Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO INTERNACIONAL # 1. Como surge o Direito Internacional? O Direito é criado pelas organizações internacionais e pelos estados membros da organização internacional. Ex: ONU, OIT, DMS, FMI * Tratado Internacional: norma jurídica criada pelos estados. 2. Conceito: É o conjunto de normas jurídicas que visam regular e organizar a sociedade internacional. 3. Sociedade Internacional: -Estados (pessoa mais importante da sociedade) -Organizações internacionais (ONU, OIT) -Santa Sé (órgão máximo da Igreja Católica) -Indivíduos (pessoas físicas) -Cruz Vermelha Internacional -ONGs (organizações não governamentais) -Empresas Multinacionais ou Transacionais) -Movimentos armados beligerantes e insurgentes) OBs: Os quatro primeiros são sujeitos de Direito Internacional, possuem Capacidade Jurídica Internacional. (não participam da elaboração das normas internacionais). OBs1: Os quatro últimos não são sujeitos de Direito Internacional, não possuem capacidade jurídica internacional e não possuem personalidade jurídica internacional. Entidades não vinculadas aos estados. Atores do Direito Internacional Conceito: É o conjunto de pessoas físicas e jurídicas, sujeitos de Direito Internacional, que possuem capacidade para escrever direitos e deveres na esfera jurídica internacional, embora também possua membros que não são considerados sujeitos de Direito Internacional, mas sim atores do Direito Internacional. 4. Objetivos do Direito Internacional: - Manter a Paz Mundial - Defender os Direitos Humanos 5. Evolução Histórica do Direito Internacional: Direito das gentes. * Império da Igreja Católica; —> Francisco Suárez —> Francisco Vitória - primeiros a falar sobre a necessidade de regras comuns a todos. - primeiros a falar sobre a interdependência dos Estados. * Hugo Grócio - Pai do Direito Internacional. - Defendeu a soberania dos estados; (Art. 1ª, I, CF) - Defendeu a separação entre direito e teologia; - Defendeu a igualdade entre os estados; (Art., 4ª, V, CF) - Conceito de Soberania: é a condição jurídica, política e econômica de um Estado que não se subordina a nenhuma outra entidade a ele supostamente “superior” * Paz de Westfália (1648): foi baseada nas ideias de Hugo G., por isso ela concretizou a soberania dos Estados e a separação de direito e teologia. * Guerras Napoleônicas (fim 1815): barco negativo para direito -Congresso de Viena- pôs fim às guerras Napoleônicas, em 1815. Criou o princípio da cooperação entre Estados (Art. 4º, IX, CF); * 1º Guerra (1914 - 1919): -Tratado de Versalhes- fim da guerra. Criou a sociedade das nações e a organização internacional do trabalho. (ON e OIT) -Woodrow Wilson- presidente: + necessidade de desarmamento; + defendeu a criação da arbitragem; (as partes que estão em conflito, contratam pessoas para resolver uma “coisa” mais rápida que o poder judiciário no plano interno); (no plano internacional para evitar guerras, optava pelas arbitragens para resolver os problemas). + sugeriu a criação de organizações internacionais. * 2º Guerra (1939 - 1945): -Criação da ONU (1945). 6. Características da Ordem Jurídica Internacional: A)Descentralização: dignifica que o poder não está concentrado nas mãos de uma única entidade, e sim que o poder está nas mãos de todos os Estados (países); B) Horizontalidade: Significa que na ordem jurídica internacional (OJI), não existe estrutura definida de poder; C)Necessidade de Cooperação e Coordenação: Previsto no Art. 4º IX, CF. Para que os objetivos do direito internacional sejam alcançados é necessário que os estados atuem de forma cooperada e coordenada, ajudando uns aos outros; D) Reciprocidade: É o direito que um estado tem de devolver a mesma agressão que lhe foi feita por um outro Estado. -exceção- a reciprocidade não poderá ser utilizada se o seu exercício configurar agressão aos direito humanos; E) Proibição de Uso de Força: -exceções- 1. para legítima defesa; 2. Quando o ataque tiver como finalidade a proteção da Paz e/ou dos Direitos Humanos, porém, esse ataque necessita da autorização do conselho de segurança da ONU; F) Humanização do Direito Internacional: Essa característica decorre da máxima preocupação do Direito Internacional com a proteção dos Direitos Humanos. (Surgindo em 1945 após a 2ª guerra mundial); G) Diversidade de Sujeitos e Atores: A sociedade internacional hoje possui 08 integrantes, porém até 1945 só existiam 03 membros. 