Buscar

Processo do Trabalho

Prévia do material em texto

Processo do Trabalho 
19/02/18
Princípios.
Princípios específicos do processo trabalhista
Da aplicação subsidiária do processo comum: De acordo com o Art. 967 da CLT, o processo comum será fonte subsidiaria do processo do trabalho, quando a CLT for omissa, e o processo comum for compatível com os princípios processuais trabalhistas. Contudo, a autoridade trabalhista deverá utilizar como fonte subsidiaria a lei do processo do trabalho antes de qualquer outro ordenamento legal.
O Art. 889, CLT determina que na parte da execução trabalhista a fonte subsidiaria inicial será a lei que regulamenta os executivos fiscais (LEF Nº6830/80).
Grande parte da jurisprudência trabalhista entende que a fonte subsidiaria principal do procedimento sumaríssimo (Valor da causa até 40 salários mínimos) e na ação de alçada (Valor da causa até 2 salários mínimos) é a L.9099/95 que regulamenta os juizados especiais cíveis e criminais nos TJ’s estaduais, uma vez que ambas as ações possuem as mesmas características e o limite de 40 salários mínimos.
OBS: Além dos procedimentos especiais trabalhistas, dentre elas a ação de alçada cujo valor da causa não excede 2 SM, pela instrução normativa 27/2005 do TST as ações trabalhistas deverão tramitar pelo rito sumaríssimo, cujo valor da causa é até 40 SM ou pelo rito ordinário, cujo valor da causa será acima de 40 SM. Os ritos sumaríssimos e ordinários estão regulamentados na CLT, pois a ação de alçada está prevista no Caput e parágrafos do Art. 2º da L.5584/70, que tem como característica principal a inexistência de recurso em face de sua sentença, salvo se tratar de matéria constitucional (violar a CRFB). O TST e o STF já se manifestaram sobre a constitucionalidade da referida ação de alçada.
Princípio da conciliação: A conciliação é o objetivo principal da justiça do trabalho, podendo ser obtida em qualquer fase processual, conforme o disposto no Art. 764, CLT. 
Princípio da oralidade: Diferentemente do processo civil, o processo do trabalho tem como prática a realização de quase todos os atos processuais de forma verbal, mesmo com o processo eletrônico. Como por exemplo, temos a possibilidade da distribuição da petição inicial oralmente, a apresentação da contestação verbalmente em audiência em até 20 minutos e as razões finais, também verbalmente em audiência em até 10 minutos. 
Princípio da concentração dos atos em audiência: Este princípio é um desdobramento do princípio da oralidade, uma vez que, em regra geral todos os atos serão praticados oralmente em audiência. 
Princípio da informalidade: Em regra geral no processo do trabalho não há forma prescrita em lei, isto é, os atos poderão ser praticados por escrito ou verbalmente. 
Princípio da identidade física do juiz: Até 2012 não se aplicava na justiça do trabalho este princípio com base na súmula 136, TST; cancelada no referido ano. A partir de então a justiça do trabalho passou a aplica-la, isto é, o juiz que realizar a ultima audiência de instrução ficará vinculado a proferir a sentença. 
OBS: justiça do trabalho não tem defensoria pública ou advogado dativo. Na justiça do trabalho quem defende os interesses do trabalhador é o sindicato. 
Princípio do jus postulandi: Com base no Art. 791, CLT; as partes poderão reclamar na justiça do trabalho sem a assistência de um advogado até o final do processo. Contudo o TST editou a súmula 245 para limitar o alcance do jus postulandi na justiça do trabalho, ao definir o seu limite até os tribunais regionais do trabalho, não alcançando os recursos para o TST e ações especiais, como as cautelares, mandado de segurança, etc. 
Princípio da livre convicção motivada do juiz ou princípio da verdade real: De acordo com o art. 765, CLT; é permitido ao juiz ou ao tribunal a prática de qualquer diligência a qualquer momento, visando o esclarecimento dos fatos na busca da verdade real. 
