato dissolvido, deixando o KH entre 
8-10 (moderadamente dura). Adicionando (nas trocas parciais) Bicarbonato de 
Sódio (NaHCO3) na proporção aproximada de uma colher-medida cheia para 
150 litros de água nova, tamponaremos o pH em aproximadamente 8.1-8.5, 
dependendo do pH inicial e do movimento de superfície da água. 
3.6 - GH / CaCO3 
A dureza geral (GH) refere-se à concentração geral/total, principalmente de 
magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação entre GH e pH é muito 
pequena, mas é importante para algumas espécies de plantas e peixes. Nos 
Rift Lakes, a água contém alta concentração de magnésio, deixando o GH 
entre 10 e 12. Para elevar o GH (e consequentemente o KH), adicione 
carbonato de cálcio (CaCO3). Sulfato de magnésio pode ser usado para 
endurecer a água no lugar docálcio, entretanto, utilizando substratos calcários 
(halimeda, aragonita, dolomita) o GH/KH ficará estável, sem a necessidade de 
adicionar estes produtos. 
3.7 - Salinidade 
A água dos Rift Lakes possui alto grau de sais dissolvidos, mas não do sal 
comum NaCl, portanto é um erro comum achar que a água dos ciclídeos 
africanos é salobra. Para suprir a água do tanque de potássio e elementos 
traços, utilize 1 colher de sal próprio para ciclídeos africanos (não iodado). Não 
é recomendável a adição de NaCl, salvo sob condições particulares (controle 
de bactérias, etc.) 
4 - Filtragem 
Ciclídeos africanos comem muito, produzindo muitos dejetos que acumulam-se 
rapidamente no aquário. Como não há plantas no tanque, toda a sujeira deve 
ser removida pela filtragem. Então, quanto mais forte for esta, melhor. Sugere-
se um filtro externo com circulação de pelo menos 6 vezes por hora o volume 
do aquário, acrescido de bombas submersas acopladas a esponjas que (a) 
aumentam a filtragem biológica e (b) aumentam a corrente interna, mantendo 
os dejetos mais tempo em suspensão, sendo recolhidos pelo filtro externo. 
Quando houver "superpopulação" (descrito adiante), devemos ter também uma 
"superfiltragem" de pelo menos 8x volume/hora. 
4.1 - Trocas Parcias 
Devido (a) ao fato da amônia/nitratos serem muito mais tóxicos em água 
alcalina; (b) à ausência de plantas e (c) à superpopulação, a qualidade da água 
em tanques de ciclídeos africanos deteriora rapidamente. Trocas frequentes 
tornam-se imprescindíveis, fazendo om que os peixes permaneçam saudáveis 
e tenham suas cores realçadas. Pelo menos 20-30% semanais atendem a esta 
necessidade. A água de torneira, comumente utilizada nas trocas, contém 
cloro/cloraminas. É necessário adicionar um condicionador (tipo "AquaSafe") 
para eliminá-los junto com os demais metais pesados. 
5 - Decoração 
5.1 - Iluminação 
Por não haver plantas, a iluminação não necessita ser forte. 0,5 W/L de 
iluminação fluorescente normal é o suficiente (incluindo, neste valor, uma 
lâmpada azul actínica, para realçar a coloração dos peixes). 
5.2 - Substrato 
O cascalho correto em um aquário de ciclídeos africanos é de vital importância 
para um bom desenvolvimento do aquário. É ele que tampona o pH num "reef 
doce". Logo abaixo são citados alguns tipos de cascalho indicado para 
ciclídeos africanos: 
African cichlid mix - cascalho importado dos EUA, de excelente qualidade, 
promove um aumento de biologia pela estrutura porosa, e mantém um pH alto 
recomendado. Na cor cinza/branco/grafite, é altamente recomendado. Preço 
aproximado:5,00/kg. 
Halimeda - cascalho normalmente usado em aquário de corais, possui todos os 
elementos bioquímicos recomendados para este aquário. Possui a vantagem 
de ser nacional e ter um custo mais reduzido. Consegue manter uma dureza 
alta e um pH excelente. 
Preço aproximado: R$2,30/kg. 
Caribean Sea Aragonita - cascalho importado dos EUA, normalmente usado 
nos grandes aquários de ciclídeos africanos, pela sua excelência bioquímica e 
pela sua bela cor branca que realça as cores dos peixes. É pesado com 
granulagem média-fina, mantém o pH alto e dureza correta. Preço aproximado: 
R$5,00/kg. 
Dolimita - cascalho mais comum, possui características alcalinizantes e preço 
baixo, mas não é recomendável. Desvantagem: perde com o tempo a sua força 
alcalinizante e altera pouco a dureza da água por não ser de material 
exclusivamente calcáreo. Preço aproximado: R$0,70/kg. 
Cascalho de conchas - muito comum no passado para aquários marinhos, é 
recomendável para ciclídeos mas não se dissolve bem com o tempo, perdendo 
