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Direito Penal – Parte Geral – OAB Parte geral: art. 1º até o art. 120. Pode ser dividido em 3 grandes blocos: 1. Teoria da norma, 2. Teoria do delito e 3. Teoria da pena. TEORIA DA NORMA Princípios: Legalidade – nullum crimen nulla poena sine lege. Não existe crime nem sanção sem uma lei. Intervenção mínima – só chama o direito penal em ultimo caso. Fragmentariedade – não compete ao direito penal proteger todos e qualquer bem jurídico. O direito penal só protege os bens jurídicos mais importantes. Lesividade – só interessa para o direito penal as condutas que podem gerar uma lesão a bem jurídico de outrem. Observação: o pensamento não é criminalmente punível. Auto lesão é criminalmente impunível. Culpabilidade – a responsabilidade penal é sempre pessoal. Pessoalidade, individualização e proibição do bis in idem – a pena não passará da pessoa do acusado. Dar a cada um a pena que lhe é justa. Ninguém pode ser duplamente punido por um mesmo fato. Insignificância e adequação social – os dois tem o poder de afastar a tipicidade. Quando a lesão provocada for ínfima o direito penal não deve intervir. Cds e dvds piratas é crime (sumula 502 STJ). Aplicação da lei penal No tempo (art. 1º até art. 10 do CP): na prova é cobrado assim: coloca a data do fato, lei x utilizada no dia, denuncia, quando oferece a denuncia tem outra lei em vigor, sentença, quando profere a sentença tem outra lei. Tem que responder qual lei aplica. Em regra aplica-se a lei penal vigente na época dos fatos, o tempo rege o ato. Exceção: novatio legis in mellius (art. 2º, p. único), ou seja, aplicar a mais benéfica. A retroatividade é uma exceção! Obs: Sumula 611 do STF – se lei nova benéfica sobrevém depois do transito em julgado a competência é da vara de execuções (juiz da execução). O transito em julgado não impede a retroatividade da nova lei benéfica. Sumula 711 do STF – crimes continuados (art. 71 CP, vários crimes na mesma condição de tempo, circunstancia) e crimes permanentes (característica de alguns crimes, o momento consumativo se alonga no tempo). Em crimes continuados e permanentes quando houver uma sucessão de leis penais durante o crime aplica-se a ultima lei, ainda que seja mais grave. Ex: sequestro. Art. 3º CP – leis temporárias (ex: lei da copa) e leis excepcionais (feitas para períodos de anormalidade, ex: estado de guerra, de sitio), não são feitas para durar pra sempre. Esse é o único caso em que a lei nova mais benéfica não pode retroagir. Tem que aplicar a lei do fato independente de vir outra melhor depois, ou seja, aplica a lei temporária. No espaço: lugar do crime. Em regra só pode aplicar a lei penal brasileira se o crime for cometido no Brasil (principio da territorialidade). Território real – espaço físico, aéreo e marítimo. Território por extensão – três hipóteses: Navios ou aeronaves públicas. Onde quer que estejam serão considerados territórios brasileiros. Navios ou aeronaves particulares de bandeira estrangeira, mas que estejam em nossos portos ou aeroportos. Navios e aeronaves particulares de bandeira brasileira que estejam no território de ninguém. Exceção: extraterritorialidade. Pode aplicar a lei brasileira para um crime que não aconteceu no Brasil. (art. 7º). Rol taxativo. Por ex: crimes contra a vida e liberdade do presidente da república, crimes contra o patrimônio da União, estados e municípios. Obs: uma única hipótese não está nesse artigo. Esta na lei 9455/97 art. 2. Tortura. TEORIA DO DELITO Conceito analítico de crime Pressupõe uma analise, verificação de alguns elementos. Tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade. Fato típico: Conduta humana + resultado + nexo causal + tipo legal. Causas que afastam: Coação Física Irresistível – uma força externa que atua sobre você, ou seja, alguém te empurra e você comete um crime. Caso fortuito e força maior – Atos reflexos – Estados de inconsciência – Insignificância, adequação social (boxeadoras não podem se processar por lesão) e erro de tipo. Antijuridicidade: Ilicitude. Qualidade de um comportamento não autorizado pelo direito. Teoria da indiciariedade – conduta típica é um indicio de antijuridicidade. Causas de exclusão: Legais: previstas em lei (art. 23). 