26/02/18
No art. 111, CF/88 revogou o art. 644, CLT para determinar que a justiça do trabalho tem como órgãos o TST, os TRTs e os juízes do trabalho. 
A emenda constitucional 24/99 acabou com as juntas de conciliação e julgamento na primeira instância, para estabelecer a criação de varas do trabalho ocupadas exclusivamente por um juiz concursado singular, na forma do art. 116, CF/88. Os juízes classistas foram todos aposentados imediatamente. 
Com a promulgação do art. 111, CF/88, muito se discutiu a época sobre a manutenção da competência material trabalhista, de forma extraordinária aos juízos de direito nas localidades sem jurisdição trabalhista. Tal duvida foi totalmente improcedente, pois a própria constituição no seu art. 112, manteve a citada competência extraordinária. 
Desta forma, os art. 668 e 669, CLT continuam em vigor. É importante destacar que havendo a criação de uma vara trabalhista em uma localidade cuja a competência era de um juiz de direito, se quando a jurisprudência majoritária todos os processos trabalhistas em tramitação nas varas cíveis deverão ser remetidos imediatamente a vara trabalhista, independentemente da fase em que se encontram.
Diante do disposto dos art. 112 e 113, CF/88, lei ordinária deverá ser criada para a instalação de novas varas do trabalho por todo o território nacional, assim como, para o estabelecimento da investidura, da jurisdição, da competência e das condições e das garantias para o exercício da competência trabalhista. 
Assim como no processo civil, as competências são divididas e classificadas, entre absolutas e relativas. As absolutas nunca se convolam, ou seja, nunca serão saneadas. Devendo ser conhecidas de oficio ou a requerimento da parte, como preliminares de mérito na contestação. 
Por outro lado, as competências relativas, deverão ser alegadas pelas partes, sob pena de se convolarem, isto é, p que era anulável, passa a ser válido. A doutrina chama este efeito de prorrogação da competência. 
Assim como o processo civil, as competências relativas, são em razão do território e em razão do valor da causa. As competências absolutas são em razão da matéria, da pessoa e da função. 
05/03/18
Da competência em razão do valor da causa 
O valor da causa será utilizado para a definição do procedimento que a reclamação trabalhista seguirá na justiça do trabalho. De acordo com a instrução normativa (IN) 27/05, TST as ações trabalhistas serão distribuídas nos ritos sumaríssimo (menos de 40 salários) ou no rito ordinário (mais de 40 salários), além das ações que possuam procedimentos especiais. 
As ações especiais trabalhistas são o dissídio coletivo, a ação de cumprimento, a ação de inquérito para a apuração de falta grave e a ação de alçada, sendo esta última com o valor da causa de até 2 salários, não cabendo recurso, salvo de matéria constitucional prevista no art. 2°, §3° e §4°, Lei 5584/70. 
Após a reforma trabalhista, o autor deverá indicar obrigatoriamente na petição inicial os valores de todos os pedidos, que só eram necessários no procedimento sumaríssimo. 
Boa parte da doutrina entende que o juiz pode de ofício alterar o valor da causa e consequentemente o rito processual da demanda trabalhista. Contudo, caberá ao réu, antes de discutir o mérito, alegar em sede de contestação a incorreção do valor da causa, cabendo ao juiz, adotar ou não providências preliminares em fase de saneamento, conforme art. 337, 347 e 357, CPC, todos de utilização subsidiária à CLT. Uma vez fixado o valor da causa pelo juiz do trabalho, poderão as partes impugnar o valor fixado novamente em razões finais, caso o juiz mantenha, pedir revisão em até 48 horas ao presidente do TRT, que será recebido sem efeito suspensivo, conforme art. 2°, § 1° e 2°, Lei do processo de trabalho. 
Da competência territorial
O art. 651, caput, CLT, traz como regra geral de competência territorial o local em que o empregado prestou serviços, seja ele autor ou réu na ação. 
No §1° do citado artigo, só se aplica ao agente ou viajante comercial empregado, que terá como regra de competência o local da agência ou filial a queesteja vinculado e, de forma sucessiva, não havendo filial, o reclamante poderá escolher o local de seu domicílio ou localidade mais próxima. 
