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INTRODUÇÃO À INTOXICAÇÃO POR PLANTAS Introdução: Plantas tóxicas de interesse pecuário: Conceito: ingestão sob condições naturais; causam doença ou morte; plantas que tem toxicidade comprovada; e a espécie animal em questão (que ingere as plantas); No Brasil existem 131 espécies de interesse e 79 gêneros, tais como: Senecio spp, Nierembergia veichii, Ateleia sp, Pteridium, Amorimia, Mimosa tenuiflora, Ipomoea, Palicourea, Brachiaria, Cestrum, Crotalaria, Sida, Senna, entre outras. Condições que favorecem ou possibilitam a ingestão de plantas tóxicas pelos animais: Fome; Desconhecimento (transporte); Palatabilidade (aceitação do sabor dos alimentos); Sede; Vicio e facilitação social (inicia pela carência ou por imitar outros animais); Fenação. Continuação: Acesso as plantas tóxicas; Dose tóxica variável de animal para animal e espécie de planta; Período de ingestão; Variações na toxidez; Brotação após chuvas. Crendices sobre as plantas tóxicas: Aspectos morfológicos das plantas tóxicas (plantas lactescentes, semelhantes a feijão, melancia…); Pouca quantidade de planta ingerida; Efeitos tóxicos logo após a ingestão; Sempre perturbações digestivas (timpanismo, desprendimento de mucosa, diarreia); “Timbós” e “Tinguis”; Evolução do quadro clínico-patológico: AGUDA (superaguda, aguda e subaguda); CRÔNICA Ação das plantas tóxicas: Ação direta (minoria): efeito direto sobre o tubo digestivo; Ação remota (maioria): não afeta o sistema digestivo; Absorção pela mucosa gastrintestinal → circulação porta → fígado (oxidação, redução e desdobramento) → circulação sanguínea → tecidos Mucosa ruminal pode modificar os princípios tóxicos Efeito não acumulativo: Princípios tóxicos absorvidos e eliminados com rapidez; Dose letal ingerida em curto prazo (uma hora ou um dia). Efeito acumulativo: eliminação lenta Ingeridas em subdoses e retidas no organismo até alcançarem níveis tóxicos. Fatores que influenciam a toxidez das plantas: Fatores ligados à planta: Fase de crescimento: mais tóxica na brotação (Pteridium aquilinum); Partes tóxicas: maioria folhas, algumas seus frutos (favas da Dimorphandra mollis); Estado e armazenamento: podem perder a toxidez na dessecagem ou manter por longos períodos; Solo e procedência: conhece-se pouco sobre esse fator. Fatores ligados ao animal: Espécie animal: é o mais importante; Idade; Pigmentação; Ingestão de água, morrem perto aguadas; Exercício: importante para plantas que interferem no funcionamento do coração; Tolerância e imunidade; Resistência individual. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS PLANTAS TÓXICAS Está entre 3 causas de morte mais comuns no Brasil. As perdas ocorrem por: mortes de animais, diminuição da produção, custos com controle e tratamento, desvalorização da terra e perdas reprodutivas. (Da pop. de bovinos: 221.827.299 IBGE 2012, anualmente de 820 mil a 1 milhão e 700 morrem por intoxicação por plantas). DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR PLANTAS Importante para adotar medidas profiláticas; Como NÃO se deve proceder: isolamento de princípios tóxicos (geralmente sem resultados); Como proceder: conhecer plantas tóxicas da região e os quadros clinicopatológicos causados por cada uma delas, histórico, dados de necrópsia, laboratorial, histologia… Inspeção de pastagens; Ensaios biológicos; Identificação botânica. MEDIDAS GERAIS A SEREM TOMADAS NO CASO DE INTOXICAÇÃO POR PLANTA Retirar animais do pasto onde se encontram; No caso de plantas cardiotóxicas, retirar