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Anotações de aula 1obim1osem2018[84]

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Curso Direito – Campus Assis 			 Turma: DR2/DR3
Disciplina: Fatos negócios jurídicos
Prof. Vanessa Mussi Manfio Perales
AULAS DOS DIAS 05 e 12/03/2018
NEGÓCIO JURÍDICO – Continuação.
3. Elementos de existência 
Um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o atendimento de certos requisitos mínimos.
Apesar de existirem divergências doutrinárias, elementos de existência são aqueles sem os quais o negócio jurídico não existe e de acordo com Carlos Roberto Gonçalves são: 
a) declaração de vontade: para que o negócio exista é preciso a manifestação da vontade, que poderá ser expressa (através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais) ou tácita (ocorre quando a lei disser que a não manifestação em determinado prazo implicará em aceitação; é aquela que resulta de um comportamento do agente, como o caso do herdeiro que contrata um advogado para representá-lo no inventário).
Neste sentido, o emprego de meios que neutralizam a manifestação da vontade, como a violência física, por exemplo, tornam inexistente o negócio jurídico, porque nestes casos haveria a ausência de declaração de vontade.
O silêncio, via de regra, é a ausência de manifestação de vontade e não produziria efeitos, mas em determinadas circunstâncias, a falta de manifestação do agente ganha juridicidade, como exemplo, na doação pura, o silêncio no prazo fixado significa aceitação (art. 539). 
Vide art. 111, CC. 
b) finalidade negocial: é o propósito, a vontade, a intenção por parte do agente em adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos e produzir efeitos jurídicos.
c) idoneidade do objeto: todo negócio jurídico pressupõe a existência de um objeto, que deverá ser idôneo, ou seja, deverá apresentar os requisitos que a lei exige para aquele negócio jurídico produzir os efeitos buscados pelas partes. 
Exemplos: se a intenção é celebrar um contrato de mútuo, o objeto deverá ser uma coisa fungível, caso contrário, o negócio não se concretizará; a lei diz que para a hipoteca somente será considerado bem idôneo os bens imóveis (art. 1.473, CC).
4. Elementos ou requisitos de validade do negócio jurídico
Requisitos de validade são pressupostos necessários para que o negócio jurídico produza efeitos jurídicos, sendo que a sua falta implica na sua invalidade. Previstos no art. 104, CC, são eles: a) agente capaz; b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e c) forma prescrita ou não defesa em lei. 
a) agente capaz: a capacidade do agente é a aptidão para intervir nos negócios jurídicos; trata-se da capacidade de fato ou de exercício, necessária para que uma pessoa possa exercer por si só os atos da vida civil e que é adquirida com a maioridade, ou seja, com 18 anos ou com a emancipação (que é a antecipação da capacidade civil plena que pode ocorrer a partir dos 16 anos ou a partir dos casos previstos no art. 5º, CC).
Então, como o ato jurídico é um ato de vontade, a lei não permite que pessoas com restrições (incapazes) atuem na órbita do direito. Tal restrição existe no intuito de proteger os incapazes.
Portanto, os absolutamente incapazes (art. 3º) podem praticar os atos da vida civil, desde que devidamente representados, mediante o instituto da representação. No caso dos relativamente incapazes (art. 4º), a lei determina que eles sejam assistidos pelos seus assistentes. 
Nessa situação, temos também os deficientes que tenham se submetido a procedimento de interdição, pois a lei estabelece como regra que, nos direitos de natureza patrimonial e negocial, tais pessoas deverão ser assistidas por seus curadores para que possam praticar os atos da vida civil (*OBS.: leiam a jurisprudência que enviei).
Mas, além da capacidade, é preciso que o agente tenha legitimidade, que é uma capacidade específica, significa que a pessoa não tem nenhum impedimento para a prática de um ato jurídico específico. Como exemplo: falta de legitimidade para a o casamento entre dois irmãos, que apesar de maiores e capazes, não podem ca​sar-se entre si; o excluído por indignidade, mesmo não sendo considerado incapaz, não po​derá herdar da pessoa em relação à qual foi considerado indigno. 
Nestes casos, as partes mesmo capazes estão impedidas circunstancialmente de praticar ato específico, por relevantes razões de ordem social e pública. 
A conseqüência da violação de um desses impedimentos é a nulidade do negócio que se realizou, por violação a expressa disposição de lei. 
b) objeto lícito, possível e determinado ou determinável
Lícito, quer dizer que o objeto não é contrário a lei ou a moral, sendo que a doutrina faz uma relação entre a licitude e a possibilidade jurídica do objeto. Então, se um contrato de prestação de serviços tiver por objeto o cometimen​to de crime ou se uma locação tiver por objetivo o uso do imóvel para o esta​belecimento de um prostíbulo, são exemplos de negócios que têm objetos ilícitos ou juridicamente impossíveis. 
Nessas hipóteses, o negócio seria atingido pela nulidade diante da impossibilidade jurídica (ilicitude) de seu objeto. 
O objeto também deve ser fisicamente possível, uma vez que não se poderia reconhecer validade a um negócio que tivesse por objeto uma prestação que não é possível a sua realização, como, por exemplo, a alienação de um imóvel localizado no planeta Marte. 
Por fim, deve ser o objeto determinado ou, ao menos, determinável, ou seja, todo objeto deve, pois, conter elementos mínimos de individualização que permitam caracterizá-lo. Exemplo: no caso da alienação de um imóvel, as partes devem descrevê-lo minuciosamente, explicitando as suas dimensões e confrontações, na escritura pública de compra e venda. 