7. Fundamentos da Obrigatoriedade do Direito Internacional - Teoria negadora da obrigatoriedade do D.I. Diz que o D.I. não é obrigatório, porque é frequentemente desrespeitado. - Teoria defensoras: + Voluntarista - D.I. é obrigado por que os Estados se vinculam a ele por vontade própria; + Objetivista - Diz que o D.I. e é obrigatório porque ele é um ramo do Direito Natural; + Sociológica - diz que o D.I. é obrigatório em razão ou consequência da interdependência dos Estados. 8. Fontes do Direito Internacional (Art. 38 do E.C.I.J) A) Tratados Internacionais: - Declaração Universal dos Direitos Humanos - Estatuto de Roma - Pacto de São José da Costa Rica - Carta das Nações Unidas - Protocolo de Kyoto - Convenção de Viena sobre os Direitos do Tratado B) Crimes Internacionais: São práticas reiteradas que, embora não estejam previstas em lei, são tidas como obrigatórias em uma determinada época ou lugar. Ex: embarcações prestam socorro a outras a deriva em alto-mar. -Elementos do Costume- Objetivo ou Material: repetição do comportamento ou conduta material; Subjetivo ou Psicológico: convicção íntima da obrigatoriedade da conduta. C) Princípios Gerais do Direito Internacional: São diretrizes que orientam a atuação do legislador (criação de normas) e do julgador (aplicação de normas) Art.4º da CF; D) Jurisprudência Internacional: Só as decisões reiteradas dos organismos internacionais que possuem atribuição/competência para decidir conflitos internacionais: * Corte Internacional de Justiça (C.I.J): julga conflitos entre os estados; * Tribunal Penal Internacional (T.P.I): julga crimes internacionais; * Corte Interamericana de Proteção aos Direitos Humanos (C.I.P.D.H.): julga agressões aos direitos humanos; E) Doutrina: Todos os estudos sobre o Direito Internacional. Ex: Francisco Suárez, Francisco Vitória, Hugo Grócio, Woodrow Wilson. F) Equidade: Aplicar as normas com bom senso. G) Atos Unilaterais dos Estados: Ex: - fixação dos limites do mar territorial; - adesão a uma organização internacional; - rompimento de relações diplomáticas; H) Atos Unilaterais das Organizações Internacionais: - recomendações das organizações internacionais; 8. 1. Classificação das fontes: A) Fontes Estatuárias: Art. 38, E.C.I.J Fontes não estatuárias: “G e H” B) Fontes Formais: passam por um processo formal de elaboração; (leis/tratados) Fontes materiais: fatos sociais que provocam a elaboração de normas; (2ª guerra) C) Fontes Primárias: tratados internacionais, costumes, princípios gerais do D.I. Fontes Secundárias: fontes auxiliares; (utilizados, quando lacunas nas primárias). OBs: Não existe hierarquia entre as fontes primárias do D.I. Sendo assim, é correto concluir que um T.I. pode revogar um costume ou um P.G.D, e vice-versa. 9. Tratados Internacionais: 9. 1. Conceito: É o acordo formal de vontades, criado pelos Estados, junto a uma organização internacional e que possui aptidão para produzir efeitos na esfera jurídica internacional. 9. 2. Princípios: -Pacta Sunt Servanda- (os pactos são leis para ambas as partes); -Boa-fé- (lealdade no cumprimento das obrigações assumidas); -Livre Consentimento- (livre manifestação de vontade); 9. 3. Condições ou Requisitos de Validade: A) Capacidade das partes: ex: O.I’s, Santa-Sé (SS), Estados. B) Objeto lícito e possível: a matéria que está sendo regulada pelo tratado tem que ser lícitaperante o D.I. C) Livre Consentimento; D) Habilitação dos agentes signatários (assinando um trato): Chefe de estado e de Governo, Ministro das relações exteriores e -agentes diplomáticos- embaixador e diplomata OBs: Carta de Plenos Poderes: Quando os signatários não puderem comparecer, é designada outra pessoa, por meio de uma autorização (procuração) para que este assine o tratado pelo estado. 9. 