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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM¹ Rubens José de Borba ARAGUAÍNA - TO DEZEMBRO – 2011 1 - Relatório analítico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Coordenação Pedagógica, sob a orientação da professora Maria Alves Ferreira de Freitas. 3 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS Rubens José de Borba 1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ARAGUAÍNA – TO DEZEMBRO – 2011 1 Graduado em História pela Faculdade de Ciências e Letras de Araguaína (FACILA); Professor na área de Humanas, concursado e efetivado na Educação no Estado de Tocantins desde 01/03/1993. Já trabalhei como Professor, como Coordenador de apoio, Coordenador Pedagógico e agora em 2011 estou na Função de Coordenador de Apoio Financeiro; trabalho no Colégio Estadual Rui Barbosa em Araguaína desde 1994. 4 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Rubens José de Borba Resumo: A presente pesquisa-ação focaliza a importância do ato de planejar em todas as ações humanas e especificamente na prática docente. A mesma tem como objetivo levar os leitores a pensarem sobre planejamento de ensino, sua importância no processo ensino- aprendizagem. A mesma é fruto do desenvolvimento de um projeto de intervenção, no qual foi feito primeiramente um estudo bibliográfico para que se pudesse fundamentar o desenvolvimento do mesmo. Foram levantados os problemas e possíveis soluções para os questionamentos feitos pela equipe de trabalho. Logo em seguida, foi realizado o projeto de intervenção na Escola Rui Barbosa com o intuito de observar como as professoras do ensino fundamental concebem, estruturam e executam o planejamento. A partir dos problemas, detectados foi realizada uma formação por meio de oficinas, as quais puderam contribuir significativamente para a mudança da prática dos docentes em relação à estruturação e a execução do planejamento. Palavras-chave: Planejamento. Processo de ensino-aprendizagem. 5 1. INTRODUÇÃO O presente relatório analítico apresentado é resultado da pesquisa-ação sobre a importância do planejamento na prática docente e teve como finalidade, desenvolver no corpo docente do 1º ao 5º ano, melhores condições quanto à aplicação do planejamento no dia a dia em salas de aulas do Colégio Estadual Rui Barbosa, em Araguaína, Tocantins. O Colégio Estadual Rui Barbosa, foi fundado em 1965; inicialmente oferecia apenas o ensino fundamental de 1º ao 5º ano; em 2002 foi criado o ensino médio através da Lei Seduc, nº 2210 de 16 de maio de 2002; atualmente, oferece as modalidades de ensino fundamental de 1ª e 2ª fase e ensino médio, possui hoje 757 alunos matriculados nos três turnos; conta com 43 servidores; sendo 23 Professores e 20 administrativos, situa-se, à Rua Tomaz Batista nº 105- Bairro JK, Araguaína – Tocantins. É um Bairro distante do centro da cidade e recebe alunos de vários bairros vizinhos. A população estudantil apresenta baixo poder aquisitivo e por isso muitos alunos evadem à procura de emprego em outras localidades. Somente agora com as campanhas educativas feitas pela escola e até mesmo pela televisão, é que começa refletir na consciência dos pais e da sociedade que devem participar mais no acompanhamento dos filhos, pois estatisticamente, já está provado que os filhos que apresentam melhor rendimento são os que os pais dão melhor assistência. Por essas e outras razões é que se fez necessário a elaboração do nosso Plano Político Pedagógico, o PPP, pois nele encontram-se várias sugestões a serem trabalhadas, escola e comunidade, no sentido de juntas encontrarem soluções para os problemas mencionados. A pesquisa-ação centrou olhares em noções básicas que possibilitam o entendimento do planejamento em todos os seus aspectos, para que estes consigam visualizá-lo como instrumento que permita o norteamento de suas ações na área pedagógica, proporcionando assim aulas mais criativas e dinâmicas, promovendo um ensino aprendizagem de melhor qualidade. 1. 