Entretanto, o objeto pode ser apenas determinável. Como é o caso de uma venda de café, por exemplo, pode até não se especificar no contrato a qualidade do grão vendido (se do tipo A ou B), mas o seu gênero (café) e quantidade (em sacas) devem ser indicados, caso contrário o negócio não será válido em razão de ser o seu objeto indeterminado. 
c) forma 
Para que o negócio jurídico seja válido deve ter a forma adequada, ou seja, a forma prescrita por lei ou não defesa em lei.
O CC consagra o princípio da liberdade da forma (art. 107), ou seja, os negócios jurídicos po​dem ser realizados de acordo com a vontade das partes, quando a lei não exigir expressamente. 
Mas, quando a lei expressamente exigir determinada forma, esta deve ser observada, sob pena da invalidade do negócio. Exemplo: pessoa que por meio de uma compra e venda, adquire parte da terra do seu vizinho, em sendo aquisição da propriedade imóvel acima de um determinado valor, a lei exige a lavratura da compra e venda em escritura pública devida​mente registrada (esta é a forma prescrita em lei). Se assim não fizer, tal negócio é inválido, nulo, por não haver respeitado a forma prescrita em lei (escritura pública registrada) (art. 108, c/c o art. 166). 
5. Interpretação do negócio jurídico
A regra geral de interpretação dos negócios jurídicos é a regra que consta no art. 112, do CC, segundo a qual se verifica a idéia de que a manifestação de vontade é seu elemento mais importante. É importante que o intérprete investigue a real vontade dos contratantes.
Além disso, deve ser levada em conta a boa-fé para interpretar qualquer negócio jurídico (arts. 113 e 422).
O princípio da boa-fé objetiva manda que se verifique o comportamento das partes desde o início até o término do contrato, com o cumprimento da obrigação, segundo o qual as partes devem atuar com lealdade, comprometendo-se, em cumprir com o combinado a fim de preservar a segurança jurídica das relações negociais.
REPRESENTAÇÃO
1. Conceito
Representação é quando em um determinado negócio jurídico, uma pessoa atua agindo no lugar de outra, substituindo-a na manifestação de vontade, concluindo o negócio não em seu nome, mas no do representado. 
Segundo Carlos R. Gonçalves: “representaçãotem o significado, pois, de atuação jurídica em nome de outrem. Constitui verdadeira legitimação para agir por conta de outrem, que nasce da lei ou do contrato”.
A regra geral é a da possibilidade da representação. Ocorre que, existem situações em que somente a pessoa interessada poderá praticar o ato. Tais situações são chamadas de atos exclusivamente pessoais ou personalíssimos. Por exemplo: o testamento, que figura como negócio jurídico personalíssimo, que não admite a representação.
2. Espécies
De acordo com o art. 115, a representação pode ser:
a) Legal: trata-se de representação que é conferida pela lei, como no caso dos tutores, curadores, pais etc. 
b) Convencional ou voluntária: quando a representação decorre da vontade do representado capaz, o que é feito por um negócio jurídico específico, que é o mandato (art. 653, do CC). O instrumento do mandato é a procuração. Ao contrário da representação legal, a convencional, por meio da procuração pode ser revogada a qualquer tempo.
A representação é judicial quando é o juiz que a determina, nomeando representante determinada pessoa para nessa função atuar em um processo. Exemplo: inventariante que é nomeado no inventário para representar o espólio deixado pelo autor da herança.
3. Origem
A princípio, a representação não era admitida por motivos políticos, a fim de resguardar a liberdade das pessoas, uma vez que a partir do momento em que uma pessoa assumisse uma obrigação e não a cumprisse, a pessoa sofreria com a pena de escravidão.
O desenvolvimento do instituto da representação ocorreu a partir do desenvolvimento econômico dos povos, como necessidade de se utilizar de mecanismos que pudessem agilizar a circulação do crédito.
4. Vinculação ao representado
A representação determina que a manifestação de vontade por parte do representante, dentro do limite dos poderes que lhe foram conferidos, vincula o representado (art. 116).
Portanto, a manifestação de vontade dada pelo representante ao firmar um negócio jurídico, agindo em nome do representado e dentro dos poderes que lhe foram conferidos, produz efeitos com relação ao representado, que poderá tanto adquirir direitos quanto assumir deveres e obrigações.
5. Contrato consigo mesmo
“Contrato consigo mesmo é a convenção em que um só sujeito de direito, revestido de duas qualidades jurídicas diferentes, atua simultaneamente em seu próprio nome e no de outrem” (Silvio Rodrigues).
Exemplo: o representante vende a si mesmo um carro do representado.
Via de regra, é proibido o contrato consigo mesmo, mas o art. 117 ressalva as situações de quando a lei ou o interessado permitir tal contrato. Portanto, o Código determina que tal negócio é anulável, a não ser que a lei o permita ou o próprio representado assim consentir. Exemplo: art. 685, CC.
6. Atos praticados contra o interesse do representado
São os atos legais praticados pelo representante em nome do representado, mas que trazem prejuízo ao representado.
Além disso, pode existir de um lado o interesse do representado e de outro o interesse de um terceiro que estava de boa-fé e que contratou com o representante acreditando que ele realmente atuava em benefício do representado.
No caso, se o terceiro não estava de boa-fé, ou seja, se ele tinha conhecimento de que o representante estava atuando em prejuízo dos interesses do representado, o caso é de anulação do negócio jurídico (art. 119, CC).

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