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Analise do filme o nome da rosa

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11
Sistema de Ensino Presencial Conectado
 licenciatura em história
daniela vanucci
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL II:
ANÁLISE DO FILME “O NOME DA ROSA”
Américo Brasiliense
2017
daniela vanucci
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL II:
ANÁLISE DO FILME “O NOME DA ROSA”
Trabalho de Licenciatura em Historia apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral de Introdução aos Estudos Históricos; Sociedades Ágrafas e História Antiga; História Medieval; Metodologia Científica, Seminário da Prática III.
Orientadores; Bernadete de Lourdes Streisky Strang; Julho Zamariam ;Janaina dos Santos; José Osvaldo Henrique Correa; Marina Costa de Oliveira.
Américo Brasiliense
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................04
2. ROTEIRO DE ANÁLISE................................................................................06
2.1 Principais características do pensamento medieval....................................06
2.2 O poder Universal da Igreja e atuação do Tribunal da Inquisição...............06
2.3 Ideia central e enredo do filme.....................................................................07
2.4 Qual a importância da comédia de Aristóteles?..........................................07
3. ANÁLISE DO FILME......................................................................................08
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................09
REFERÊNCIAS.................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
	
	Neste trabalho se busca entender os processos de interação entre a sétima arte, o cinema, com seu contexto histórico, tendo em vista inferir que, um dos métodos de estudo utilizado pela disciplina de História é a historiografia, que passou a encontrar nos filmes, um importante canal através do qual se consegue absorver vivências de antigas sociedades, de seu entendimento da realidade, seus costumes e de sua ideologia, ou seja, o cinema como uma janela que se abre e nos permite entrar em contato com sociedades de outras épocas.
	Em seu artigo, Mônica Almeida Kornis (1992) trata do cinema como um importante documento histórico e levanta questionamentos a respeito do vínculo entre as imagens cinematográficas, o contexto que as produz e como se instituiu historicamente a percepção do valor documental do cinema para a historiografia. A autora também procura sistematizar os diferentes entendimentos e abordagens do tema, esclarecer as diferenças entre trabalhar com documentos escritos, como a maioria dos historiadores faz, e trabalhar com material audiovisual. 
	[...] De toda forma, o que é importante registrar é que hoje se admite que a imagem não ilustra nem reproduz a realidade, ela a reconstrói a partir de uma linguagem própria que é produzida num dado contexto histórico. Isto quer dizer que a utilização da imagem pelo historiador pressupõe uma série de indagações que vão muito além do reconhecimento do glamour dos documentos visuais. O historiador deverá passar por um processo de educação do olhar que lhe possibilite "ler" as Imagens. (KORNIS, 1992; p. 238).
	A proposta desse trabalho é exatamente analisar uma obra cinematográfica, a partir desse “olhar” introduzido pela autora, para tanto, segue-se um roteiro de análise pré-construído. A escolha do período de estudo aqui compreendido é o século XIV, ano 1327, que corresponde ao período de transição entre a idade média e os primórdios do renascimento. O filme escolhido foi “O Nome da Rosa” (1986). 
	O Nome da Rosa é um filme baseado no romance de Umberto Eco (1932-1916) lançado em 1980. Tem como Título Original: Der Name Der Rose; Tempo de Duração: 130 minutos; Ano de Lançamento (Alemanha): 1986; Direção: Jean-Jacques Annaud; Como contexto histórico o filme apresenta a Baixa Idade Média (século XI ao XV) a qual é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do capitalismo na Europa Ocidental.
Sinopse: Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega ao local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.
	Para o entendimento da trama, se faz necessário trazer à tona algumas características do período referido.
2. ROTEIRO DE ANÁLISE
2.1 Principais características do pensamento medieval
	Durante o período que corresponde à Idade Média, a Igreja Católica estabeleceu um domínio exclusivo sobre a evolução social e intelectual. Seu monopólio influenciou diretamente a filosofia medieval, seja por filósofos que seguiam sua doutrina ou por aqueles que a contestavam.
	A Idade Média se estende pelo período que se inicia com a queda do Império Romano do sec. V e permanece até o sec. XV. São mil anos de história, conhecidos como o período das trevas, em que se solidifica o feudalismo, com a nobreza no poder, no entanto, a nobreza é ignorante e o conhecimento fica restrito aos mosteiros. A grande discussão é a relação entre a fé e a razão, entre filosofia e teologia. A filosofia cristã comportou dois grandes períodos: Patrística: do século I até o século VI Escolástica: do século XIII ao século XIV. Um dos temas mais discutidos por estas vertentes filosóficas é a prova da existência de Deus e do espírito humano imortal (ARANHA, 2003).
