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LIVRO Introdução a Psicologia

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Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO À 
PSICOLOGIA
Professora Me. Maria Joana Casagrande Soares Correia
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; CORREIA, Maria Joana Casagrande Soares. 
 Introdução à Psicologia. Maria Joana Casagrande 
Soares Correia. 
 Reimpressão
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 175 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Psicologia. 2. Estudos. 3. Introdução. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0099-3
 CDD - 22 ed. 150
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdo
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Luciano Santana Pereira
Design Educacional
Paulo Victor Souza e Silva
Iconografia
Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho
Arte Capa
André Morais de Freitas
Editoração
Daniel Fuverki Hey
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Nayara Valenciano
Viviane Notari
Ilustração
Bruna Marconato
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Professora Me. Maria Joana Casagrande Soares Correia
Doutoranda em Comunicação, pela Universidade Paulista, e mestre em 
Comunicação, pela Universidade Estadual de Londrina (2013-2015). Estudo 
a relação entre a mídia e a psicologia e a influência sobre nossa vida. 
Sou especialista em Psicologia Cognitivo-Comportamental e Análise do 
Comportamento, pela Universidade Estadual de Maringá (2009), e tenho 
MBA em Recursos Humanos, pelo Centro Universitário de Maringá (2007). 
Possuo Formação Básica em Dinâmica dos Grupos, na Sociedade Brasileira 
de Dinâmica dos Grupos (2007). No começo de tudo isso, sou graduada em 
Jornalismo (Faculdades Maringá - 2013) e Psicologia (UEM - 2003). 
Experiência em psicologia clínica, avaliação psicológica e recursos humanos, 
especialmente em recrutamento e seleção e treinamento e desenvolvimento. 
Além, é claro, da atuação em docência.
A
U
TO
R
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a), acadêmico(a), é com satisfação que lhe apresento este novo exemplar do livro 
didático de Introdução à Psicologia. Sou a professora Maria Joana Casagrande e preparei 
este material com bastante carinho para que você possa começar e/ou aprofundar seus 
conhecimentos sobre essa ciência fascinante que é a Psicologia.
A Psicologia é uma ciência relativamente nova, mas, também, um conhecimento bas-
tante antigo, que nos acompanha no nosso dia a dia, quer nós saibamos ou não. 
Este livro foi escrito para que você se conheça melhor e, consequentemente, conheça 
melhor seus semelhantes, aqueles com quem você convive em algum momento de sua 
vida, qualquer que seja independentemente de você ser ou estar gestor(a). 
Conhecer Psicologia e sua(s) influência(s) nos indivíduos é estratégico para as organi-
zações, tendo em vista que elas não funcionam sem seus colaboradores. Assim, conhe-
cê-los (e conhecer a si próprio) e entendê-los (dinâmica psíquica) é um passaporte para 
saber como estimulá-los, motivá-los e cobrá-los da maneira que mais surta efeito.
Para dar início a essa jornada por essa área de estudo, apresento-lhe como será trilhado 
o nosso caminho. Este livro está dividido em cinco unidades.A Unidade I é uma “introdução” da Introdução à Psicologia, abarcando o início da ciência 
psicológica, um pouco de sua história, qual o objeto de estudo etc. Tópicos esses que, 
veremos, não são tão simples assim de definir. Além disso, teremos uma parte nessa uni-
dade que trará alguns conceitos básicos da Psicologia e que são importantes conhecer 
para entender a relação com as organizações.
Por sua vez, a unidade II trará a história e as ideias de algumas abordagens psicodinâmi-
cas, a saber, a Psicanálise, a Psicologia Analítica e Análise Transacional. Além disso, estu-
daremos propostas e teorias dessas abordagens que tenham utilidade para o trabalho 
empresarial.
Em seguida, temos a unidade III, que falará da abordagem comportamental de B. F. Skin-
ner, apresentando alguns conceitos capitais para as organizações.
A unidade IV tem uma estrutura semelhante às unidades II e III, mas apresentará a abor-
dagem humanista, de Abraham Maslow e sua pirâmide da hierarquia das necessidades, 
e de Carl Rogers e suas atitudes fundamentais. É nessa unidade que falaremos sobre 
feedback, processo fundamental para ser dominado por qualquer pessoa que queria 
melhorar seu desempenho no trabalho e suas relações interpessoais.
Encerrando, temos a Unidade V, última deste livro, na qual falaremos sobre saúde e do-
ença mental no trabalho, enfocando a Síndrome de burnout, uma doença de trabalho 
seríssima e ainda pouco divulgada.
O objetivo maior deste livro não é encerrar aqui seus estudos sobre Psicologia, mas 
estimulá-lo(a), para que se interesse pela temática e procure novas informações 
sempre que precise.
Está preparado(a)? Então, aperte o cinto e vamos colocar o pé na estrada.
Um grande abraço e bons estudos.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS 
APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
15 Introdução
16 A Psicologia e o Seu Surgimento 
22 Sobre Identidade, Personalidade e Diferenças Individuais 
26 O Que nos Diferencia dos Outros 
41 Considerações Finais 
UNIDADE II
AS ABORDAGENS PSICODINÂMICAS E SEUS USOS NA ORGANIZAÇÃO
49 Introdução
50 A Psicanálise de Sigmund Freud 
57 Os Tipos Psicológicos de Carl G. Jung 
63 A Análise Transacional de Eric Berne 
72 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE III
A TEORIA BEHAVIORISTA E SEU ENFOQUE PARA AS ORGANIZAÇÕES
81 Introdução
82 Pressupostos do Behaviorismo e a Análise do Comportamento 
87 Habilidades Sociais: Comportamentos para Relações Interpessoais 
95 Assertividade enquanto uma Habilidade Social 
97 Considerações Finais 
UNIDADE IV
ABORDAGEM HUMANISTA: MOTIVAÇÃO E ATITUDES NA EMPRESA
107 Introdução
108 A Abordagem Humanista, Motivação Humana e Hierarquia das 
Necessidades de Abraham Maslow 
112 A Teoria das Relações Humanas, Formação dos Grupos e 
Desenvolvimento de Equipes
118 Feedback: Comunicação para Ajuda 
123 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
SAÚDE E DOENÇA MENTAL NO TRABALHO
131 Introdução
132 Sobre os Conceitos de Saúde e Doença Mental 
139 Estresse 
143 Síndrome de Burnout ou a Síndrome do Queimar-Se 
148 Considerações Finais 
155 CONCLUSÃO
157 REFERÊNCIAS
161 GABARITO
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Professora Me. Maria Joana Casagrande Soares Correia
A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA 
HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS 
APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar a origem da Psicologia e sua constituição enquanto 
ciência.
 ■ Discutir os conceitos e definições sobre identidade e personalidade.
 ■ Expor a importância de se conhecer e pensar sobre as diferenças 
individuais.
 ■ Debater conceitos básicos em Psicologia e suas relações com o 
ambiente organizacional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A psicologia e o seu surgimento
 ■ Sobre identidade, personalidade e diferenças individuais
 ■ O que nos diferencia dos outros
INTRODUÇÃO
Você, com certeza, já ouviu a palavra Psicologia em diversas e diferentes ocasiões 
em sua vida, seja para referir-se à habilidade de persuasão de um profissional, 
seja para remeter à paciência e sensibilidade de um(a) amigo(a) que se dispõe a 
nos ouvir quando sentimos necessidade. E, até mesmo, frases como estas que se 
seguem também são comuns: “Maria tem psicologia”, “aquela pessoa é histérica”, 
“João está neurótico”, “Felipe é ansioso” ou “Marcela está deprimida”. Termos 
como esses já tomaram conta do nosso vocabulário.
Nesta unidade I, estudaremos o início da Psicologia enquanto ciência. Sim, 
porque a Psicologia é uma ciência, com objeto de estudo e tudo mais. Assim, 
vamos discutir essas diversas possibilidades de objetos de estudo da área, de 
modo geral.
Em seguida, vamos estudar alguns conceitos capitais para a Psicologia, 
que são as noções de identidade e personalidade, ou seja, o que nos caracteriza 
enquanto pessoa, aquilo que faz com que nos reconheçamos enquanto uma uni-
dade, um indivíduo único. 
Além disso, focaremos naqueles tópicos que nos fazem semelhantes com 
outros seres humanos, mas que, ao mesmo tempo, nos diferenciam uns dos 
outros. Assim, tendo visto o que nos constitui enquanto um sujeito único, vere-
mos, então, as características que nos fazem diferentes uns dos outros também. 