1 - Definição do tema 6 Para tanto se fez necessário o desenvolvimento de um projeto de intervenção com o objetivo de apresentar algumas contribuições didáticas e metodológicas para a atuação do professor de primeira fase, no que se refere à estruturação do planejamento e execução do mesmo. Desta maneira este trabalho buscou analisar questões que não se restringem aos aspectos teóricos do planejamento, levando em consideração os pontos positivos sobre uma prática bem estruturada, atividades no processo escolar das crianças, e ainda pretende situar- se num contexto que abrange as questões do planejamento referentes à primeira fase do Colégio Estadual Rui Barbosa. O planejamento implica em uma mudança significativa nos processos de ensino e aprendizagem, que permite alterar o modelo tradicional de ensino. O trabalho do professor, quando bem planejado e orientado, auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, reflexão, organização, entre outras, que estão estritamente ligadas ao desenvolvimento intelectual da criança. A educação escolar tem como objetivo fundamental promover, de forma intencional, o desenvolvimento de certas capacidades e a apropriação de determinados conteúdos, necessários para que as crianças possam crescer e se tornarem membros ativos em seu âmbito sociocultural de referência. Para atingir o objetivo indicado, a escola em conjunto com os professores, coordenadores, devem conseguir o difícil equilíbrio de oferecer uma resposta educativa tanto compreensiva quanto diversificada, proporcionando um conhecimento comum a todas as crianças, que contemple um bom planejamento e, ao mesmo tempo, que respeite suas características intelectuais e suas necessidades individuais. As acepções do planejamento são discutidas amplamente em nossos dias, onde abrange uma gama de idéias. Por si só, não constitui a fórmula mágica que soluciona ou muda a problemática a ser resolvida. Exige uma busca cada vez maior de estudos que favoreçam o estabelecimento de diretrizes realistas. Nunca se deve pensar num planejamento pronto, imutável e definitivo. Deve-se antes acreditar que ele representa uma primeira aproximação de medidas adequadas a uma determinada realidade, tornando-se, através de sucessivos replanejamentos, cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade. Estas medidas favorecem a passagem gradativa de uma situação existente para uma situação desejada. 7 Conforme foi observado no âmbito da escola pesquisada, o problema motivador para a elaboração desde projeto foi na verdade, as dificuldades que as professoras tinham em relação ao planejamento, como estruturá-lo e ainda como executá-lo de forma eficiente e eficaz. Observou se ainda que, algumas professoras planejam, todas são experientes na sala de aula, mas às vezes, no momento de colocar esse planejamento em prática surgiam algumas dificuldades para executá-lo; o uso das tecnologias como ferramenta para dinamizar osplanejamentos eram pouco ou quase nunca utilizadas, e após o inicio do projeto e as oficinas realizadas, elas passaram a se utilizarem mais dessas ferramentas, apresentando bons resultados. Por isso, o trabalho desenvolvido na Escola Rui Barbosa, foi de suma importância, pois o mesmo causou impactos positivos e resultados satisfatórios a partir de uma mudança do modo de trabalho por parte dos professores. A partir desses impactos, pode-se perceber que a instituição escolar apresentada neste projeto pôde ter seu planejamento melhorado, pois a equipe escolar começou a ter outra visão sobre a essência do planejamento e o que de bom ele pode proporcionar na prática de sala de aula. Diante das percepções que se teve, acredita-se que, a realização do projeto de intervenção foi de suma importância para o aprimoramento da prática do planejamento no processo ensino aprendizagem. 2. DESENVOLVIMENTO O projeto de intervenção foi idealizado e aplicado junto ao corpo docente do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, com a parceria da equipe gestora, nas dependências do Colégio Estadual Rui Barbosa localizado em Araguaína – TO. Com o intuito de alcançarmos os objetivos propostos, realizamos as ações de cunho pedagógico, as quais foram atreladas ao tema proposto e articuladas ao Projeto Pedagógico da Unidade Escolar. Dentre as ações realizadas podemos destacar: Entrevista os professores para conhecer suas opiniões sobre o planejamento e suas dificuldades em fazê-lo e aplicá-lo. Aplicação de questionários sobre o Planejamento e sua importância na prática pedagógica. Estudos de textos sobre Planejamento e sua importância, realização de discussões sobre os textos estudados. 8 Diagnóstico das dificuldades dos docentes quanto ao ato de planejar e aplicar o mesmo em suas aulas. Realização de oficinas de estudos e práticas sobre planejamento. Capacitação dos professores com ajuda de parceiros quanto à utilização das tecnologias na elaboração e prática do planejamento. Registro fotográfico das oficinas realizadas. Realização de estudos bibliográficos sobre planejamento e sua importância com discussão sobre os textos estudados. 