Por outro lado, o art. 651, §3°, CLT, aplica-se a todos os demais empregados que tenham trabalhado em localidades diversas, onde poderão escolher, distribuir a ação no local da celebração do contrato ou qualquer outro onde tenha prestado serviços. 
Quando o empregado brasileiro prestar serviços no exterior, ele poderá escolher ajuizar a ação trabalhista em território nacional, salvo convenção internacional em sentido contrário. Com relação ao direito material, em face do princípio da norma legal mais benéfica, poderá o empregado escolher qual legislação trabalhista a ser aplicada no seu caso concreto. 
O art. 337, II, CPC, dispõe que o réu deverá alegar em contestação preliminarmente as incompetências absolutas e relativas. Contudo, especificamente no caso da incompetência territorial, a CLT não é omissa, uma vez que possui regra própria no art. 800, alterado na reforma trabalhista, para conter a seguinte disposição: “Recebida a citação, o réu terá 5 dias para apresentar em sessão de incompetência territorial. O juiz, suspenderá o processo, intimando o reclamante e demais litisconsortes para se manifestarem no prazo comum de 5 dias. Se entender necessário, o juiz poderá marcar audiência especial para ouvir testemunhas exclusivamente sobre a incompetência. Após, os autos serão conclusos para decisão, que a CLT não fixou prazo para o seu proferimento. Desta decisão não cabe recurso imediato, pois esta possui natureza jurídica interlocutória e na justiça do trabalho, em regra geral não se admite recursos para decisões interlocutórias conforme o art. 893, CLT.”
12/03/18
Competência material
A justiça do trabalho foi criada para processar e julgar principalmente causas relacionadas aos contratos de emprego, uma vez que demais relações de trabalho seriam de competência da justiça comum. As exceções só são admitidas quando autorizadas expressamente em leis ou jurisprudência. 
A Emenda Constitucional 45 de 2004 alterou o Art. 114, CF que enumera de forma exemplificativa algumas competências materiais trabalhistas. 
A competência absoluta em razão da pessoa se confunde na pratica com a competência material, já que a justiça do trabalho é utilizada principalmente pelo empregado ou empregador. O Art. 652, CLT autoriza a utilização da JT pelos trabalhadores avulsos e pelos pequenos empreiteiros ou artífices, mesmo estes não sendo empregados.
O Art. 114, CF, ampliou significativamente a competência material da Justiça do Trabalho estabelecendo novas hipóteses como a possibilidade de processar agentes de direito público externo. O STF tem entendido não existir mais imunidade de jurisdição trabalhista para estes entes permanecendo apenas a imunidade de execução, quanto aos bens de império, que são aqueles necessários ao exercício da atividade consular, isto é, os demais bens de propriedade da repartição consular poderão ser executados. 
Ainda neste inciso, o STF decidiu que as relações estatutárias continuam sendo de competência da justiça comum. Todas as ações que tenham como causa de pedir o exercício do direito de greve, sendo elas possessórias ou não (vide Súmula Vinculante 23). 
Entende-se que as ações possessórias são cabíveis na justiça do trabalho independentemente do exercício de greve, bastando o autor demonstrar na causa de pedir o nexo causal com um contrato de emprego.
No inciso III, todas as ações que envolvam sindicatos, sindicatos de trabalhadores e sindicatos empregadores.
No inciso IV, habeas datas, habeas corpus e mandato de segurança, quando a causa de pedir tiver como nexo contrato de trabalho ou a pratica de um ato de uma autoridade trabalhista. 
Inciso V, danos morais e patrimoniais advindos de uma relação de emprego.
Inciso VI, execução de ofício das contribuições previdenciárias estipuladas em suas próprias sentenças.
Inciso VII, penalidades administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho.
Inciso VIII, demais controvérsias na forma da lei. Tendo em vista a amplitude da expressão "relações de trabalho", a doutrina e a jurisprudência orientam a uma interpretação restritiva, isto é, somente quando prescrita em lei, quando é o caso por exemplo do trabalhador voluntário.
