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Resumo de Constitucional II

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Resumo de Constitucional II
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO CONSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO: A FEDERAÇÃO.
Os Estados que ingressam na federação perdem sua soberania no momento mesmo do ingresso, preservando, contudo, uma autonomia política limitada. O mínimo necessário para a caracterização da organização constitucional federalista exige, inicialmente, a decisão do legislador constituinte, por meio de edição de uma constituição, em criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis, a Federação, a União, e os Estados-membros, pois a criação de um governo geral supõe a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Essas decisões se consubstanciam no art. 1º e 18 da CRFB/88. OBS: Impossibilidade de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a Federação art. 60, §4º, I.
 	→ Unitário: Poder concentrado, não é utilizado na forma pura, já que com a extensão territorial se torna complicado a existência de um único poder central. 
 		Os Estados unitários (ou simples) têm como característica a centralização política e o monismo de poder. Existe apenas um centro de poder político responsável pela produção de normas jurídicas a serem observadas indistintamente por todo o território. Como consequência dessa unidade na produção normativa, verifica-se, a priori, a existência de um único órgão legislativo situado no Poder Central. Em grande parte dos Estados unitários, no entanto, ocorre uma descentralização político-administrativa. A descentralização administrativa visa assegurar relativa autonomia regional ou local com vistas a executar ou gerir algumas competências outorgadas pelo Poder Central. Na descentralização política, não apenas a execução das decisões políticas é descentralizada, mas a própria autonomia de governo e de elaboração de leis.
 	→ Composto: A federação é a forma de Estado, já que não há uma centralização de poder.
 	O Estado composto é forma de Estado mais complexa, com várias exteriorizações ao longo da história, que emerge a partir da reunião de duas ou mais entidades políticas no mesmo território. São apontadas como espécies de Estado Composto a união pessoal, a união real, a confederação e a federação. 
A união pessoal e a união real, em regra, têm como características comuns a forma monárquica de governo e a convergência da linha dinástica de dois ou mais Estados em uma só pessoa. A distinção seminal entre ambas reside na intensidade do vínculo formado entre os Estados. Na união pessoal, os Estados conservam sua soberania no plano interno e no plano internacional. O que os une, a rigor, é a ligação física com o soberano como, por exemplo, na união entre Portugal e Brasil (1826) na pessoa de Dom Pedro IV (Dom Pedro Ido Brasil). Na união real, os vínculos entre os Estados são mais intensos e definitivos. Em razão disso, verifica-se a existência de apenas uma pessoa jurídica de direito público internacional, na qual cada Estado preserva sua autonomia administrativa como, e.g., no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815 a 1822).
 	
 	→ Confederação: Mais de um Estado, pode ser centralizado ou descentralizado, continuam soberanos e independentes (trato internacional).
A confederação consiste na associação de Estados nacionais soberanos, firmada por intermédio de um tratado internacional, com vistas a estipular tarefas e objetivos comuns, como a garantia da segurança interna, a defesa do território confederal, além de outras expressamente pactuadas. Essa exterioriza pessoa jurídica de Direito Público formada por membros dotados de soberania. Como consectário, os Estados titularizam o direito de secessão, podendo romper seus vínculos com os demais Estados ou simplesmente retirar-se de tal associação. Decorre de tal característica o fato de que o vínculo existente entre os Estados na confederação é mais fraco que aquele que liga os entes autônomos na federação. Aos Estados é reservado, como corolário de sua soberania, o direito de nulificação, segundo o qual podem opor-se livremente às decisões do Parlamento Confederal, conhecido como "Dieta". O Congresso Confederal é o único órgão comum a todos os Estados confederados os quais possuem Poderes Executivo e Judiciário próprios. Na Confederação, os cidadãos mantêm a nacionalidade dos respectivos Estados de origem.
 	→ Federação: A união de mais de um Estado, que no entanto perdem a sua soberania e independência.
	→ Centralização e Descentralização: O Estado pode satisfazer diretamente os interesses públicos que lhe são atribuídos prestando serviços sem nenhum deslocamento do desempenho de funções ou pode reparti-los com outros entes. No primeiro caso, tem-se a centralização administrativa, na qual há um único titular das prerrogativas, competências e deveres públicos. Com a repartição, ocorre uma descentralização administrativa, caracterizada pela existência de vários núcleos titulares de certas atribuições. Sob o aspecto político, a centralização consiste na atribuição de capacidade legislativa a um único centro, ao passo que a descentralização ocorre quando há mais de um núcleo com capacidade para legislar.
	→ Características Essenciais:
 	O Estado Federal é formado pela união de entes políticos autônomos dotados de personalidade jurídica de direito público. Entre as características essenciais do Estado Federal está a descentralização político-administrativa fixada pela constituição. A simples repartição de competências legislativas, por si só, não é suficiente para caracterizar esta forma de Estado, pois a delegação às divisões, se atribuída por lei infraconstitucional, poderá ser retirada a qualquer momento pelo ente central. Por isso a necessidade de ser fixada por Lei Maior.
	No federalismo Brasileiro, a participação dos Estados-Membros na vontade nacional, se manifestava por meio do Senado, Casa composta por representantes dos Estados e responsável pela manutenção do equilíbrio federativo. Consagraram-se então, a possibilidade de os Estados-Membros apresentarem propostas de emendas à CF por meio de Assembleias legislativas (art. 60, III CRFB). Houve, ainda, a ampliação do rol de legitimados para a propositura de ações de controle normativo abstrato, com a inclusão de autoridade dos Poderes Executivos (governadores) e Legislativo (Mesas de Assembléia e Câmaras Legislativas) estadual e distrital (art. 103, IV e V, CRFB), permitindo-lhes questionar no STF leis ou atos normativos considerados lesivos aos interesses dos Estados que representam. Essa característica não foi observada em relação aos Municípios que, apesar de considerados entes federativos (art. 1º e 18 CRFB), não têm participação no cenário político nacional de forma direta e efetiva como os Estados e Distrito Federal.
SOBERANIA X AUTONOMIA.
→ Para o Estado ter soberania, a comunidade internacional tem que reconhecer a soberania do Estado. Autonomia pode ter a concepção mais extensa ou “encolhida”, extensa se aproxima do Estado Unitário, a autonomia se aproxima da soberania, mas não é de forma integra, já que a soberania na federação é um único ente que tem a soberania. (A soberania abrange 4 facetas: Auto-organização, auto-legislação, auto-governo e autoadministração).
	A autonomia consiste na capacidade de autodeterminação dentro de certos limites constitucionais estabelecidos. Em seu aspecto primordial, significa edição de normas próprias.
	Diferencia-se, portanto do conceito de soberania, compreendida como uma capacidade de autodeterminação incondicionada por determinantes jurídicas extrínsecas a vontade do povo. Não é correto afirmar, portanto, que a União é detentora do atributo da soberania, apesar de exercê-lo externamente em nome do Estado Federal. Enquanto ente central que se diferencia dos entes regionais e locais, a União represente o Estado Federal no exterior, tendo em vista que o chefe do ente central e do ente global é o mesmo (Presidente). No entanto, ao atuar como ente global no plano externo, suas competências sãodistintas daquelas que lhe foram atribuídas para atuar como ente central no plano interno. A União, assim como aos demais integrantes do pacto federativo, possui apenas autonomia, com competências delimitadas no texto constitucional.
	→ Autonomia das entidades federativas: 
Autogoverno: Consiste na capacidade conferida aos entes federativos para escolher os representantes de seus poderes Executivo e Legislativo.
Auto-organização: É à capacidade de cada ente federativo de elaborar suas constituições no caso dos Estados, ou Leis Orgânicas no caso dos Municípios e Distrito Federal.
Autoadministração: Refere-se à capacidade conferida aos entes federativos para gerir, de forma autônoma, as competências constitucionais que lhes forem outorgadas, desde que não ponham em risco o pacto federativo. (execução fática das competências atribuídas)
Autolegislação: Consiste na competência para editar as próprias leis, dentro dos limites delineados pela CF.
MODELO DE FEDERAÇÃO.
→ Centrípeto (federalismo por agregação): Estados separados que decidiram se juntar, aglutinar. Surge quando Estados soberanos cedem parte de sua soberania para formar um ente único, no qual os integrantes passam a ter apenas autonomia (movimento centrípeto). 
Se caracteriza pelo fortalecimento do poder central decorrente da predominância de atribuições conferidas à União. A tendência de centralização verificável nas federações decorre da convivência entre o princípio unitário e o princípio federal.
→ Centrífugo (federalismo por segregação): Unidades que estavam unidas, mas não tinham a característica de Estados separados, detinham certa autonomia. No brasil, o poder era central, e por causa de uma artificialidade na constituição República, deu autonomia aos Estados Membros. É fruto da descentralização política de um Estado Unitário.
É resultado da reação à centralização excessiva do ente central com a finalidade de preservar o poder atribuído aos Estados-Membros, conferindo-lhes maior autonomia financeira, administrativa, política e jurídica.
 	A federação como é determinada na CRFB/88 consagrou como entes federativos os municípios, talvez a única do momento que tenha esses três níveis.