Nesse arcabouço, entram os conceitos de sensação e percepção, atitudes, apti-
dões, inteligência e inteligências emocional e múltiplas, bem como a própria 
biografia de cada um de nós.
Apresentaremos, também, um panorama dos estudos de Psicologia na atu-
alidade e seus desdobramentos, como é o caso dos estudos em neurociências e 
das novidades nas áreas psicodinâmica, comportamental, cognitiva e humanista.
Cabe aqui pontuar que tais temáticas são de suma importância para conhe-
cer, entender e pensar na Psicologia enquanto um conhecimento relacionado e 
estratégico para a gestão de uma organização. Vamos lá?
Introdução
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A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A PSICOLOGIA E O SEU SURGIMENTO
A Psicologia se constituiu enquanto ciência apenas 
em meados do século XIX, mas suas bases remon-
tam à Antiguidade, na Grécia. A própria palavra 
Psicologia é formada pela junção das palavras gre-
gas psyché, que significa alma, e logos, que quer 
dizer razão. Dessa forma, podemos deduzir que 
Psicologia quer dizer o estudo da alma. Para os 
gregos, seria na alma ou espírito, aspectos imate-
riais do ser humano, que estariam pensamentos, 
sentimentos, irracionalidade, desejos, sensação, 
percepção (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002; 
DAVIDOFF, 2009).
Você, caro(a) acadêmico(a), pode estar se perguntando: então a Psicologia estuda 
a alma? Era essa a ideia na Antiguidade, não era? Mas não podemos mais falar 
que esse é o objeto de estudo1 da Psicologia. Na verdade, não há um consenso 
sobre qual é o foco de pesquisa característico da ciência psicológica. Vejamos o 
que alguns autores consultados têm a dizer sobre o objeto de estudo da Psicologia:
Disciplina que tem por objeto a alma, a consciência ou os eventos ca-
racterísticos da vida animal e humana [...] (ABBAGNANO, 1998, p. 
809).
[...] o estudo da mente e do comportamento (VANDENBOS, 2010, p. 
755).
1 Objeto de estudo, em ciência, é a parte da realidade escolhida para ser pesquisada, entendida. Para 
saber mais sobre Metodologia de Pesquisa, você pode procurar Gil (2012), Lakatos e Marconi (2010) ou 
Tomanik (2004).
A letra grega Psi é considerada o 
símbolo da PsicologiaPsicologia quer dizer o estudo da alma 
A Psicologia e o Seu Surgimento
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A psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos 
mentais. [...] (FELDMAN, 2015, p. 5, grifos do autor).
 [...] a psicologia é geralmente definida como a ciência que se concen-
tra no comportamento e nos processos mentais – de todos os animais. 
(DAVIDOFF, 2009, p. 6).
A Psicologia colabora com o estudo da subjetividade [...] (BOCK; FUR-
TADO; TEIXEIRA, 2002, p. 23).
Algumas definições são bem parecidas, enquanto outras são bem diferentes. 
Além disso, se conversássemos com um profissional de cada uma das diferentes 
linhas e abordagens teóricas da Psicologia sobre seu objeto de estudo, eles dariam 
respostas variadas, certamente. Um psicanalista diria que é o inconsciente; um 
behaviorista diria que é o comportamento e assim por diante.
Feldman (2015) ressalta que a expressão “comportamento e processos men-
tais” em sua definição do interesse de estudo da psicologia deve ser compreendida 
como polissêmica, ou seja, uma expressão com vários significados. Isso porque ela 
contém o que as pessoas fazem, seus pensamentos, suas emoções, suas percepções, 
seus processos de raciocínio, suas lembranças, e também, o aspecto biológico do 
corpo. Para o autor, os psicólogos tentam descrever, prever e explicar o compor-
tamento e os processos mentais humanos, além de ajudar a mudar e melhorar a 
vida das pessoas e do mundo em que elas vivem (FELDMAN, 2015, p. 5).
Por sua vez, Bock, Furtado e Teixeira (2002), sobre a ideia da subjetividade 
enquanto objeto de estudo, explicam que a subjetividade trata-se de todas as 
manifestações do homem: as visíveis (comportamento) e as invisíveis (sentimen-
tos), as particulares (aquelas que nos fazem quem somos) e as gerais (as que nos 
fazem todos assim). Quer dizer, a subjetividade é 
[...] a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo 
conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da 
vida social e cultural [...]. Esta síntese – a subjetividade – é o mundo de 
ideias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a 
partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição 
biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comporta-
mentais (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 23).
A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Estudar a subjetividade é, portanto, uma busca de compreender como sociedade, 
cultura e história influenciam cada um de nós em nosso processo de constitui-
ção enquanto sujeito. 
Contudo, o modo de se abordar a subjetividade, e mesmo a forma de concebê-la, 
dependerá da concepção de homem adotada pelas diferentes escolas psicológi-
cas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). O que implica dizer que o objeto de 
estudo da Psicologia continua sendo variado.
O nosso objetivo com este livro não é formá-lo(a) psicólogo(a), mas, sim, 
iniciar-lhe nos estudos ou aprofundar o seu conhecimento sobre o tema. Para 
isso, agora vamos conhecer as cinco principais perspectivas de Psicologia na 
atualidade, segundo Feldman (2015) e também propostas por Davidoff (2009). 
A seguir, você encontra um quadro explicativo com as cinco grandes 
perspectivas atuais da psicologia, que são: a neurociência, a psicodinâmica, a 
comportamental, a cognitiva e a humanista. A neurociência estuda os aspec-
tos biológicos do ser humano e sua relação com a psicologia, perspectiva essa 
que teve um grande salto de quantidade e qualidade de estudos, pelos grandes 
avanços científicos dos últimos séculos. A psicodinâmica entende que os nos-
sos comportamentos são regidos por motivações inconscientes, sobre as quais 
pouco temos noção ou controle. A perspectiva comportamental baseia seus estu-
dos da psicologia sobre o comportamento. Por sua vez, a cognitiva se preocupa 
com a forma como as pessoas pensam, apreendem e compreendem o mundo 
a sua volta. Por fim, a perspectiva humanista defende que cada um de nós tem 
capacidade e interesse de buscar e alcançar a própria realização.
Vimos até aqui diversos e diferentes entendimentos do objeto de estudo da 
Psicologia: a subjetividade, o comportamento, os processos mentais, o in-
consciente. Em sua opinião, qual é, afinal, o foco de pesquisa da Psicologia?
Fonte: a autora.
A Psicologia e o Seu Surgimento
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A perspectiva da neurociência: sangue, suor e medos
Fundamentalmente, os seres humanos são feitos de pele e ossos. A perspectiva 
da neurociência considera como as pessoas e os animais funcionam biologica-
mente: como as células nervosas estão ligadas, como a herança de certas carac-
terísticas dos pais e de outros ancestrais influencia o comportamento, como o 
funcionamento do corpo afeta esperanças e medos, quais comportamentos são 
instintivos, e assim por diante. Mesmo os tipos mais complexos de comportamen-
tos, tais como a reação de um bebê a estranhos, são vistos como possuidores de 
componentes biológicos essenciais pelos psicólogos, que adotam a perspectiva 
da neurociência. Essa perspectiva inclui o estudo da hereditariedade e da evolu-
ção, a qual considera como a hereditariedade pode influenciar o comportamento, 
e a neurociência comportamental, que examina como o cérebro e o sistema ner-
voso afetam o comportamento.
Uma vez que todo comportamento pode ser subdividido em seus componen-
tes biológicos, a perspectiva da neurociência é muito atraente. Os psicólogos que 
aderiram a essa perspectiva fizeram contribuições importantes para a compreen-
são e a melhoria da vida humana, que variaram desde curas para certos tipos de 
surdez até tratamentos medicamentosos para pessoas com transtornos mentais 
graves. Além disso, avanços nas técnicas para examinar a anatomia e o funciona-
mento do cérebro permitiram que a perspectiva neurocientífica estendesse sua 
influência a uma ampla gama de subáreas da psicologia.
A perspectiva psicodinâmica: compreendendo a pessoa interna
Para muitas pessoas, que nunca fizeram um curso de psicologia, esta se inicia e 
termina com a perspectiva psicodinâmica. Os proponentes dessa perspectiva 
alegam que o comportamento é motivado por forças e conflitos internos sobre 
os quais temos pouca consciência ou controle. Os estudiosos dessa perspectiva 
psicológica veem os sonhos e lapsos verbais como indicações do que uma pessoa 
realmente está sentindo dentro do caldeirão efervescente de atividade psíquica 
inconsciente.