	
2.2 O poder Universal da Igreja e atuação do Tribunal da Inquisição
	Durante a Idade Média, a Igreja católica reforçava a unidade religiosa de forma dominadora e repressora. À medida que se sentia enfraquecida, a Igreja buscava formas mais violentas de contenção e submissão dos que se mostravam contrários aos seus dogmas.
	Neste contexto, surgiu a Inquisição, no século XIII, que consistia em um tribunal, diferente da justiça comum, que julgava e condenava pessoas consideradas hereges. Herege era a denominação dada àqueles que manifestavam crenças estranhas ao catolicismo. Os praticantes de heresias eram, na maioria das vezes, queimados em fogueiras.
	O órgão da Igreja encarregado de levar adiante as atividades da Inquisição se chamava Tribunal do Santo Ofício. Desta forma, a Igreja Católica procurava arrebatar todas as ovelhas possíveis, e as que por ventura se desviassem seriam purificadas pelo fogo da Inquisição. Essa ideologia é levada aos extremos e age cegamente para defender a unidade da igreja e a manutenção da ordem e da verdade absoluta (SILVA & cols., 2011, p. 64).
2.3 Ideia central e enredo do filme
	Algumas mortes começam a ocorrer de forma estranha num mosteiro beneditino localizado na Itália, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. Até que, o monge franciscano, William de Baskerville, acompanhado de seu noviço Adso von Melk, descobrisse a verdadeira causa das mortesno mosteiro, elas eram atribuídas ao demônio, às forças do mal que estariam rondando aquele lugar.
	O verdadeiro objetivo dos assassinatos, através do envenenamento das páginas do livro de Aristóteles, era deter aqueles que desejassem o conhecimento com aquela leitura e, assim, todos aqueles que o lesse ou tentassem fazê-lo, logo morreriam. Matá-los era a única maneira de impedir aqueles que insistiam na busca do conhecimento. Desta maneira, a igreja mantinha seu domínio, evitando possíveis questionamentos e, principalmente, as mudanças.
2.4 Qual a importância da comédia de Aristóteles?	
	Trata-se de um dos livros de Aristóteles, onde o filósofo organiza sua produção poética em Epopeia, Comédia e Tragédia. O II livro “A Comédia" é considerado perdido, e seu teor é interpretado como maus costumes e vícios do ser humano. Esse livro era especialmente proibido, pois o riso era considerado um pecado, coisa do demônio, portanto, os monges não deviam rir, para o riso havia os bobos. Sua leitura permitia em quem a lesse, o contato com um mundo pernicioso, ou mais do que isso, o pensamento aristotélico, provoca em que lê, profundas reflexões e questionamentos, especialmente sobre os dogmas católicos e a suposta infalibilidade da Igreja. Naquela época, prevaleciam os conceitos teológicos, especialmente, os agostinianos. As ideias contrárias eram combatidas. Pensar além do permitido era censurado. Por isso, no filme, a obra de Aristóteles era escondida na biblioteca secreta do mosteiro, assim como outras obras tidas como proibidas.
	Durante a Idade Média uma das práticas mais comuns nas bibliotecas dos mosteiros era apagar obras antigas escritas em pergaminhos e sobre elas escrever ou copiar novos textos. Eram os chamados palimpsestos, livretes em que textos científicos e filosóficos da Antiguidade clássica eram raspados das páginas e (www.dicionarioinformal.com.br/palimpsesto/).
3. ANÁLISE DO FILME
	O filme começa com William de Baskerville (Sean Connery) chegando ao mosteiro acompanhado de Adso. Aparentemente a rotina no mosteiro se mostra pacata e religiosa. William, um franciscano, toma conhecimento de misteriosos assassinatos acontecendo no mosteiro e se propõe a investigá-los. A pretensão de William era participar de um conclave que decidiria se a Igreja deveria doar parte de suas terras. Nota-se claramente a crítica do autor sobre as diferenças sociais, pois do alto da torre do mosteiro são jogados restos de alimentos, há fartura de alimento no mosteiro e miséria fora dos muros dele, mas agora a principal ocupação de William é a investigação. 
	Os religiosos acreditam que os assassinatos são obras do demônio, mas William não concorda com isso, pois é um monge curioso que busca a verdade a todo custo, um homem da ciência que já fora inquisidor, agora é um investigador. Suas investigações provocam reflexão e buscam respostas, num tempo em que questionar e duvidar era uma afronta a deus e à autoridade religiosa. No filme, o monge franciscano representa o intelectual renascentista, que com uma postura humanista e racional, consegue desvendar a verdade por trás dos crimes cometidos no mosteiro através de uma metodologia investigativa. Estes elementos da personalidade do personagem fazem alusão às características do período posterior à Idade Média, o Renascimento. William, por ser um monge poderia ter tal ousadia, pois do contrário seria considerado um herege e seria condenado à pena de morte.