o poder de tamponamento que os três primeiros possuem. 
5.3 – Pedras 
O aquário de ciclídeos africanos deve ser decorado com areia e rochas, em 
quantidade apropriada para simular o ambiente natural dos Rift Lakes habitado 
pela maioria das espécies escolhidas para o aquário. As tocas servem de 
abrigo e como "ninho" para reprodução. As tocas serão ocupadas e se tornarão 
territórios defendidos agressivamente (principalmente durante a desova). As 
rochas, cobertas de algas, servem de fonte de alimento para os herbívoros. A 
movimentação forte da água evita que depósitos de sujeira acumulem-se entre 
as rochas. A agressividade está ligada à quantidade de tocas, uma vez que 
quanto menos tocas, mais disputa por elas. 
5.4 - Plantas 
Normalmente não são usadas em aquários de ciclídeos africanos. A maioria 
deles são parcialmente ou totalmente herbívoros, tendendo a comer quase 
todas as espécies de plantas. Além disso, o pH muito alto, com baixa 
quantidade de CO2 dissolvido, não favorece o crescimento da maioria das 
plantas. 
6 - Alimentação 
Os mbunas são basicamente herbívoros, enquanto os non-mbunas são 
onívoros, assim como a maioria dos Victorian Haps e Tangs (uma importante 
excessão são os Tropheus que são herbívoros quase que exclusivamente, 
qualquer dose maior de proteína animal é suficiente para adoecê-los). 
Entretanto, todos os ciclídeos africanos tenderão a comer qualquer alimento 
oferecido. O problema é que uma dieta errada poderá causar uma doença fatal 
nos ciclídeos africanos chamada "Malawi Bloat" (mais a seguir). O ideal é 
alimentá-los 2-3 vezes/dia, o suficiente para o consumo em até 2 minutos, 
deixando-os em jejum 1 dia na semana. Uma alimentação 90% herbívora e 
10% animal (artêmias) é a combinação ideal. A alimentação está ligada à 
agressividade, como veremos a seguir. 
7 – Agressividade 
Quase todas as espécies são territoriais e intolerantes com (pelo menos) sua 
própria espécie. Em algumas espécies mesmo as fêmeas mostram 
comportamento territorial (M. chipokee e M. auratus, Ps. lombardoi...). Às vezes 
a agressão do macho é diretamente contra algum peixe de coloração 
semelhante (especialmente entre Aulonocaras). Alguns Neolamprologus do 
complexo brichardi são mais tolerantes entre si e podem inclusive formar 
colônias hierárquicas baseadas no corporativismo, se o aquário tiver espaço 
suficiente para comportá-los. 
7.1 - Hierarquia Social 
Ciclídeos africanos, mesmo fora dos limites de um tanque, formam uma 
hierarquia social, que funciona tanto inter quanto intra espécies. Assim, um 
macho é o peixe hiperdominante do tanque, tendo o comportamento mais 
agressivo, perseguindo todos (principalmente os machos) que se aproximarem, 
não somente no período da desova. Entre as espécies haverá um macho 
dominante, que não tolerará nenhum outro macho de sua espécie no tanque. O 
dominante acabará matando o(s) outro(s). Mesmo em aquário maiores (400-
500 L) algumas espécies mais agressivas (M. chipokee e M. auratus) não 
aceitaraão a presença de outro macho de sua espécie no tanque. O ideal é 
mantermos um "harem" de 2-3 fêmeas para cada macho. A hierarquia é melhor 
observada quando não há atividade de desova no tanque. Quando está 
desovando, tanto o macho quanto a fêmea tornam-se mais agressivos, 
podendo "quebrar" a hierarquia. 
7.2 - Controle 
A agressividade dos ciclídeos está ligada basicamente a dois fatores: sexo e 
comida. Para tentar controlar a agressividade, devemos (a) manter o número 
de machos bem menor que o de fêmeas, criando "haréns"; (b) montar as 
rochas formando muitas tocas (2-3/macho), para diminuir a disputa; (c) baixar a 
temperatura (25-26°C), para não aumentar o metabolismo; (d) alimentação 2-3 
vezes ao dia (consumo até 2 minutos). Além dessas medidas, há uma teoria de 
"superpopulação" do tanque, que dispersaria a atenção dos machos 
dominantes, não fixando em uma só vítima. Caso o aquarista opte por 
superpopular o aquário, deve, então superfiltrar a água. A adição de alguns 
peixes rápidosde superfície (dânios, paulistinhas) também ajuda a dispersar a 
agressividade. 
7.3 - (Re)Introdução de (Novos) Peixes 
Ao introduzirmos os peixes no tanque recém montado, devemos evitar colocar 
os mais agressivos primeiro. O "ranking" de agressividade entre os Mbunas 
tem no "pódium" M. auratus, M.chipokee, Ps. lombardoi "Kennyi", seguidos 
pelos outros Pseudo- e Labidotropheus. Os Labidochromis e Aulonocaras são 
