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Direito Civil Coisas Juris Magistratura MP 2017

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Direito das Coisas
Prof. Marcelo Jesus
Da Posse
• Conceito  O Código Civil define a posse 
como sendo o exercício de fato, pleno, ou 
não, de algum dos poderes inerentes à 
propriedade, em nome próprio e com 
autonomia (art. 1.196 e 1.198).
Da Posse
• Sobre a posse existem duas teorias principais:
• Teoria subjetiva de Savigny – Elementos: corpus e animus 
domini;
• Teoria objetiva de Ihering – Elemento: corpus. O animus 
encontra-se ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa; 
deve-se ter em vista a destinação econômica do bem.
• O nosso Código Civil adotou a Teoria Objetiva de Ihering
Classificação da Posse
• Quanto à extensão da garantia possessória:
• indireta ou mediata- É a daquele que cede o uso do bem. Ex.: 
posse do locador.
• direta ou imediata- É a daquele que detém materialmente a 
coisa. Ex.: posse do locatário.
• Quanto à simultaneidade do exercício (composse, 
compossessão ou posse em comum):
• composse pro diviso
• composse pro indiviso - “Se duas ou mais pessoas 
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela 
atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros 
compossuidores” (art. 1.199).
Classificação da Posse
• - Quanto aos vícios objetivos (art. 1.200CC):
• justa - a que não é violenta, clandestina, ou precária;
• injusta - a que é violenta, clandestina ou precária.
• - Quanto à subjetividade (art. 1.201CC):
• de boa-fé - é aquela em que o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito 
possuído.
• de má-fé - é aquela em que o possuidor conhece o vício, ou o 
obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito 
possuído.
Classificação da Posse
• - Quanto aos efeitos:
• ad interdicta - é a que pode ser amparada 
pelos interditos possessórios, nos casos de 
esbulho, turbação ou ameaça. A posse do 
locatário é apenas ad interdicta.
• ad usucapionem - quando for capaz de dar 
origem ao usucapião da coisa, desde que 
observados os requisitos legais.
Aquisição da Posse
• De acordo com o Código Civil “adquire-se a posse desde o momento em 
que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos 
poderes inerentes à propriedade” (art. 1.204 CC).
• A aquisição pode ser por modo originário (quando não há transmissão da 
posse em relação ao possuidor anterior) ou derivado (quando ocorre a 
referida transmissão, portanto se exige a existência de um possuidor 
anterior).
• Atos que não induzem posse (art. 1208 CC): atos de mera permissão ou 
tolerância - Decorrem de um consentimento expresso ou de concessão do 
dono, sendo revogáveis pelo concedente. Não induzem posse em razão 
da precariedade; atos violentos, ou clandestinos – Não induzem posse, 
senão depois de cessada a violência, ou a clandestinidade. Deve ser 
entendido como não induzem posse ad usucapionem
Aquisição da Posse
• Quem pode adquirir a posse (art. 1205 CC): a própria pessoa que a 
pretende; um representante da pessoa que a pretende; terceiro sem 
mandato (gestor de negócios), dependendo de ratificação.
• Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter 
com que foi adquirida. (art. 1203 CC).
• A posse transmite-se com os mesmos caracteres aos herdeiros e 
legatários do possuidor. (art. 1206 CC)
• - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor 
(sucessão); e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à de seu 
antecessor, para os efeitos legais (união). (art. 1207 CC).
• - A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis 
que nele estiverem (art. 1209 CC). extensão da posse.
Efeitos da Posse
• utilização dos interditos, “O possuidor tem direito a 
ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência 
iminente, se tiver justo receio de ser molestado”(art. 
1210 CC); e, em alguns casos utilização da 
autodefesa, (art. 1210, § 1º CC) legítima defesa da 
posse ou desforço imediato.
• percepção dos frutos, indenização e retenção por 
benfeitorias e responsabilidade pelas deteriorações; 
sendo que, nestes casos convém se fazer uma 
distinção entre os possuidores de boa-fé e de má-fé 
Perda da Posse
• Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, 
embora contra a vontade do possuidor, o 
poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 
1.196.
