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Complexo Educacional FMU Escola de Ciências da Saúde Medicina Veterinária FARMACOCINÉTICA A farmacocinética é o estudo do movimento de uma substância química, em particular, um fármaco no interior de um organismo vivo, ou seja o caminho que ele percorre desde o momento em que entra no organismo, até seu momento de eliminação do mesmo, isso é o estudo de absorção, distribuição, metabolização e excreção. Mas para começar a entender o que são cada um desses processos, precisamos ter em mente alguns conceitos: • Fármaco/Droga: qualquer substância de estrutura química conhecida, que quando administrada a um organismo vivo produz um efeito biológico, podendo ele ser benéfico ou não. Benéfico Maléfico Farmacologia Médica Toxicologia • Medicamento: associação de 1 ou mais fármacos (princípios ativos), com outras substâncias como conservantes, solventes, que tornam o uso mais conveniente. Essas substâncias podem prolongar o tempo de liberação do fármaco ao organismo, fazendo com que seja necessário um menor numero de doses ao longo do dia. – Substâncias inertes que ajudam a regular como o fármaco é recebido pelo corpo. • Remédio: qualquer dispositivo na tentativa de se curar a doença, ou aliviar um sintoma. (Ex: medicamento, massagem, conversas, placeo) As vias de administração do fármaco também são pontos importantes a serem conhecidos, pois eles interferem no caminho da farmacocinética. Devem-se considerar vários fatores na escolha da via, como: necessidade de efeito sistêmico ou localizado. Latência para efeito (curto ou longo), características físico-químico do medicamento, entre outros. A seguir estão as principais vias de administração utilizadas em medicina veterinária: • Via Oral Via Retal Administração Enteral Via Sublingual (que tem absorção intestinal) Via Ruminal • Via Intravenosa Complexo Educacional FMU Escola de Ciências da Saúde Medicina Veterinária Via Intramuscular Via Subcutânea Administração Parenteral Via Intradermal (que não tem absorção intestinal) Via intraperitoneal ABSORÇÃO Passagem do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. Mas a menos que seja administrado por via intravenosa, ele terá um desafio para cair na circulação sanguínea. Alguns dos moduladores são: solubilidade, tamanho da molécula, estereoquímica, pKa x PH, área de irrigação, etc. O fármaco depois que entra no organismo deve atravessar as membranas biológicas. Esse processo geralmente é feito por difusão passiva, mas em alguns casos esse transporte é feito por difusão facilitada e transporte ativo, porém para esses dois últimos é necessário que a molécula do fármaco seja reconhecida por uma proteína de superfície. O pKa é a acidez do fármaco, enquanto que o PH é a acidez do meio; pKa (molécula) Ph do meio Absorção Ácido Básico Ácido Ácido Básico Ácido Básico Básico Sequestro Iônico é a tendência do fármaco de ir do local mais ácido para o mais básico. Aprisionamento Iônico é o fato do fármaco não conseguir voltar por onde veio. A maior parte de absorção do fármaco é feita no intestino, até mesmo para os fármacos mais ácidos. Porem existe um fator que está intimamente ligado com a absorção, a Biodisponibilidade que é a fração ativa (quantidade do fármaco) que alcança a corrente sanguínea. Essa fração só é de 100% quando administração for por via intravenosa. Muitas vezes quando o fármaco é administrado por via oral, e absorvido pelo intestino ele não cai direto na circulação sistêmica, ele cai primeiro, na circulação porta hepática, sendo levado ao fígado antes de circular pelo resto do corpo. No fígado é metabolizado antes que a absorção se complete, interferindo drasticamente no efeito do fármaco, pois o mesmo sendo metabolizado pode ser inativado. Esse fenômeno é chamado de: Metabolismo de Primeira Passagem. É possível evitar os efeitos de 1º passagem fazendo administração