espécies menos agressivas (para os padrões dos ciclídeos africanos!). Ao 
reintroduzirmos um peixe no aqua, devemos atentar ao fato de que este voltará 
à base da "pirâmide social". Para evitarmos algum incidente, devemos 
reintroduzí-los durante a alimentação, podendo apagar as luzes, para que o 
novo habitante possa encontrar algum abrigo. Um novo habitante será 
perseguido/caçado durante as primeiras semanas e não revidará, checando a 
hierarquia social do grupo. Quando estiver adaptado, começará a desafiar os 
que se encontram na base da pirâmide. 
8 - Reprodução 
Sendo todos ovíparos, as fêmeas dos ciclídeos africanos desovam na água, 
sendo em seguida fecundados pelo macho no próprio substrato. 
8.1 - Desova (Spawning) 
Se a água, a comida e a filtragem estiverem dentros dos parâmetros ideais, os 
ciclídeos africanos desovarão com frequência. Os Mbunas começam a desovar 
a partir dos 7 meses de vida. Algumas espécies chegam a desovar 
mensalmente. O macho prepara a toca e corteja a fêmea. Neste período 
tendem a ficar mais agressivos. 
8.2 - Incubação Bocal (Mouthbrood) 
Em algumas espécies (Mbunas, por exemplo), as fêmeas carregarão os ovos 
fertilizados em sua boca e os incubarão. As larvas chocarão após 14-21 dias. 
Quando estes chocarem (10-30 larvas), ainda permanecerão durante 18-25 
dias (dependendo da espécie e da temperatura). Quando os alevinos 
alcançarem cerca de 1 cm, estarão aptos a alimentar-se e a nadar livremente. 
Quando as fêmeas carregam ovos, recusam-se a comer (característica que 
pode ser confundida com a doença hidropsia); sua boca parece cheia, fazendo 
movimentos de mastigação frequentemente. 
8.3 - Stripping Fry 
É a técnica de retirar manualmente os alevinos da boca da mãe. 
8.4 - Crescimento dos Alevinos 
Para um crescimento saudável e eficaz, as trocas parciais deverão ser mais 
frequentes e a quantidade de proteína animal (artêmias) deve ser maior (70% 
vegetal, 30% artêmias). A temperatura deve ficar entre 28-29°C para aumentar 
o metabolismo e o apetite. 
8.5 – Hibridismo 
Espécies diferentes de um mesmo gênero (especialmente entre Aulonocaras e 
Pseudotropheus), poderão procriar (principalmente, quando não houver um 
número satisfatório de fêmeas de sua espécie disponíveis), produzindo crias 
híbridas que costumam ser estéreis, fracas, sem coloração intensa, e muitas 
vezes com deformações. O macho hiperdominante, principalmente, também 
tentará procriar com fêmeas de outras espécies no mesmo gênero. 
9 - Doenças 
Além das doenças "convencionais", a que todos os peixes estão sujeitos, os 
ciclídeos estão sujeitos a uma fatal, chamada "Malawi Bloat" (semelhante à 
hidropsia). Apesar do nome, ela pode atacar os peixes dos três lagos. 
9.1 - Sintomas 
O primeiro sintoma é a perda do apetite. Os ciclídeos africanos são sempre 
vorazes ao se alimentarem. Somente a fêmea, quando está carregando ovos, é 
que perde o apetite. Os sintomas secundários incluem inchaço anormal do 
abdome, respiração ofegante, fezes brancas, ficar parado no fundo do tanque 
ou ofegando na superfície. Marcas vermelhas em volta do ânus ou ulcerações 
na pele podem aparecer. Neste ponto já é tarde para recuperar o peixe, pois a 
extensão dos danos já atingiu o fígado, os rins e/ou a bexiga natatória. A morte 
normalmente acontece em 24-72 horas (em alguns casos em até 1 semana). 
9.2 – Causas 
As principais causas do Malawi Bloat são: (a) dieta errada, que irá irritar o 
sistema digestivo/excretor dos peixes (evitar tubifex, blood worms, larvas e 
artêmias em excesso, e mesmo flocos e pellets contendo este. Os Mbunas são 
basicamente herbívoros. Mesmo os non-Mbunas devem ter a alimentação 
animal restrita. (b) longa exposição à água de baixa qualidade: parâmetros 
incorretos, falta de trocas de água e superalimentação. (c) Excesso de sal 
(NaCl): na tentativa de simularmos o ambiente ideal, frequentemente, 
exageramos na quantidade de sal, sobrecarregando os orgãos internos dos 
animais. 
9.3 – Tratamento 
Só há tratamento no estágio inicial da doença. Quando percebermos que o 
peixe perdeu o apetite, devemos removê-lo e iniciar o tratamento 
imediatamente. Uma solução de Metronidazole (Emtryl), ou um Bactericida 
para aquas, em conjunto com uma aeração forte, temperatura entre 29-30°C, e 
trocas diárias de 30%, poderão salvar o peixe. O tratamento deve seguir até o 
peixe voltar a ter seu apetite normal. 
 