• Art. 1.224. Só se considera perdida a posse 
para quem não presenciou o esbulho, quando, 
tendo notícia dele, se abstém de retornar a 
coisa, ou, tentando recuperá-la, é 
violentamente repelido 
Dos Direitos Reais
• Características:
• - relação entre pessoa e coisa - seu exercício 
independe da colaboração de terceiro;
• - absoluto e oponível erga omnes
• - aderência à coisa, do que decorre a 
ambulatoriedade e o direito de seqüela;
• - exclusividade;
• - limitação pela lei (taxatividade) e tipicidade;
• - possuem sujeito passivo indeterminado 
Dos Direitos Reais
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese;
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia
XII - a concessão de direito real de uso e
XIII - a laje (mp 759/2016)
Dos Direitos Reais
• Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas 
móveis, quando constituídos, ou transmitidos 
por atos entre vivos, só se adquirem com a 
tradição.
• Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis 
constituídos, ou transmitidos por atos entre 
vivos, só se adquirem com o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos 
títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos 
expressos neste Código 
Direitos Reais - Propriedade
• A Propriedade  É o direito de usar (tirar da
coisa todas as utilidades que ela pode prestar,
sem que haja modificação de sua substância),
gozar (percepção de frutos e utilização dos
produtos da coisa) e dispor (poder de alienar,
gravar, consumir, submeter ao serviço de
outrem etc.) da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem injustamente a possua ou
detenha (direito de sequela). (art. 1.228CC)
Direitos Reais - Propriedade
• Limitações ao uso da propriedade: 
• Limitações legais: (art.1228 § 1º, CC) O direito de propriedade 
deve ser exercido em consonância com as suas finalidades 
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a 
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o 
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição 
do ar e das águas.
• (art.1228 § 2º, CC) São defesos os atos que não trazem 
ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam 
animados pela intenção de prejudicar outrem.
• (art.1228 § 3º, CC) O proprietário pode ser privado da 
coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou 
utilidade pública ou interesse social, bem como no de 
requisição, em caso de perigo público iminente 
Direitos Reais - Propriedade
• limitações específicas à propriedade do solo, a qual abrange a 
do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e 
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o 
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por 
terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha 
ele interesse legítimo em impedi-las (art. 1229 CC), não 
abrangendo, também, as jazidas, minas e demais recursos 
minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos 
arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. (art. 
1230 CC).
• Regra geral a propriedade se presume, de modo relativo, 
plena e exclusiva, sendo a limitação a exceção (art. 1231 CC), 
assim como os frutos e produtos da coisa pertencem ao seu 
proprietário, ainda quando separados,se não houver preceito 
jurídico especial que os reconheçam pertencerem a outrem 
(art. 1232 CC) 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
I - Registro do título translativo na circunscrição 
imobiliária competente;
II - Acessão;
III - Usucapião;
IV - Direito hereditário (objeto do direito das 
sucessões) 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
• I - Registro do título 
• No direito brasileiro não basta o contrato para 
transferir a propriedade imóvel. Para tanto, 
exige-se, ainda, o registro do título aquisitivo 
na circunscrição imobiliária competente. 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
• II – Acessão 
• “Modo originário de adquirir, em virtude do qual fica 
pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou 
se incorpora ao seu bem” (Clóvis Beviláqua).
• Modalidades: acessão natural (advém de 
acontecimento natural) e acessão artificial ou 
industrial (resulta de trabalho do homem, ocorre com 
a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor).
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
• Acessões naturais: 
• a) formação de ilhas em rios não-navegáveis (correntes 
comuns) ou particulares :
• b) aluvião - acréscimos de terras às margens de uma 
corrente, mediante sucessivos e imperceptíveis depósitos ou 
aterros naturais (aluvião própria) ou desvio de águas (aluvião 
imprópria).
• c) avulsão – ocorre quando, por força natural violenta, uma 
porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro.
• d) abandono de álveo - Álveo é o leito do rio ou a superfície 
que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e 
ordinariamente enxuto.