2. 1 - Perfil das professoras envolvidas na pesquisa. A primeira iniciativa que tomamos em relação à nossa pesquisa, através do nosso Projeto de Intervenção, foi realizar uma pesquisa com as professoras da 1ª fase do Ensino Fundamental. Esta pesquisa se deu com entrevistas com toda a equipe docente, onde foram feitos questionamentos relacionadas ao Planejamento para sabermos suas opiniões e dificuldades no ato de Planejar. Dentre as seis professoras, no início quatro (4) delas, disseram que tinham algumas dificuldades no Planejamento, principalmente nos itens de habilidades e competências, duas (2) disseram que tinham dificuldades apenas em organizar o Planejamento no papel, mas na sala de aula não tinham dificuldades. O universo pesquisado foi composto por seis (6) professoras do 1º ao 5º ano, cujos perfis podemos descrever assim: Professora H, 46 anos, trabalha com o 1º ano, casada, mora bem próximo à escola, atua a 17 anos na função foi aluna aqui no Colégio Rui Barbosa, seus filhos também são alunos da escola, iniciou a carreira ainda com o nível médio, depois concluiu o Curso Normal Superior; é uma boa professora, tem responsabilidade com seu trabalho; é uma professora que possui um perfil tradicional; aceita algumas mudanças, está começando a utilizar as tecnologias para melhorar a qualidade de seus planejamentos e consequentemente suas aulas, mas às vezes têm algumas resistências. Professora M. F, 50 anos, trabalha com o 4º ano, casada, mora em frente à escola, atua a 17 anos na função foi aluna no Colégio Rui Barbosa, seus filhos também foram alunos da escola. Iniciou a carreira ainda com nível médio, depois concluiu o Curso Normal Superior; é 9 uma professora que tem um bom domínio de sua sala, tem firmeza em suas decisões, é também tradicionalista. Está mais aberta às mudanças e inovações, principalmente tecnológicas. Já utilizava as novas tecnologias para a melhoria da qualidade de seu trabalho; com a aplicação das oficinas e estudos a mesma passou a utilizar-se das tecnologias disponíveis para melhorar seus planejamentos de aulas e também dinamizar suas aulas. Professora S. M, 34 anos, trabalha com o 3º ano; casada, reside em um bairro próximo à escola, está a 04 anos na função de educadora; também foi aluna em nossa escola, seus filhos estudaram aqui também, onde concluiu o ensino médio; cursou Pedagogia e se pós- graduou em Educação Especial; é efetiva e leciona no 3º ano. É uma professora que domina bem a sua sala, é muito aplicada; é uma professora mais voltada para o lado progressista; aceita as orientações e sugestões para desenvolver melhor o seu trabalho no dia-a-dia na escola. Ela já se utilizava das tecnologias e inovações; mas após as oficinas realizadas na escola, passou a utilizá-las de uma maneira mais prática e efetiva como ferramenta de aprendizagem em sua prática de sala de aula. Professora D, 43 anos, trabalha com o 2º ano, casada, tem uma filha; reside ao lado da escola; está a 17 anos na função de educadora; como as professoras descritas acima; também foi aluna da escola Rui Barbosa e sua filha também estuda nesta instituição. Inicialmente possuía também só o ensino médio e após alguns anos cursou o Normal Superior e agora desempenha a função de educadora na escola, no Ensino Fundamental. É uma professora que adota uma postura tradicional, porém, ultimamente está se tornando uma pessoa mais maleável e aberta às sugestões e mudanças na sua maneira de lecionar. A mesma, já se utiliza também das tecnologias como ferramenta para auxiliar o seu trabalho. É possível, notar essas mudanças que estão ocorrendo após a aplicação das oficinas realizadas com as professoras pesquisadas. Professora M. L; 47 anos; casada, trabalhava com o 5º ano; tem uma filha; reside distante da escola; trabalhou nesta até maio de 2011; trabalhava como contratada temporária e foi exonerada; sendo substituída pela Professora S. G. S, era uma boa professora; tem pulso forte; trabalha também em uma escola particular; ela também era uma professora tradicionalista e não gostava muito de mudanças; mas aceitava e ouvia as sugestões e orientações que poderiam melhorar seu trabalho em sala de aula. A sua substituta Professora S. G. S, tem 27 anos; solteira, com formação em Pedagogia pelo ITPAC, está a 06 meses na função; é uma boa professora, responsável, não é tradicionalista, utiliza-se dos meios tecnológicos para melhorar e dinamizar seu trabalho, tanto na sala quanto no planejamento de suas aulas; isso ocorreu após as oficinas que realizamos na escola com as professoras. 