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Sistematização do Cuidar II Profª: Cláudia SISTEMATIZAR: organizar num sistema. Tornar-se metódico, ordenado, coerente. SISTEMATIZAÇÃO: ato de desenvolver sistemas, criar, resolver problemas. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE): é uma metodologia científica de que o profissional enfermeiro dispões para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes (Bittar; Pereira; Lemos, 2006; Sperandio, Evora, 2005; Dalri; Carvalho,2002). SAE Confere maior segurança aos pacientes; Melhora a qualidade da assistência; Dá autonomia aos profissionais de enfermagem; Oferece respaldo científico, segurança e direcionamento para as atividades realizadas. Confere credibilidade, competência e visibilidade da enfermagem e, em consequência, satisfação profissional. A SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: Histórico de Enfermagem, Exame Físico, Diagnósticos de Enfermagem, Prescrição de Enfermagem, descrição das implementações; Evolução e Relatório de Enfermagem. A Implementação da SAE deve ocorrer em toda a Instituição de Saúde, pública e privada. COFEN Resolução 358/2009: preconiza que a assistência de enfermagem deve ser sistematizada implantando-se o processo de enfermagem (PE). Resolução 272/2002 atualmente revogada pela Resolução 358/2009: determina que a implantação da SAE seja uma incumbência do enfermeiro e ressalta a importância e a obrigatoriedade da sua implantação. COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO Ter conhecimento das teorias de enfermagem; Conhecer o PE (Processo de enfermagem); Conhecer anatomia, semiologia, fisiologia e patologia. Ter habilidades para gerenciar unidades; Conhecer as teorias de enfermagem; METAPARADIGMA DA ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM Utilizado para diagnosticar e tratar as respostas humanas à saúde e à doença. É uma das ferramentas por meio da qual a teoria é aplicada à prática da enfermagem. Constitui uma série de etapas que levam ao alcance de um objetivo. É uma abordagem para a solução de problemas. ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM HISTÓRICO-INVESTIGAÇÃO PRIMEIRO PASSO PARA SE DETERMINAR O ESTADO DE SÁUDE DO PACIENTE. COMPREENDE EM ANAMNESE E EXAME FÍSICO IMPRESCINDÍVEL QUE AS INFORMAÇÕES COLETADAS SEJAM O MAIS PRECISAS E FIDEDIGNAS POSSÍVEL. COLETAS DE INFORMAÇÕES REFERENTES AO ESTADO DE SAÚDE DO INDIVÍDUO, FAMÍLIA E DA COMUNIDADE. NA INVESTIGAÇÃO VOCÊ REALIZA A COLETA DE DADOS E EXAMINA INFORMAÇÕES SOBRE A SITUAÇÃO DE SÁUDE, BUSCANDO EVIDÊNCIAS DE FUNCIONAMENTO ANORMAL OU FATORES DE RISCO QUE POSSAM ESTAR CONTRIBUINDO PARA OS PROBLEMAS DE SÁUDE. Identificação de padrões ( o que é relevante ou irrelevantes e como o padrão doença se criou) Validação dos dados (comprovação dos dados coletados, comparando-os com valores normais ou padrões) Agrupamentos dos dados (subjetivos e objetivos ) Comunicação e documentação dos dados. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 2ª etapa do processo; Dados coletados na investigação são analisados e interpretados criteriosamente. Baseado nos problemas reais (presente) e potenciais( voltados para o futuro), que pode envolver todos os 13 padrões funcionais ou domínios. 13 DOMÍNIOS OU PADRÕES FUNCIONAIS 1- promoção da saúde 2- nutrição 3-eliminação e troca 4- atividade e repouso 5-percepção e cognição 6-autopercepção 7-papéis e relacionamentos 8-sexualidade 9- enfrentamento /tolerância ao estresse 10- princípios de vida 11- segurança/ proteção 12- conforto 13- crescimento / desenvolvimento PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA 3ª etapa do processo Estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos Fixação de resultados com o paciente, se possível, a fim de corrigir, minimizar ou evitar problemas. Consiste em um plano de ações para se alcançarem resultados a um diagnóstico de enfermagem. (Bachion;2002). Ex.: Realizar aspirações de VAS a cada duas horas, ou em presença de excesso de secreções no trato respiratório superior. IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 4ª etapa do PE. Colocar em prática, executar o que antes era uma proposta, com base no planejamento das ações, visando os resultados esperados. Perguntas para orientação da implementação: O que fazer? Como fazer? Quando fazer? Onde fazer? Com que frequência fazer? Por quanto tempo fazer? Utilizar sempre a NIC (taxonomia de intervenções)para orientar a