Proprietário “A”
Proprietário “B”
aluvião própria
Pertencem aos 
proprietários ribeirinhos
Proprietário “A”
Proprietário “B”
Proprietário “A”
Proprietário “B”
Proprietário “C”
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
• Acessões artificiais: Se processam de móvel a 
imóvel. São as construções e as plantações, 
no que pertine à aquisição da propriedade 
imóvel 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
• ”Modo originário de aquisição do domínio, através da 
posse mansa, contínua e pacífica, por determinado 
espaço de tempo, fixado na lei” (Silvio Rodrigues).
• Admite-se a usucapião de direitos reais 
exteriorizáveis sobre bens prescritíveis, tais como: 
propriedade, servidões (exceto as não aparentes), 
enfiteuse, usufruto, superfície, uso e habitação. 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
a) usucapião ordinária:
- prazo: 10 (dez) anos; será de 05 (cinco) anos esse prazo, se o 
imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no 
registro constante do respectivo cartório, cancelada 
posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem 
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de 
interesse social e econômico;
- posse incontestada, acompanhada de justo título (ainda que 
contenha algum vício ou irregularidade) e boa-fé;
- continuidade da posse;
- animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
b) usucapião extraordinária:
- prazo: 15 (quinze) anos; será de 10 (dez) anos esse 
prazo, se o possuidor houver estabelecido no imóvel 
a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou 
serviços de caráter produtivo;
- posse mansa e pacífica, independente de justo título 
e boa-fé;
- continuidade da posse;
- animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
c) usucapião especial ou constitucional:
I – urbano (pro misero ou social urbano).
Requisitos:
- imóvel urbano com até 250 m², que não seja público;
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
- exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos;
- posse mansa e pacífica;
- utilização para moradia do usucapiente ou de sua família;
- não exige justo título, nem boa-fé;
- animus domini;
- não ter adquirido outro imóvel pelo mesmo fundamento.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
c) usucapião especial ou constitucional:
II - rural (pro labore ou agrário):
- imóvel rural com até 50 ha, que não seja público;
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
- exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos;
- posse mansa e pacífica;
- tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua 
família, bem como ter nela sua moradia;
- não exige justo título, nem boa-fé;
- animus domini. 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel 
Usucapião 
O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01), instituiu nova 
modalidade de usucapião, denominada “usucapião especial 
coletiva de imóvel urbano”
“Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta 
metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda 
para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem 
oposição, onde não for possível identificar os terrenos 
ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem 
usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não 
sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel 
I - ocupação;
- ocupação propriamente dita - tem por objeto seres 
vivos e coisas inanimadas, manifestando-se, 
principalmente, na caça e pesca;
- descoberta - é o achado de coisa alheia perdida.
II - especificação;
III - confusão, comissão e adjunção;
IV – usucapião: 
V – tradição (arts. 1267/1268 CC);
Confusão
mistura de 
coisas líquidas
mistura de coisas 
sólidas ou secas
Comissão
justaposição de uma coisa à outra, sem 
que, em qualquer caso, seja possível 
destacar a acessória da principal, sem 
deterioração.
Adjunção
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel 
IV – usucapião:
a) usucapião ordinária:
- prazo: 3 (três) anos
- posse mansa e pacífica, acompanhada de justo título e boa-fé;
- continuidade da posse;
- animus domini.
b) usucapião extraordinária:
- prazo: 05 (cinco) anos.