As origens da psicodinâmica estão ligadas a uma pessoa: Sigmund Freud. Ele foi 
um médico austríaco do início do século XX cujas ideias sobre os determinan-
tes inconscientes do comportamento tiveram um efeito revolucionário, no pen-
samento daquela época, não apenas na psicologia, como também em campos 
relacionados. Ainda que alguns dos princípios freudianos originais tenham sido 
veementemente criticados, a perspectiva psicodinâmica contemporânea forne-
ceu um meio, tanto para compreender e tratar alguns tipos de transtornos psi-
cológicos como para compreender fenômenos cotidianos como preconceito e 
agressão.
A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A perspectiva comportamental: observando a pessoa externa
Enquanto as abordagens neurocientífica e psicodinâmicaolham para dentro do 
organismo, a fim de determinar as causas de seu comportamento, a perspectiva 
comportamental emprega uma abordagem muito diferente. A perspectiva com-
portamental desenvolveu-se a partir de uma rejeição da ênfase inicial da psicolo-
gia aos mecanismos internos da mente. Em vez disso, os behavioristas sugeriram 
que o campo deveria priorizar o comportamento observável que pode ser medi-
do objetivamente.
John B. Watson (1924) foi o primeiro psicólogo americano importante a defender 
a abordagem comportamental. Trabalhando na década de 1920, manteve-se irre-
dutível em sua visão de que era possível alcançar uma compreensão do compor-
tamento estudando e modificando o ambiente em que as pessoas operam.
Na verdade, Watson acreditava, com certo otimismo, que era possível obter qual-
quer tipo de comportamento que se queira controlando o ambiente de uma pes-
soa. Essa filosofia está clara em suas próprias palavras: “Deem-me uma dúzia de 
bebês saudáveis, bem-formados e meu próprio mundo para criá-los, e garanto 
tomar qualquer deles ao acaso e treiná-lo para tornar-se qualquer tipo de especia-
lista que eu escolha – médico, advogado, artista, comerciante, bem como pedinte 
e ladrão, independentemente de seus talentos, tendências, aptidões, vocações e 
raça de seus ancestrais” (WATSON, 1924).
A perspectiva comportamental foi promovida por B. F. Skinner, um pioneiro nessa 
área. Grande parte de nossa compreensão de como as pessoas adquirem novos 
comportamentos é baseada na perspectiva comportamental. 
A perspectiva cognitiva: identificando as raízes da compreensão
Os esforços para compreender o comportamento levam alguns psicólogos dire-
tamente para a mente. Desenvolvendo-se, em parte, a partir do estruturalismo 
e, em parte, como reação ao behaviorismo, que se centrava tão fortemente no 
comportamento observável e no ambiente, a perspectiva cognitiva analisa como 
as pessoas pensam, compreendem e sabem sobre o mundo. A ênfase recai no 
aprendizado de como as pessoas compreendem e representam o mundo externo 
dentro de si mesmas e como nosso modo de pensar sobre o mundo influencia 
nosso comportamento.
Muitos psicólogos que aderem à perspectiva cognitiva comparam o pensamento 
humano às operações de um computador, o qual recebe a informação e a trans-
forma, armazena e recupera. Em sua visão, pensar é processar informações.
Os psicólogos que aplicam a perspectiva cognitiva fazem perguntas sobre assun-
tos que variam desde como as pessoas tomam decisões até se uma pessoa pode 
assistir à televisão e estudar ao mesmo tempo. Os elementos comuns que ligam 
as abordagens cognitivas são a análise de como as pessoas compreendem e pen-
sam sobre o mundo e o interesse em descrever os padrões e irregularidades na 
operação de nossa mente.
A Psicologia e o Seu Surgimento
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A perspectiva humanista: analisando as qualidades exclusivas da espécie 
humana
Rejeitando a visão de que o comportamento é determinado, sobretudo, por for-
ças biológicas que se desdobram automaticamente, por processos inconscientes 
ou pelo ambiente, a perspectiva humanista pressupõe que todos os indivíduos 
naturalmente se esforçam para crescer, desenvolver-se e ter controle sobre sua 
vida e seu comportamento. Os psicólogos de abordagem humanista afirmam que 
cada um de nós tem capacidade de buscar e alcançar realização.
Segundo Carl Rogers e Abraham Maslow, que foram as figuras centrais no de-
senvolvimento da perspectiva humanista, as pessoas esforçam-se para realizar 
seu pleno potencial se tiverem oportunidade. A ênfase da perspectiva humanista 
é no livre-arbítrio, na capacidade de tomar decisões livremente sobre o próprio 
comportamento e a vida. A noção de livre-arbítrio coloca-se em contraste com o 
determinismo, o qual vê o comportamento como causado, ou determinado, por 
aspectos além do controle da pessoa.
A perspectiva humanista presume que as pessoas têm a capacidade de fazer suas 
próprias escolhas sobre seu comportamento em vez de depender dos padrões da 
sociedade. Mais do que qualquer outra abordagem, ela enfatiza o papel da psico-
logia em enriquecer a vida das pessoas e ajudá-las a alcançar a autorrealização. 
Ao lembrar os psicólogos de seu compromisso com o indivíduo na sociedade, a 
perspectiva humanista tem sido uma influência importante (DILLON, 2008; ROB-
BINS, 2008; NICHOLS, 2011).
Quadro 1: As cinco principais perspectivas atuais da Psicologia
Fonte: adaptado de Feldman (2015, p. 16-19).
Quando foi a última vez que você se desentendeu com alguém em decor-
rência de diferenças de opinião?
Fonte: a autora.
A CIÊNCIA PSICOLÓGICA: SUA HISTÓRIA E SEUS CONCEITOS APLICADOS À ORGANIZAÇÃO
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IU N I D A D E22
SOBRE IDENTIDADE, PERSONALIDADE E 
DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
Até esse momento, você pode ter afirmado: “que complicados esses tais psicólo-
gos!”. Cá entre nós, você não seria o(a) primeiro(a) a pensar isso; esse pensamento 
o(a) leva a se perguntar o porquê estudar essa caracterização do objeto de estudo 
da Psicologia.
Aqui, eu viria em seu socorro, caro(a) acadêmico(a), e, da mesma forma, 
em defesa dos psicólogos e seus diferentes objetos de estudo e abordagens de 
trabalho. Ora, o ser humano é essa combinação complexa forjada da inter-rela-
ção entre seus aspectos genéticos e o ambiente ao seu redor e permeado pelas 
experiências e relações ao longo da vida. Como ninguém tem esse composto de 
hereditariedade e socialização 100% iguais, logo, somos todos diferentes uns dos 
outros. A conclusão pode parecer óbvia – e é, realmente –, entretanto, tal carac-
terística básica, a da singularidade de cada um, é esquecida a todo momento, 
quando insistimos em fazer com que as pessoas com quem convivemos pensem, 
comportem-se, expressem-se de acordo com o que nós acreditamos (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2002; MAXIMIANO, 2008). 
Sobre Identidade, Personalidade e Diferenças Individuais
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Em outras palavras, é querer que a subjetividade do outro coincida com a 
sua (ou com a minha). E isso é inviável e, até mesmo, desrespeitoso.
Para Abbagnano (1998), a identidade pode ser entendida como a unidade de 
algo ou alguém. Conforme Green (apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002), o 
termo identidade aplica-se à delimitação que permite a distinção de uma unidade, 
permitindo uma relação com os outros e propiciando o reconhecimento de si.
Esclarecendo que o que chamamos de identidade é 
[...] o senso que um indivíduo tem de si próprio, definido por (a) um 
grupo de características físicas e psicológicas que não é totalmente 
compartilhado com outra pessoa e (b) uma gama de afiliações sociais e 
interpessoais e papéis sociais. A identidade envolve um senso de conti-
nuidade: o sentimento de que hoje somos a mesma pessoa que éramos 
ontem ou no ano passado (a despeito de mudanças físicas ou de outra 
natureza). Esse senso é derivado de nossas sensações corporais, nossa 
imagem do corpo e o sentimento de que nossas memórias, objetivos, 
valores e experiências pertencem a nós (VANDENBOS, 2010, p. 494).
A construção da identidade ocorre por meio de um processo chamado de identifi-
cação, conceito da Psicanálise (da qual falaremos mais especificamente na próxima 
unidade), no qual a pessoa se constitui e se transforma, total ou parcialmente, 
pela assimilação de aspectos, atributos ou traços de outro(s) indivíduo(s) que a 
cerca(m), conforme o modelo desse(s)outro(s) (ROUDINESCO; PLON, 1998).
Nesse processo, o reconhecimento de si se dá no momento em que apren-
demos a nos diferenciar do outro. 