10 Professora A. R; 39 anos; casada, tem um filho que estuda na escola Rui Barbosa; ela não foi aluna desta escola; reside em um bairro próximo à escola; cursou também o Normal Superior e está trabalhando na equipe Rui Barbosa há 09 anos. Esta Professora atua mais como dinamizadora; é uma professora de concepção tradicional; não gosta muito de mudanças; mas é também uma boa professora; é um pouco avessa às mudanças e tem dificuldades em utilizar principalmente as novas tecnologias para auxiliar o seu trabalho no dia-a-dia. Ouve as sugestões e orientações, mas não é muito de colocar em prática. Após as oficinas que realizamos com as professoras, notamos que houve algumas mudanças na sua maneira de atuar. Vale ressaltar que o tema planejamento é de suma importância, por esta razão, outros professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio também participaram juntamente com os demaisdas oficinas que foram realizadas na escola. Após a realização das entrevistas, diagnosticaram-se os principais problemas que as professoras enfrentavam no dia a dia com relação ao Planejamento e aplicação do mesmo em suas aulas. Já de posse dos problemas diagnosticados, preparamos duas oficinas de estudos sobre Planejamento e práticas pedagógicas; realizamos também oficinas sobre o tema e as Tecnologias como aliadas ao Planejamento e sua prática. Durante as oficinas, foi aplicado também um questionário de auto-avaliação sobre as oficinas ministradas, e obteve-se uma boa avaliação por parte das professoras pesquisadas. Foram feitos também registros, ou seja, foram feitas fotos das oficinas realizadas e que não estão anexadas neste trabalho. De acordo com as discussões com as professoras, os planos são escritos para tornar mais eficiente e mais eficaz a ação das mesmas e, sobretudo, para dar consistência a um processo de planejamento, alcançando, como resultado adicional, ser educativo. Outro detalhe importante diz respeito às metodologias de elaboração de planos que são organizadoras de um processo de planejamento. Com muitas metodologias, mesmo que se queira ter um processo, fica-se num suceder de planos desligados entre si. Por isso, apresentam-se nesse trabalho algumas sugestões, conforme apresentado no referencial teórico, de como realizar planos salvando o que é mais fundamental, o processo ensino aprendizagem. Nesta tangente, após a realização das oficinas, leituras de textos e discussões sobre o Planejamento como uma importante ferramenta na melhoria da qualidade do ensino, notou-se que as professoras agora estão mais preparadas e mais seguras no ato de planejar e aplicar esses planejamentos em suas aulas. Assim sendo, este Projeto contribuiu bastante com o fazer 11 pedagógico das professoras, conforme anexo 1 (suprimido), apesar de todas as dificuldades enfrentadas por nós, principalmente com relação ao tempo que é muito corrido, conseguimos realizar todas as atividades a contento. A realização de oficinas pedagógicas privilegiando o planejamento é importante, pois, serve como suporte de tempo necessário à implantação de um processo de planejamento. O fundamento e resumo desde trabalho é colocar os professores como um grupo a decidir seus rumos, sob uma coordenação, num processo em que cada estágio que se alcance seja assumido como algo que mereça o esforço de todos, e ao mesmo tempo, seja considerado provisório, devendo por isso mesmo, ser ultrapassado por estágios superiores, conforme se pode perceber no anexo 2 (suprimido), onde o executor do projeto apresenta as melhorias que houve no planejamento depois do PI. Assim, o próprio devolver-se do processo é o melhor método para o crescimento contínuo do grupo como um todo e de cada um dos seus membros em particular. O formidável é frisar que o planejamento serve de fato, para o professor e para os alunos; é necessário que ele seja benéfico e ativo a quem se dedica objetivamente, por meio de uma ação consciente e responsável, pois se sabe que cada sala de aula tem sua realidade distinta, com dificuldades e dissoluções diferentes. Assim, compete ao professor, em consonância com toda a equipe escolar, adaptar o seu planejamento, para que garanta o bom desenvolvimento da sua execução. É importante apontar a participação do gestor da instituição, no desenvolvimento deste trabalho, que não mediu esforços para dar sua contribuição para a pesquisa, respondendo os questionários