- posse mansa e pacífica, independente de justo título e boa-fé 
que, em tal caso, se presume (presunção juris et de jure);
- continuidade da posse;
- animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel 
V – tradição (arts. 1267/1268 CC);
Espécies:
- real - quando há entrega material da coisa;
- simbólica - quando se dá através de ato que 
representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das 
chaves de um carro;
- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório, 
ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao 
adquirente do direito à restituição da coisa, que se 
encontra em poder de terceiro, caso em que a 
transmissão da posse indireta equivale à tradição 
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel 
V – tradição (arts. 1267/1268 CC);
Espécies:
- real - quando há entrega material da coisa;
- simbólica - quando se dá através de ato que 
representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das 
chaves de um carro;
- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório, 
ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao 
adquirente do direito à restituição da coisa, que se 
encontra em poder de terceiro, caso em que a 
transmissão da posse indireta equivale à tradição 
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
• Direito de Superfície (arts. 1369 e 
ss. CC)
• Conceito  O direito de superfície “... consiste 
no direito real de construir, assentar qualquer 
obra, ou plantar em solo alheio” (Clóvis 
Bevilaqua). Enquanto perdurar o direito de 
superfície, a construção ou plantação 
pertencerá a uma pessoa e o terreno a outra
Direitos Reais Sobre Coisa AlheiaDireito de Superfície (arts. 1369 e ss. CC)
as partes podem ser denominadas proprietário, concedente ou fundieiro 
(dono do terreno) e superficiário ou concessionário (dono da construção ou 
da plantação);
- abrange o direito de utilizar o solo e o espaço aéreo relativo ao terreno, na 
forma estabelecida no instrumento respectivo; não autoriza, entretanto, 
obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão; 
– por tempo determinado;
– gratuito ou oneroso, não se podendo, todavia, estipular pagamento por sua 
transferência; no caso de ser oneroso, as partes devem estipular se o 
pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente;
– transmissível inter vivos ou causa mortis;
– extinto o direito de superfície, o proprietário passará a ter a propriedade 
plena sobre o terreno, a construção ou plantação, independentemente de 
indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário 
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
• Servidão
• Conceito: é o “o direito real constituído em 
favor de um prédio (o dominante), sobre outro 
prédio (o serviente), pertencente a dono 
diverso”. Por ela se proporciona utilidade para 
o prédio dominante e gravame para o prédio 
serviente, pertencente a dono diverso.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Servidão
Características:
- relação entre prédios vizinhos, embora a contigüidade não seja 
essencial;
- não pode recair sobre prédio do próprio titular;
- serve à coisa e não ao dono;
- não se pode de uma servidão constituir outra, de modo que o 
dono do prédio dominante não tem direito de estendê-la ou 
ampliá-la a outras propriedades;
- a servidão não se presume;
- indivisível;
- perpétua;
- acessória;
- inalienável.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Servidão
Classificação
- Quanto ao modo de exercício: contínuas (quando se 
exercerem ou se puderem exercer independentemente de ato 
humano direto. Ex.: servidão de aqüeduto) e descontínuas 
(quando seu exercício é intermitente, sofrendo interrupções. 
Ex.: servidão de trânsito).
- Quanto à exteriorização: aparentes (as que se revelam por 
obras ou sinais exteriores, que sejam visíveis e permanentes. 
Ex.: servidão de aqüeduto) e não-aparentes (as que não se 
revelam externamente. Ex.: servidão de não construir além de 
determinada altura).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Servidão
Constituição
- ato jurídico inter vivos e causa mortis.
- sentença judicial
- usucapião
- destinação do proprietário
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Conceito: É o “direito real de fruir as utilidades e frutos de uma coisa, 
enquanto temporariamente destacados da propriedade”, sem alterar-lhe a 
substância.
Sujeitos 
- usufrutuário (aquele que detém os poderes de usar e gozar da coisa, 
explorando-a economicamente);
- nu proprietário (aquele que detém o direito à substância da coisa, tendo 
apenas a sua nua propriedade, despojada, temporariamente, dos poderes 
de gozo e fruição).
Objeto: “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em 
um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em 
parte, os frutos e utilidades”. (art. 1.390, CC/2002). A lei ainda admite que 
o usufruto recaia sobre bens incorpóreos (p. ex.: títulos de crédito), coisas 
que não dão frutos, mas produtos (como as minas e as florestas), e coisas 
consumíveis. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos 
acessórios da coisa e seus acrescidos.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Características:
- Direito real sobre coisa alheia, de uso e gozo. 
- Temporário, 
- Inalienável,
- Intransmissível, 
- Impenhorável, em razão de sua inalienabilidade. 