4. Procedimento de Aprovação dos Tratados Internacionais: CONVENÇÃO INTERNACIONAL (negociação e votação);O quórum é de 2/3 dos votos; ASSINATURA; -Mero aceite formal e precário; -Não atribui obrigatoriedade ao T.I. APROVACÃO DO PODER LEGISLATIVO; OBs: não pode aprovar de uma vez (não resolve definitivamente); OBs1: qualquer tratado deve ser submetido a aprovação do legislador; Art. 84, VIII, CF Art. 49, I, CF -É formalizado por Decreto Legislativo; -Ato interno; RATIFICAÇÃO; + Ato Internacional; + Ato Discricionário: Se o poder leg. aprova o tratado, ele é discricionário, pois o Chef. de Estad. pode retificar ou não. Se o leg. não aprova, é um Ato Vinculado. -É formalizada por uma carta de retificação enviada e convenção; -É uma comunicação do Chefe de Estado para O.I’s, informando que o tratado vai entrar em vigor; PROMULGAÇÃO;(Diário Oficial) -É formalizado por decreto executivo; -O tratado entra em vigor, torna-se obrigatório e começa a produzir efeitos. 9. 5. Reserva ou Direito de Reserva: É o ato pelo qual um Estado modifica ou exclui determinados dispositivos de um tratado, a fim de torná-lo compatível com a sua legislação interna. 9. 6. Adesão e Denúncia (exemplos de atos unilaterais): - Ato pelo qual um Estado se vincula contratado (Adesão); - Ato pelo qual um Estado se desvincula de um tratado ou organização internacional (Denúncia; 9. 7. Posição Hierárquica dos Tratados Internacionais ao Ordenamento Jurídico Brasileiro: A) Regra Geral: todo tratado aprovado ganha STATUS DE LEI ORDINÁRIA (posição hierárquica) assume as mesmas características; B) Regra do Art. 98, CTN: o tratado internacional pode revogar uma lei ordinária, mas a lei ordinária não pode revogar o tratado, ela o tornará inválido. (STATUS DE SUPRALEGALIDADE) C) Regra do £3; Art. 5º, CF/88 (EC nª 45/2004): aborda direitos humanos STATUS DE EMENDA CONSTITUCIONAL: * 2 turnos nas duas casas (câmara dos deputados, senado); * 3/5 dos votos. D) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos não aprovados nos termos do £3ª, Art. 5º, CF/88: O tratado sobre direitos humanos aprovado na forma do £3ª, Art. 5º, CF/88. Só terá status de emenda constitucional se ele ampliar o rol de proteção aos diretos humanos. (STATUS DE SUPRALEGALIDADE); 10. Sujeitos do Direito Internacional: 10. 1. Os Estados: A) Conceito: pessoa jurídica de Direito Público encarregada de dirigir toda estrutura interna do país e que tem aptidão para exercer direitos e obrigações na esfera jurídica interna e internacional. B) Elementos Constitutivos: + Território: espaço aéreo; espaço marítimo; espaço terrestre (solo, subsolo); + Soberania; + Povo = População (conjunto de nacionais do país). C) Microestados (Mônaco, Vaticano - micro-países): também conhecidos como estados hipossuficientes, são aqueles que, em razão de sua pequenez territorial e demográfica, delegam parcela essencial de sua soberania a um outro estado, normalmente, vizinho. (eles possuem todos os direitos e deveres dos outros estados, mesmo que deleguem parcela de sua soberania a outros estados). * Por ser um pequeno país, ele transfere parte de sua soberania a outros Estados (não tem soberania plena). ex: moeda própria, exército, etc. D) Princípio de não Intervenção: (é a regra): significa que um estado não pode interferir nos assuntos internos de um outro estado; -exceções- 1. Em caso de ameaça a paz mundial; 2. Para proteger Direitos Humanos. E) Reconhecimento de Estado: É o ato pelo qual um ou mais estados reconhecem de forma expressa ou tácita que uma determinada entidade é um estado. (palestina ainda não é um Estado, está como ouvinte na ONU, já tem um Chefe de Estado, povo, e o território legalmente ainda pertence à Israel). F) Reconhecimento de Governo: É o ato pelo qual um ou mais Estados, de forma expressa ou tácita, reconhecem como legítimo um novo governo que surgiu de forma extraordinária. G) Órgão dos Estados para Relações Internacionais: (são as pessoas que comandam); - Chefe de Estado/Governo; - Ministro das relações exteriores; - Chefe de missões diplomáticas (embaixador cônsul); - Agentes diplomáticos. * Diferença de Embaixada e Consulado: A embaixada serve para tratar assuntos de interesse dos dois países (tratados). O consulado serve para dar apoio aos seus nacionais que estão nos outros países (brasileiro que perde seu passaporte em outro país, procura o consulado) * Numa relação diplomática, existe o estado acreditante (o que envia o representante) e estado acreditado (aquele que recebe representantes do outro país). As pessoas acima tem: IMUNIDADES INVIOLABILIDADES - Penal; - Da embaixada; - Tributária; - A casa do embaixador; - Processual; - Documentos