OBS: as relações de consumo entre cliente, prestadores de serviço continua de competência da justiça comum, assim como a cobrança de honorários profissionais por parte dos prestadores de serviço.
Existem outras competências materiais que estão previstas em súmulas do TST, como por exemplo cadastro no PIS, complementação de aposentadoria, previdência privada, estagiários, entre outros. Recentemente o STF definiu a inexistência de competência criminal da Justiça do Trabalho devendo esta declinar para a Justiça Comum ou Ministério Público quando presentes indícios da prática de qualquer crime ou contravenção, inclusive falso testemunho.
19/03/18
Se houver divergência entre tribunais para julgar uma determinada matéria, será julgado pelo STJ (art. 105, I, d, CF/88).
Em caso de divergências entre tribunais superiores, a matéria será julgada pelo STF (art. 102, I, a, CF/88).
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada (súmula 420, TST). 
Atos, termos e prazos processuais – art. 770, CLT
Sábado é dia útil para a prática de ato processual. 
De acordo com o art. 770, caput, CLT, os atos serão públicos, salvo quando o interesse social e a defesa da intimidade o exigirem (art. 5°, LX, CF/88 e art. 189, CPC). A jurisprudência entende que o segredo de justiça pode ser decretado de ofício pelo juiz. 
De acordo com o art. 189, §1°, CPC, o direito de consultar os autos e pedir certidões de processos que tramitam em segredo de justiça é restrito as partes e seus procuradores. O art. 160, caput, CLT, acrescenta ainda, que os atos processuais deverão ser praticados entre às 06 e 20 horas, entende-se dias uteis de segunda a sábado, pois há penhora em domingos e feriados somente com autorização judicial, vide art. 212, CPC. 
26/03/18
Presume-se recebida a notificação 48 horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. – Súmula 16, TST. 
Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. – Súmula 262, TST.
Sobre os prazos processuais 
De acordo com o art. 774, caput, CLT, os prazos tecnicamente se iniciam no dia que a parte, o seu advogado foi intimado. Com base no art. 775, caput, CLT, na contagem do prazo, deverá a parte excluir o dia do início e incluir o dia do término. Com a reforma trabalhista, os prazos passaram a ser contados em dias úteis.
Em se tratando de notificação postal, quando a parte não for encontrada, ou se recusar a recebê-la, deverá o correio devolvê-la em até 48 horas, sob pena de responsabilidade do servidor dos correios. 
Diante da súmula 1, TST, quando a intimação ocorrer na sexta feira, a contagem se iniciará na segunda-feira ou no primeiro dia útil subsequente. Com base no disposto na súmula 16, TST, presume-se recebida toda notificação postal em até 48 horas após o seu envio, sendo ônus do destinatário comprovar que recebeu fora do prazo. 
A súmula 262, TST, afirma que se a notificação ocorrer no sábado, presume-se que a intimação ocorreu na segunda-feira, com a contagem se incitando no primeiro dia útil subsequente. 
Havendo feriado local (municipal), é ônus da parte a sua comprovação, conforme súmula 385, TST. Esta súmula também dispõe que em caso de feriado forense caberá a JT a sua certificação. 
OBS: Em virtude da OJ, 310, SDI-1, TST, não se aplica na JT a regra do art. 229, CPC na JT, isto é, havendo litisconsortes com advogados distintos, o prazo será normal para todas as partes, pois pelo CPC o prazo seria em dobro. 
Das nulidadesprocessuais – Art. 794 ao 798, CLT
Segundo a doutrina, os atos processuais podem ser nulos, anuláveis ou inexistentes. A CLT regulamenta a ideia dos art. 794 a 798, que tem como princípios principais:
- Princípio da transcendência ou do prejuízo, previsto no art. 794, CLT, que tem como escopo a necessidade da parte demonstrar o manifesto prejuízo obtido.
- Princípio da convalidação ou preclusão: de acordo com o art. 795, CLT, os atos anuláveis deverão ser arguidos pelas partes na audiência ou na primeira vez que tiverem que falar dos autos, sob pena de preclusão. 