Ente político se auto-organiza por meio da constituição, a união tem a CRFB/88, os Estados membros tem as suas próprias constituições, cada um com o seu próprio texto, mas as normas têm de respeitar a Constituição Federal. O município tem as leis orgânicas, na constituição anterior as leis orgânicas dos municípios eram criadas pelas assembleias legislativas do Estado Membro pertencente. Os municípios têm o poder legislativo, executivo, mas não tem o judiciário. 
→ Centros de competência:
- Federalismo típico: É bidimensional, de segundo grau. Caracteriza-se pela existência de apenas duas esferas de competência: a União (central) e os Estados-Membros (regional). Modelo dos EUA, e adotado no Brasil antes da CF/88.
- Federalismo atípico: Tridimensional, de terceiro grau. Caracteriza-se pela existência de três esferas de competência: União (central), Estados-Membros (regional) e Municípios (local). O Brasil adota o federalismo de terceiro grau. (art. 32 § 1º CRFB).
→ Competências da União:
Art. 21 CRFB: Competência exclusiva material da União: São competências administrativas, e sua principal característica é a Indelegabilidade, ou seja, não há previsão constitucional para que a União delegue o exercício dessa competência aos Estados, DF ou Municípios.
Art. 22 CRFB: Competência privativa legislativa da União: Cabe apenas à União legislar sobre as questões enumeradas. Porém, é possível que os Estados e o DF venham a legislar sobre questões específicas, desde que a União delegue competência por meio de lei complementar. A marca dessa competência é a delegabilidade aos Estados e ao DF. (ver art. 32 §1º CRFB).
a União somente poderá delegar a competência para que os Estados legislem sobre “questões específicas” das matérias de sua competência privativa;
a delegação, se houver, deverá ser indistinta para todos os entes federados. Não poderá haver delegação para um ou alguns Estados, sob pena de ofensa ao princípio do equilíbrio federativo.
 
	Art. 21
	Art. 22
	Administrativa
	Legislativa
	Exclusiva
	Privativa
	Indelegável
	Delegável (por meio de lei complementar)
 
 → Competência comum (União, Estados, DF e Municípios):
A competência comum é uma competência administrativa (material e NÃO legislativa) e todos os entes federativos exercem-na em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação; a atuação de um não exclui a dos outros.
Art. 23 §Ú: Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União, Estados, DF e Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem em âmbito nacional.
→ Competência legislativa concorrente (art.24 CRFB):
Também é chamada de sistema de repartição vertical de competência, e merece destaque:
a competência concorrente NÃO envolve os municípios
trata-se de competência legislativa
1º: no âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
2º: a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
Art. 25 §1º CRFB: Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
4º: a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Art. 30 CRFB: Competência dos Municípios.
→ Unidades Federativas: os Estados-Membros.
Os Estados-membros da federação são pessoas jurídicas de direito público interno, dotadas de autonomia, já que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. O processo de formação dos Estados está disciplinado na Constituição Federal, que traz os requisitos para a criação de um novo ente federativo estatal. 
 → Processo geral de formação dos Estados-membros:
O art. 18, § 3º, da Constituição, estabelece que os Estados-membros podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros ou mesmo formarem novos Estados ou Territórios Federais. Para que isso aconteça, são 2 as condições: primeiramente, deve haver a aprovação pela população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e em seguida aprovação pelo Congresso Nacional, por meio de lei complementar.
A convocação de plebiscito, conforme art. 49, XV, da Constituição, é de competência exclusiva do Congresso Nacional. No caso do plebiscito para a formação de um novo Estado, conforme determina art. 3º da Lei nº 9.708/1998, ele dever ser convocado mediante decreto legislativo, por proposta de no mínimo 1/3 (um terço) dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional.
A aprovação da população diretamente interessa por plebiscito é condição prévia, essencial e prejudicial para a formação de um novo Estado. Isso quer dizer que se não aprovada em plebiscito, o processo é interrompido. Em outras palavras, a vontade negativa da população vincula, prevalecendo a democracia direta sobre a indireta, exercida por meio do parlamento.
Se favorável a consulta plebiscitária ao povo, é proposto o projeto de lei complementar (PLC), o que pode se dar em qualquer das casas legislativas.
Conforme art. 4º, § 2º, da Lei 9.709/1998, deverá ser também realizada, pela casa onde foi apresentado o PLC, audiência das assembleias legislativas do Estado ou Estados envolvidos. No entanto, o parecer dessas assembleias não é vinculativo, ou seja, mesmo desfavorável, o processo de formação pode ser continuado.
Não há obrigatoriedade de que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei nem que o Presidente da República o sancione. Ambos têm discricionariedade para decidir, mesmo que o plebiscito tenha sido favorável à formação. Dessa forma, tanto o parlamento quanto o Presidente têm autonomia para avaliar a conveniência e oportunidade política da formaçãodo novo Estado para o país.
O art. 235 da Constituição traz regras que devem ser seguidas pelo novo Estado-membro em seus primeiros 10 anos de existência. 
 → Formas de surgimento do um novo Estado
São 3 as formas que um novo Estado pode surgir. A primeira delas é a fusão, em que 2 ou mais Estados-membros se unem geograficamente para formarem um terceiro e novo Estado ou Território Federal, distinto dos anteriores, que deixam de existir, portanto perdendo a personalidade primitiva.
No caso da fusão, considera-se população diretamente interessada no processo aquela que pertence aos Estados que pretendem se fundir. Exemplo desse processo ocorreu por ocasião da fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara. Embora o nome Rio de Janeiro tenha sido mantido, o Estado anterior deixou de existir, surgindo um novo, com personalidade jurídica distinta.
A segunda forma de surgimento de um novo Estado é a cisão. Por meio dela, um Estado subdivide-se formando 2 ou mais novos Estados-membros, com personalidades distintas. Neste processo, o Estado originário necessariamente também deixa de existir. A população diretamente interessa é somente aquela que habita o Estado originário. Por fim, a terceira e última forma é o desmembramento, em que um ou mais Estados-membros cedem parte do seu território geográfico para formação de um Estado ou Território que não existia, ou ainda para anexação a outro Estado existente. São, portanto duas modalidades de formação de um Estado por desmembramento. A primeiro é chamada de desmembramento-formação, em que há o surgimento de um novo Estado ou Território. A segunda é denominada de desmembramento-anexação, onde não há a criação de um novo Estado.
Em ambos os casos, o Estado originário se mantém, ou seja, não desaparece. Exemplo de desmembramento ocorreu no Estado de Goiás, para formação do Estado de Tocantins. Da mesma forma, o desmembramento do Estado de Mato Grosso para formação de Mato Grosso do Sul.
Por fim, no desmembramento, é população diretamente interessada, a ser consultada por plebiscito, a população do território de todo o Estado que pretende se desmembrar, não somente a do território que será desmembrado. No caso de desmembramento-anexação, é também população diretamente interessada a do território do Estado que irá receber o acréscimo territorial.
Essa definição foi dada por decisão do Supremo Tribunal Federal, ocasião em que foi vencida a tese que toda a população do país seria diretamente interessada, sob o argumento do impacto nacional da criação de novos Estados-membros para a participação nas receitas federais e estaduais.
→ Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (ar t. 18, §4º):
 Visa evitar a criação de municípios sem estrutura, para fins meramente eleitoreiros. 
§ 4º: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal , e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Município s envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT 
 
→ Requisitos: 
1º. Criação de lei complementar federal estabelecendo o período dentro do qual tais hipóteses poderão o correr; 
ADI 3682 – O STF adotou o entendimento de que este parágrafo é uma norma constitucional de eficácia limitada (ou seja, ela não é autoaplicável, ela depende de uma vontade integradora para produzir plenamente seus efeitos) . Esta lei até hoje não foi aprovada, então, em tese, não poderiam ser criados municípios, mas isso geraria um problema fático, pois como fazer para desconsiderar a prefeitura? Não dá, e ai o STF mandou o CN fazer a lei num prazo de 18 meses, esse prazo já passou e nada foi f eito, o que o CN fez foi uma EC (EC 57/08) no ADC T para tentar dar um “jeitinho” nessa situação, e aí ele convalidou os municípios que foram criados até 2006. 
2º. Lei ordinária federal contendo os estudos de viabilidade municipal; 
3º. Plebiscito (tanto da população que fará parte do novo município quanto daquele que será desmembrado) – é condição de procedibilidade. 
4º. Criação de lei ordinária esta dual (lei 9709, art. 5 º). Quem faz a convocação é a AL do respectivo estado, e é feito de acordo com a lei federal e estadual.
O poder constituinte dos Estados-Membros é originário da Constituição Federal, é chamado de decorrente. O poder constituinte dos Estados-Membros tem que ter uma base de liberdade para os Estados agirem. 
Art. 34 CFRB/88: Dá alguns limites que a união impôs aos Estados. A violação da autonomia dos Municípios é vetada.
DA INTERVENÇÃO: 
A intervenção é medida excepcional, de natureza política, consistente na possibilidade de afastamento temporário da autonomia política do ente federativo quando verificadas as hipóteses taxativamente previstas na Constituição. O princípio da autonomia das entidades componentes é uma das notas características do Estado Federal. A intervenção federal, enquanto mecanismo constitucional de intromissão do ente central em assuntos dos Estados-Membros é a antítese da autonomia, por suprimi-la temporariamente, a fim de preservar outros valores constitucionalmente protegidos. A CF/88 consagra, como regra, a não intervenção. A intervenção, por ter caráter excepcional, é admitida apenas nas hipóteses taxativamente (numerus clausus) contempladas pela Constituição.