pela via sublingual fármaco cai direto na circulação sistêmica por der drenado pela veia cava cranial. Complexo Educacional FMU Escola de Ciências da Saúde Medicina Veterinária DISTRIBUIÇÃO Quando o fármaco deixa a corrente sanguínea para exercer seus efeitos no tecido alvo. Nem todas as moléculas do fármaco que chegaram a corrente sanguínea surfam livremente no sangue, a maior parte delas se encontram ligadas a Proteínas plasmáticas, as principais são: Albumina (fármacos ácidos) e glicoproteína ácida (fármacos básicos). A parte que não se liga é denominada de fração livre dos fármacos, que é a única que consegue entrar nos tecidos. Porém a ligação a proteínas plasmáticas não é eterna, com a queda da concentração de fração livre o fármaco sofre um desvio na porcentagem de ligação. Na 1º fase de distribuição o fármaco é exposto aos órgãos mais vascularizados (ex: fígado, rins e cérebro); Já na 2ª fase é feita a distribuição para o restante do corpo. Apesar de essa segunda fase ser mais lenta ela é a principal distribuição, pois abrange uma área tecidual corporal muito maior. Substâncias muito lipofílicas entram tanto no tecido que se ligam as proteínas do mesmo, ficando presas lá, assim como substâncias com afinidade por Cálcio ficam presas nos ossos e dentes. Esse fenômeno é chamado de Acúmulos teciduais, eles prolongam o efeito sistêmico, mas também tem potencial tóxico local, podendo ter efeitos adversos. METABOLIZAÇÃO Processo pelo qual o organismo torna o fármaco mais hidrossolúvel para facilitar sua excreção. Ocorre mais frequentemente no fígado (mas não exclusivamente), e para transformais compostos ativos e, metabólitos inativos para cessar a ação da substância no organismo. O principal representante desta fase da farmacocinética é o Citocromo P450, que é um complexo enzimático CYP que realiza reações oxidativas e reações de redução além de participar da biossíntese de hormônios esteroides. A Metabolização possui dois tipos de reações: Reações de fase 1: corresponde a reações não sintéticas catalisadas por enzimas microssômicas que envolvem oxidação, redução e hidrólise 9deixa a molécula mais instável, com carga). Reações de fase 2: reações sintéticas intermediadas por enzimas citosólicas envolvendo conjugação com ácidos glicurônico ou síntese (deixa o fármaco mais hidrossolúvel). EXCREÇÃO Processo pelo qual o fármaco é eliminado do organismo. Fatores que modificam: Complexo Educacional FMU Escola de Ciências da Saúde Medicina Veterinária • Ligação a proteínas plasmáticas • Solubilidade da molécula A excreção renal constitui o principal processo de eliminação de medicamentos, principalmente os polares ou pouco lipossolúveis em PH fisiológico. Um fármaco alcalino é excretado mais rapidamente em uma urina ácida e fármacos ácidos em urina alcalina. pKa (molec) Ph do meio Excreção Ácido Ácido Ácido Básico Básico Básico Básico Ácido Já a excreção biliar é feita por moléculas grandes, ou aquelas que mesmo depois de passadas pela Metabolização continuam pouco hidrossolúveis. Ela vai par a Bile para ser secretada com as fezes, ou ser reabsorvida pelo intestino – Circulação enterro- hepática. O intestino também elimina pelas fezes frações de fármacos que não foram absorvidos. Também temos a excreção pulmonar que elimina fármacos gasosos ou voláteis (tem facilidade de eliminar compostos apolares), e a excreção por ovose leite. O tempo de Meia Vida de Eliminação (T ½) é o tempo para que a concentração plasmática ou a quantidade original de um fármaco no organismo se reduza à metade. Ex: 100mg 4h 50mg 4h 25mg 4h 12mg ... Quanto mais o fármaco é eliminado, mais lenta essa eliminação se torna. REFERÊNCIA: SPINOSA, H.S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 918 p. Estude também em: http://odontoup.com.br/farmacocinetica-absorcao-distribuicao-e-destino-das- drogas/
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