os animais lentamente; Maioria não tem tratamento específico; Diminuir absorção e aumentar eliminação; Tratamento sintomático. PROFILAXIA Erradicação das plantas tóxicas (cultivadas e nativas – seleção de variedades); Evitar acesso do gado a áreas invadidas; Não colocar gado em certas áreas durante certos períodos do ano; Ter cuidado na transferência de animais; Evitar pastejo excessivo; Usar animais menos susceptiveis; Evitar colocar animal transportado com fome ou sede em pastagens contaminadas; Construção de cercas, eliminação de plantas; Uso de sementes controladas; Feno e silagem de qualidade; Controle biológico; Aversão. Intoxicação indireta e direta de seres humanos Pela ingestão de carne de animais intoxicados? Substâncias tóxicas têm grande probabilidade de serem destruídas pelo cozimento. Mel; Leite; Consumo da planta (chás e alimentação). INTOXICAÇÃO POR PLANTAS CIANOGÊNICAS Introdução: Ácido cianídrico – HCN (liquido incolor e volátil); Glicosídeos cianogênicos – aldeídos ou cetona e um ou mais açucares ligados ao ácido; HCN liberado (enzimas da planta – rompimento da célula vegetal - contato); 2-4 mg/kg/hora; Ruminantes mais sensíveis – pH do rúmen é de 6 a 7 – bactérias ruminais liberam o HCN; Equinos e suínos – pH de 5 a 6 inativa as enzimas hidrolíticas da planta; Vegetais cianogênicos – 80 famílias, 250 gêneros e 1000 espécies; Maioria não causa danos – baixa palatabilidade ou baixo teor de glicosídeos cianogênicos. Mecanismo de ação: HCN absorvido pelo aparelho GI -> circulação sanguínea; HCN + citocromo oxidase -> complexo cianeto citocromo oxidase -> anóxia aguda; Tiocianetos excretados na urina (pouco tóxicos). Teores de glicosídeos cianogênicos variáveis: Fase de crescimento (brotação ou tubérculos); Fatores climáticos (secas, geadas, granizo – liberação de enzimas); Solo; Adubação nitrogenada; Variedades. Sinais Clínicos: Respiração acelerada e profunda (doses menores); Taquicardia; Mucosas vermelho viva, depois cianóticas; Sialorreia; Tremores musculares; Andar cambaleante; Dispneia cada vez mais acentuada e coma; Pode haver timpanismo. Macro e micro: Cor vermelho vivo do sangue venoso (casos de evolução de poucos minutos – acumula oxihemoglobina); Folhas não digeridas no interior do estomago ou rúmen; Congestão; Sem alterações micro significantes. Diagnóstico: Histórico, epidemiologia, sinais clínicos, evolução, macro e micro Resposta ao tratamento; Teste do papel picro sódico – solução de 5g de carbonato de sódio e 0,5h de ácido pícrico dissolvidos em 100ml de água destilada; Planta suspeita, conteúdo do rúmen, fígado e musculo. Tratamento: Endovenosa – nitrito de sódio – 5g+ 15g de hipossulfito de sódio + 200ml de água Dose – 40ml/100 kg Nitrito de sódio -> metamoglobina _ HCN -> cianometemoglobina -: liberação de HCN + hipossulfito -> tiocianeto -> menos toxica, eliminada na urina. Plantas cianogênicas no Brasil: Sorghum spp. Manihot spp. Holocalyx glaziovil Prunus sphaerocarpa Piptadenia macrocarpa viridiflora Cnidoscolus phyllacanthus Passiflora foetida Tifton 68 Manihot Euphorbiaceae; Manihot esculenta; “mansas e bravas” 150 espécies; M. piaubyensis: mandioca brava; glicosídeos cianogênicos; principio ativo: linamarina e lotaustralina. DOSE TOXICA: 2,5 a 10 g/kg Prunus spp Rosaceae – Prunus selowii (= sphaerocarpa); Pessegueiro bravo PA: amigdalina Dose toxica: 3,5 a 5 g/kg Sorghum spp Sorghum vulgare: sorgo S. halepense: sorgo de alepo S. sudanense: sorgo sudão, capim sudão Quando crescem ou rebrotam rapidamente Menos de 20 cm ou 