Eu passo a ser alguém quando descubro o outro e a falta de tal reconhe-
cimento não me permitiria saber quem sou, pois não teria elementos 
de comparação que permitissem ao meu eu destacar-se dos outros eus. 
Dessa forma, podemos dizer que a identidade, o igual a si mesmo, de-
pende da sua diferenciação em relação ao outro (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2002, p. 204).
Segundo os autores, o primeiro modelo de identificação significativo em nossa 
vida é a nossa figura materna, com a qual aprendemos que somos duas pessoas 
diferentes e não uma extensão da outra. Ao longo de todo esse contínuo exercício 
de diferenciar-se, vamos escolhendo outras pessoas como objeto de identifica-
ção, que seriam as pessoas importantes o suficiente com quem temos contato 
de alguma maneira, em algum momento de nossa existência, e que atuam como 
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modelo, nesse identificar-se vamos nos “apossando” de algumas das característi-
cas dessas pessoas, definindo o que sou no presente e quero ser no futuro, sendo 
que o que quero ser já faz parte do que sou.
Esse conjunto de vivências e experiências da vida de cada um é que nos per-
mite configurar o próprio modelo do que pretende ser como homem ou mulher, 
como profissional, como cidadão, entre todos os papéis sociais que assumimos 
em nossa existência. 
Isto porque, o que quero ser como mulher, por exemplo, tem como re-
ferência várias mulheres que foram importantes para mim, ao longo de 
minha vida: é um amálgama de características de minha mãe, daquela 
professora tão especial, da heroína de um romance e da mãe de uma 
amiga minha. Este é um modelo com o qual me identifico e vou pro-
curando construir minha identidade (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
2002, p. 204).
Ou seja, esse é o curso contínuo responsável por eu me constituir enquanto pes-
soa. Constituição essa que está em permanente transformação. 
Ademais, o processo de identificação, segundo Laplanche e Pontalis (1999), 
é diretamente responsável pela formação da nossa personalidade. 
Chegamos a um ponto muito importante em nossa caminhada, uma vez que perso-
nalidade é um conceito muito caro à ciência psicológica e, claro, sem uma definição 
única. A palavra personalidade tem origem no latim persona, que se referia a 
uma máscara teatral usada pelos atores romanos nas encenações. Esses atores 
antigos usavam más-
cara, que representava 
papel na qual se pro-
jetava esse “falso eu”. 
É evidente como per-
sona passou a se referir 
à aparência externa, ao 
que mostramos aos que 
nos rodeiam. Porém, 
obviamente, quando os 
psicólogos usam o termo 
“personalidade”, eles 
Sobre Identidade, Personalidade e Diferenças Individuais
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estão se referindo a algo que vai além do papel que as pessoas desempenham(-
FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015; SCHULTZ; SCHULTZ, 2014b).
Cabe aqui uma ressalva: a verdade é que poucos teóricos definiram formal-
mente a personalidade, entretanto, todos apresentaram sua própria visão sobre 
ela. Essas diferentes abordagens e entendimentos de personalidade serão vistos 
ao longo do nosso livro. O que estudaremos agora são algumas ideias sobre o 
que é a personalidade, de maneira geral.
Por personalidade, os psicólogos contemporâneos querem referir-se 
àqueles padrões relativamente consistentes e duradouros de percepção, 
pensamento, sentimento e comportamento que dão às pessoas identi-
dade distinta (DAVIDOFF, 2009, p. 504).
Personalidade é o padrão de características constantes que produzem 
consistência e individualidade em determinada pessoa. Abrange os 
comportamentos que nos tornam únicos e que nos diferenciam dos 
outros. Também nos leva a agir consistentemente em diferentes situa-
ções e por longos períodos de tempo (FELDMAN, 2015, p. 384)
Personalidade [é] a configuração de características e comportamen-
to que inclui o ajustamento único de um indivíduo à vida, incluindo 
traços, interesses, impulsos, valores, autoconceito, capacidades e pa-
drões emocionais importantes. A personalidade é vista geralmente 
como uma integração ou totalidade complexa e dinâmica, moldada por 
muitas forças, incluindo: hereditariedade e tendências constitucionais; 
maturidade física; treinamento precoce; identificação com indivíduos 
e grupos significativos; valores e papéis culturalmente condicionados; 
e experiências e relacionamentos críticos. Várias teorias explicam a es-
trutura e desenvolvimento da personalidade de diferentes formas, mas 
todas concordam que a personalidade ajuda a determinar o comporta-
mento (VANDENBOS, 2010, p. 701, grifos do autor).
Apesar de não haver uma definição única que seja aceita por todos os 
teóricos da personalidade, podemos dizer que personalidade é um pa-
drão de traços relativamente permanentes e características únicas que 
dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa 
(ROBERTS; MROCZEK, 2008 apud FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, 
p.4, grifos dos autores). 
Embora não tragam uma definição exata, Feist, Feist e Roberts (2015) explicam 
que os traços influenciam as diferenças individuais no comportamento, a consis-
tência do comportamento ao longo do tempo e a estabilidade do comportamento, 
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podendo ser únicos, comuns a algum ou compartilhados por todos. Entretanto, 
o padrão dos traços de personalidade é diferente para cada pessoa. Dessa forma, 
cada indivíduo pode ser semelhante a outros em alguns aspectos, possuindo, no 
entanto, uma personalidade única. Por sua vez, as características são qualidades 
peculiares de uma pessoa que abarcam atributos como temperamento, o psiquismo 
e inteligência, da qual falaremos logo adiante, ainda nesta unidade de estudo. 
Na concepção de Schultz e Schultz (2014b), a personalidade diria respeito às 
nossas características externas e visíveis, àqueles nossos aspectos que os outros 
podem ver; o que implicaria a impressão que provocamos nas pessoas, aquilo 
que aparentamos ser. 
Assim sendo, podemos dizer que a personalidade é um agrupamento 
permanente e peculiar de características que podem mudar em res-
posta a situações diferentes. [...] [São] os aspectos internos e externos 
relativamente permanentes do caráter de uma pessoa que influenciam 
o comportamento em situações diferentes (SCHULTZ; SCHULTZ, 
2014b, p. 6). 
A palavra também engloba uma série de qualidades sociais e emocionais sub-
jetivas, prontamente identificáveis ou não. Os autores ainda apontam que veem 
similaridades entre as pessoas, embora sintam que cada um possui proprieda-
des especiais que nos diferencia dos outros. 
O QUE NOS DIFERENCIA DOS OUTROS
Maximiano (2008), importante autor brasileiro da área de Administração, rei-
tera alguns dos aspectos que discutimos até aqui, qual seja, do ponto de vista 
físico e comportamental, não há duas pessoas iguais e que entender a diversidade 
e singularidade das pessoas é um aspecto de suma importância nos processos 
organizacionais. 
O autor chama atenção ao fato de que cada pessoa é diferente não apenas de 
todas as demais, mas, também, de si mesma em diferentes momentos, ao longo 
de sua vida, e em diferentes situações. 
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Com um mínimo de capacidade de auto-observação, você já deve ter 
concluído que suas características essenciais se mantêm ao mesmo 
tempo que se modificam, conforme você amadurece ou enfrenta desa-
fios, conforme está em um grupo ou em outro. Com algumas pessoas, 
você pode ser mais extrovertido; com outras, mais reservado. Também 
já deve ter notado que os grupos dos quais faz parte se alteram com a 
passagem do tempo, ou conforme entram novas pessoas ou saem as 
antigas. Também os grupos são diferentes entre si e de si próprios, em 
diferentes momentos e situações. A participação em grupos afeta seu 
comportamento (MAXIMIANO, 2008, p. 224).
O entendimento das diferenças individuais é essencial em muitos aspectos da 
gestão das organizações. Compreender como as pessoas são e como agem ajuda 
a preparar e tomar decisões, bem como a trabalhar e conviver melhor com os 
colegas de trabalho.
Nesse sentido, vamos estudar agora alguns conceitos que ouvimos com 
frequência, mas nem sempre sabemos que estão diretamente relacionados à 
Psicologia. Tais conceitos são gerais, na medida em que todos nós, seres huma-
nos, temos tais características, mas também são individuais, uma vez que a forma 
como esses aspectos se manifestam em cada um de nós é particular.
Figura 1: Visão panorâmica de características individuais 
Fonte: adaptada de Maximiano (2008, p. 225).