Existe na CRFB/88 precisão da intervenção, mas não qualifica qual intervenção, era para ser ideal a intervenção civil.
A intervenção traz no seu bojo a retirada de autonomia do setor que sofreu a intervenção.
A própria união centraliza muitas questões, isso deriva da origem da Federação, que seria uma “federação de araque”, já que sempre dependeram do Governo Central do Brasil, no caso a Capital (RJ e anterior Salvador).
É o caso da educação, onde a união determinou que os municípios deveriam ter o mesmo grau de ensino, a saúde também é outro exemplo, onde o SUS é claramente um sistema que esvaziou a autonomia do Estado. 	
No caso de segurança, a união deveria somente intervir no caso da segurança nacional, as fronteiras, o tráfico internacional de drogas, a corrupção, por isso que existe a Polícia Federal, já que teria que atuar somente em crimes que ultrapassam fronteira. A segurança pública, é dos Estados e deveriam ser resolvidos pelos próprios Estados.
A constituição diz que as forças Estatais podem dar apoio complementar as forças nacionais. A lei complementar 97/99 traz determinados pontos sobre a intervenção nos órgãos destinados a segurança pública.
O art. 144 da CRFB/88 trata da segurança pública. E só poderá ter ações das forças armadas quando for determinado e reconhecido pelo chefe do poder executivo, que é a autoridade competente que as ações foram insuficientes para manter a segurança pública (art. 15 §3º da lei 97/99), mas isso não é intervenção federal, é colaboração entre as forças. 
Desde a criação da CRFB/88 não houve intervenção federal, já que ela seria o último recurso. Mas nos períodos anteriores, a intervenção foi banalizada, houve o esvaziamento da autonomia dos Estados.
Em 2006: Foi cogitada a intervenção em Rondônia, Policia Federal realizou a operação dominó onde prenderam diversas autoridades. 
Em 2005: A saúde no município do Rio de Janeiro, o governo federal baixou um decreto de estado de Calamidade Pública, mas não foi à frente, uma vez que a CRFB/88 não prevê a intervenção em municípios.
Em 2010: Distrito Federal, corrupção. (lei 4320/66, art. 98)
→ A intervenção é a última rácio, não deve ser utilizada de forma banal, já que ele fere a autonomia dos Estados, é tão traumática quanto a violência física para os cidadãos.
INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS E INTERVENÇÃO ESTATAL NOSMUNICÍPIOS.
A possibilidade de intervenção federal não representa supremacia da União em relação aos Estados-Membros. Ao intervir em outros entes, a União não está atuando para defender interesses próprios, mas para resguardar a unidade, viabilidade e estabilidade do sistema federativo. No tocante aos entes passíveis de sofrer intervenção federal, a Constituição autoriza a intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (art. 34 CRFB). A intervenção federal em Município só é admitida quando este for localizado em território federal (art. 35 CRFB). Apesar de atualmente não existirem territórios, é possível sua criação (art. 18 §2º CRFB).
	Art. 36 CRFB: Pressupostos formais para a intervenção. 
	
	A decretação e execução da intervenção federal é competência privativa do Presidente da República (art. 84, X CRFB). O decreto de intervenção deve especificar a amplitude, o prazo, as condições de execução e, se for o caso, nomear o interventor (art. 36§1º CRFB). A nomeação do inventor se faz necessária apenas nas hipóteses de intervenção no Poder Executivo, ou neste e no Poder Legislativo. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas poderão voltar a seus cargos, salvo se houver algum impedimento legal (art. 36 §4º CRFB).
→ A intervenção pode ser classificada em espontânea, solicitada e requisitada:
Espontânea: Quando sua decretação depender apenas da ocorrência dos motivos que a autorizam (art. 34, I, II, III e V), podendo o Presidente decretá-la de ofício, sem a necessidade de qualquer provocação.
Solicitada: Quando, a fim de garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação, sua decretação depender da solicitação do Poder Legislativo ou do Poder executivo coacto ou impedido (art. 36, I, 1ª parte, CRFB). Nesse caso, a decretação da intervenção é considerada um ato discricionário.
Requisitada: Quando para a decretação for necessária a requisição de órgão do Poder Judiciário. A CF prevê três hipóteses: 1ª- requisição do STF, nos casos de coação exercida contra o poder judiciário (art. 36, I, 2ª parte CRFB); 2ª- Requisição do STF, do STJ ou do TSE, no caso de desobediência à ordem ou decisão judiciária (art. 36, II CRFB); 3ª- requisição do STF quando o tribunal der provimento a representação do Procurador Geral da República, nos casos de violação dos princípios constitucionais sensíveis ou de recusa à execução de lei federal (art. 36, III CRFB). Nessas hipóteses, a decretação da intervenção é ato vinculado. O não atendimento da requisição pelo Presidente poderá ser caracterizado como crime de responsabilidade.
→ Intervenção Estadual (art. 35 CRFB):
	- Pressupostos materiais: Incisos I, II, III e IV do referido artigo.
	- Pressupostos Formais: A decretação e execução da intervenção estadual é competência privativa do Governador. O decreto de intervenção deve especificar a amplitude, o prazo, as condições de execução e, se for o caso, nomear o interventor (art. 36, §1º CRFB). Assim, como na intervenção federal, a nomeação do interventor se faz necessária apenas nas hipóteses de intervenção no Poder Executivo/Legislativo. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas poderão voltar a seus cargos, salvo se houver algum outro impedimento legal (art. 36, §4º CRFB).
 	→ Na perspectiva interna a União não é superior hierarquicamente aos entes federativos.
A Intervenção legislativa só poderá ocorrer se o poder executivo, no caso do poder legislativo, requisitar.
O mesmo ocorre se o poder executivo estiver agindo de forma ilegal, o poder legislativo pode requerer a intervenção (art. 34, IV CRFB).	
Em caso de descumprimento de lei federal a União só poderá intervir se o STF julgar procedente a intervenção.
O inciso VII traz os princípios constitucionais sensíveis, mas a intervenção só poderá ocorrer tendo uma ação privativa do Procurador Geral da República e sendo deferido pelo STF.
IPC: O controle da intervenção não é jurídico, e sim político. A solicitação/requisição para a intervenção é o Presidente da República que decide se irá ou não fazer.
OBS: Intervenção dos Estados nos municípios estão determinados no art. 35, incs. I, II e III. 
OBS: O tribunal de justiça pode requerer a intervenção (art. 35, IV).
OBS: Não é necessário que seja nomeado um interventor. Se a intervenção dor no legislativo não há resposta certa. A união poderia destinar esse poder ao Senado Federal.
UNIDADES FEDERATIVAS:
→ Poder constituinte originário, é aquele que tem o poder de constituir um novo Estado. Mas ele não é ilimitado, tem como restruturação o conceito universal os tratados. 
 	O poder constituinte decorrente são os das unidades federativas, ele decorre do poder constituinte originário, onde se delega determinadas liberdades, autonomia, para que os Estados possam se organizar de forma autônoma de acordo com o que achar melhor. Estes se organizam com as constituições (estatais), mas tem limitações nesse poder, como por ex., eles não podem mudar a foram de governo, nem o regime governamental (essa norma não está escrita, mas está de forma implícita), como também não se pode acabar com a divisão dos municípios e implementar nova forma de separação.
 	A única hipótese em que os Estados-Membros podem intervir nos municípios são os casos previstos na CRFB/88, sobra a intervenção dos Estados nos Municípios.
 	→ Originalmente com a proclamação da República em 1898, atribuíram as províncias o status de Estados-Membro. O território já estava definido, mas durante os anos de república a configuração territorial mudou.
 	A atual constituição veda a separação de um Estado-Membro da federação, mas isso não significa que a população de um determinado Estado entenda que para a melhor evolução econômica, social, a configuração geográfica mude. (Art. 18 CRFB e Lei 9.709/98). 
OBS: Como ocorreu na formação de municípios descrito no art. 18 §4º CRFB. Muitos municípios criados após a CRFB/88 são insustentáveis, logo regidos pela lei 9.709/98.
Art. 27 CRFB: Não se pode criar um 4º poder, tem que sugerir a organização já determinada. No caso dos Estados-Membros, o legislativo é unicameral (Dep. Estadual).
Art. 28 CRFB: O executivo estatal segue o modelo republicano presidencialismo, ou seja, não pode ter um chefe de estado e um chefe de governo, as duas funções têm que ser exercidas por uma única pessoa.
Art. 28 §1º CRFB: O governador de um Estado não pode acumular dois cargos, ser governador e ministro do governo federal.
Art. 105, I, a CRFB: Os governadores que praticam crimes comuns são julgados pelo STJ, mas este dispositivo não citou os crimes de responsabilidade.
Art. 125 (e incisos) CRFB: O Judiciário Estatal. As leis que ferem a constituição Estadual, quem tem a legitimidade para propor a ação irá depender de cada Estado. No RJ é o Chefe da Defensoria Pública. Funções essenciais: a Justiça, MP, Defensoria Pública e a advocacia geral estadual.
