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CONTESTAÇÃO IV 2011 anderson

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 85ª. VARA DO TRABALHO DO 
RIO DE JANEIRO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo no. 0055.2010.5.01.0085 
 
 
 
 Comércio Atacadista de Alimentos Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita 
no CNPJ no. ..., estabelecida na ..., cidade de ..., Estado do Rio de Janeiro, tendo sido notificada 
da reclamação trabalhista movida por Anderson Silva, vem, respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência, por meio de seu advogado, com fulcro no artigo 847 da CLT apresentar a presente 
 
CONTESTAÇÃO À RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
pelos motivos de fato e de direito à seguir aduzidos. 
 
Dos Fatos 
 
O reclamante ajuizou reclamação trabalhista perante este zeloso juízo, afirmando 
que fora admitido em 03/03/2002, na função de divulgador de produtos, para exercício de trabalho 
externo, com registro na CTPS dessa condição, e salário mensal fixo de R$ 3.000,00 (três mil 
reais). 
No decorrer de suas alegações, informou que prestava serviços de segunda-feira a 
sábado, das 9 às 20 horas, com intervalo para alimentação de 01 (uma) hora diária, não sendo 
submetido a controle de jornada de trabalho, e que fora dispensado sem justa causa em 
18/10/2010. 
Não satisfeito com tal demissão, buscou a tutela jurisdicional com o intuito de 
garantir seus direitos no que tange à garantia provisória de emprego prevista no artigo 55 da Lei 
5.764/71, vez que o reclamante ocupava o cargo de diretor suplente de cooperativa criada pelos 
empregados da reclamada. 
Afirmou ainda que não lhe foi pago o décimo terceiro salário do ano de 2009 e que 
não gozou as férias referentes ao período aquisitivo 2007/2008, porém o próprio reclamante 
informou em seu pedido inicial que se afastou por 07 (sete) meses, tendo neste período percebido 
auxílio doença da Previdência Social. 
Aduziu, ainda, que foi contratado pela ré, em razão da morte do Sr. Wanderley 
Cardoso, para exercício de função idêntica, na mesma localidade, mas com salário inferior em R$ 
1.000,00 (um mil reais) ao que era percebido pelo paradigma, em ofensa ao artigo 461, caput, da 
CLT. 
Por fim, ressaltou que o deslocamento de sua residência para o local de trabalho e 
vice-versa era realizado em transporte coletivo fretado pela ré, não tendo recebido vale-transporte 
durante todo o período do contrato de trabalho. 
E com base em tais fatos requereu: i) a sua reintegração no emprego, ou pagamento 
de indenização substitutiva, em face da estabilidade provisória prevista no artigo 55 da Lei 
5.764/71; ii) o pagamento de 02 (duas) horas extraordinárias diárias, com adicional de 50% 
(cinquenta por cento), e dos reflexos no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos 
terceiros salários integrais e proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta 
por cento); iii) o pagamento em dobro das férias referentes ao período aquisitivo de 2007/2008, 
acrescidas do terço constitucional, nos termos do artigo 137 da CLT; iv) o pagamento das 
diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial com o paradigma apontado e dos reflexos 
no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos terceiros salários integrais e 
proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento); v) o pagamento 
dos valores correspondentes aos vales-transportes não fornecidos durante todo o período 
contratual; e vi) o pagamento do décimo terceiro salário do ano de 2008. 
Porém, tais pedidos e alegações não devem prosperar, conforme se demonstrará à 
seguir. 
 
Da Inépcia da Inicial 
 
 O reclamante formulou pedido de pagamento do décimo terceiro salário referente 
ao ano de 2008, ocorre que no decorrer da exposição de motivos o autor informou que não havia 
sido pago o décimo terceiro salário do ano de 2009. 
 Ora Excelência, fica evidente que o patrono do reclamante cometeu um equívoco 
na exposição de motivos e nos pedidos, pois observa-se claramente que falta no presente caso a 
causa de pedir, haja vista a incompatibilidade das datas entre a alegação de não pagamento 
referente ao décimo terceiro salário de 2009 e o efetivo pedido de décimo terceiro salário do ano 
de 2008, conforme versa o inciso I, do parágrafo único do artigo 295 do vigente Código de Processo 
Civil. 
 Isto posto, o presente pedido deve ser julgado extinto, sem resolução de mérito 
por força dos artigos 267, I, e 295, I do Código de Processo Civil. 
 
Da Prescrição Quinquenal 
 
 O reclamante do presente feito pleiteia o pagamento de valores de horas 
extraordinárias e seus consequentes reflexos, bem como férias, diferenças salariais referentes à 
equiparação salarial desde á data de sua admissão, qual seja 03/03/2002. 
 Ocorre que a Constituição Federal em seu artigo 7º. inciso XXIX, versa que 
prescrevem em 5 (cinco) anos os créditos resultantes da relação de trabalho. 
 Deste modo, ocorreu a prescrição no caso em tela, devendo ser desconsideradas 
as parcelas anteriores à 10/01/2006. 
 