- Princípio da proteção: com base no art. 796, CLT, a nulidade só será declarada quando não for possível suprir a sua falta ou repetir-se o ato.
- Princípio da utilidade: previsto no art. 798, CLT, determina que a nulidade não prejudicará, se não os atos posteriores que deles dependam ou sejam consequência. 
- Princípio da instrumentalidade das formas: previstos nos art. 188 e 277, NCPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, que possuem a regra de se validar um ato praticado de forma distinta ao previsto em lei, que comprovadamente alcançarem a sua finalidade essencial. 
02/04/18
Das partes de procuradores na justiça do trabalho
No art. 791, caput, CLT, permite que as partes atuem num processo trabalhista sem a presença de um advogado, que de acordo com a súmula 425, TST, a capacidade postulatória das partes se limita aos tribunais regionais, não alcançando os recursos para o TST e as ações com procedimentos especiais. 
O art. 104, CPC, prevê que o advogado pode atuar sem procuração para evitar a decadência ou a prescrição e para a prática de atos urgentes, em até 15 dias prorrogáveis por mais 15, mediante despacho do juiz. 
Art. 791, §3°, CLT, prevê que a procuração poderá ser concedida no ato da audiência, mediante requerimento do advogado com registro na ata e anuência do representado. A doutrina chama este mandato de “procuração apud acta”. Ressalta-se que esta procuração outorga poderes apenas para o foro geral. Os poderes especiais do art. 105, CPC, deverão estar expressos numa procuração em separado.
A JT aceita a existência do mandato tácito, na súmula 383, TST e na OJ 200, SDI-1, TST, a qual proíbe o substabelecimento feito por advogado instituído por mandato tácito (mandato tácito: é aquele que surge de forma implícita, pela prática reiterada de atos).
Para a doutrina o mandato tácito é aquele que surge pela prática reiterada de atos processuais válidos, por um mesmo advogado. 
Com base na súmula 385, TST, é valido o mandato com prazo de validade, assim como são válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja na procuração poderes expressos para substabelecer, conforme art. 667 e seguintes do CC. 
É inaplicável na JT a regra contida no art. 226, CPC, conforme a OJ 310, SDI-1, TST, isto é, havendo litisconsortes com advogados de escritórios diferentes, os prazos não serão contados em dobro. 
Apesar da CLT ser omissa, aplica-se o art. 183, CPC, por ser compatível com o processo do trabalho, onde a administração pública direta e indireta sem fins econômicos, terão prazo em dobro para toda as manifestações. 
Como não há defensoria pública especializada na JT, nem advogado dativo, cabe ao sindicato da categoria profissional a assistência judiciária gratuita para quem recebe até 2 salários mínimos ou declara ser hipossuficiente, conforme art. 14, Lei 5.584/70. 
No que tange a gratuidade de justiça, a regra está contida no art. 790, § 3° e 4°, CLT, alterados pela reforma trabalhista. Atualmente a gratuidade será deferida em qualquer instância, de ofício ou a requerimento, para quem recebe até 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS, e para quem comprove a insuficiência de recursos para o pagamento das custas processuais. Sendo assim, a simples declaração de hipossuficiência não é mais documento hábil para a sua concessão. 
A reforma alterou o art. 790-B, CLT e criou o art. 791-A, CLT, para estabelecer que a gratuidade não alcança os honorários periciais e os honorários de sucumbência do advogado da parte adversária. Além disso, determinou que o juiz do trabalho possa bloquear os valores devidos a título de honorários periciais e de sucumbência, dentre o montante que tenha ganho na própria reclamação trabalhista ou em qualquer outra ação em tramitação em outro tribunal. Pelo prazo de até 2 anos, contados do trânsito em julgado da decisão. 
O art. 791-A, caput, §1° e 2°, CLT, estabelece que o juiz do trabalho deverá adotar os mesmos critérios previstos no CPC para o deferimento dos honorários de sucumbência, que na JT serão fixados entre 5 e 15%, inclusive nas ações contra a fazenda pública e na reconvenção.

Continue navegando