7 semanas TIFTON 68 Graminae Cynodum spp. Intoxicação com 5 g/kg Profilaxia: Sorgo: não introduzir animais antes de 7 semanas; Manihot: não introduzir animais quando em brotação; Ramos e tubérculos cortar e deixar ambiente; Tubérculos de mandioca: acostumar gradativamente; Cuidar galhos caídos após podas ou tempestades; PLANTAS QUE AFETAM O FUNCIONAMENTO DO CORAÇÃO 1. Plantas que causam “morte súbita”: “é aquela em que o aparecimento dos sinais clinicos coincide com o momento da morte, de modo que deve ser diferenciada de morte com sinais clínicos agudos ou mesmo daquela em que o animal é encontrado morto.” - Evolução aguda, o animal pode ate ter morrido de morte súbita, mas ninguém pode dizer. Rubiaceae: Palicourea marcgravii, P. aeneofusca, P. juruana, P. grandiflora Malpighiaceae: Mascagnia (Amorimia) rigida, M. amorimia (publiflora): M. (A.) elegans; M. Aff. Rigida, M. (amorimia) exatropira 2. Plantas que causam intoxicação de evolução subaguda (fibrose cardíaca): Causam ICC Tetrapteys acutifolia – sudeste T. multiglandulosa – sudeste Ateleia glazioviana – sul OBS: essas plantas também causam problemas reprodutivos 3. Plantas que contem glicosideos condutóxicos: Opacynaceae: mirradeira Nerium oleander e Asclepias curassavica → mata se bicho comer na dose tóxica Problema de intoxicação em filhotes e crianças Plantas que causam morte súbita: Palicourea marcgravii: mais importante do Brasil → mais toxica O cafezinho, erva-de-rato, café bravo, roxinha, vick (cheiro de vick) Intoxicação superaguda Arbusto Mais importante: palatável, dose baixa, amplamente distribuída, prefere lugares sombreados, beiras de mata, terra firme (várias espécies de Palicourea não são tóxicas) Condições em que ocorre intoxicação: Matas e capoeiras Pastagens cercadas Pastos recém-formados Boa palatabilidade Dose tóxica baixa: 0,4/0,6 g/kg Folhas e frutos (mais tóxicos) efeito acumulativo de área 1/5 a 1/10 da dose letal Ingestão semanal: 1/5 – não intoxicação; Dessecagem não perde a toxicidade Principio ativo da P. marcgravii: Não tem antidoto! Ácido monofluoracético → fluorcitrato (produto do seu metabolismo – é responsável pela sua toxicidade) Interferencia do metabolismo energético celular – ciclo do ácido cítrico Morte por fibrilação ventricular e parada cardíaca Em bovinos, o tecido mais sensível é o coração ACONITASE – enzima inibidora do ciclo de Krebs Ácido monofluoracético → ciclo de krebs → fluorcitrato → inibe a aconitase* - isso bloqueia o andamento do ciclo → falta energia → MORTE Consequências: A inibição da aconitase interfere na respiração celular (depleção energética) e no metabolismo do CHO/lipídios e proteínas O citrato se acumula pois não está sendo utilizado, liga-se ao cálcio sérico e, além disso, causa acidose metabólica Sinais clínicos e evolução: Dura de 1 a 10 min o animal morre, podendo chegar até mais 1h Evolução superaguda Relutância em andar Frequência urinaria constante em pouca quantidade Pulso venoso positivo, jugular ingurgitada Ataxia, instabilidade postural, tremores, queda, movimentos de pedalagem, opistótono, convulsão, MORTE! Necrópsia e histopatologia: Não tem lesão macro, pode ter hemorragia Micro: quando o quadro clinico se estende, podemos encontrar no rim, degeneração hidrópica/ vacuolar/ núcleo picnótico e periférico. Diagnóstico e Diagnóstico diferencial: Presença da planta Ocorrência de morte súbita – necrópsia e histologia Diferencial: das outras plantas que causam morte súbita! Plantas cianogênicas: deficiência de cálcio e fósforo Carbúnculo e