1. Estado de necessidade; 2. Legitima defesa; 3. Estrito cumprimento do dever legal; 4. Exercício regular de direito. Supralegais: consentimento do ofendido. Culpabilidade: Juízo de reprovação que recai sobre a conduta do agente. Três requisitos: imputabilidade (capaz), potencial consciência da ilicitude (noção do certo e do errado) e exigibilidade de conduta diversa (o direito penal pediu que fizesse o contrario do que fez). Causas de exclusão: Menoridade, doença mental, desenvolvimento mental incompleto, embriaguez completa e acidental. Erro de proibição. Coação moral irresistível e obediência hierárquica. CRIMES COMISSIVOS E CRIMES OMISSIVOS Conduta humana – uma ação ou omissão voluntária e consciente direcionada a um fim. Os crimes comissivos são aqueles que geram uma ação, agente é punido por fazer algo que não poderia ter feito. Essa é a regra. Os crimes omissivos são aqueles que geram o não fazer, agente é punido porque deveria fazer algo, mas não o fez. Podem ser subdivididos: Próprios – o dever de agir vem da própria norma jurídica. Impróprios – não está expressamente escrito na norma jurídica. Vem de uma posição de garantidor. PASSAR A MATÉRIA! Culpabilidade: É o juízo de reprovação. Imputabilidade – capacidade. Inimputável é o menor de 18 anos (comete ato infracional, recebe medida sócio educativa). Doente mental também é inimputável (complexo medico penal). Desenvolvimento mental incompleto (índios = cilvicola). Hipóteses de embriaguez (completa e acidental). Potencial consciência da ilicitude – certo e errado. Erro de proibição afasta. Exigibilidade de conduta diversa – agir conforme o direito. Afasta: coação moral irresistível e obediência hierárquica. TEORIA DO ERRO Duas formas de erro: De tipo – é um erro sobre o fato. Falsa percepção da realidade. Imagina uma coisa mas na verdade é outra. Pode ser essencial ou acidental. É essencial se o erro recai sobre um elementar do tipo. Não afasta o crime. Pode ser vencível (poderia ter sido evitado, afasta o dolo, mas permite punição por culpa) ou invencível (é inevitável). Se for acidental não recai sobre elementar. Não afasta o crime. Pode ser evitável ou inevitável (afasta a culpabilidade). De proibição – erro sobre o alcance da ilicitude. Sabe exatamente o que está fazendo, mas não sabe que aquilo que acabou de fazer é errado, ilícito, proibido. CAMINHO DO CRIME Todo crime se perfaz em 4 passos. Atos de cogitação – é quando nasce a ideia do crime. Atos de preparação – Atos de execução – iniciada a execução o crime passa a existir. Consumação e tentativa. O crime tentado é aquele que não se consumou por circunstancias alheias a vontade do agente. Desistência voluntaria, arrependimento eficaz, arrependimento posterior e crime impossível são diferentes da tentativa. Exaurimento – CONCURSO DE AGENTES Pluralidade de pessoas voltadas para a prática de um crime. Três formas: Autor – é aquele que tem o domínio final sobre o fato. Coautor – é aquele que tem o domínio funcional sobre os fatos. Participe – é aquele que não tem domínio nenhum sobre o fato. Por instigação ou por cumplicidade. Art. 30 – comunicabilidade das circunstancias. Não se comunicam circunstancias pessoais, salvo se forem elementares do tipo. Por exemplo: infanticídio e peculato.
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