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Direito do Trabalho Professora Isabelli Gravatá FONTES DO DIREITO DO TRABALHO MATERIAIS FORMAIS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO São o conjunto de elementos, fatores e acontecimentos sociais, econômicos, históricos, culturais, morais e políticos que contribuem para a formação e o desenvolvimento do direito, além dos usos e costumes. Ex.: Greve, Revolução Industrial. MATERIAIS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO São as que atribuem à regra jurídica caráter de direito positivo, ou seja, conferem conteúdo formal à norma. Podem ser classificadas quanto à origem: -estatal ou heterônoma (CRFB, Leis, M.P. ...) -internacional (Convenções e Recomendações) -contratual ou autônoma (Acordo Coletivo, Convenção Coletiva, Contrato individual, Regulamento de empresa, ...) FORMAIS Princípio da Proteção Princípio da Primazia da Realidade Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Princípio da Intangibilidade Salarial Princípio da Irredutibilidade de salário Princípio da Inalterabilidade Contratual Princípio da Instranferiblilidade Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas ou da Irrenunciabilidade de Direitos PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Proteção: se divide em três outros princípios, que são: in dubio pro misero norma mais favorável condição mais benéfica PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR O operador do direito deverá, em caso de dúvida entre duas regras, aplicar a mais favorável ao empregado. IN DUBIO PRO MISERO EXEMPLO É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa. CLT – Art. 477 §6º O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR IN DUBIO PRO MISERO Não importa qual a posição da norma na escala hierárquica, aplica-se a que for mais favorável ao empregado. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR NORMA MAIS FAVORÁVEL EXEMPLO As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. CLT – Art. 620 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR NORMA MAIS FAVORÁVEL PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR As condições mais vantajosas estipuladas no contrato de trabalho prevalecerão, mesmo que venham a ser alteradas posteriormente. CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA A verdade real prevalece sobre a verdade formal, ou seja, os fatos podem ser muito mais importantes do que os documentos. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE Presume-se que o tempo do contrato de trabalho é indeterminado, ou melhor, que o contrato de trabalho terá sempre continuidade. Tal princípio encontra-se consagrado pela Súmula 212 do TST PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade de relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. TST – Súmula 212 O empregador não pode efetuar descontos no salário do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de convenção coletiva de trabalho. Por ter caráter alimentar, o salário é sempre defendido, não podendo, em princípio, sofrer descontos ou outras condutas abusivas. Tal princípio encontra-se consagrado pelo artigo 462 da CLT. PRINCÍPIO DA INTANGIBLIDADE SALARIAL PRINCÍPIO DA INTANGIBLIDADE SALARIAL Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. CLT – Art. 462 Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício das empregados. § 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. CLT – Art. 462 PRINCÍPIO DA INTANGIBLIDADE SALARIAL PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIO A irredutibilidade protegida pela C.F. é a nominal. Não é possível reduzir a expressão monetária do valor pago ao empregado. Tal regra foi flexibilizada na forma do Art. 7º VI da C.F. Art. 7º C.F. - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Em princípio o contrato não pode ser alterado, salvo mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem prejuízos ao empregado. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL CLT - Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. PRINCÍPIO DA INTRANSFERIBILIDADE Em regra, o empregado não pode ser transferido por determinação do empregador para localidade diversa da que foi contratado. O referido princípio está consagrado no Art. 469 da CLT. CLT - Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. PRINCÍPIO DA INTRANSFERIBILIDADE Em regra, o empregado não pode ser transferido por determinação do empregador para localidade diversa da que foi contratado.O referido princípio está consagrado no Art. 469 da CLT. CLT - Art. 469. § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS OU DA IRRENUNCIALIDADE DOS DIREITOS CLT - Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. RENÚNCIA E TRANSAÇÃO Renúncia: ato unilateral que, para a melhor doutrina e jurisprudência trabalhista, poderá ocorrer no caso de o trabalhador estiver em juízo, diante do magistrado, eis que nesse caso não há como configurar-se coação, pressão ou força do empregador sobre o empregado. No entanto, no caso de o contrato de trabalho ainda estar em curso, tal situação não será possível, eis que poderá dar ensejo a fraudes. Transação: ato bilateral que ambas as partes possam fazer concessões. Pressupõe que existe dúvida na relação jurídica, ou seja, dúvida quanto ao direito.
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