e oferecendo sua opinião e sua concepção sobre o planejamento. Na execução desta pesquisa, houve também a participação da equipe de docentes que compõe a primeira fase do Colégio Estadual Rui Barbosa, totalizando 6 (seis) professoras e ainda a participação efetiva da Coordenadora Pedagógica. Toda a equipe contribuiu para que este trabalho fosse desenvolvido de forma eficiente. A mesma participou da pesquisa e das discussões relativas ao planejamento, refletindo sobre os eixos norteadores que constroem seu papel como mediadores ou mesmo facilitadores no processo de ensino-aprendizagem. Com seu trabalho e experiências relacionadas ao planejamento e execução deste, foi de incondicional relevância para que este trabalho acontecesse, de fato. Foi possível verificar também que alguns docentes, em certos momentos, sentem-se pessimistas nas metodologias que norteiam o planejamento. Após realizarmos as ações aqui elencadas, espera-se que este trabalho possa de alguma maneira, contribuir para que o planejamento dos professores de primeira fase da escola seja 12 feito de forma cada vez mais especifica com vistas à observância dos objetivos a serem alcançados, as sugestões das propostas curriculares, para que seja adequado a cada turma, que possuem realidades distintas. Foi possível compreender a importância do planejamento e sua aplicabilidade, como instrumento norteador da prática pedagógica, para a melhoria da qualidade do ensino. A colaboração do grupo pesquisado foi de suma importância para que esse projeto fosse executado, sendo que, as professoras do 1º ao 5º ano que participaram do projeto foram: M. F., H., D., S. M., A. R. e M. L. (S. G. ). Assim como a equipe docente, a equipe gestora também participou. O gestor J. A. colaborou em todos os momentos que solicitamos, participou das oficinas, nos deu apoio. Os outros coordenadores também colaboraram: B., V.e principalmente a nossa Colega de curso M. E. que não mediram esforços para nos ajudar e também participaram das oficinas. A Orientadora Educacional R. C. também colaborou nas oficinas, tanto na sua elaboração, quanto na sua execução, fornecendo condições para o desenvolvimento e aplicação deste projeto de intervenção. Alicerçado nas linhas-mestres de ação da escola, isto é, no planejamento curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de ensino. Esta é a tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou configurada no nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e sistematizada que será empreendida pelo professor junto a seus alunos, e, busca de propósitos definidos. 2. 2 – Fundamentando a prática do planejamento O ato de planejar faz parte da história dos seres humanos, isto é uma preocupação da maioria das pessoas no seu cotidiano, pois estamos sempre enfrentando situações que necessitam serem planejadas, assim podemos dizer que a ação de planejar faz parte da vida e aquele que não planeja corre o risco de realizar as atividades de forma mecânica sem sentido definido, pois sabemos que dentro deste contexto do ensinar e aprender a falta desta prática implicará num trabalho realizado de forma alienada. Entendemos que, só através da compreensão clara do que é o ato de planejar, é que conseguiremos propor mudanças e inovações, as quais permitirão um caminhar mais consistentes na longa estrada que nos leva ao conhecimento, visto que, observamos durante o ano letivo, professores com muitas dúvidas ao planejar e assim sendo, este projeto visa trazer subsídios para os professores quanto às dificuldades ao planejar. 13 Dentro do planejamento de ensino, deve-se desenvolver um processo de decisão sobre a atuação concreta por parte dos professores, na sua ação pedagógica, envolvendo ações e situações do cotidiano que acontecem através de interações entre alunos e professores, onde na concepção de Turra: O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem ele deve estimular a participação do aluno,a fim de que possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto suas possibilidades. O planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios para alcançá-los. A responsabilidade do mestre é imensa, grande parte da eficácia de seu ensino depende da organização, coerência e flexibilidade de seu planejamento 2 ·. O educador ao elaborar um plano de ensino ou mesmo de uma aula, deverá refletir sobre o público alvo a que está direcionando seu trabalho e rechear de intenções e objetivos, utilizando-se de estratégias dinâmicas em que desperte o interesse da