implementação. Ex.: aspiração de VAS realizada, observado presença de secreção piossanguinolenta em moderado volume. RESULTADO- AVALIAÇÃO-EVOLUÇÃO 5ª etapa do PE. Consiste na ação de acompanhar as respostas do paciente aos cuidados prescritos e implementados, por meios de anotações no prontuário ou no locais próprios, da observação direta da resposta do paciente à terapia proposta, bem como do relato do paciente. Como o paciente progrediu em termos dos resultados esperados? O paciente apresenta novas necessidades? A prescrição precisa ser revista? O enfermeiro com base no progresso do paciente, avalia, corrige e revê a prescrição de enfermagem. Utilizar a classificação dos resultados de enfermagem (NOC). “SÓ SE ACHA O QUE SE PROCURA E SÓ SE PROCURA O QUE SE CONHECE.” EXAME FÍSICO E ANAMNESE ANAMNESE Significa trazer de volta à mente. Deve ser entendida como um conjunto de fatos relacionados à doença que motivaram á consulta médica/enfermagem. Etapa onde se desenvolve a relação enfermeiro/avaliador- paciente. Compreende os seguintes itens: Identificação do doente Queixa e duração (QD) História da moléstia Doença atual (HDA) Interrogatório sintomatológico dos diversos aparelhos ( IS) Antecedentes pessoais e familiares Hábitos de vida Condições socioeconômicas IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Nome completo. Registro Data da consulta/internação e hora Idade: visando doenças próprias da idade. Sexo: feminino, masculino, transexuais. Cor: branca, parda, negra. Grupo étnico: europeu, afrodescendentes, asiático... Estado civil Profissão ( se aposentado, informar atividade exercida) Nacionalidade Naturalidade Procedência ( localidade da moradia atual/ ou viagem) QD Registro da queixa que fez com que o paciente procurasse o serviço de saúde, e indica há quanto tempo ela afeta o doente. As vezes há mais de uma queixa e nem sempre aparecem ao mesmo tempo. (ex.: dor epigástrica há 3 meses, vômitos há 5 dias). Deve sempre utilizar as palavras do paciente para registro. HDA: Não induza respostas. Parte da observação clínica onde o examinador obtém as informações concernentes às manifestações que o motivaram a consulta. Contém a história evolutiva da doença, desde o início até o momento da consulta, em ordem cronológica. Contém o relato do sintoma(s) principal (s). Há quanto tempo afeta o paciente? Modo de início? Intensidade das manifestações? Duração? Manifestações acompanhantes? Fatores de piora e melhora? Providência tomada? Evolução? Repetição dos sintomas? Variação da intensidade e duração? Diminuição da capacidade de trabalho? Emagrecimento, perda de sono? IS Revisão dos sistemas Complementa a HDA. É no interrogatório sintomatológico que na maioria das vezes se origina a suspeita mais importante. Requer tempo, paciência conhecimento e uma sistematização do interrogatório. SISTEMATIZAÇÃO DO INTERROGATÓRIO Sintomas gerais Pele e fâneros Cabeça e pescoço Tórax 5. Abdome 6. Sistema geniturinário 7. Sistema hemolinfopóético 8. Sistema endócrino 9. Coluna vertebral, osso, articulações e extremidades 10. Músculos 11. Artérias , veias, linfáticos e microcirculação 12. Sistema nervoso 13. Exame psíquico e avaliação das condições emocionais REVISÃO DE CONCEITOS Sintomas: é uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador.: dor, má digestão, náuseas, tontura. Sinal: é um dado objetivo que pode ser notado pelo examinador mediante inspeção, palpação, percussão, ausculta ou evidenciado por meios subsidiários( tosse,vômitos, edemas, cianose, presença de sangue na urina). Síndrome: é o conjunto de sintomas e/ ou sinais que ocorrem associadamente e que pode ser determinados por diferentes causas. EXAME FÍSICO Verificação dos sinais vitais e de outras medidas . Exame de todas as partes corporais utilizando as técnicas de inspeção, palpação, percussão, ausculta, olfação e alguns instrumentos e aparelhos simples. Realizado e revisado no histórico de enfermagem (coleta de dados iniciais e diárias). Busca anormalidades que possam informar sobre o problema de saúde passados, presente e futuros. A acuracidade do exame físico influência a escolha das terapias que o cliente recebe, e a determinação da resposta a essas terapias. Sempre voltado para as necessidades do cliente. Suplementa, complementa ou descredencia os dados obtidos na entrevista de enfermagem. Confirma e identifica o diagnóstico de enfermagem. Avalia os resultados fisiológicos do cuidado. Os dados coletados