Aptidões
Atitudes
Percepção
Personalidade
Biogra�a
Inteligência
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SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
Para VandenBos (2010, p. 832-833), sensação é o processo ou experiência de 
perceber por meio dos sentidos ou, então, uma 
unidade irredutível de experiência produzida por estimulação de um 
receptor sensorial e a resultante ativação de um centro cerebral espe-
cífico, produzindo consciência básica de um som, odor, cor, forma ou 
gosto ou de temperatura, pressão, dor, tensão muscular, posição do 
corpo ou mudança nos órgãos internos associada com processos como 
fome, sede [...]
A percepção seria, então, o processo ou resultado de, por meio dos sentidos, ou 
seja, da sensação, tornar-se consciente de objetos, relacionamentos e eventos, 
que inclui atividades como reconhecer, observar e discriminar. Essas atividades 
permitem que os organismos se organizem e interpretem os estímulos recebi-
dos do ambiente em conhecimento (VANDENBOS, 2010).
Segundo Feldman (2015), a sensação é a ativação dos órgãos dos sentidos por 
uma fonte de energia física. A percepção, por sua vez, é a classificação, interpre-
tação, análise e integração de estímulos realizadas pelos órgãos dos sentidos e 
pelo cérebro. E o que seria então um estímulo? Trata-se de qualquer fonte pas-
sageira de energia física que produz uma resposta em um órgão dos sentidos, 
sendo que os estímulos variam em tipo e intensidade e que diferentes tipos de 
estímulos ativam diferentes tipos de órgãos dos sentidos. Tais conceitos são de 
interesse da Psicofísica, um ramo da Psicologia que estuda a relação entre os 
aspectos físicos dos estímulos e nossa experiência psicológica a partir deles.
Maximiano (2008) entende percepção como o processo de selecionar, 
organizar e interpretar os estímulos do ambiente. A interpretação seria uma 
decodificação que empresta significado e valor ao estímulo.
Consciência pode ser tanto o senso de certo e errado de um indivíduo, como 
também estado do sistema nervoso central que permite pensar, observar e 
interagir com o mundo exterior.
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É o processo de percepção que transforma a realidade em um padrão 
que você e muitas outras pessoas reconhecem. A percepção é também 
definida como o produto da interação entre o estímulo [...] e o obser-
vador [...]. Nessa interação, o estímulo influencia o observador e é por 
ele influenciado.
Diferentes pessoas reagem de forma diferente ao mesmo estímulo. 
Assim, a realidade percebida provoca percepções diferentes conforme 
muda o observador (MAXIMIANO, 2008, p. 225).
Você pode estar se perguntando: o que a sensação e a percepção lhe dizem res-
peito? Acontece que todos temos essas capacidades (sensação e percepção). A 
forma como passamos por esses processos, no entanto, é particular e diz res-
peito única e exclusivamente a cada um. Logo, entender isso é um bom passo 
para compreender que as pessoas com quem convivemos percebem e interpre-
tam o ambiente em volta, cada uma a sua maneira. 
A percepção é uma interpretação singular da situação ou estímulo, o que 
implica compreender que cada observador representa e compreende a realidade 
à sua própria maneira. É por essa razão que uma mesma mensagem pode ser 
compreendida de modo diferente por diferentes pessoas. Dessa forma, o “enten-
dimento da percepção [...] é uma competência gerencial, que contribui para a 
criação de um clima organizacional saudável” (MAXIMIANO, 2008, p. 226).
Os principais fatores que influenciam para as diferenças e variedade no modo 
como as pessoas selecionam, organizam e interpretam os estímulos são, segundo 
o autor, o observador, o estímulo e a situação.
OBSERVADOR
Atitudes, motivações, interesses, experiências e expec-
tativas determinam como os estímulos são percebidos e 
avaliados.
ESTÍMULO
Intensidade, frequência, tamanho e outras características 
afetam a capacidade de perceber os estímulos.
SITUAÇÃO O ambiente empresta significado ao estímulo.
Quadro 2: Fatores que influenciam a percepção
Fonte: Maximiano (2008, p. 227).
No que diz respeito ao observador, os fatores pessoais ampliam, anulam e dis-
torcem os estímulos e influenciam o processo de tomar decisões. Se eu sou uma 
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pessoa tímida, perceberei de modo diferente a uma pessoa extrovertida quando 
o(a) gerente da empresa disser que ele valoriza a participação. Isso porque eu 
tendo a me sentir inseguro com essa afirmação. Percebam: eu sou tímido e tendo 
a não me sentir à vontade em falar em público e me expor, o que vai me obrigar 
a me esforçar muito mais e buscar alternativas para como posso participar sem 
sofrer com isso. Por outro lado, uma pessoa extrovertida tende a “sentir-se em 
casa” com essa necessidade de participação, uma vez que ela tem uma tendência 
maior em interagir com outras pessoas e, portanto, participar não é algo que fuja 
de seu cotidiano e de suas características. Experiência, aprendizagem e conhe-
cimento podem definir o significado e interpretação dos estímulos. Falaremos 
melhor sobre aprendizagem na unidade III, quando trabalharmos a abordagem 
Behaviorista e os conceitos da teoria de B. F. Skinner.
Independente de quem observa, o estímulo tem certas propriedades que 
interferem no modo como são percebidos. A intensidade, por exemplo, é uma 
característica que faz um estímulo, destacar-se: um som alto, uma luz intensa, 
um odor forte. O tamanho, o movimento, a repetição, o contraste em relação ao 
ambiente também são aspectos que influenciam e fazem diferença na percep-
ção de um dado estímulo. 
A situação diz respeito ao ambiente em que o estímulo se situa, emprestando 
significado ao estímulo ou faz com que ele passe sem ser notado. 
Maximiano (2008) chama atenção a algumas ideias sobre o tema:
 ■ As pessoas são seus própriosreferenciais na percepção dos outros.
 ■ O autoconhecimento ajuda a aprimorar a percepção dos outros.
 ■ As características de cada pessoa influenciam a identificação e avaliação 
de características em outras.
 ■ As pessoas que conhecem e aceitam a si próprias têm mais facilidade para 
perceber aspectos favoráveis em outras pessoas e entendê-las.
 ■ Obviamente, nesse processo de perceber o mundo a nossa volta, podemos 
incorrer em alguns erros, por tentar simplificar a complexidade que é a 
percepção. Nesse caso, cabe ler o quadro seguinte, para entender os pro-
blemas que podem surgir no processo de percepção a fim de atenuá-la.
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CONTRASTE 
As pessoas são percebidas dentro de um contexto e 
contrastadas com outras, o que produz impressões favo-
ráveis e desfavoráveis.
ESTEREÓTIPOS E 
PRECONCEITOS
As características de um grupo social são simplificadas e 
projetadas em todos os seus integrantes.
EFEITO HALO
Um traço de comportamento serve de base para uma 
generalização a respeito da conduta de uma pessoa.
PROJEÇÃO
Os outros são exagerados segundo as perspectivas do 
observador, que faz julgamentos baseados em suas 
características.
Quadro 3: Problemas no processo de percepção de pessoas
Fonte: Maximiano (2008, p. 231).
ATITUDES
As atitudes, conforme VandenBos (2010), podem ser definidas como qualquer 
crença ou avaliação subjetiva (ou seja, individual, de cada sujeito) associada a um 
objeto, assim como também podem ser entendidas como uma avaliação relati-
vamente persistente e geral de um objeto, de uma pessoa, de um grupo, de um 
assunto ou de um conceito, tanto do ponto de vista negativo, quanto do ponto 
de vista positivo.
A ideia de atitudes não é tão diferente para Maximiano (2008) também. 
Segundo o autor, atitudes são estados mentais anteriores que influenciam a ava-
liação dos estímulos.
As atitudes fazem parte das características adquiridas por meio das di-
versas formas de aprendizagem. Desse modo, embora sejam estáveis, 
é possível mudá-las. A mudança de atitudes depende da mudança de 
crenças e sentimentos a respeito dos estímulos [...]. Mudando-se o que 
você sabe a respeito de um estímulo, ou seus sentimentos, seu com-
portamento em relação a ele também mudará (MAXIMIANO, 2008, 
p. 233).
De acordo com o autor, as atitudes manifestam-se por meio de opiniões, que são 
crenças e julgamentos, ou hipóteses – espécie de respostas provisórias a respeito da 
origem dos estímulos e da própria pessoa. “As atitudes funcionam como quadros 
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de referência, ao passo que as opiniões são focalizadas em aspectos específicos 
dos estímulos” (MAXIMIANO, 2008, p. 233). Por sua vez, os valores são convic-
ções sobre comportamentos que são certos ou errados ou sobre condutas que são 
pessoal ou socialmente preferíveis. O autor explica que são os valores que defi-
nem até que ponto um determinado comportamento é importante, uma vez que 
há uma hierarquia desses valores, que lhes atribui uma ordem de importância.