 
 
10. Indice de peixes 
1° Grande grupo - MBUNA (rock fish) 
CYNOTILAPIA MBAMBA 
 
 
 
Macho 
 
 
Fêmea 
 
 
Cynotilapia afra "Mbweca" 
 
Gephyrochromis acei 
 
 
LABIDOCHROMIS CAERULEUS 
 
 
Labidochromis hongi 
 
 
 
Labidochromis mpanga 
 
Labidochromis sp. "perlmutt" 
 
MELANOCHROMIS AURATUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELANOCHROMIS CHIPOKAE 
 
 
 
Machos 
 
 
Fêmeas 
 
 
 
 
 
 
 
MELANOCHROMIS JOHANNI 
 
Femea 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELANOCHROMIS CYANEORHABDOS (MAINGANO) 
 
 
Melanochromis exasperatus 
 
Melanochromis labrosus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Melanochromis lateristigma 
 
 
Melanochromis lepidiadaptes 
 
Maylandia estherae 
 
Maylandia estherae 
 
Maylandia frainzberi 
 
Maylandia greshakei 
 
Maylandia livingstoni 
 
Maylandia LOMBARDOI 
 
 
 
 
 
Maylandia (Maylandia) zebra 
 
 
Maylandia zebra "Long Pelvic" Galeraya 
 
 
 
 
 
 
 
Maylandia zebra "Makonde" 
 
Petrotilapia sp Blue Chirwa 
 
 
Pseudotropheus acei 
 
 
 
Pseudotropheus crabro 
 
 
 
 
 
 
Pseudotropheus 
demasoni 
 
 
 
Pseudotropheus elongatus 
 
 
 
 
 
 
 
Pseudotropheus elongatus "Usisya" 
 
 
Francesco Zezza 3 
 
 
 
 
 
Pseudotropheus msobo "Magunga" 
 
 
Pseudotropheus sp. polit "Lion's cove" 
 
Pseudotropeus saulosi 
 
Macho esquera (azul) , femea direita (amarelo) 
Pseudotropheus socolofi 
 
 
 
 
 
Pseudotropheus tropheops "Black bar" 
 
Pseudotropheus zebra sp. "cobalt blue" 
 
 
 
 
Pseudotropheus zebra "OB" morph

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