são comparados contra um padrão estabelecido como ideal. Exige: paciência, dedicação à totalidade e ao detalhe; conhecimento anatomo-fisio-patológico. Os dados coletados não necessariamente é a faixa normal dos achados físicos. Os parâmetros coletados servem de comparação para achados futuros do histórico. Pode ser utilizado as duas abordagens para uma coleta ampla de informações: 13 padrões funcionais (do geral ao específico), ou abordagem orientada para o problema. Deve seguir uma ordem, para que nenhum passo seja repetido ou esquecido. Sempre respeitar a posição anatômica e os planos corporais ( sagital, transverso, frontal, medial, lateral, superior, inferior). Sentido cefalocaudal. Comparar ambos os lados do corpo quanto a simetria, força e mobilidade. Em pacientes acamados o exame físico pode ser realizado no momento do banho no leito. Podem-se utilizar abreviaturas clínicas comuns e aceitas, para manter as anotações breves e concisas. POSIÇÕES PARA O EXAME FÍSICO POSICIONAMENTO LITOTOMICO / GINECOLÓGICO, E PROCTOLÓGICO. DIVISÃO DA SUPERFÍCIE CORPORAL EM REGIÕES INSPEÇÃO É o 1º procedimento executado durante o exame físico. Inicia-se durante o 1º contato com o paciente. Observação detalhada da superfície corpórea que avalia cores, forma, simetria e cavidades corpóreas que comunicam-se com o meio externo. A inspeção pode ser estática ou dinâmica. Busca avaliar o estado geral do paciente, nível de consciência, estado nutricional, linguagem, movimentação e postura; coloração da pele e mucosa, hidratação e higiene; tipo morfológico... Inspeção frontal: olhar de frente a região a ser examinada. É considerada o modelo padrão do procedimento. Inspeção tangencial: nessa técnica observa-se a região tangencialmente. Busca por exemplo, pulsações, abaulamentos, retrações... “Erra menos quem inspeciona mais” PALPAÇÃO Busca avaliar a temperatura, umidade, formas, posições de estruturas e os locais sensíveis à dor. Utiliza-se : palma das mãos( articulações e as vibrações), ponta dos dedos( textura, tamanho, temperatura) e dorso da mão(temperatura). Pode ser superficial(1cm) ou profunda (4 cm). Palpação com a mão espalmada. Palpação com as mãos sobrepostas. Utilizando as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. Palpação em pinça. Dígito-pressão: polpa do polegar ou do indicador; consiste na compressão de uma área; pesquisa-se dor, edema, ou avalia-se a circulação cutânea. Puntipressão: utiliza-se um objeto pontiagudo, não cortante, em um ponto do corpo; busca-se avaliar a sensibilidade dolorosa. PERCUSSÃO Golpes em determinadas áreas do organismo que avalia a tonalidade, intensidade, vibração e o timbre dos sons gerados, para detectar a presença de ar, líquidos, massas e o tamanho de órgãos. Pode ser direta ou indireta(dígito-digital), ou punho-percussão ( observa a sensação dolorosa dos rins). Percussão por piparote: pesquisa ascite. Os sons produzidos pela percussão podem ser: Timpânico(tambor/espaço fechado contendo ar/ gástrico). Ressonância (abafado/pulmão normal) Hiper-ressonância ( pulmão enfisematoso/ vibrante) Maciço: desprovido de ar,( fígado/ golpe surdo) Claro pulmonar. COMO ACOSTUMAR COM OS SONS ? Maciço: tampo da mesa. Som pulmonar: pedaço de isopor e livro grosso sobre uma superfície rígida. Timpânico: em uma caixa vazia ou em um tambor. Entre os colegas, pai, mãe, namorado, vizinho... AUSCULTA Audição dos sons produzidos pelo corpo. Necessário: boa acuidade auditiva, concentração, conhecimento do som normal e do anormal e o uso correto do estetoscópio. Avalia-se: frequência dos sons por segundo, sonoridade ou amplitude (suave, alto), qualidade do som( sopro/bulhas), duração (curta, média, longa). Deve ser realizado após a inspeção. OLFATO Ajuda a detectar anormalidades que não podem ser reconhecidas por qualquer outro sentido. Cavidade oral: álcool, diabetes, Halitose, doença de gengiva, acidose diabética. Urina / amônia: infecção do trato urinário. Pele: odor corporal, higiene precária, perspiração excessiva, acidose urêmica. Feridas/ odor forte, doce, penetrante: pseudomonas Fezes: melena, obstrução intestinal. MATERIAIS PARA EXAME FÍSICO Esfigmomanômetro Estetoscópio Termômetro Fita métrica Lanterna Otoscópio Oftalmoscópio Algodão Agulha Abaixador de língua Cálice graduado Pupilômetro Relógio com ponteiros de segundos Papel e caneta Luvas Balança com medidor de altura Martelo para reflexo
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