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Resenha - Um toque de clássicos, capítulo 2, Émile Durkheim

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Alessandra da Costa Santos 
Turma 22 A do curso de Engenharia de Controle e Automação 
01 de fevereiro de 2018 
 
Resenha – Um toque de clássicos, capítulo 2, Émile Durkheim 
Émile Durkheim, sociólogo francês de descendência judia, considerado o 
fundador das ciências sociais, nasceu em 1858, na França, onde viveu até a sua morte, 
em 1917. O cientista social dedicou sua trajetória intelectual a elaborar uma ciência que 
possibilitasse o entendimento dos comportamentos coletivos, chamados por ele de 
fatos sociais e, seu principal objetivo era explicar como a sociedade pós Revolução 
Francesa e Revolução Industrial se mantinha coesa. Este texto tem como objetivo 
principal apresentar conceitos da sociologia sob a ótica do sociólogo Émile Durkheim, 
apontando exemplos da consolidação e das consequências destes conceitos na 
sociedade moderna. 
 Conforme apresentado anteriormente, Émile Durkheim foi um dos estudiosos 
que mais contribuiu para a consolidação da sociologia como ciência e, embora as suas 
referências fossem os fundamentos históricos das revoluções francesa e industrial, a 
preocupação em fazer da sociologia uma ciência objetiva se intensificou na idade 
moderna. 
Para Durkheim a sociologia é a ciência que estuda o comportamento social e o 
objeto alvo desse estudo é o fato social, definido por Durkheim como o conjunto dos 
modos de agir, pensar e sentir que a sociedade impõe sobre seus indivíduos. O fato 
social é coercitivo e induz os membros de uma sociedade a se comportar de forma 
considerada adequada ou ideal, sujeitando os indivíduos a penalidades ou exclusão do 
grupo social. 
Outro exemplo de fato social é o conjunto de regras morais que dão ao 
indivíduo a noção de responsabilidade coletiva. A moral é internalizada pelos 
indivíduos desde a infância, por processos educativos, a medida em que o indivíduo se 
desenvolve na sociedade. Dessa forma os fatos sociais se consolidam e tornam-se 
atitudes e pensamentos normalizados pelo grupo social, ou seja, determinada forma 
de conduta é considerada como ideal e, qualquer indivíduo que se exclua do código 
moral está sujeito ao julgamento e sentença da sociedade. 
Para Durkheim, o fato social é tratado como objeto de estudo, como coisa. Esse 
tratamento permite que o fato social seja observado com neutralidade e objetividade, 
uma vez que valores e sentimentos próprios podem distorcer a realidade do fato. 
O conceito de solidariedade social, elaborado por Durkheim é conceituado 
como os “laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo” é, portanto, 
utilizado como instrumento para estabelecer a coesão entre os membros que 
compõem os diversos grupos numa dada sociedade. Quanto maior a consciência 
coletiva, ou seja, semelhanças, maior será a coesão. 
 Nessa dimensão consideram-se as características que são comuns ao grupo e 
outras que são intrínsecas ao indivíduo. Utiliza-se da dinâmica da interdependência e 
da individualização. A solidariedade pode ser orgânica ou mecânica de acordo com o 
tipo de sociedade existente. A solidariedade mecânica acontece quando há uma 
ligação direta estabelecida entre o indivíduo e a sociedade, é o que há de comum 
entre um e outro. Esta é gradualmente substituída pela solidariedade orgânica, 
responsável por gerar o processo de individualização devido o processo de divisão do 
trabalho, que gera uma relação de interdependência entre os indivíduos. Para 
Durkheim, sociedades que aplicam sanções repressivas a seus indivíduos são unidas 
por laços de solidariedade mecânicos e sociedades que aplicam sanções restitutivas 
são unidas por laços orgânicos de solidariedade. As penalizações são também forma de 
coesão da sociedade, uma vez que tem o objetivo de influenciar pessoas honestas a 
manterem a boa conduta. Para Durkheim, não há força moral superior à força coletiva. 
Outro fato social apresentado por Durkheim é o suicídio. Para o sociólogo o 
suicídio é a consequência dos fatos sociais que agem sobre os indivíduos e destaca três 
tipos de suicídio: Suicídio Egoísta - é aquele em que o ego individual se afirma 
demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização desmesurada. As 
relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo 
não veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver; Suicídio Altruísta: é 
aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se livrar de uma vida 
insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-se com outra coisa que 
se situa fora de si mesmo, isto é, em um dos grupos a que o indivíduo pertence. Suicídio 
Anômico: é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há 
ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social 
não seja mantida. Este tipo de suicídio é comum a todas as classes sociais. 
Para Durkheim, os indivíduos imersos nas sociedades estão sujeitos a códigos 
morais, crenças e rituais religiosos e costumes característicos de cada sociedade e os 
novos indivíduos são educados para que mantenham vivas as “regras” da sociedade. 
Desde muito jovem já se é ensinado como se vestir, como falar, como se portar em 
diferentes ocasiões e, dessa forma os fatos sociais se consolidam. O conceito de fato 
social permanece vivo na sociedade moderna. É possível notar de forma clara como os 
indivíduos seguem, inconscientemente, um manual de boa conduta. Em sua 
normalidade, os indivíduos saem às ruas vestidos, se organizam em filas e tem uma 
convivência respeitosa e civilizada. Qualquer ato que se diferencie deste manual é 
tratado como desrespeito à sociedade e o indivíduo é levado a responder pelos seus por 
meio de penalizações. 
 A relação de interdependência entre os grupos sociais também é clara na 
sociedade moderna. É impossível desfazer o laço que une toda uma sociedade composta 
por indivíduos de diferentes crenças e classes sociais. Um indivíduo não é capaz de 
manter suas necessidades sem alimentação, energia elétrica, transporte, limpeza das 
vias públicas, lazer e etc. Para que cada necessidade de um indivíduo seja satisfeita é 
necessário o trabalho de ‘n’ outros indivíduos, envolvidos indiretamente. E dessa forma 
se mantem a sociedade, em todas as suas esferas. 
O estudo de Durkheim é fundamental para o entendimento da sociedade atual. 
Por meio deste estudo toma-se consciência de que você, indivíduo, parte de uma 
sociedade inteira é coagido aos fatos sociais, é dependente de indivíduos dos quais não 
tem sequer conhecimento e forma, junto com todos os indivíduos da sociedade uma 
força capaz de perpetuar a existência da sua sociedade. A sociedade só permanece 
integrada e em funcionamento devido às leis comuns que regem o comportamento 
geral de seus indivíduos. 
 
Referências: 
QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia G 
Monteiro. Um toque de classicos. Segunda edição revista e ampliada. Editora UFMG. 
Biografia de Émile Durkheim – Disponível em 
https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/ - Acesso em 25 de janeiro de 2018.

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