UNIÃO (ART. 20 CRFB/88):
 	A União é pessoa jurídica dotada de capacidade política existente apenas em Estados Federais. Criada a partir de uma aliança entre Estados, possui competência para atuar tanto em nome próprio, como em nome da federação. Nesse sentido, pode-se falar na existência de um ente global, representante do Estado Federal, e de um ente central, em contraposição aos entes locais, ambos titularizados pela União. A União é pessoa jurídica de direito público internacional formada pela união dos Estados, Distrito Federal e Municípios (Art.1º CRFB). A União, assim como os demais entes federativos, possui apenas autonomia, embora exerça, no plano internacional, as atribuições decorrentes da soberania do Estado brasileiro.
→ Competência: A competência consiste na capacidade jurídica de agir atribuída aos entes estatais, seja para editar normas primárias capazes de inovar o ordenamento jurídico (competência legislativa), seja para executar atividades de conteúdo jurídico concreto, previstas na lei, voltadas à satisfação do interesse público (comp. Administrativa)- Competência exclusiva: É aquela atribuída a determinado ente da federação de modo indelegável, não admitindo competência suplementar. (Art. 48, 49, 51, 52 CRFB)
	- Competência privativa: Embora seja atribuída a um único ente federativo, pode ser objeto de delegação. (art. 22, § Ú CRFB).
	- Competência concorrente: Pode ser exercida de modo simultâneo, por mais de um ente federativo, mas cabe a União estabelecer as normas gerais (art. 24, §1º CRFB). A competência legislativa se encontra nos artigos: art. 21, XX e XXI, art. 22, IX e XXIV, art. 174, §1º, art. 182, todos da CRFB.
	- Competência administrativa: Art. 23 CRFB.
→ Bens da União
Art. 20 e incisos. 
DISTRITO FEDERAL (ART. 32 CRFB):
→ A Constituição de 1946, determinou que deveria construir a capital do país onde foi determinada que seria o planalto central para a integração do país. 
 	A princípio, o Distrito Federal não deve ter autonomia, mas após a CRFB/88, esta determinou que o Distrito Federal tem status de Estado-Membro. Apesar das restrições impostas, suas características de Estado e de Município fazem com que possua natureza híbrida: é Estado e também Município.
 	O Distrito Federal não se pode ser subdividido em municípios, tem a lei orgânica, mas o seu executivo é formado de Governado e Vice-Governador.
 	O Poder Legislativo foi equiparado com o Poder Legislativo Estadual. 
 	O Chefe do Poder executivo do Distrito Federal acumula o poder de âmbito Estadual e Municipal.
 	No âmbito da Segurança Pública, o Distrito Federal não tem autonomia, art. 32 §4º CRFB, o Governo Federal tem a liberdade de intervir nesse âmbito.
 	OBS: Brasília e Distrito Federal não são a mesma coisa. Brasília é o núcleo urbano, é a sede do Governo Federal, logo, uma cidade. A unidade federativa é o Distrito Federal, este tem como núcleo Brasília e tem as cidades satélites, mas não são municípios, indo contra o conceito de cidade. Não tem poder executivo nestas cidades e sim Brasília. O governo é centralizado.
 	Tem autonomia parcialmente tutelada, a união legisla sobre essas autoridades, o Poder Judiciário, MP, DP e Policiais próprios. Art. 92, VII CRFB/88. Regime Judiciário dos territórios federais art. 33 CRFB/88. 
 	O Distrito Federal não é propriamente um ente autônomo, mas tem certa autonomia pertencente ao Governo Federal.
→ Auto-organização (art.32 CRFB): A Lei Orgânica é o documento normativo que organiza e estrutura o Distrito Federal. Não obstante a denominação adotada pelo legislador constituinte, esse diploma normativo qualifica-se como verdadeiro estatuto constitucional, sendo equiparada à Constituição dos Estados-Membros.
→ Auto-legislação: As competências legislativas do Distrito Federal compreendem as conferidas aos Estados e Municípios (art. 32, §1º CRFB), exceto as relativas à organização judiciária e do MP (art. 22, XVII e 48, IX CRFB), bem como as decorrentes de competência administrativas para organizar e manter as polícias e o corpo de bombeiros (art. 21, XIV CRFB), todas atribuídas a União.
O Distrito Federal possui competência para instituir tributos (art. 145, art. 155, art. 147 CRFB)
→ Autogoverno: Art. 32, §2º e 3º, art. 45, art. 46 CRFB.
→ Territórios (art. 18 §2º):
MUNICÍPIOS (ART. 29 E 30 CRFB/88):
	→ Já existia os municípios desde o Brasil Colônia e já existia alguma autonomia nestes. Os municípios têm competência legislativa privativa e integram a organização dos Estados.
	Os Municípios possuem âmbitos exclusivos de competências políticas (legislativa e de governo), sendo-lhes atribuídas as mesmas autonomias conferidas à União e aos Estados, razão pela qual não há como negar-lhes a condição de verdadeiros entes federativos.
→ Auto-organização (art. 29 CRFB): Os municípios se organizam por meio de lei orgânica.
→ Composição das Câmaras Municipais: As Câmaras municipais são compostas por vereadores eleitos diretamente pelos munícipes para o exercício de um mandato de quatro anos.
→ Estatuto dos Vereadores (art.29, VIII): Os vereadores não gozam das mesmas garantias conferidas aos parlamentares federais e estaduais. A CF assegura a inviolabilidade por suas palavras, votos e opiniões no exercício do mandato e na circunscrição do Município (art.29, VIII). Essa inviolabilidade afasta a responsabilidade penal e civil apenas em relação às manifestações relacionadas ao exercício do mandato e desde que exteriorizadas dentro dos limites territoriais do Município.
obs: Os vereadores não possuem imunidade formal.
→ Autolegislação (art. 30 CRFB): A autonomia legislativa municipal pode ser definida como a “faculdade, constitucionalmente assegurada ao Município, de legislar sobre assuntos de interesse local e de suplementar a legislação federal e estadual, no âmbito da legislação concorrente. 
OBS: Em regra, também não cabe legislação municipal para suplementar leis federais ou estaduais decorrentes de competência exclusiva ou privativa da União e dos Estados-Membros. Exceção: art. 22, XII e art. 22, XXVII todos da CRFB.
→ Autogoverno (art. 29 CRFB): O governo no âmbito municipal é exercido pelo Prefeito e Vereadores, eleitos diretamente, sem qualquer ingerência da união ou do Estado-Membro, art. 29, I a IV CRFB.
→ Autoadministração (art. 30 CRFB): É a faculdade constitucionalmente assegurada aos Municípios para executar os comandos contidos nas normas legais referentes a assuntos de sua competência. Nos artigos: art. 30, III a IX CRFB;
Art. 19 CRFB: Vedações aos entes federativas.
Art. 19, I CRFB: 
 	→ Competência não legislativa: Competência de agir, cobrar algo, como é o caso do IPTU no caso de imóveis urbanos. IPTR imposto de fazendas, sítios. A início é competente para cobrá-los.
 	O ensino superior é de competência da União, mas os Estados podem prestar esse serviço também.
 	O princípio que rege a distribuição das competências é o princípio do interesse.
 	O Poder de impor condutas, legislar, tem que ser claro. A lei municipal só se aplica ao município. A lei federal se aplica a todo o Estado, todo território. 
 	→Princípio da Subsidiariedade: Se desenvolveu com mais força na doutrina da igreja. Os grupos sociais menos complexos, mais simples, podem fazer e tem capacidade de realizar, não devem ser realizados por grupos sociais mais complexos. Como é o caso da Educação, na competência não legislativa → Educação infantil, ensino básico e fundamental compete ao município. Ensino Médio ao Estado e o Ensino Superior não é exclusivo da União.
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES DO ESTADO: A CONSTITUIÇÃO, A DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER DE ACORDO COM AS FUNÇÕES TÍPICAS. ART. 44 CRBF/88.
As manifestações do Poder Legislativo resultam da conjugação da vontade de seus dois órgãos. A CF incorporou o bicameralismo do tipo federativo, no qual o Congresso Nacional é composto por duas casas: a de representantes do povo (Câmara dos Deputados) e a de representantes dos Estados e do Distrito Federal (Senado).
Nas esferas estadual (Assembleia Legislativa), distrital (Câmara Legislativa) e municipal (Câmara Municipal), optou-se pelo sistema unicameral.
→ Funções: O Poder Legislativo tem como funções típicas legislar e fiscalizar. 
	A competência legislativa é exercida pelo Congresso Nacional, com a sanção do Presidente (art. 48 CRFB). A fiscalização dos atos emanados do Poder Executivo é decorrente do princípio da representação popular e ocorre nos âmbitos financeiros, orçamentários, contábil, operacional e patrimonial. A fiscalização financeira e orçamentária conta com o auxílio do Tribunal de Contas da União. (art. 70 e 71 CRFB)
Obs: O Poder Legislativo desempenha também funções atípicas, de natureza administrativa e jurisdicional.
→ Em uma democracia não há poder acima dos eleitores, o poder emana do povo, poder político é uma representação da soberania. (unidade, indivisibilidade, Indelegabilidade)
 → Divisão dos poderes: Desde a Grécia Antiga a divisão de poderes já era considerara a melhor forma de se governar o poder. Durante a Idade Média surge o absolutismopara que fosse possível ter o desenvolvimento da sociedade, já que nos feudos o poder era extremamente fragmentado no absolutismo, quem encarnava o poder soberano do Estado era o Rei, o monarca.