As atitudes definem o significado dos estímulos e também permitem sele-
cionar e organizar fatos.
APTIDÕES
As aptidões, segundo Maximiano (2008), são o potencial de um indivíduo para 
realizar tarefas ou atividades. Desenvolvendo suas aptidões, temos pessoas chama-
das de habilidosas num determinado aspecto que antes era apenas um potencial. 
Ou seja, a aptidão é um potencial do indivíduo e o desenvolvimento dessa apti-
dão gera uma habilidade. Na constituição de cada um de nós, há uma complexa 
relação entre aptidões que se desenvolvem e são usadas de modo particular. 
Desde que tenha motivação, uma pessoa pode transformar suas ap-
tidões em habilidades e desenvolvê-las continuamente. O desenvol-
vimento das habilidades depende não apenas de aptidões, mas de 
motivação, experiência e oportunidades educacionais apropriadas.
(MAXIMIANO, 2008, p. 235).
As aptidões podem ser divididas em três grandes grupos de categorias, que com-
portam habilidades específicas, desenvolvidas a partir das aptidões, como pode 
ser visto no quadro 4.
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CATEGORIAS APTIDÕES ESPECÍFICAS
INTELECTUAIS Aptidão verbal: compreensão de palavras e textos, com-
preensão de sinônimos e antônimos.
Aptidão numérica: cálculo e raciocínio aritmético.
Aptidão espacial: capacidade de entender representa-
ções bidimensionais de objetos tridimensionais e de 
visualizar o efeito do movimento em três dimensões.
Raciocínio: capacidade de identificar sequências lógicas, 
relações de causa e efeitos e implicações de um argu-
mento.
Memória.
Compreensão mecânica: compreensão e utilização de 
princípios científicos (observação da realidade, generali-
zação, inferência).
Criatividade literária e artística: expressão de ideias por 
meio da escrita, pintura, música, representação, dança.
Velocidade de percepção: capacidade de identificar 
similaridades e diferenças com rapidez.
Percepção de formas: identificação de similaridades e 
diferenças entre objetos.
FÍSICAS Coordenação motora.
Destreza manual e digital.
Aptidão sensorial: capacidade visual, discriminação de 
cores, sensibilidade auditiva.
INTERPESSOAIS Conversação.
Trabalhar e decidir em grupo.
Capacidade de ajudar outras pessoas a resolver proble-
mas.
Liderança e coordenação de grupos.
Quadro 4: Principais aptidões
Fonte: Maximiano (2008, p. 236).
INTELIGÊNCIA E INTELIGÊNCIAS
Para Maximiano (2008), a inteligência pode ser definida como a capacidade 
de lidar com a complexidade. Já Feldman (2015) entende que inteligência é a 
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capacidade de compreender o mundo, pensar racionalmente e usar os recursos 
de maneira eficaz diante das dificuldades. VandenBos (2010, p. 521) defende 
que a inteligência é a “[...] capacidade de extrair informações, aprender com a 
experiência, adaptar-se ao ambiente, compreender e utilizar corretamente o pen-
samento e a razão”.
Entretanto, VandenBos e Davidoff (2009) entendem que, assim como em 
outros tópicos que já estudamos aqui, não há aprovação da maioria dos psi-
cólogos sobre uma definição de inteligência. Segundo a autora, já se falou em 
pensamento abstrato e raciocínio; capacidades que possibilitam a aprendizagem 
e a acumulação de conhecimentos; competência social etc. “Na época atual, os 
psicólogos não sabem sequer se há um único fator geral (normalmente cha-
mado de “G”, inicial de geral) do qual dependam todas as habilidades cognitivas” 
(DAVIDOFF, 2009, p. 283, grifos da autora).
Embora não haja um consenso sobre um fator geral de inteligência – fator 
que faz parte de algumas das primeiras teorias da inteligência –, ainda é assim 
que a maioria pensa e entende a inteligência, como se ela fosse relegada a um 
único aspecto que gerenciasse toda a capacidade mental. 
A teoria das inteligências múltiplas, proposta pelo psicólogo e professor 
da Universidade de Harward, Howard Gardner, vai na contramão da principal 
corrente sobre a inteligência e defende que nós temos muitas formas de sermos 
inteligentes e não apenas uma. A proposta, do início da década de 1980, revolucio-
nou (eainda revoluciona) os estudos e reflexões sobre o tema. Sendo inovadora, 
a teoria de Gardner, mesmo com mais de 30 anos, ainda causa muita polêmica 
e é constantemente questionada por muitos profissionais da área. No entanto, 
o psicólogo é taxativo ao defender sua proposta e colocá-la enquanto uma base 
de compreensão e estratégia de desenvolvimento de aptidões.
Segundo Maximiano (2008) e Rodrigues (2014), essas são as inteligências 
múltiplas propostas por Gardner:
1. Inteligência linguística e verbal: é o domínio, gosto e desejo de explorar 
linguagem e palavras. Os componentes centrais da inteligência linguística 
são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, 
além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É 
a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou 
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transmitir ideias. É a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos 
poetas, escritores, jornalistas. Como exemplos de pessoas que a desta-
caram nessa inteligência temos: Fernando Pessoa, Jorge Amado, Pablo 
Neruda etc.
2. Inteligência musical: é a competência para compor e executar peças 
musicais e também para ouvir e entender música. A musicalidade é per-
cebida pela facilidade na apreciação, composição e/ou reprodução de 
uma peça musical. A expressão dessa inteligência envolve ainda a dis-
tinção de sons e temas musicais, a sensibilidade para ritmos, texturas e 
timbre. Destacados músicos como J. S. Bach, W. A. Mozart e A. Vivaldi 
tinham elevado este tipo de inteligência.
3. Inteligência lógico-matemática: é a capacidade de confrontar e avaliar 
objetos e abstrações, bem como de entender suas relações e princípios. Os 
componentes centrais dessa inteligência são descritos por Gardner como 
uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade 
para explorar relações, categorias e padrões por meio da manipulação de 
objetos ou símbolos e para experimentar de forma controlada; é a habi-
lidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas 
e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas, 
como Albert Einstein, Isaac Newton e Madame Curie. Gardner, porém, 
explica que, embora o talento científico e o talento matemático pos-
sam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as 
ações dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os 
matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientis-
tas pretendem explicar a natureza.
4. Inteligência espacial: é a habilidade para perceber com precisão o mundo 
visual, transformar e modificar percepções e recriar a realidade visual. 
Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber 
o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular 
formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar 
tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. 
É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. 
Destacam-se, nessa inteligência, o arquiteto Oscar Niemeyer, os pinto-
res Pablo Picasso, Michelangelo, Leonardo Da Vinci.
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5. Inteligência cinestésica ou cinestésico-corporal: é a capacidade de con-
trolar e orquestrar o movimento do corpo e manejar objetos com destreza. 
Essa inteligência refere-se à habilidade para resolver problemas ou criar 
produtos por meio do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade 
para usar a coordenação grossa ou fina em desportos, artes cênicas ou 
plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de 
objetos com destreza. Os grandes esportistas destacam-se nesse tipo de 
inteligência, como Neymar, Lionel Messi, Daiany dos Santos.
6. Inteligência interpessoal: é a capacidade de entender aos outros. Nessa 
inteligência, encontramos a capacidade no entendimento e na reação 
adequados na percepção de humores, temperamentos, motivações, inten-
ções e desejos de outras pessoas, uma vez que se trata da habilidade de 
relacionar-se com outras pessoas. Trata-se de pessoas extremamente 
sensíveis às necessidades e sentimentos de outros. Mahatma Gandhi, Mar-
tin Luther King e Nelson Mandela destacavam-se nesse tipo de inteligência.
7. Inteligência intrapessoal: trata-se aqui, da capacidade de entender a si 
próprio(a). A inteligência intrapessoal é uma espécie de irmã da inteligên-
cia interpessoal, expressando-se pela habilidade de perceber, discernir e 
entender os próprios sentimentos, sonhos e ideias. “É o reconhecimento 
de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capaci-
dade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para 
usar essa imagem para funcionar de forma efetiva” (RODRIGUES, 2014, 
s.p.) A inteligência intrapessoal só é percebida por meio da manifesta-
ção de outras inteligências, como as linguísticas, musicais ou cinestésicas. 
Nesse tipo de inteligência destacam-se Confúcio, Buda, Jesus ou Madre 
Teresa de Calcutá.