Entretanto, seu exercício pode ser objeto de 
penhora, desde que tenha expressão econômica.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Classificação:
- Quanto ao objeto:
a) próprio - tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis;
b) impróprio - recai sobre bens fungíveis ou consumíveis. Neste 
caso, tem-se o chamado “quase-usufruto”.
- Quanto à extensão:
a) universal (recai sobre uma universalidade de bens) ou 
particular (recai sobre um ou vários bens determinados);
b) pleno (abrange todos os frutos e utilidades que a coisa 
produz) ou restrito (se são excluídas algumas utilidades que a 
coisa produz).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Classificação:
- Quanto à duração:
a) temporário - dura por período de tempo preestabelecido;
b) vitalício - dura até a morte do usufrutuário ou enquanto não sobrevier 
causa legal extintiva.
- Outras espécies:
a) usufruto sucessivo - o que é instituído em favor de um indivíduo para que 
se transmita após a sua morte. Não permitido em face do ordenamento em 
vigor;
b) usufruto simultâneo - o que é constituído em favor de dois ou mais 
indivíduos, que devem exercê-lo simultaneamente. Neste caso, extinguir-
se-á parte a parte em relação a cada um dos que faleceram, salvo se, por 
estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente (direito de 
acrescer).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Extinção:
- pela morte do usufrutuário;
Exceção: direito de acrescer.
- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se 
ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a 
exercer;
- pelo advento do termo de sua duração;
- pela cessação do motivo de que se origina;
- pela consolidação;
- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não 
lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos 
de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;
- pela destruição da coisa, 
- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor;
- pela renúncia;
- pela resolução do domínio de quem instituiu o usufruto 
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Usufruto
Extinção:
- pela morte do usufrutuário;
Exceção: direito de acrescer.
- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se 
ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a 
exercer;
- pelo advento do termo de sua duração;
- pela cessação do motivo de que se origina;
- pela consolidação;
- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não 
lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos 
de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;
- pela destruição da coisa, 
- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor;
- pela renúncia;
- pela resolução do domínio de quem instituiu o usufruto 
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Uso
• direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma 
pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as 
utilidades para atender às próprias necessidades e às de sua 
família
• Caracteres:
- direito real;
- temporário;
- indivisível;
- intransmissível;
- personalíssimo
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Uso
• Constituição e Extinção = utilizam-se, no que couber, as 
disposições relativas ao Usufruto
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Habitação
• direito real temporário de habitar gratuitamente casa 
alheia, não podendo o titular desse direito alugá-la, 
ou emprestá-la, mas simplesmente ocupá-la com sua 
família
• Caracteres: direito real limitado, personalíssimo, 
gratuito, temporário, indivisível e intransmissível
• tributos que recaírem sobre o imóvel - habitador
• Se o direito real de habitação for conferido a mais de 
uma pessoa
• Constituição e extinção
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Habitação
• Constituição e extinção – aplicam-se, no que couber, 
as disposições relativas ao usufruto e ao uso.
• Art. 1831CC  Ao Cônjuge sobrevivente, qualquer que 
seja o regime de bens, será deferido direito real de habitação, 
relativamente ao bem imóvel utilizado para residência da 
família, contanto que seja o único desta espécie a se 
inventariar
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Direito Real do Promitente Comprador
• Arts. 1417 e 1418 CC
• Caracteres:
– Direito real
– Oponível erga omnes ( somente depois de 
registrado)
– Adjudicação compulsória
– Transmissibilidade
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Direito Real do Promitente Comprador
• Arts. 1417 e 1418 CC
• Constituição:
Instrumento público ou particular, sem cláusula 
de arrependimento, registrado no Cartório de 
Registro de Imóveis
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Arts. 1419 e 1430 CC
• Conceito:
é o que confere ao seu titular a prerrogativa de obter o 
pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de 
um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, 
anticrese ou hipoteca, o bem dado em 
garantia fica sujeito, por vínculo real, ao 
cumprimento da obrigação 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá 
empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens 
que se podem alienar poderão ser dados em penhor, 
anticrese ou hipoteca.