 	Foi preciso desconstruir essa ideia, Locke foi um dos principais pensadores do Estado Moderno, na Inglaterra, seu pensamento deu origem a Revolução Inglesa, onde os barões queriam maior poder, afirmando que o poder deriva do povo e que até o rei deveria ser submetido a ele.
→ Separação de Poderes: Tem que haver uma colaboração entre os poderes, senão fica algo fora do que seria ideal. A separação de poderes foi citada e implementada por Aristóteles, depois por Locke e Montesquieu. As leis são criadas pelos Estados, pelo legislativo, devem ser aplicadas pelo Judiciário e o executivo administra o Estado.
Benjamin Constant Separa os poderes não em 3, mas em 4 poderes, a Constituição Imperial Brasileira foi a única que aplicou essa teoria. 
Atualmente se percebe que os Estados que adotaram a Teoria Tripartida têm um judiciário que atua como poder moderador, no qual equilibra e resolve conflitos dos demais poderes. Na separação de poderes, na forma de governo presidencialista, o EUA é o modelo que mais se adequa, onde os poderes têm a linha bem demarcada. 
Com o parlamentarismo na forma presidencialista ocorre quase uma junção entre o legislativo e o executivo, e na forma monarca o rei (rainha), o monarca, atua de forma moderada, o poder moderador atua muito pouco.
A Constituição de 88 não obriga que se tenha uma nítida separação entre o executivo e o legislativo, há uma simbiose entre esses dois poderes. Os poderes não podem ser exercidos pela mesma pessoa, não podem ser realizados pelo mesmo órgão. 
→ Funções Típicas: Os órgãos podem ser estatais, previstos na constituição. Os órgãos administrativos são os encarregados de executar as vontades dos órgãos estatais, estão em um nível infraconstitucional, leis infraconstitucionais. 
A função do poder executivo se designa muito mais pela palavra que administra do que executa, mesmo que a última não esteja errada. 
→ Independência X harmonia entre os poderes: Quando a Constituição traz o termo harmonia, quer dizer que haverá certa colaboração entre eles.
→ Freios e Contrapesos: Na constituição existem vários mecanismos de freios e contrapesos (controle e equilíbrio). Ex: Se o Judiciário exorbita no poder é julgado pelo Senado. Ex²: A constituição prevê o poder do veto do Presidente da República (freio), não prevalência de um poder soberano, sobre o outro. 
→ Independentes – Harmonia: Poderes independentes, mas colaborativos.
 O que caracteriza a independência? 
R: A auto-organização está dentro da autonomia do poder. É o exercício das funções típicas, logo, evitar que “alguém se meta”. Ex. Judicialização da Saúde.
PODER LEGISLATIVO. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS LEGISLATIVOS.
→ Poder Legislativo: É a função de legislar. Como órgão é sinônimo de congresso nacional.
Art. 44 CRFB: Capítulo do poder legislativo.
Art. 76 CRFB: Capítulo do poder executivo.
Art. 93 CRFB: Capítulo do poder judiciário, termina no art. 126.
Art. 127 CRFB: Capítulo 4, designação das funções designais da justiça. (Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia Privada e Defensoria Pública).
 	→ O poder legislativo ser tratado primeiro é simbólico, já que esse poder capilarmente demonstra a democracia, eis que o legislativo é formado por representantes do povo, o poder executivo a população escolhe somente o Presidente, mas os auxiliares deste são escolhidos pelo Presidente. 
 	O poder legislativo, sua função é exercida pelo congresso legislativo, que é formado pela Câmara de Deputados e o Senado. É um bicameralismo que é decorrente do federalismo.
 
→ Câmara dos Deputados: Representa a população, a palavra Deputado quer dizer “aquele que faz a vontade de…”, ou seja, a vontade dos representados. Câmara Baixa.
 	
→ Senado: Representa os entes federativos para manter a igualdade entre os Estados, sejam eles mais populoso ou menos populoso, tanto que não importa a quantidade populacional, todos terão 3 senadores. Câmara Alta. 
 	
→ Congresso Nacional: As competências legislativas atribuídas ao Congresso Nacional, são para dispor a respeito das matérias de competência da União (art. 22 e 24 CRFB), em especial elencadas no art. 48 da Constituição. Nesse caso, como as matérias são veiculadas por lei, exige-se a sanção do Presidente. As competências deliberativas (art. 49 CRFB) devem ser veiculadas por decreto legislativo. Por serem exercidas isoladamente e não comportarem delegação, são competências exclusivas.
Também pode ser formado de outra forma, no Reino Unido, por ex., que é determinado pela aristocracia, dignidade. Congresso Nacional é a soma da Câmara dos Deputados mais o Senado.
 	→ Na CRFB/88 estão as regras relativas a união, poucas do Estado e do Município. No âmbito do Estado, os municípios não são representados por “senadores”, a representação é da população (deputados).
→ Sessões legislativas (art. 57 CRFB):
Das Reuniões: 
 	O recesso de julho só será feito se o projeto de lei de diretrizes orçamentárias já tiver sido votado.
OBS: Sessão Legislativa (art. 57 §2º, se refere ao caput, o período de trabalho) ≠ Sessão Conjunta (art. 57 §3º, quer dizer reunião)
 	→ Legislatura: Quatro sessões legislativas anuais, a que é determinada no caput equivale ao mandato dos deputados.
 	O mandato começa em 02 de fevereiro e termina 31 de janeiro. A mesa tem o mandado de 02 anos, tanto para o Senado como para a Câmara.
A legislatura tem duração de 4 anos (art. 44 §Ú CRFB), não devendo ser confundida com a sessão legislativa anual nem com os períodos legislativos semestrais (art. 57 CRFB).
Sessão Ordinária (regra) X Sessão Extraordinária (art. 57 §7º):
 	→ Sessão Ordinária: Sessão legislativa do Caput, a habitual. Ocorrem dentro de dois períodos legislativos semestrais (2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
 	→ Sessão Extraordinária: Quando o congresso se reúne fora das datas previstas no caput, para deliberar sobre determinada matéria. Podem ser convocadas pelo presidente do Senado, nos casos de decretação de Estado de defesa, estado de sítio e de intervenção federal e para compromisso e posse do Presidente e Vice-Presidente (art. 57, §6º CRFB). A convocação também poderá ocorrer pelo Presidente da República, pelos presidentes da Câmara e do Senado, ou mediante requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, quando houver urgência ou interesse público relevante. (art. 57, §7º CRFB).
MESA DIRETÓRIA E COMISSÕES PARLAMENTARES (ART. 58 CRFB).
→ Mesas Diretoras: As mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal são órgãos diretivos dessas Casas, composto por um conjunto de parlamentares eleitos por seus pares para dirigir os trabalhos legislativos pelo período de dois anos. No caso do Congresso Nacional, as reuniões são dirigidas pela Mesa do Senado Federal. A função de membro da Mesa das Casas Legislativas é de natureza executiva. Por isso, a CF veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, o que não impede a possibilidade de eleição para outro cargo da Mesa (art. 57, §4º CRFB). A norma que veda a recondução não é de observância obrigatória pelos Estados-Membros.
→ Comissões Parlamentares: Podem ser classificadas com base em critérios diversificados. Quanto a sua duração, podem ser permanentes ou temporárias. As comissões permanentes não possuem prazo de duração determinado, permanecendo existentes mesmo após o término da legislatura. As comissões temporárias devem ser extintas com a conclusão de seus trabalhos, ao término do prazo estabelecido para sua duração ou da sessão legislativa (art. 57 CRFB). Ainda que admitido o pedido de prorrogação e uma comissão temporária, em nenhuma hipótese ela poderá ultrapassar a legislatura (art. 44, § Ú CRFB) em que foi criada. Quando a sua formação, as comissões podem ser exclusivas ou mistas. As comissõesexclusivas são compostas apenas por membros da Câmara ou do Senado. As comissões mistas são formadas por deputados e Senadores para tratarem de assuntos a serem decididos pelo Congresso Nacional, como o exame e a emissão de parecer sobre as medidas provisórias (art. 62, §9º CRFB), ou sobre projetos de leis financeiras (art. 166, §1º CRFB).
→ Comissão representativa do Congresso Nacional (art. 58 CRFB): Tem a função de representa-lo durante o período de recesso, sendo suas atribuições definidas no regimento interno. Eleita pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, na última sessão ordinária do período legislativo, esta comissão deve ter, dentro do possível, composição proporcional à representação partidária (art. 58, § 4º CRFB)
COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 45 CRFB).