8. Inteligência naturalista: esse e os seguintes modelos de inteligência foram 
incorporados posteriormente por Gardner. É a capacidade de reconhecer 
e categorizar objetos da natureza. A Inteligência naturalista tem muito a 
ver com o desfrute do ser humano de tudo aquilo que envolve a Natureza: 
animais, plantas, flores, ecologia, relações entre os seres vivos, os rios, o 
mar, o céu, os astros, o sol, a lua, a beleza da paisagem etc. Nas crianças, 
há uma tendência inata para apreciar os animais e as plantas, por isso 
desfrutam nas escolas, cuidando dos jardins e contos escolares. Entre os 
que se destacaram nesse tipo de inteligência, temos Darwin, Mendel e 
mesmo Francisco de Assis.
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9. Inteligência existencialista: essa é a capacidade de entender e ponderar 
as questões fundamentais da existência humana, além disso, podemos 
relacioná-la mesmo com a afetiva e emocional. É própria de pessoas 
que desfrutam ajudando os demais. Amantes da paz e da não violência, 
fomentam o respeito entre todos os seres, da irmandade humana, da soli-
dariedade e da compreensão. Gandhi, Dalai Lama, João XXIII e o atual 
Papa Francisco estariam dentro dos que se destacam nessa inteligência, 
muito relacionada com os sentimentos positivos e do amor ao próximo.
Além da teoria das inteligências múltiplas, Daniel Goleman (2001) difundiu uma 
abordagem, um entendimento diferenciado para a inteligência, a que ele cha-
mou de Inteligência emocional. 
Emoção, segundo Maximiano (2008), é uma palavra que significa impulso, 
movimento. Assim como acontece com outros aspectos do comportamento das 
pessoas, não há consenso sobre o significado da emoção, nem sobre a classifica-
ção das emoções. Para VandenBos (2010, p. 334), a emoção é um
O psicólogo Howard Gardner, professor na Universidade de Harward, for-
mulou em 1982 uma teoria sobre inteligência que o tornou conhecido 
mundialmente. Ele defende que existem diversos tipos de inteligência e não 
apenas uma, como é o comum de ser ouvido, são eles: linguística, lógico-
-matemática, espacial (comum em navegantes e engenheiros); corporal-ci-
nestésica (própria de atletas ou dançarinos); interpessoal (representada pela 
capacidade de compreensão dos sentimentos do outro); intrapessoal(ou a 
habilidade de autoconhecimento); naturalística (relação da pessoa com a 
natureza) e musical. Gardner é considerado um dos “demolidores” da ideia 
do quociente de inteligência (QI), que é justamente a proposta da inteligên-
cia única. O psicólogo “declara-se mais interessado em estimular virtudes e 
talentos humanos do que em medi-los”.
Você pode conferir uma entrevista com o psicólogo Howard Gardner no link 
disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/multi-
plas_inteligencias.html>. Acesso em: 4 maio 2015.
Fonte: a autora.
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[...] padrão de reação complexo, envolvendo elementos experimentais, 
comportamentais e fisiológicos, pelo qual um indivíduo tenta lidar 
com um assunto ou evento pessoalmente significativo. A qualidade es-
pecífica da emoção [...] é determinada pelo significado específico do 
evento. [...] A emoção tipicamente envolve sentimentos, mas difere do 
sentimento por ter uma relação explícita ou implícita com o mundo. 
Para compreender essa comparação, o autor define sentimento como uma
[...] experiência fenomênica completa. Os sentimentos são subjetivos, 
avaliativos e independentes da modalidade sensorial das sensações, 
pensamentos ou imagens que os provocam. Eles são inevitavelmente 
avaliados como agradáveis ou desagradáveis, mas podem ter mais qua-
lidades intrapsíquicas específicas, de modo que, por exemplo, o tom 
afetivo do medo é experimentado como diferente daquele da cólera. 
A característica central que diferencia sentimentos de experiências in-
trapsíquicas cognitivas, sensorial ou perceptuais é o vínculo entre afeto 
e avaliação. Os sentimentos diferem das emoções por serem exclusi-
vamente mentais, ao passo que as emoções visam envolver o mundo 
(VANDENBOS, 2010, p. 836).
Dessa forma, vemos que a emoção é uma espécie de interpretação de um estí-
mulo significativo, tendo, portanto, uma relação com o mundo externo. Ao passo 
que o sentimento é subjetivo e independente de um estímulo que o provoque.
Para Goleman (2001, p. 303, grifos do autor), a “[...] emoção se refere a um 
sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a 
uma gama de tendências para agir”. O que seria, então, a inteligência emocional?
Ao contrário do que se pensa, a ideia original da inteligência emocional 
não é de Goleman, mas de Salovey e Mayer, e, segundo VandenBos (2010), tra-
ta-se de um 
[...] tipo de inteligência que envolve a capacidade de processar infor-
mações emocionais e usá-las no raciocínio e em outras atividades cog-
nitivas [...] a inteligência emocional compreende quatro capacidades: 
perceber e avaliar as emoções com precisão, acessar e evocar emo-
ções quando elas facilitam a cognição, compreender a linguagem 
emocional e fazer uso de informações emocionais, e regular as emo-
ções tanto próprias quanto dos outros para promover crescimento e 
bem-estar (VANDENBOS, 2010, p. 522, grifos nossos).
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Assim, a inteligência emocional é a habilidade de perceber, decodificar, entender 
e acolher suas próprias emoções e as dos outros também, lidando adequada-
mente com elas.
No quadro seguinte, você pode visualizar os principais constituintes da inte-
ligência emocional e seus comportamentos característicos (MAXIMIANO, 2008).
AUTOCONHECIMENTO
• Capacidade de reconhecer o sentimento no 
momento de sua ocorrência.
• Compreensão das próprias emoções, forças, 
fraquezas, necessidades e impulsos.
• Compreensão dos próprios valores e objetivos.
• As pessoas com alto grau de conhecimento são 
capazes de reconhecer como seus sentimentos 
afetam a si próprias, aos outros e o seu desempe-
nho profissional.
AUTOCONTROLE
• Manejo das emoções, com base no autoconhe-
cimento.
• Envolve a capacidade de adiar o recebimento de 
recompensas.
• Equivale a uma conversação interior, que contro-
la as emoções e as coloca a serviço de objetivos 
úteis.
• Envolve a capacidade de fazer avaliações de 
outras pessoas, que apresentam desempenho 
negativo, sem se deixar dominar por emoções 
negativas.
• As pessoas com alto grau de autocontrole emo-
cional são capazes de superar mais facilmente as 
dificuldades da vida.
AUTOMOTIVAÇÃO
• Impulso interior para a realização.
• Realização motivada pela satisfação interior, não 
por incentivos exteriores.
• Busca da superação de si próprio.
• As pessoas automotivadas conseguem ser alta-
mente produtivas e eficazes no que se propõem 
fazer.
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EMPATIA
• Capacidade de reconhecer as emoções alheias e 
considerá-las no processo de tomar decisões de 
forma inteligente.
• Capacidade de entender as necessidades e inte-
resses de outras pessoas.
• Habilidade fundamental em profissões como 
magistério, vendas, administração e serviços 
pessoais.
• Não significa procurar ficar de bem com todo 
mundo.
HABILIDADES 
INTERPESSOAIS
• Eficácia no relacionamento com os outros.
• Compreende diversas competências: demonstrar 
emoções de forma apropriada, entender o efeito 
das próprias emoções sobre os outros, contagiar 
os outros com emoções positivas, organizar 
grupos, negociar soluções, responder de forma 
apropriada às emoções alheias, detectar e enten-
der emoções alheias.
• Falta dessa habilidade produz arrogância, teimo-
sia e insensibilidade.
• Arte de se relacionar positivamente com outros.
Quadro 5: Principais componentes da inteligência emocional 
Fonte: Maximiano (2008, p. 242).
Sendo o ambiente organizacional um local no qual se tem contato com uma 
infinidade de pessoas e de situações diferentes, exigindo sempre uma postura 
profissional, saber reconhecer e lidar com as próprias emoções é diferencial para 
se destacar positivamente no mercado de trabalho.
Considerações Finais
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41
BIOGRAFIA
A biografia diz respeito às experiências de cada um de nós ao longo de nossas 
vidas. A questão de interesse que norteia esse tópico no que diz respeito às dife-
renças individuais é que as vivências de cada um contribuem para o processo de 
formação e transformação da personalidade. 