Da Estabilidade e Pedido de Reintegração 
 
 Foi solicitado no pedido inicial, a reintegração do requerente ou alternativamente, 
o pagamento de indenização substitutiva em razão do mesmo possuir estabilidade provisória de 
emprego decorrente de exercer função de diretor suplente de cooperativa criada pelos empregados 
da reclamada. 
 O dispositivo legal utilizado para embasar o pedido versa que os diretores de 
cooperativas eleitos gozarão de garantias asseguradas aos dirigentes sindicais, porém, dispõe a 
OJ no. 253 que o artigo 55 da Lei no. 5.764 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados 
eleitos diretores de cooperativas, não abrangendo os membros suplentes. 
 Logo, não deve ser atendido o pedido de reintegração ao posto de trabalho, 
tampouco o pagamento de indenização substitutiva em razão do reclamante não possui direitos 
garantidores de sua estabilidade trabalhista. 
 
Das Horas Extraordinárias 
 
 Requereu ainda no peticionário inicial o pagamento de horas extraordinárias bem 
como todos os reflexos trabalhistas delas decorrentes. 
 Na exposição dos fatos, o próprio reclamante informou que realizava trabalho 
externo, e tal informação é reforçada com a anotação de tal atividade em sua CTPS, porém por 
força do artigo 62, I da CLT, o direito de requerer as horas extras não se faz correto. 
E por este motivo, deve-se desconsiderar o requerimento inicial uma vez que 
trabalhadores externos não possuem controle de jornada e por consequência não fazem jus às 
horas extras pleiteadas. 
 
Férias 
 
 Requereu ainda o pagamento de férias referentes ao período aquisitivo 2007/2008, 
porém o próprio reclamante informou em seu pedido inicial que se afastou por 07 (sete) meses, 
tendo neste período percebido auxílio doença da Previdência Social. 
 Ora Excelência, nada mais esdrúxulo do que pleitear algo sabidamente indevido, 
pois é cediço que os trabalhadores que permaneceram afastados de suas atividades em decorrência 
de afastamento e percebem por tal afastamento salários da Previdência Social por mais de 6 meses 
não terão direito às férias, conforme versa o artigo 133, IV da CLT. 
 Diante disso, não há que se falar em pagamento de valores referentes às férias 
uma vez que o reclamante permaneceu afastado de suas atividades por 7 (sete) meses, recebendo, 
neste período, auxilio doença da Previdência Social. 
 
Equiparação Salarial 
 
 Inacreditavelmente, pleiteou ainda a equiparação salarial, trazendo aos autos 
como paradigma um trabalhador que sequer exerceu suas atividades em períodos contemporâneos.O reclamante fora contratado justamente para a vaga de um trabalhador que havia falecido, assim, 
além de indevido, se mostra incabível tal pedido. 
 É cediço que para o reconhecimento da equiparação salarial alguns requisitos 
devem ser atendidos, dentre eles a simultaneidade ou contemporaneidade na prestação de 
serviços, não havendo cumprimento de tal requisito, não há que se falar em equiparação, e 
justamente pelo fato do trabalhador haver sido contratado para suprir uma vaga deixada em 
decorrência da morte de seu antecessor não existiu em nenhum momento a prestação de serviços 
em que ambos estivessem trabalhando na reclamada. 
 Assim, por força da súmula no. 06, item IV do Colendo Tribunal Superior do 
Trabalho, o pedido de equiparação salarial não deve prosperar. 
 
Vale Transporte 
 
 Não bastassem o show de absurdos já demonstrados até aqui, o reclamante 
decidiu fechar com “chave de ouro” sua petição inicial ao requerer o pagamento de vale transporte, 
quando a reclamada fornecia transporte coletivo fretado aos seus funcionários. 
 Ora, o artigo 4º. do decreto lei nº. 95.247 dispõe que estão dispensados do 
pagamento de vale transporte o empregador que prover por meios próprios ou contratados o 
transporte coletivo compreendendo o trajeto trabalho – casa e vice versa, e deste modo, o pedido 
de pagamento de vale transporte deve ser desconsiderado puramente por não existir fundamento 
legal para tal exigência conforme se demonstrou alhures. 
 
Requerimentos Finais 
 
 Diante do acima exposto requer a reclamada: 
 
1) O acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial julgando extinto, sem resolução de 
mérito por força dos artigos 267, I, e 295, I do Código de Processo Civil no que tange ao pedido 
de pagamento referente ao décimo terceiro salário; 
 
2) A decretação da prescrição quinquenal, excluindo-se do cômputo todas as parcelas anteriores à 
10/01/2006; 
 
3) E por fim, a improcedência dos pedidos aduzidos na petição inicial por não possuírem base 
jurídica para prosperarem; 
 
4) Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, especialmente o depoimento 
pessoal, as provas testemunhais e documentais. 
 
 
 Termos em que, 
 pede deferimento. 
 
 
Local, data 
 
Advogado ... 
OAB nº. ...

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