→ A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, maiores de 21 anos (art. 14 §3º, VI, C, CRFB), eleitos diretamente, por meio de escrutínio secreto (art. 14 CRFB). Os Deputados são eleitos pelo sistema proporcional (art. 45 CRFB), ou seja, a representação no Congresso é proporcional ao número de votos obtidos por cada partido ou coligação. Como o cálculo para a distribuição das cadeiras tem como referência a votação total nas legendas, torna-se necessário definir o procedimento para a eleição das candidaturas individuais. A constituição adotou o sistema de lista aberta, no qual a ordem final dos candidatos não é determinada pelos partidos, mas sim pelos eleitores que votam em um candidato da lista ou na legenda. Aqueles que receberem, individualmente, o maior número de votos ocupam as cadeiras a que o partido tem direito. O número de Deputados por Estado e pelo Distrito Federal será estabelecido por lei complementar (LC 78/93), proporcionalmente à sua população (e não ao número de eleitores), sendo que nenhum deles poderá ter menos de oito ou mais de setenta deputados (art. 45, §1º CRFB). Caso seja criado Território, este elegerá quatro Deputados, independentemente do tamanho da população (art. 45, §2º CRFB).
→ É representante do povo, eleito pelo sistema proporcional, territorial e pelo Distrito Federal, não determina o número de deputados, deixa pra lei complementar, mas a CRFB determina que seja proporcional a população, não pode ser eleito menos de 8 deputados e no máximo 70. A eleição por sistema proporcional é uma possibilidade que se põe ao lado do sistema distrital e do sistema distrital misto.
→ O Sistema distrital: Se divide o território em distritos eleitorais que serão desenhados de acordo com o crescimento da população (o Candidato será eleito pelo seu distrito, o mais votado, independente de partido). Exemplo: o Estado do Rio de Janeiro elege 40 deputados federais, então se dividira em 40 distritos, o candidato se elege para aquele distrito e teria que ser o mais votado para ser o deputado, a maioria.
A CRFB adotou o sistema proporcional, para que essas pessoas eleitas sejam os verdadeiros representantes daquela população. Uma vez que os representantes no sistema proporcional são os porta-vozes da opinião dos eleitores. O congresso deveria ser formado por aqueles que representariam a diversidade daquela localidade. Para compor o parlamento as cadeiras serão ocupadas pelos partidos.
Para cada quociente eleitoral é necessário que se tenha um representante desse grupo, para isso determina o quociente partidário, voto de legenda, votos computados para o partido, sem usar o nº do partido.
→ Fidelidade Partidária: Grupo político fiel as ideias do partido. Deputado segue o partido nas votações do plenário.
Coerência Partidária:
→ Filiar Partido: Participar da convenção = disponível para ser candidato e receber votos.
Condições de elegibilidade art. 14, III §6º.
Art. 51 CRFB: Função Típica do Poder Legislativo. (Senado = Câmara Alta, Câmara dos Deputados = Câmara Baixa);
	Função típica: Legislar. 
Art. 51 §1º - atribuições da Câmara. Atribuição privativa da Câmara – “Impeachment” do presidente (exercício de prorrogativa).
Função atípica- nesse caso não é legislar.
→ A Câmara que permite que se abra um processo para votação pelo Supremo (isso acontece com o Presidente da República) 
→ Função atípica: Gestão e gerenciamento internos da câmara (inciso IV)
Art. 49 e 48 CRFB: Competências do Congresso Nacional.
→ Competência exclusiva do Congresso: nesse caso não precisam da autorização do Presidente da República.
III- Se o presidente se afastar do cargo por mais de 15 dias sem aprovação do Senado, este perde o cargo.
 COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL. ART. 46 CBRF:
O Senado Federal é composto por representantes dos Estados e dos Distrito Federal, maiores de 35 anos (art. 14, §3º, VI, B CRFB), eleitos diretamente, por meio de escrutínio secreto (art. 14 CRFB). A eleição para o Senado é feita pelo sistema majoritário, considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria relativa dos votos (art. 46 CRFB). Cada Estado e Distrito Federal elegem três Senadores para exercerem um mandato de oito anos, ou seja, duas legislaturas (art. 46, §1º CRFB). A paridade do número de Senadores por Estado é fundada no princípio federativo, sente esta representação renovada a cada legislatura, por um e dois terços, alternadamente (art. 46, §2º CRFB). Os territórios não possuem representantes no Senado Federal.
 	→ Princípio Majoritário: Eleição por maioria (o que tem mais votos é eleito).
Ex:
Questão dos suplentes (eleição para o Senado): O mandato do Senador abrange duas legislaturas (mandato de 8 anos). A cada legislatura altera a composição do Senado.
OBS: Eleição para Câmara e para o Senado pode reeleger. Ex: Crivella sendo Senador foi candidato para prefeito do Rio – elegeu, saiu e ficou no seu lugar o suplente – (Cada Senador tem 2 suplentes).
Requisitos de elegibilidade: Idade.
Art. 52 CRFB: Competências do Senado.
→ Processar e julgar o Presidente da República;
→ Tribunal para julgar os crimes de responsabilidade;
→ Para alguns cargos o Presidente não pode escolher sozinho, tem que ter a ajuda do Senado. (freios e contrapesos).
→ Senadores votam e não precisam justificar seu voto (função atípica – função de votar)
→ O Presidente pode indicar alguém para representar o Brasil como embaixador.
Legislador negativo: Se o supremo declara que uma lei é inconstitucional e cabe ao legislativo desfazer essa lei (senado, suspender a lei e na sua maioria ele fica inerte. Obs: nesse caso o Supremo já tem deixado o senado de lado.
Art. 58 CRFB: §1º mesa: Grupo dirigente do Congresso Nacional (grupo que lidera e organiza)
Caput: mesas e comissões – Tem que proporcionalizar (regras do Regimento Interno) que auxiliam a constituição.
Mesa: Pauta, organização. Comissões (permanentes e temporárias). O que é comum a todas as Câmaras (Ex. Saúde). Comissão permanente trata das questões desde o Federal ao municipal. 
→ O trabalho de produção dos legisladores na sua maioria é nas comissões.
Ex: Delações Internacionais, competência exclusiva da União.
→ Comissão de Transporte Público Urbano – (exclusiva do município) -> comissão temporárias. 
Comissão para tratar da intervenção no Rio de Janeiro (Temporária).
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI):
No momento da criação de comissão parlamentar de inquérito devem ser observados três requisitos: requerimento de um terço dos membros da Casa; apuração de fato determinado; e prazo certo de duração. Trata-se de norma de observância obrigatória pelas constituições estaduais e leis orgânicas municipais. 
A comissão parlamentar de inquérito pode ser criada pela Câmara e pelo Senado, separadamente (exclusiva), ou em conjunto (mista), sendo necessário o requerimento de, pelo menos, um terço dos membros de cada uma das casas.
1. CPI – levar à opinião pública a determinadas informações sobre determinados fatos relevantes. 
1.1. CPI Federal
1.1.1) Requisitos para sua criação
	STF: ADI 3619 – os requisitos para criação de uma CPI no âmbito federal (art. 58, §3º) são normas de observância obrigatória pelosEstados e Municípios. 
Requerimento de 1/3 de seus membros – no caso de CPI exclusiva, este requerimento pode ser de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados, ou 1/3 dos membros do Senado. Mas nada impede que a CPI seja criada conjuntamente pelas duas casas, e nesse caso será necessário 1/3 dos membros da câmara + 1/3 dos membros do senado. 
Para apuração de fato determinado – este é seu objeto. No momento em que é feito o requerimento para sua instauração, nele tem que vir de forma detalhada e específica quais são os fatos a serem apurados pela CPI. Não pode ser uma CPI genérica. Este fato a ser apurado tem que atender alguns requisitos: 
A CPI é uma comissão criada dentro da câmara dos deputados, ou do senado, ou do congresso nacional. Ela não pode ter poderes que extrapolem os poderes do parlamento. Assuntos que o congresso pode fiscalizar: ou assuntos que sejam de interesse geral (de todo o Estado brasileiro) ou interesse específico da União. 
Leis nacionais (tratam de interesses gerais) diferem de leis federais (trata de interesse exclusivo da União). O CN pode legislar nesses dois casos, e por isso pode apurar tais fatos. A CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivo dos Estados e dos Municípios, pois ao fazer isso, feriria o princípio federativo, e estaria exorbitando suas funções. 
Não pode apurar fatos de interesses exclusivamente privados (se não envolve dinheiro público e nem gestão da coisa pública não é cabível). 
Quem pode ser investigado pela CPI? O poder executivo, pessoas físicas e jurídicas, órgãos e instituições ligadas à gestão da coisa pública, ou que de alguma forma tenham que prestar contas sobre bens e valores públicos. Este particular tem que ter alguma relação com a gestão da coisa pública ou prestar contas de bens/valores públicos. 
Este requisito não impede que fatos conexos surgidos durante a investigação também possam ser investigados (STF: Inq 2245). Para que esses fatos novos possam ser investigados, faz-se um aditamento no requerimento. 
Por prazo certo – quanto a sua duração, existem dois tipos de comissões:
Permanentes – se prolongam por mais de uma legislatura. Os membros da comissão serão alterados com o fim da legislatura, e novos parlamentares farão parte dela. Ex.: as CCJ. 
Temporárias – são aquelas que se extinguem com o fim dos trabalhos, ou com o fim do prazo estipulado, ou ainda com o término da legislatura. Ex.: foi criada para apurar determinado fato, e terminadas as investigações ela se extingue; ou tem um prazo, por ex. 120 dias, e ai poderá prorrogá-lo, mas não poderá ultrapassar a legislatura (se for criada a CPI da Petrobrás, não poderá adentrar na legislatura de 2015). 