acidente ofídico Tratamento: Não se conhece antídoto! (evolução superaguda) Movimentar os animais o minimo necessario durante alguns dias Efeito acumulativo – eliminação lenta (48h) Acetanamida – sem efeito após sinais clínicos Profilaxia: Cercar matas e capoeiras junto a cercas Cuidar de pastagens recém formadas Arrancar planta e colocar herbicida para evitar rebrota Mascagnia (amorimia) rigida Popular como “tingui” Quebra bucho – nordeste Intoxicação por Amorimia spp em ruminantes A mais importante no sul é a exotropica Evolução superaguda: 24/48h Amorimia exotropica: SUL!! Não tem macro? Micro: degeneração de fibras musculares cardíacas, edema e infiltração de macrofagos, degeneração hidrópica vacuolar renal Tratamento: animais em repouso Profilaxia: evitar ingestão cercando as áreas afetadas, movimentar com muito cuidado os bovinos, erradicar planta 2. Plantas que afetam o funcionamento do coração PLANTAS HEPATOTÓXICAS Agudas e crônicas: Insuficiência hepática: Icterícia (bilirrubina) – hemácia morre → bilirrubina na circulação → bilirrubina indireta → hepatócitos → ácido glucurônico… (+ evidente que as outras ictericias); Fotossensibilização (filoeritrina) – surge da degradação da clorofila – destruição dos canais causando acumulo de filoeritrina; Edemas (diminuição da pressão oncótica; podendo ser agravado pela hipertensão portal); Hemorragias (fatores de coagulação) – deficiências nos fatores de coagulação Encefalopatia hepática: amônia –> SNC → alfacetaglutarato → glutamina → falta ATP para SNC (quadro terminal do indivíduo são os sinais nervosos). Pode formar novos vasos e esses podem se comunicar diretamente com a circulação sistêmica. PLANTAS HEPATOTÓXICAS Solanaceae: Cestrum laevigatum*, Cestrum intermedium, Cestrum parqui, Cestrum corymbosum var. Hirsutum, Cestrum brasiliensis… A variedade de Cestrum laevigatum é a planta hepatotóxica aguda mais importante do país e a Cestrum intermedium é a predominante no sul do Brasil. São conhecidas como dama da noite, pimenteira, etc Compositae: Senecio brasiliensis*, Xanthium spp., Vernonia mollissima… Borraginaceae: Echium plantagineum* Fabaceae: Crotalaria spp.* Sapindaceae: Dodonea viscosa Ulmaceae: Trema micrantha Condições que ocorrem intoxicação Fome: estiagem – entre agosto e setembro; Brotação nova e abundante; Folhas murchas se tornam mais palatáveis; Sob condições naturais só ocorrem a intoxicação aguda; Dose tóxica: 10 a 50 gramas/kg; Planta dessecada mantém a toxidez; Princípio ativo: saponinas gitogenina e digitogenina. Princípio amargo: estrumida Xanthium cavanillesii – carrapicho Distribuição ocorre principalmente na região sul; Áreas submersas; Plantas invasoras de culturas e terras não cultivadas Animal se intoxica por duas ações: ingerindo cotilédones ou as sementes (quantidade de princípio ativo é grande nas sementes); tem baixa palatabilidade, porém, na brotação é mais tóxico e mais palatável), não tem poder acumulativo. Sinais clínicos das plantas hepatotóxicas agudas: Evolução aguda com curso clínico de 12 a 72h; Agressividade, anorexia; Paresia do membro pélvico, incoordenação; Tremores musculares; Atonia ruminal, dor abdominal, ranger de dentes; Fezes ressecadas com muco e estrias de sangue; Dificuldade de defecar e gemidos, decúbito esternal e pedalagem (encefalopatia hepática). MACRO: fígado com acentuação do padrão lobular, hemorragias de petéquias a equimoses, fígado tumefeito, ictericia. Na Vernonia, o lóbulo esquerdo do fígado ficará com um pedaço amarelado. MICRO: necrose centrolobular (hepatócitos