turma e que venha ao encontro do atendimento de forma singular às necessidades destes educandos, pois este é o nosso ideal quanto ao propósito deste projeto: transformar pensamentos por meio da reflexão e da ação, para que possamos juntos criar condições pertinentes para que cada educador construa suas estratégias próprias, a partir do referencial curricular de habilidades e de outros recursos didáticos que estão à disposição do professor no seu campo de trabalho. Um bom planejamento solicita ações em três esferas: a rede é responsável por dar as diretrizes gerais para o trabalho; o coordenador pedagógico deve organizar o planejamento da escola; e cada professor precisa definir suas atividades de sala de aula. De acordo com Padilha, pode-se observar que: Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação 3 ·. Nos últimos anos, o ensino tem passado por grandes transformações deixando a visão de um ensino tecnicista passando a ter uma visão construtivista, isto se explica que o professor antes se preocupava somente em ensinar e não levava em conta o aprendizado, enquanto nos dias de hoje o professor planeja visando não só ensino, mas o aprendizado, 2 TURRA et al. 1995, p.18-19 3 PADILHA 2001, p. 68. 14 numa perspectiva que leva em conta o conhecimento prévio do aluno partindo da necessidade, isto é da inquietação, do desequilíbrio tão falado na teoria de Piaget. O professor neste processo deverá agir como mediador do ensino-aprendizado priorizando a qualidade do ensino. Para Xavier: Essa forma de planejar considera a processualidade da aprendizagem cujo avanço no processo se dá a partir de desafios problematizações. Para tanto é necessário, além de considerar conhecimento prévio, compreender o seu pensamento sobre as questões propostas em sala de aula 4 . O planejamento ajuda a alcançar a eficiência, isto é, elabora-se um processo de planejamento a fim de que seja bem feito aquilo que se faz dentro dos limites previstos para aquela execução. No planejamento é preciso que se tenha em vista a ação, isto é, a consciência de que a elaboração é apenas um dos aspectos do processo e que há necessidade da existência do aspecto execução e do aspecto avaliação. Assim, no planejamento, é imprescindível que se tenha em mente que é também tornar clara e precisa à ação, organizar o que faz sintonizar ideias, realidade e recursos para tornar mais eficiente à ação. Conforme Gandin 5 “um plano é bom, quando contém em si a força que o faz entrar em execução. Ele deve ser tal que seja mais fácil executá-lo do que deixá-lo na gaveta”. No planejamento, a elaboração é um fator importante, pois ajuda a verificar a que distância se está da realidade de cada tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir essa distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido. Ao agir em conformidade com o que foi proposto e revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados, permite que a ação do planejamento aconteça de forma eficiente de modo a contemplar a especificidade de cada turma. Ao estabelecer objetivos (ações práticas e realizar em determinado tempo) sem saber qual a finalidade é, no mínimo, perder tempo. Por isso, algo que é, de fato, condição (no planejamento entendido na pura técnica) é a parte mais importante num processo compreendido como algo vital. 4 XAVIER 2000, P.117. 5 GANDIN 2005, p. 25. 15 “Se o planejamento não leva à clareza em relação ao agir, é preferível evitar falar em planejamento: para não se enganar 6”. No entanto, com essa pesquisa encontramos suportes que nos auxiliaram e nos ajudaram a vencer os desafios que nos incomodava na trajetória do ensinar e aprender dentro desta instituição. Melhorando a qualidade da educação oferecida pela mesma, planejando e ensinando melhor e conseqüentemente aprendendo melhor. 3 – CONCLUSÃO A prática do planejamento, como instrumento de desenvolvimento do trabalho, docente certamente não é a solução de todos os problemas do processo ensino aprendizagem. Mas o que se pretendeu com este trabalho, foi ressaltar as possíveis contribuições dessa prática para a solução de muitos deles, sobretudo os originados – às vezes – pela não estruturação e execução do plano, ou sua prática efetiva. Estudiosos do planejamento de ensino consideram o mesmo como um esboço, uma situação futura a partir da situação atual e prevê o que, como, onde, quando e o porquê se quer realizar tal objetivo, a fim de garantir a objetividade, a funcionalidade, a continuidade, a produtividade e a eficácia das