Nesse sentido, enquanto gestor(a), deve-se atentar ao fato de que as experi-
ências de vida de cada indivíduo são significativas e fazem parte de sua história 
e constituição, influenciando no modo como cada um de nós recebe, interpreta 
e reage aos estímulos do ambiente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá, caro(a) estudante, chegou bem até aqui? Vimos nesta nossa primeira uni-
dade algumas informações iniciais sobre a Psicologia e sua constituição enquanto 
ciência, assim como alguns conceitos importantíssimos da área. Para lembrar: 
sensação e percepção, atitudes, aptidões, inteligência, inteligências múltiplas e 
inteligência emocional e biografia. 
Aprendemos que, desde o princípio, a Psicologia tem dificuldades em esta-
belecer um único objeto de estudo. Seria o comportamento observável? Seria o 
inconsciente? Quem sabe fossem as informações recebidas do ambiente e pro-
cessadas no cérebro ou, então, até mesmo a subjetividade? Mas fica evidente que 
limitar ou reduzir esse objeto de estudo a um único aspectotiraria da Psicologia 
muito do seu brilho e das suas inúmeras possibilidades de estudo e produção 
de conhecimento.
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Vimos que a nossa personalidade, as características que reconhecemos em 
nós mesmos como sendo a unidade de cada ser, depende de um processo fun-
damental chamado identificação. Nesse processo de identificação, temos um 
movimento de perceber, nos espelhar e nos apropriar de aspectos daqueles com 
quem convivemos ao longo de toda a nossa vida. E esse decurso de constituição 
da personalidade de cada um, ou seja, o que faz você se reconhecer enquanto 
você, também reflete naquilo que nos diferencia uns dos outros. A isso nós damos 
o nome de diferenças individuais, que são aquelas citadas logo acima, a saber: 
Sensação e Percepção, Atitudes, Aptidões, Inteligência, Inteligência Emocional 
e Inteligências Múltiplas e Biografia. 
Para que conhecer tudo isso? Ora, somos pessoas, não é mesmo? Eu, sin-
ceramente, espero que sua resposta tenha sido sim. Mas, continuemos a ideia. 
Somos pessoas e trabalhamos com outras pessoas, certo? Em alguns casos, tam-
bém lideramos pessoas. Esses sujeitos são diferentes de nós e, ainda assim, temos 
que, com eles, aprender quais são as sutilezas do jeito de ser de cada um, para 
respeitá-las e, então, proporcionarmos, de nossa parte, uma convivência cada 
vez mais harmoniosa entre os colegas de trabalho.
43 
1. Vimos que o significado original da palavra Psicologia, do grego, quer dizer “es-
tudo da alma”, mas que seu objeto de estudo transformou-se ao longo do tem-
po. A partir do exposto e do que foi estudado, quais são os possíveis objetos de 
estudo da Psicologia?
2. Defina o termo personalidade.
3. A partir do estudo da teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, refli-
ta sobre a(s) inteligência(s) com a(s) qual(is) você se identifica, justificando sua(s) 
escolha(s) com seus comportamentos cotidianos.
SER OU PARECER DIFERENTE: O PAPEL DA DIVERSIDADE NA 
SATISFAÇÃO DE EQUIPES DE TRABALHO
Com o advento da globalização, o mundo do trabalho vem sofrendo significativas trans-
formações, dentre as quais, se destacam o incremento da diversidade da força de traba-
lho e a adoção de equipes de trabalho como células de desempenho. Essa realidade faz 
com que seja vital perceber, compreender e aproveitar as diferenças entre as pessoas 
como vantagem competitiva, uma vez que, se utilizada adequadamente, pode tornar as 
equipes mais adaptativas, criativas e inovadoras na execução das tarefas.
Tais características são ainda mais necessárias no presente cenário organizacional, ca-
racterizado pela acirrada competição do mercado. Logo, cabe aos gestores saber otimi-
zar o potencial das equipes de trabalho. Por essa razão, é de extrema relevância o estudo 
e a compreensão do efeito que a diversidade tem sobre a efetividade das equipes de 
trabalho. Para analisar o avanço do conhecimento relativo a esse assunto, cabe primei-
ramente definir os fenômenos abordados, conceituando-os de maneira a descrever cla-
ramente os seus limites teóricos e conceituais.
As organizações se veem impelidas a desenvolver mecanismos que lhes permitam res-
ponder de maneira eficaz às mudanças presentes no cenário contemporâneo. Uma das 
estratégias escolhidas tem sido a implementação de equipes de trabalho. A definição 
dessas unidades de desempenho não é unânime, e existem contradições e divergências 
a depender do aspecto priorizado pelo autor. Mas, como tal discussão extrapola o esco-
po do presente trabalho, tomou-se a decisão de adotar a definição de Machado (1998), 
para quem tais agregados sociais podem ser definidos como:
Sistema de relações dinâmicas e complexas entre um conjunto de pessoas que 
se identificam a si próprias e são identificadas por outras pessoas dentro da or-
ganização como membros de um grupo relativamente estável, que interagem 
e compartilham técnicas, regras, procedimentos e responsabilidades, utilizadas 
para desempenhar tarefas e atividades com a finalidade de atingir objetivos mú-
tuos (MACHADO, 1998, p. 7).
Para que a equipe tenha um bom desempenho, é preciso que exista sinergia entre seus 
membros, os processos da equipe sejam adequados ao trabalho e o suporte organiza-
cional esteja presente. Ampliando essa perspectiva, Horwitz (2005) verificou que haviam 
cinco principais dimensões às quais eram atribuída influência sobre o desempenho das 
equipes. São elas: (1) tipo de trabalho; 2) interdependência de tarefas; (3) composição 
do grupo; (4) contexto organizacional; e (5) processos do grupo. Assim, a literatura da 
área sugere, quanto aos preditores da efetividade das equipes, que aspectos relativos 
tanto ao desenho da equipe, como ao trabalho realizado e o contexto, constituem ele-
mentos de influência. 
45 
Para medir os resultados das equipes, devem-se considerar tanto indicadores concre-
tos (duros), que considerem o trabalho produtivo, como, também, indicadores afetivos, 
como a satisfação e o comprometimento. Assim, é defendido que o desempenho pro-
dutivo, como volume de trabalho realizado, constitui apenas um dos possíveis indicado-
res da efetividade. A importância decorrente da adoção de indicadores afetivos estaria 
no reconhecimento do valor que as relações interpessoais positivas têm para o bem-es-
tar dos membros da equipe, assim como para o desempenho. 
Albuquerque e Puente-Palacios (2004) destacam a pertinência da afirmação realizada 
por esse autor, ao estabelecer que a efetividade das equipes de trabalho pode ser com-
preendida com base na observação de três critérios fundamentais: os resultados produ-
tivos do trabalho em si, a sobrevivência da equipe e a satisfação dos membros. Para os 
mesmos autores, a satisfação da equipe representa o vínculo afetivo (estado emocional) 
de seus membros com relação às experiências vividas no ambiente de trabalho. Assim, é 
pertinente considerar a satisfação como um indicador legítimo da efetividade. 
Já a satisfação no trabalho pode ser definida, conforme Locke (1976), como um estado 
emocional positivo ou de prazer, resultante de um trabalho específico, ou, ainda, da ex-
periência geral de trabalho.
Aplicando essa definição ao cenário das equipes, pode-se afirmar que a satisfação é o 
vínculo afetivo positivo estabelecido com a unidade de desempenho, como resultado 
de experiências favoráveis vivenciadas ao longo do trabalho. Assim, experiências posi-
tivas do trabalho em equipe têm elevada probabilidade de promover o surgimento de 
vínculos afetivos com essa equipe, ou seja, membros satisfeitos. Resumindo as teoriza-
ções realizadas pelos autores mencionados quanto à efetividade, é pertinente afirmar 
que ela constitui o resultado desejado no desempenho das equipes. A efetividade de 
uma equipe, então, embora tradicionalmente tenha focado em indicadores duros, con-
templa também os vínculos afetivos dos membros com a unidade de desempenho em 
questão. 
1.1 A diversidade
A diversidade caracteriza-se como um fenômeno intrínseco e desafiador para as equi-
pes de organizações globalizadas. As equipes que operam no cenário organizacional 
tornaram-se mais diversas ao longo dos últimos anos, em decorrência de uma maior 
inserção das mulheres e demais grupos minoritários no mercado de trabalho, segundo 
apontam Hobman, Bordia e Gallois (2003), e a tendência é que essa diversidade só ve-
nha a aumentar no decorrer do tempo, conforme teorizam V an Knippenberg, De Dreu 
e Homan (2004), apoiando comentários realizados por teóricos da área (PUENTE-PALA-
CIOS; SEIDL; SILVA, 2008, p. 81-83).
Fonte: adaptado de Puente-Palacios; Seidl; Silva, (2008, p.81-83).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia 
(2009,

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