Senado: término da CPI com o fim do prazo previsto no requerimento (reg. interno do Senado Federal, art. 145, §1º).
Câmara dos Deputados: prazo de 120 dias, prorrogável pela metade (reg. interno da câmara dos deputados, art. 35, §3º).
Congresso Nacional: o seu regimento interno não prevê o prazo, e aplica-se a lei 1579/52, que foi parcialmente recepcionada pela CF/88. Art. 5º, §2º: sessão legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva câmara, prorrogando-a dentro da legislatura em curso.
Sessão legislativa é anual, está prevista no art. 57, CF. ela se subdivide em dois períodos legislativos: 02 de fevereiro a 17 de julho, e de 08 de agosto ate 22 de dezembro. Toda CPI feita pelo CN tem que acabar dentro da sessão legislativa, se não for concluída pode ser prorrogada, desde que não passe a legislatura, que é o período de 4 anos, e está previsto no art. 44. Pode haver sessão legislativa extraordinária, que são aquelas que ocorrem fora deste período ordinário supramencionado. 
Observações:
	A CPI investiga determinado fato e leva ao MP, caso haja indícios de crime. Isso sem prejuízo que essas informações sejam levadas ao governo para que tomem as devidas providencias, e para que a AGU apure determinadas responsabilidades administrativas. A CPI não acusa ninguém. 
	A CPI é um direito das minorias, a CF/88 adotou uma forma tradicional que foi criada pela constituição de Weimar de 1919.
	Se a CPI já foi apresentada à mesa devida, pode voltar atrás do requerimento para criação da CPI e se arrepender para que não haja instalação da CPI? STF – MS 26.441: esta exigência (requerimento de 1/3) deve ser examinada no momento do protocolo do pedido perante a mesa da respectiva casa legislativa, independentemente de posterior ratificação. A partir do momento que o protocolo é feito, a CPI já atendeu esse requisito, e nem se admite a sua desistência. Logo, depois de protocolado perante a mesa não se pode desistir. 
	Composição da CPI: deve atender ao princípio da proporcionalidade (art. 58, §1º). Esta proporcionalidade não vale apenas para a CPI, todas as comissões, como um todo, deverão atender como regra geral. 
1.1.2) Poderes atribuídos pela CF
	A CPI tem amplos poderes de investigação, mas não são poderes ilimitados, encontram limites nos direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. 
	Os poderes da CPI possuem natureza instrumental, ou seja, não existem como um fim em si mesmo, não são poderes autônomos, são apenas instrumentos para que o CN possa exercer suas funções típicas de fiscalizar e de legislar. 
	As CPI possuem poderes de investigação próprio das autoridades judiciais. São poderes instrutórios que podem ser usados para fins de investigação, não possui poderes acautelatórios (poder geral de cautela), e também são poderes mais específicos que estão previstos nos regimentos internos.
	Poderes: 
Determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados. 
	Na interceptação telefônica (grampo) a conversa entre duas pessoas é interceptada por um terceiro, que tem acesso ao conteúdo da conversa, é diferente da quebra de sigilo telefônico, que é o acesso ao histórico de ligações realizadas (MS 25.668)
Busca e apreensão de documentos e equipamentos (HC 71.039)
Condução coercitiva – pode usar da força quando houver negativa de comparecer perante a CPI para prestar depoimento, mas a pessoa pode permanecer calada (não autoincriminação). 
Art. 53, §6º - imunidades parlamentares: existe uma proteção “Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações”. 
	Pode determinar condução coercitiva de um índio para prestar depoimento? STF: HC 80240 – entendeu que a CPI não poderia obrigar a comparecer, se a CPI quiser ouvir o índio, ele terá que ser ouvido no seu ambiente, na sua reserva, com acompanhamento da FUNAI e de um antropólogo. 
Determinar a realização de exames periciais
	As decisões da CPI que interferem no âmbito de proteção de direitos individuais têm que ser fundamentadas de maneira adequada, e, além do mais a fundamentação deverá ser contemporânea à decisão. 
1.1.3) Limites:
A CPI tem que respeitar a cláusula de reserva de jurisdição. São os seguintes poderes que estão limitados a esta cláusula: interceptação telefônica (art. 5º, XII), invasão de domicílio (art. 5º, XI), decretar prisão, salvo flagrante (art. 5º, LXI) e o sigilo imposto à processo judicial (art. 5º, X, LX, art. 93, IX). 
Os direitos e garantias individuais tem que ser respeitados e servem como limites. São eles: privilégio da não autoincriminação (art. 5º, LXIII), sigilo profissional (art. 5º, XIV);
Medidas acautelatórias – é uma cautela para que o provimento final seja efetivo, todavia, a CPI não pode acusar ninguém e nem punir, ela apenas investiga, e não tem como dar um provimento final, assim ela não pode determinar a indisponibilidade de bens (MS 23.480), proibição de ausentar-se do país, arresto, sequestro e hipoteca judiciária (MS 23.452). 
Autonomia dos entes federativos – impede que um ente da federação invada a competência de outro. MS 31.689. 
	Quando há um ato ilegal praticado pela CPI, contra quem é impetrado o MS ou HC? A autoridade coatora é aquela responsávelpelo ato ou o presidente da CPI. O STF é quem irá analisar esses MS e HC. 
1.2. CPI estadual 
	Em gral, tudo da CPI federal se aplica à CPI estadual. 
1.2.1) Requisitos: são normas de observância obrigatória, logo, ela tem que ter o mesmo requisito da CPI federal (requerimento de 1/3, prazo certo de duração e determinação do fato a ser apurado). 
	O fato apurado tem que ser do interesse do Estado, não pode ser exclusivamente federal e nem exclusivamente municipal. 
	Em relação aos investigados, existe um aspecto importante: CPI estaduais não têm competência para investigar autoridades com prerrogativa de foro federal (STJ, Pet 1611-AgRg). Ex.: governador, conselheiro do tribunal de contas do estado, pois eles são julgados pelo STJ, e a CPI não pode determinar sua condução coercitiva, não pode investigá-los especificamente, não pode determinar sua quebra de sigilo. 
1.2.2) Poderes: são basicamente os mesmos da CPI federal. ACO 730, STF: a CPI estadual teria competência para quebrar sigilo bancário? Entendimento do STF foi no sentido de que a CPI estadual tem poder para quebrar sigilo bancário, e embora se refira a quebra de sigilo bancário, ela pode quebrar o fiscal e telefônico também. 
1.3. CPI municipal 
	Admite-se, amplamente, sua criação no âmbito municipal. O fundamento para tanto é o princípio da simetria.
	Extensão dos poderes da CPI municipal: a CF reza que a CPI tem poderes de investigação próprios da autoridade judicial, além, de outros previstos no regimento interno, o problema é que não existe poder judiciário nos municípios. Se a CPI municipal tivesse poder próprio de autoridade judicial, estaria havendo ai um acréscimo de competência ao município, estaria atribuindo um poder ao município que não foi dado dela CF, por isso a maioria da doutrina entende que a CPI municipal não tem poderes próprios de autoridade judicial (não pode determinar coerção coercitiva de alguém, por ex.), ele tem apenas os poderes atribuídos pelo regimento interno. RE 96049.
	Tem que ter interesse municipal envolvido, e nada impede a instauração de CPI simultâneas, uma municipal, outra estadual e outra federal. 
2. Garantias do poder legislativo
	Não são privilégios para que os parlamentares fiquem impunes. As garantias existem por finalidades específicas para que o PL possa exercer adequadamente suas funções.
	As garantias têm por finalidades: garantia a independência do poder legislativo e assegurar a liberdade de seus membros, ou seja, o objetivo não é conceder privilégios aos parlamentares e sim assegurar a sua liberdade, para que possam exercer suas funções adequadamente. 
	Essas garantias não são individuais, voltadas para o parlamentar, são garantias institucionais, ou seja, são atribuídas ao legislativo e aos seus membros. Ela é irrenunciável, o parlamentar não pode abrir mão dessas garantias. 
	Afastamento do parlamentar para exercer um outro cargo (ex.: deputados/senadores são convidados para exercer o cargo de ministro de estado) ou quando temporariamente é afastado do cargo, as garantias permanecem? No caso de afastamento, ocorre a suspensão das imunidades, mas não da prerrogativa de foro (súmula 04, STF – está cancelada, este entendimento não faz mais parte do STF, não foi revogada formalmente, mas ela não se aplica mais). 
→ Função típica do Legislativo: Art. 50 CRFB: Legislar. Art. 70 CRFB: Fiscalizar o Poder Executivo.
 	→ Através do mecanismo de requisitar informações do poder executivo.
→ Fiscalização financeira através da comissão de orçamento. Obs: Tribunais de contas: Ajuda a fiscalizar.
Comissão de Inquérito: Auxilia na fiscalização – investigar e propor punições (papel da CPI) Art. 58 §3º.
Comissões: É possível que uma lei seja aprovada no Brasil sem passar pelo plenário apenas ser aprovada pelas comissões, salvo se 10% da respectiva casa subscrever.
IPC: CCJ (Comissão de Constituição e Justiça): Mais importante das comissões permanentes. = Filtro para aprovação das leis, independente da matéria tratada. O Regimento interno é que decide sobre as comissões.