centrolobulares são mais sensíveis que os periportais), degeneração hidrópica intermediária, degeneração gordurosa na região periportal. DIAGNÓSTICO: presença da planta, sinais clínicos, lesões macro e micro. DIAG DIFERENCIAL: doenças que afetam SNC, larvas de Perreyia flavipes, outras doenças que causam IH aguda. PLANTAS HEPATOTÓXICAS CRÔNICAS Plantas que causam fibrose hepática Não significa que animal ingeriu “cronicamente”, a planta, e sim, lesão progressiva de acordo com a quantidade de dose tóxica da planta. Grupo dos alcaloides pirrolizidínicos: Senecio spp, Echium plantagineum, Crotalaria spp. No fígado se transformam em pirrol (é uma substância alquilante) → adutos (se ligam em algo e não separam mais). Se ligam no local de sintese do hepatócito (DNA da célula), tanto que existem pirrois que são carcinogênicos. O pirrol inibe a mitose (divisão celular). “célula grande é caracterizada pela intoxicação por pirrolizidinicos” - megalócitos (ou aflatoxina). Ocorre um infiltrado de tecido conjuntivo → cirrose Espécies mais afetadas: bovino e equinos (Fêmeas e animais jovens) A ovelha é de 20 a 30x mais resistente Evolução da doença: 2 formas – toda lesão progressiva no fígado – quadro clínico – morte; Depende da gravidade da lesão → lesão no fígado tem progressão longa!! Sinais clínicos: 24 a 72h: agressividade, incoordenação, tenesmo, diarreia, edemas. Curso clínico de vários meses: emagrecimento progressivo com ou sem diarreia. FOTOSSENSIBILIZAÇÃO CAUSADA PELA INGESTÃO DE PLANTAS – causa lesão de pele Conceito: Foto dermatite (forma acentuada de queimadura solar) Substância fotodinâmica Radiação solar (luz ultravioleta transforma-se em calor) Podem ter 3 tipos: I, II e III. Patogenia: Agente fotodinâmico que pode ser ingerido, injetado ou absorvido pela pele. Causas: plantas e fungos Fotossensibilização hepatógena: causa lesão no fígado quando é ingerida Sinais clínicos: Precoce: eritema/edema, fotofobia, prurido, dor Tardios: vesículas/bolhas, úlceras/necrose, desprendimento de pele As lesões tendem a se localizar em áreas desprotegidas, e sem pigmentação Diagnóstico: Primário: não causa lesão hepática Secundário: causa lesão no fígado ** o grande problema é determinar a causa** Controle: Anamnese, sinais clínicos, patologia clínica, detecção de foto toxinas (furocumarínicos e alcaloides fototóxicos) biópsia de pele e fígado, necrose… FOTOSSENSIBILIZAÇÃO PRIMÁRIA Ammi majus Plantas com fagopirina: Fagopirum esculentum (trigo mourisco – forrageira) → Froelichia humboldtiana → PLANTAS QUE CAUSAM FOTOSSENSIBILIZAÇÃO SECUNDÁRIA Espécies de Brachiaria (decumbens, brizantha, humidicola) Morbidade e mortalidade variáveis; Possui elevados níveis de saponinas Acomete bovinos e ovinos (mais sensíveis morrem por problemas hepáticos) Intoxicação por Brachiaria spp.: inicialmente esporoesmina Pithomyces chartarum (fungo saprófita – matéria vegetal morta). Cepas não produziam. Sinais clínicos: variáveis com a gravidade. Alterações micro: macrófagos espumosos, lâminas do intestino, linfonodos mesentéricos, hepáticos, do fígado, cristais (saponina). INTOXICAÇÃO POR Lantana spp. (L. camara, L. glutinosa, L. teliaefolia) Acomete bovinos e ovinos; Distribuída em todo o país; Cresce em áreas de mata nativa e em terrenos abandonados; Problema grave na Austrália (inimigas naturais); Princípio tóxico: triterpenos lantadene A e B; Condições para a ocorrência de intoxicação: transporte, fome, desconhecimento. Alterações macro: Icterícia; Urina marrom/alaranjada; Fígado