• § 1o A propriedade superveniente torna eficaz, 
desde o registro, as garantias reais estabelecidas por 
quem não era dono.
• § 2o A coisa comum a dois ou mais 
proprietários não pode ser dada em garantia real, na 
sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas 
cada um pode individualmente dar em garantia real a 
parte que tiver. 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais 
prestações da dívida não importa exoneração 
correspondente da garantia, ainda que esta 
compreenda vários bens, salvo disposição 
expressa no título ou na quitação. 
• Indivisibilidade dos Direitos Reais de Garantia
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm 
o direito de excutir a coisa hipotecada ou 
empenhada, e preferir, no pagamento, a outros 
credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade 
no registro.
• Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a 
reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for 
paga; extingue-se esse direito decorridos quinze 
anos da data de sua constituição 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese 
ou hipoteca declararão, sob pena de não 
terem eficácia: (especialização)
• I - o valor do crédito, sua estimação, ou 
valor máximo;
• II - o prazo fixado para pagamento;
• III - a taxa dos juros, se houver;
• IV - o bem dado em garantia com as suas 
especificações 
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Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
• I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o 
bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o 
devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;
• II - se o devedor cair em insolvência ou falir;
• III - se as prestações não forem pontualmente 
pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado 
o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior 
da prestação atrasada importa renúncia do credor ao 
seu direito de execução imediata;
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Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
• IV - se perecer o bem dado em garantia, e não 
for substituído;
• V - se se desapropriar o bem dado em 
garantia, hipótese na qual se depositará a 
parte do preço que for necessária para o 
pagamento integral do credor
•
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
• § 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, 
esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no 
ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem 
assistirá sobre ela preferência até seu completo 
reembolso .
• § 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca 
antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a 
desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta 
não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida 
reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, 
não desapropriados ou destruídos. 
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Disposições Gerais
• Desconto dos juros ainda não vencidos:
• Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de 
vencimento antecipado da dívida, não se 
compreendem os juros correspondentes ao 
tempo ainda não decorrido 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Não substituição de garantia prestada por 
terceiro:
• Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro 
que presta garantia real por dívida alheia não 
fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, 
quando, sem culpa sua, se perca, deteriore, 
ou desvalorize 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Proibição de Pacto Comissório:
• Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o 
credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a 
ficar com o objeto da garantia, se a dívida não 
for paga no vencimento 
• Pode dá-la em pagamento (forma de extinção 
das obrigações)
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Possibilidade de Remição pelos sucessores
• Art. 1.429. Os sucessores do devedor não 
podem remir parcialmente o penhor ou a 
hipoteca na proporção dos seus quinhões; 
qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo 
Direitos Reais de Garantia 
Disposições Gerais
• Insuficiência da arrematação da coisa dada 
em garantia:
• Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou 
executada a hipoteca, o produto não bastar 
para pagamento da dívida e despesas 
judiciais, continuará o devedor obrigado 
pessoalmente pelo restante 
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Considerações
• PENHOR
• Em regra recai sobre coisas móveis (é 
possível sobre direitos) e exige a tradição real 
do objeto (credor fica na situação de 
depositário)
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Considerações
• PENHORES ESPECIAIS
• RURAL: pode ser Agrícola (3 anos) 
Pecuário (4 anos)
• INDUSTRIAL ou MERCANTIL
• VEÍCULOS (2 anos)
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Considerações
• HIPOTECA
• Constituição: Escritura Pública
• Objeto: Bens Imóveis (com seus acessórios)
– Domínio direto
– Domínio útil
– Estradas de Ferro
– Recursos Minerais
– Navios e Aeronaves
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Considerações
• HIPOTECA
• Prazo máximo: 30 anos (art. 1485), após este 
prazo somente poderá subsistir reconstituindo-
se por novo título.
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Considerações
• ANTICRESE
• Direito Real que autoriza o Credor a perceber, 
em compensação da dívida, os frutos e 
rendimentos produzidos por um imóvel.
• Não concede direito de preferência, somente 
de retenção
• Prazo máximo: 15 anos

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