A GESTALT TERAPIA

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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE PORTO VELHO ILES/ULBRA
Uma reflexão das possibilidades existenciais do homem na modernidade.
Vanessa Pacheco Vieira
MESQUITA, Giovana. O Aqui-e-agora na Gestalt-Terapia: um Diálogo com a Sociologia da Contemporaneidade. Revista da Abordagem Gestáltica. 2011. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rag/v17n1/v17n1a09.pdf>. Acesso em: 28 de março de 2018.
Porto Velho, 2016
As transformações sociais na historia, em termos de cultura, trouxe uma importante necessidade do homem projetar-se mais para o futuro do que para o presente, sendo esta uma penosa tarefa para os princípios geostáticos. Perante esta observação da sociedade moderna, uma das mais problemáticas propostas pela Gestalt-terapia, seria justamente buscar trazer o sujeito desta sociedade para o “aqui-e-agora”.
Essas alterações no meio, na modernidade, leva o homem a maiores dificuldades também em focar-se no presente, em que é proposta da Gestalt-terapia.
“[...] referia-se ao tratamento que o autoconfiante e exuberante espírito moderno dava à sociedade, que considerada estagnada demais para seu gosto e resistente demais para mudar e amoldar-se a suas ambições 0 porque congelada em seus caminhos habituais. [...]” (Zigmunt Bauman, 1999, p. 9)
As transformações fazem parte permanência do homem igualitariamente, então, se adaptar as transformações do meio, e não somente a adaptação do presente, mas reinventar-se para o futuro que o aguarda, modificação esta que gera uma enorme confusão interior nos homens, que não sabem se vivem o “agora” ou o “depois”.
Existe uma percepção de tempo organizada como uma construção intencionada, a partir da qual todos os indivíduos buscam se orientar com o intuito de manter a ordem social. Logo, compreende-se que o tempo possui uma natureza social que se impõe a todos, sendo responsável pela regulação das ações sociais, assim como as vivências pessoais. 
Entende-se como tempo, uma representação simbólica de uma vasta rede de relações sociais, individuais e físicas e foi em um exercício relativamente tardio na história humana que ele se tornou uma espécie de símbolo de coerção universal.
O tempo tem uma natureza social que é imposta a todos e é responsável por regular as ações sociais, bem como as vivências extremamente pessoais, estar bem orientado no tempo e no espaço é hoje é também condição necessária para se atestar a sanidade mental. Viver na modernidade é estar na constante luta por controle de tempo.
Seu principal objetivo é, exclusivamente no tempo presente, busca que o paciente seja capaz de entrar em contato saudável com o mundo a ponto de resolver seus problemas mediante a percepção de si e de suas necessidades no tempo e espaço presentes. A importância de manter o foco no tempo presente reside no fato de que esta é a única demissão na qual se pode agir, assim sendo, o passado, assim como as prospecções futuras, só ganham importância no trabalho clínico à maneira como se apresentam no presente do paciente.
Essa concepção relacional do homem resulta em um dos conceitos fundamentais da abordagem gestáltica, que é o contato, que seria a forma que o homem funciona em sue ambiente. O contato saudável tem uma estreita relação com o manter-se consciente na situação presente. 
Por não ser a única clinica que entra em conformação com o comportamento neurótico tomado como uma forma adaptativa de vida nas sociedades contemporâneas, o momento atual é neurótico, mas não quer dizer que ele tenha que ser sempre assim. Trabalha-se a possibilidade de pensar em possibilidades de atuar para fora e mudar o estabelecido. Assim, a terapia gestaltica se apresenta como uma proposta psicoterapêutica de verdadeira mudança. Implicando num conhecimento do meio social e aceitação de como as coisas são, assim é possível promover mudanças efetivas.
A Gestalt-terapia, através de propostas como o aqui-e-agora, resgata a condição criadora humana, é uma possibilidade de pensar as atuais condições e reinventar, assim além de não aceitar os ditames culturais é possível repensa-los.
Sendo assim, entende-se que a abordagem gestáltica e seu método do aqui-e-agora se encaixa perfeitamente como um modelo ideal de auxílio a adaptação do homem as transformações da sociedade e aos avanços da modernidade, pois as mudanças nem sempre serão para causar confusão e dúvidas internas de cada indivíduo, mas são necessárias para que cada um possa se conhecer e determinar o seu lugar no mundo.