e veículos. H) Imunidade de Jurisdição dos Estados: - Estar imune é estar protegido contra algo; - Jurisdição =dizer direito. O que é Jurisdição? É o poder/dever que o Estado tem para decidir os conflitos que lhe são submetidos. (Quem tem esse poder é o P. Judiciário) Em regra um Estado não pode ser réu perante o P..Judiciário de um outro estado. É um costume internacional baseado em um brocado latino que diz: “Par In Parem Nom Habet Judiciun”, ou seja, “entre os pares/iguais não há jurisdição” - Um Estado não pode julgar outro. DEBATE SOBRE A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: (como funciona no Brasil); - Corrente Absolutista: para quem defende essa corrente, em nenhuma hipótese um Estado poderá ser réu do Poder Judiciário de outro Estado. Era a corrente mais adotada. - Corrente Relativista: (JURE IMPERII) Ato de Império; (JURE GESTINI) Ato de Gestão. Para os defensores da relativista a imunidade de jurisdição dos Estados, pode existir ou não, isso vai depender do tipo de ato praticado pelo Estado, se o ato for de império o estado terá imunidade de jurisdição (soberania), mas se o ato for de gestão, o estado não terá imunidade jurisdição. Esses atos de gestão são atos que qualquer pessoa física ou jurídica podem praticar. (ex: contratação de trabalhadores, locação de imóveis e veículos); —> É a corrente adotada pelo S.T.F I) Imunidade de Execução: Exemplo de um Estado estrangeiro que cometeu um ato de gestão. PETIÇÃO INICIAL; Advogado descreve problema; CITAÇÃO PARA O RÉU; Juiz informa ao réu, através do oficial de justiça, para que ele prepare sua defesa (prazo de 15 dias); AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO; Juiz colhe as provas, para ver quem está certo no caso; DECISÃO DO JUÍZ; Sentença; FASE RECURSAL; - FASE DE EXECUÇÃO: Essa fase não funciona nesse caso, pois um Estado não pode obrigar outro a pagar, nem a penhorar seus bens. A não ser que queiram pagar Momento em que o vencedor da causa recebe a indenização. O réu, se não pagar a dívida, tem seus bens penhorados; * A imunidade de execução é a impossibilidade do Estado estrangeiro sofrer atos de constrição judicial (forçar uma pessoa a pagar) como a penhora, o arresto (os bens do réu são travados, não podem ser vendidos) e o sequestro de bens. OBs: A imunidade execução sempre será absoluta. É um costume internacional 10. 2. As Organizações Internacionais: A) Conceito: São entidades criadas pelos estados para auxiliarem nos assuntos mais importantes para sociedade internacional. B) Características: - Autonomia e independência: Autonomia jurídica, administrativa, financeira. - Tratado constitutivo: é o tratado que cria uma O.I. - Existência deórgãos próprios: Cada organização cria os órgãos que achar convenientes. Porém, existem dois órgãos que sempre estão presentes em todas as organizações: Secretaria Geral (órgão administrativo) e Assembleia Geral (órgão deliberativo). - Multilateralismo: A organização sempre é criada para ter vários membros. - Finalidades internacionalmente relevantes: A finalidade das organizações, é que sejam tratados assuntos relevantes em vários países, não em um só. 10. 2. 1. ONU: —> Carta das Nações Unidas/Carta de São Francisco: tratado constitutivo que deu forma a ONU. A) Objetivos: - Defender os Direitos Humanos; - Paz Mundial; - Redução de desigualdades regionais e sociais; - Promover a cooperação entre os Estados; - Positivação dos costumes internacionais. B) Órgãos: * Secretaria Geral; * Assembleia Geral; * Conselho de segurança: _Composição: 15 membros. - Membros Permanentes (5) - Membros Provisórios (10) _Quórum: 09 votos + Todos Permanentes. Obs: É o órgão diretamente responsável pela manutenção da paz mundial, e pela regulamentação do armamento. * Corte Internacional de Justiça (CIJ): Órgão Jurídico da ONU. _Competências: 1. Consecutiva: serve para esclarecer dúvidas da ONU, a respeito da aplicação do D.I. 2. Contenciosa: é aquela utilizada para decidir conflitos de interesses entre Estados. * Conselho dos Direitos Humanos: Órgão responsável pela proteção dos D.H. * Conselho Econômico e Social: Órgão responsável pela redução das desigualdades sociais e regionais. Obs: As regras de imunidade de jurisdição e de execução também se aplicam as O.I’s.
Compartilhar