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\ .... :... - '-!.._-". \ : .~.~.,.. ,, , 168 'r út.ro BATISTA FRANCO FLUXOGRAI"IA DESCRITOR E PROJETOS TERAPÊUTICOS 169 . DESCRIÇAO DA PRIMEIRA PARTE DO FLUXOGRAMA DISCUSSÃO o primeiro problema, evidente no fluxograma, diz respeito à fila que se forma na madrugada, às vezes na noite anterior, de usuários em busca da "ficha" (uma senha) que dá acessoà consulta médica. Após enfrentar a fila (chamada aqui de pri- meira fila), o usuário entra na Unidade às 7 h (horário em que se iniciam os expedientes) e se dirige à recepção para re- ceber a ficha e agendar a consulta médica, por ordem de che- gada.Após conseguir agenda, para efetivamente acessar a con- . sulta que se realiza à tarde, será necessário enfrentar uma segunda fila (à tarde), também por ordem de chegada. O pro- cesso burocrático de _acesso à consulta, a inexistência de dis- positivos como oAcolhimento e a baixa oferta, excluem a maio- ria dos usuários da assistência. Para a consulta à tarde, o usuário tem de estar previamen- te agendado (o que deve ter sido feito pela manhã). Há ainda um esquema para "furar a fila", que são usuários encaminha- dos por pessoas que detêm influência no mando político da cidade, herança ainda de uma velha cultura e identificado pela equipe como um. problema. Vale registrar que esta não é prá- tica oficial da administração municipal, este procedimento é feito contrariando sua orientação. Verificada a existência de vagas, os usuários são encami- nhados para a consulta. (Aqueles que ficam excluídos da con- sulta se estiverem "debilitados", questão que é verificada pela auxiliar de enfermagem da recepção, esta tenta encaixá-Io no horário 'do médico ou é encaminhado para o serviço de urgên- cia do Pronto-Socorro. Caso contrário,' esse usuário tem de vol- tar, na madrugada, para a primeira fila a fim de tentar conse- guir agenda no dia seguinte.) Depois dos procedimentos de rotina, em torno da providência de prontuários, se realiza a consulta médica. A análise dos processos vividos na Unidade Básica de Saú- de pela equipe de profissionais e usuários é feita com olhar no fluxograma e discussão no coletivo de trabalhadores- Uma sé- rie de fatores define a ocorrência de fila na madrugada, a se- gunda fila à tarde e a exclusão de parte dos usuários, sem ao menos 'terem seu problema de saúde "escutado de forma qua- lificada" ..Em primeiro lugar, a assistência centra-se na, con- sulta médica, reduzindo a capacidade de resposta do serviço à demanda, ou seja, 0.8 outros profissionais, sobretudo enfermeira e auxiliares de enfermagem, não atuam na assistência direta aos usuários, reduzindo a oferta e o conseqüente acesso aos ser- viços. O problema é agravado com a baixa disponibilidade de horas/trabalho dos médicos. Dos dois que trabalham na Clíni- ca-Geral, um disponibiliza 6 h/semana à Unidade Básica e ou- tro 10 h/semana. A questão é Ievani.ada pelos trabalhadores como um "nó crÍtico" para a assistência oferecida aos usuários. Há tentativa dos funcionários da recepção de "encaixar" para atendimento na própria Unidade ou "encaminhar" ao Pronto- Socorro usuários excl~ídos do atendimento no mesmo dia, que necessitam de·atendimento imediato - estão "debilitados", como verificaram as auxiliares de enfermagem e relataram os usuários. Mas a ação não tem poder de mudar o quadro geral de baixa 'oferta e exclusão de grande parte deles. O atendimento é sumário, burocratizado, exigindo grandes esperas dos usuários, aumentando-lhe a carga de sofrimento. Após a realização da consulta, o usuário volta à recepção para orientações e outros encaminhamentos necessários. A outra fase do fluxograma demonstra o leque de serviços ofertados pelo cardápio da Unidade, e que são acionados a partir da consulta médica. Estes serviços demandados pelo médico são encaminhados da recepção, como vemos a seguir:
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