alaranjado/esverdeado; Alterações micro: fígado e rim Estase biliar; Hepatócitos multinucleados; Inflamação periportal; Hepatócitos tumefeitos; Proliferação de células dos ductos biliares. INTOXICAÇÃO POR Enterolobium spp. Aspectos clínicos: abortos/enterites – diarreias Macro: fígado Histologicamente ha necrose individual de hepatócitos e discreta proliferação Não ha tratamento, apenas minimizar o sofrimento do animal PLANTAS DE AÇÃO RADIOMIMÉTICA Pteridium (aquilinum, arachnoideum ou caudatum) – samambaia silvestre Plantas que mimetizam radiação. Pegam células que estão em proliferação como hematopoietico, pele… podem ocorrer problemas graves em nível de medula ou neoplasias… O animal come o broto da planta; Samambaia do campo ou samambaia; Distribuição e habitat: Brasil todo; Solos ácidos (para brotar opta-se por solo alcalino) e bem drenado; Animais mais susceptíveis: bovinos, ovinos, camundongos, ratos, cobaias; Condições para intoxicação: fome, vicio (falta de fibra), feno, dominância. Todas as partes são tóxicas: rizoma, na brotação a toxicidade é maior (sendo mais palatável); Ptaquilosideo é o princípio ativo carcinogênico; A ingestão crônica pode levar a um quadro agudo e a ingestão aguda pode levar a um quadro crônico!! 3 FORMAS CLINICAS – DE ACORDO COM A DOSE E PERÍODO DE INGESTÃO Síndrome hemorrágica aguda; Hematúria enzoótica; Carcinoma das vias digestivas; SÍNDROME HEMORRÁGICA AGUDA Ingestão de quantidade > 10 g/kg da planta durante algumas semanas a poucos meses; Hipertermia* e hemorragias na pele e mucosas visíveis; Diarreia com coágulos sanguíneos; Secreção nasal com muco sanguinolento; Trombocitopenia, neutropenia, relativa linfocitose, posterior anemia (devido atacar medula óssea), Apatia, fraqueza; Achados de necrópsia: Hemorragias em todos os órgãos e tecidos; Ulceras nas mucosas, sangue coagulado na luz intestinal; Infartos hepáticos; Achados histopatológicos: Lesão na medula óssea – acentuada rarefação do tecido hematopoietico Diagnóstico se dá através do quadro clínico e histopatologia Diagnóstico diferencial: outras diasteses e septicemias hemorrágicas Tratamento: de início: antibióticos, transfusões de sangue e estimulantes de medula óssea HEMATÚRIA ENZOÓTICA Ingestão de quantidades < 10 g/kg durante um ou mais anos; Hematúria intermitente (apenas vesícula urinária), anemia, emagrecimento, raras vezes incontinência urinária, morte; Bovinos a partir de 2 anos; Lesões: Nódulos ou formações papilomatosas na vesícula urinaria, coloração branco-amarelada ou avermelhada; Espessamento da parede da vesícula urinária Histopatologia: diversos tipos de processos neoplásicos de origem epitelial e mesenquimal Diagnóstico: Sinais e achados de necrópsia e histopatologia Diferenciar de doenças que causam hematúria e hemoglobinúria Não se conhece tratamento Retirada do pasto e boa alimentação leva a uma lenta recuperação, mas não completa; CARCINOMAS DAS VIAS DIGESTIVAS Princípio carcinogênico: PTAQUILOSÍDIO Animais com idade mais avançada Tumores na faringe, base da língua, cardia, esôfago e palato Sinais clínicos: tosse, regurgitação, timpanismo, diarreia e emagrecimento progressivo até morte Morbidade baixa: 3-5% Letalidade alta: 100% Necropsia: processos neoplásicos sob formas de massas de coloração amarelo-acinzentadas e ulceradas… (sinergismo com papiloma vírus) Histopatologia: formação com aspecto típico de carcinoma de células escamosas com marcada presença de pérolas de queratina e infiltração leucocitária Não tem tratamento! Diferenciar de actinobacilose e tuberculose