 	→ A CPI pode determinar a quebra do sigilo bancário de alguém (não precisa da autorização do juiz). Poder próprio da investigação judicial.
 	São criadas pela Câmara e pelo Senado ou mista de inquérito (representantes dos dois órgãos).
(Objetivamente – ato de criação) Indicar um prazo certo (tempo limite é o tempo da legislatura)
→ Mediante requerimento de 1/3 de seus membros o MP é o titular da ação pública (prerrogativa de instalar uma ação Penal).
PRERROGATIVA DOS PARLAMENTARES: SÃO IRRENUNCIÁVEIS (EM PROL DO MANDATO).
Os Deputados e Senadores possuem regime jurídico próprio formado por um conjunto de normas que estabelecem direitos e deveres voltados a garantir o adequado exercício das funções parlamentares, bem como a independência do Poder Legislativo (art. 53 a 56 CRFB). Dentre as garantias institucionais estão as imunidades, cujo escopo principal é assegurar a liberdade necessária ao desempenho do mandato com vistas à promoção da democracia. Enquanto prerrogativas do órgão legislativo, e não de ordem subjetiva do congressista, as imunidades são irrenunciáveis.
OBS: As imunidades e a prerrogativa de foro são conferidas a partir da expedição do diploma (ou diplomação), a qual ocorre antes da posse, e perduram até o fim do mandato, ou, se for o caso, até a renuncia ou a cassação parlamentar.
	A licença parlamentar para ocupar outros cargos suspende a imunidade material ou formal, apesar de não afastar o foro por prerrogativa de função. Caso retorne à função legislativa, poderá ser beneficiado pela imunidade formal em relação aos atos praticados durante a licença.
OBS: O gozo das prerrogativas ligadas ao exercício da atividade, não se estende aos suplentes, salvo quando no efetivo exercício da função.
→ Imunidade Material (opinião, palavra e voto): Não é atingido por nenhuma sansão ao que se refere ao seu discurso, enquanto parlamentar, desempenhando suas funções em qualquer lugar. 
Exclui a responsabilidade civil e penal dos congressistas por opiniões, palavras e votos (art. 53 CRFB). A imunidade se estende às esferas política e administrativa. 
Quando as opiniões, palavras e votos forem produzidos fora do recinto da respectiva Casa Legislativa, exige-se que o ato esteja relacionado ao exercício da atividade parlamentar.
Finalidade: Dar tranquilidade. Ex: Crime racial: É imune, mas pode ser condenado por quebra de decoro (internamente) e até pode perder o mandato (controle entre os pares) Art. 53 Caput 
 → Imunidade Formal: Processo e prisão processual. Se o parlamentar entender que o processo intimida o parlamentar pode mandar parar o processo. Não exclui o crime, mas protege o parlamentar em relação à prisão e ao processo penal (imunidade processual). A partir da expedição do diploma, os parlamentares não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos deverão ser remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (art. 53, §2º CRFB).
Denúncia: Início de uma ação penal.
Obs (prerrogativa de foro): CABE SÓ AO STF PROCESSAR E JULGAR PARLAMENTARES (art.53 §1º c/c art.102, I, B CRFB)
Obs: excessos dentro do plenário devem ser coibidos pela própria Casa a que pertencer o parlamentar.
 	→ Os processos por crimes ficam suspensos até que ele saia da função e possa ser julgado (crime ocorrido durante a função, pode se reeleger porque não se encaixa nos requisitos da ficha limpa). OBS: A prescrição também é suspensa (art. 53, §5º CRFB). 
 → Privilégio de Foro: Se é diplomado e já responde a um processo antes de ser eleito e o crime ainda não foi julgado a partir do momento que é eleito ganha a imunidade. (Sou da 1ª instância e passo para o Supremo – Foro privilegiado).
*Proposta do ministro barroso sobre a interpretação do § 1º: Crime anterior ao mandato continua na 1ª instância (corre normal).
Crime durante o exercício do mandato -> Foro privilegiado (imunedesde a expedição do diploma e não da posse).
*O foro privilegiado cessa com o término do mandato (o processo volta para a 1ª instância). Parlamentar renuncia e o supremo não pode julgar, volta para o tribunal de origem a prerrogativa de foro, é irrenunciável, para isso o parlamentar tem que renunciar ao mandato.
→ Incompatibilidades (art. 54 CRFB):
	As proibições possuem o mesmo propósito das garantias institucionais, quais sejam, a preservação da independência do Poder Legislativo e liberdade de seus membros para o adequado exercício do mandato. Ver incisos.
 
Perda do Mandato:
Em razão da função que exercem, aos Deputados Federais e Senadores são vedadas algumas atividades e comportamentos. Essas vedações estão no art. 54 da Constituição, separadas em 2 incisos. Algumas se iniciam no momento da expedição do diploma pela Justiça Eleitoral, outras a partir da posse. A violação dessas vedações enseja a cassação ou perda do mandato do parlamentar.
 INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTOS DOS PARLAMENTARES:
Conforme art. 54, I, da Constituição, os Deputados Federais e Senadores não poderão, a partir da expedição do seu diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades acima mencionadas.
Já o inciso II do mesmo artigo determina que os parlamentares também não poderão, mas agora a partir da posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nutum” em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, bem como patrocinarcausa em que sejam interessadas;
c) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Hipóteses de perda do mandato (cassação e extinção)
O art. 55 da Constituição traz as hipóteses em que o parlamentar perderá o seu mandato. Essa perda pode se dar por meio da cassação do mandato ou de sua extinção.
No processo de cassação, conforme § 2º do mesmo artigo, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou Senado, por maioria absoluta, mediante provocação da Mesa Diretora ou de partido político com representação no Congresso Nacional.
Já no caso da extinção do mandato, conforme § 3º, a sua perda é declarada pela Mesas da respectiva Casa Parlamentar, de ofício ou por provocação de qualquer membro ou partido político com representação. Em ambos os casos, é assegurada ao parlamentar a ampla defesa.
As hipóteses de cassação do mandato estão nos incisos, I, II e IV do art. 55, que diz que perderá o mandato o Deputado ou Senador:
As hipóteses de extinção do mandato estão nos incisos III, IV e V do mesmo artigo.
A cassação tem natureza constitutiva, ou seja, a perda do mandato é decretada, por voto da maioria absoluta, em razão de falta funcional estabelecida em lei e punida dessa forma.
Já a extinção tem natureza declaratória, isto é, a perda do mandato se dá por ato que torna inexistente a investidura, assim como no caso da renúncia ou morte do parlamentar. No caso de extinção, a Mesa Diretora apenas reconhece e declara a ocorrência do ato ou fato que provocou o perecimento do mandato.
A votação, na cassação do mandato, deve ser aberta, ou ostensiva, uma vez que a Emenda Constitucional 76/2013 aboliu a votação secreta para os casos de perda do mandato do parlamentar.
No caso de condenação criminal em sentença transitada em julgado, entendimento anterior do STF era de que, para crimes contra a Administração Pública, a perda do mandato era medida necessária, por se tratar de conduta incompatível com a atividade parlamentar.
Foi neste sentido a decisão da Corte no julgamento do “Mensalão”, onde os 3 parlamentares condenados perderam automaticamente o mandato, já que todos foram condenados por improbidade administrativa ou penas acima de 4 anos de prisão.
Porém, esse entendimento mudou, e o STF reconheceu a especialidade do art. 55, § 2º em relação ao art. 15, III, ambos da Constituição. Dessa forma, a perda ou não do mandato, nos casos de cassação, é decisão da Casa legislativa a que pertence o parlamentar. Porém, a manutenção do mandato não impede que o condenado cumpre a pena.
Quanto à renúncia do parlamentar, se ela ocorrer durante o processo de perda do mandato, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais, ou seja, a renúncia fica sujeita à condição suspensiva, conforme art. 55, § 4º. Se a decisão for pela perda do mandato, a renúncia não produz efeitos e é arquivada. Caso contrário (não cassado o mandato), produzirá todos os seus efeitos.
Hipóteses em que não há perda do mandato
O art. 56 da Constituição traz as hipóteses em que o Deputado ou Senador não perderá o mandato. Na primeira delas, descrita no inciso I desse artigo, o parlamentar não perderá o mandato quando for investido no cargo de:
Ministro de Estado;
Governador de Território;
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital; ou
Chefe de missão diplomática temporária.
Nestas hipóteses, além de não perder o mandato, o parlamentar pode optar pela remuneração deste cago, conforme § 3º do art. 56.
Quanto às imunidades parlamentares, elas ficam suspensas durante o exercício dos outros cargos. Já em relação à prerrogativa de foro em matéria penal, o STF já decidiu que, em situações particulares, ela é mantida, desde que a conduta viole a ética parlamentar e não seja inerente à função executiva em que está investido.
A segunda hipótese em que o parlamentar não perderá o mandato é quando for licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa.
O art. 56 traz ainda as regras quanto aos suplentes. Conforme seu § 1º, eles serão convocados em caso de vaga por investidura dos titulares nos cargos do inciso I, bem como em licenças superiores à 120 dias. Não havendo suplente e faltando mais de 15 meses para o fim do mandato, é realizada nova eleição, como determina o § 2º.

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