	Os monges copistas só podiam traduzir o livro que o abade e o bibliotecário permitissem e ninguém mais podia ter contato com este livro. Daí era dada a restrição e a biblioteca era dotada de um uma parte com acesso liberado aos demais e um labirintos secreto, porque nela continham obras ainda não covenientemente adaptadas ao catolicismo medieval e secular. Certas informações eram tão preciosas quanto o ouro, tanto que permaneciam na biblioteca secreta, e veneno letal era depositado nas páginas de livros de filosofia como, por exemplo, as obras de Aristóteles, mais precisamente “A Comédia”, considerado sigiloso e desaparecido, e aqueles que o folheasse estavam sentenciados a morte, quando salivassem os dedos e os tocassem nas páginas proibidas. 
	No mistério do riso para a Igreja Medieval, repousava uma lógica simplória e, no filme, resumido no diálogo de um dos beneditinos mais conservadores, Jorge de Burgos: “O riso mata o temor. E sem temor não pode haver fé. Se não há temor no demônio, não é necessário haver Deus”. São constantes as passagens, especialmente nas celebrações da “Liturgia das Horas” em que era proclamado: “um monge não deve rir”; “para isso existe o bobo, que levanta a voz em risos”.
	Ao lado dessa busca pela razão, temos também uma crítica do autor explicitada nas cenas que revelam as relações amorosas vividas pelos clérigos com uma jovem camponesa, que conseguem ter seus favores sexuais em troca de comida. É a mesma jovem com a qual o noviço Adso tem uma noite de amor. Ela é presa e condenada à fogueira pelo oficial da Inquisição Bernardo Gui, para responder por todos os pecados de heresia ali cometidos. A atuação cruel e irracional do tribunal da Inquisição demonstra a forte crítica do autor sobre a intolerância que marcou não somente o momento histórico da Idade Média, mas também faz referência ao tempo atual, quando guerras eclodem e conflitos são justificados por absurdos que motivam crimes e barbáries, abordados nessa clássica obra de Umberto Eco e intensificado nos recursos visuais utilizados pelo diretor Annaud.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A expressão “O nome da Rosa” foi usada na Idade Média significando o infinito poder das palavras. A rosa subsiste a seu nome, mesmo que não esteja presente e nem sequer exista. A respeito do título do filme, pelo que se pode perceber, se refere ao livro de Aristóteles, proibido de leitura no mosteiro. O filme termina com uma expressão em latim: “Stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus”, cuja tradução é: "A rosa antiga permanece no nome, nada temos além do nome" (Revista de Cultura Audiovisual, 2013). Talvez esteja querendo dizer que, as coisas que não existem mais deixam um nome, aludindo que possivelmente o livro de Aristóteles nunca tenha existido.
	O filme nos leva a pensar sobre o caráter humano, a necessidade de buscar a reflexão a respeito de verdades absolutas e incontestáveis, e das questões referentes ao fanatismo religioso.
	A liberdade religiosa e o pensamento pós-moderno possibilitam a diversidade de pensamento e de expressão. Cabe ao ser humano questionar e buscar livremente essas verdades.
	Percebemos que, a forte crítica religiosa, cultural e social que a narração de Umberto Eco realiza verbalmente, foi brilhantemente reiterada e transformada em imagens tensas pelas mãos do diretor Jean Jacques Annaud, para imprimir determinados padrões comportamentais humanos e, principalmente, certos procedimentos adotados pela Igreja católica no curso de sua história, tais como a tortura, o celibato e a venda de indulgências.
REFERÊNCIAS 
ARANHA, M. L.; MARTINS, M. P. Filosofando. São Paulo, Moderna, 2003, p. 124-126. 
KORNIS, M. A. HISTÓRIA E CINEMA: um debate metodológico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 237-250.SILVA, A. W. C. (org.) & cols.; Aspectos da inquisição medieval. Revista de Cultura Teológica - v. 19 - n. 73 - jan/mar 2011. Acesso em: 19/ago/2017. Diponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/download/15354/11470. 
SIGNIFICAÇÃO; Revista De Cultura Audiovisual; ISSN 2316-7114 | Volume 40 | Nº 40 | Brasil. Acesso em: 19/ago/2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/significacao/issue/viewFile/5652/157.

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