metodologias planejadas; tornando o processo ensino- aprendizagem produtivo, embora não seja uma garantia de aprendizagem. Uma afirmação que se pode considerar como conclusiva é sem dúvida que o planejamento de ensino eficaz, só funciona de fato se houver um comprometimento do professor, ou seja, a busca constante de querer o melhor para suas aulas. Um ponto importante para a definição deste trabalho direcionado às atividades planejadas para o ensino diz respeito às didáticas, que têm uma importância intrínseca como organizadora do processo de ensino aprendizagem. Os procedimentos didáticos, ligados no planejamento ganham em especificidade na medida da consideração de cada uma das necessidades apresentadas pelas crianças. Por meio deste trabalho, foi possível perceber que foi posto em prática de forma mais efetiva o planejamento em sala de aula, sendo entendida e incluída no pensamento 6 GANDIN 2005, p. 39. 16 educacional das professoras; tornando-se um instrumento pedagógico real, dentro dos seus processos de trabalho. A contribuição de um bom planejamento, possibilita pensar a subjetividade do educando, agregando à análise da aprendizagem, para além do olhar direcionado ao conhecimento, também o olhar direcionado ao saber. Com base nas referências teóricas abordadas no desenvolvimento deste estudo, pôde-se pensar na importância do trabalho desenvolvido em conjunto, onde as professoras desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas, proporcionando entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às mudanças, exercício de autodisciplina, responsabilidade e união em nível de decisões conjuntas. Depois de se fazer uma observação e logo após uma pesquisa, na unidade escolar Colégio Estadual Rui Barbosa, notou-se que havia uma carência no problema estrutural acerca do planejamento, algumas professoras do ensinofundamental do 1º ao 5º ano, tinham dificuldades em organizar e aplicar o planejamento em sala de aula; por esse motivo, o projeto aqui apresentado foi elaborado e pensado nos problemas detectados e as possíveis soluções para os mesmos, a fim de dar subsídios para os professores executarem melhor os seus planejamentos e consequentemente, terem aulas melhores e planejadas adequadamente. Uma vez preparados para discernirem o aspecto e a importância do planejamento, os educadores dentro da própria escola, dos próprios currículos e do próprio processo de aprendizagem em si, poderão promover um atendimento às crianças com dificuldades. Em outros termos, esse aspecto, uma vez contemplado na formação desses profissionais, ou seja, a ampliação da atenção do educador poderá significar a promoção do desenvolvimento das crianças. Cabe enfatizar que este trabalho, a partir destas conclusões, não suporta a pretensão de esgotar as possibilidades da relação do planejamento com a execução, porém reafirma que aqui as ações exercidas pelo professor, bem como as ações exercidas pelos alunos, são determinantes da relação ensino aprendizagem, como um processo interativo. Assim, reitera-se aqui que o objetivo do projeto foi alcançado, de forma que houve uma mudança de comportamento por parte da própria coordenação pedagógica que passou a acompanhar com mais afinco o desenvolvimento do planejamento da equipe docente, da mesma forma em que as professoras passaram também a executar de fato aquilo que estava sendo proposto no planejamento. 17 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 15ª Ed. São Paulo: Loyola, 2005. LUCKESI, Cipriano Carlos, Avaliação da Aprendizagem Escolar/Cipriano Carlos. LUZZATO, 1995. Planejamento de Ensino e Avaliação, 11. ed. Porto Alegre: Sagra-DC. PADILHA, M. I. C. S. Representações sociais: aspectos teórico-metodológicos. Passo Fundo (RS): Universidade de Passo Fundo, 2001. Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução Ensino Fundamental. Projeto Político Pedagógico – CERB/2010/2011. TOCANTINS. Referencial Curricular do Ensino Fundamental das Escolas Públicas do Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano. 1ª Edição. Secretaria do Estado da Educação e Cultura – TO. TURRA, C. M. G. et al. Planejamento de ensino e avaliação.4 ed. Porto Alegre: PUC- EMMA, 1995. TURRA, Clodia Maria Godoy; ENCONE, Délcia; ANDRÉ, Lenir Cancela. Planejamento de ensino e avaliação. 9ª Ed. Porto Alegre: 1975. XAVIER, M. L. M. ZEM, M. I H. D. Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Cadernos Educação Básica 5. Porto Alegre: Mediação. 2000. 18
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