Buscar

Indulto é uma forma de extinção da pena

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Reconhecimento do Indulto para as Penas Restritivas de Direito
Indulto é uma forma de extinção da pena, conforme o artigo 84º, XII da Constituição Federal, além de ser formalizado pelo decreto emitido pelo Presidente da República que tem o significado de perdão da pena, podendo ser concedida de forma individual, ou coletiva, ampla ou restritivamente, a preencher os requisitos objetivos e subjetivos da lei.
“O indulto propriamente dito, ou indulto coletivo, destina-se a um grupo determinado de sentenciados e inclui os beneficiários tendo em vista a duração das penas que lhe foram aplicadas, além de outros requisitos subjetivos que poderão ser estabelecidos por lei. Pode ser total, com a extinção das penas, ou parcial, quando as penas são diminuídas ou substituídas, aqui se observa que não há uma extinção da punibilidade, mas somente uma diminuição na diminuição da “reprimenda”, ou seja, abranda-se a penalização. Diferentemente da graça, é espontâneo, como citado anteriormente de competência do Presidente da República sendo delegável” (PERETE, Itala Rayara Santos, 2010).
As penas restritivas de direitos estão especificadas no artigo 43º, V do Código Penal. Conforma o doutrinador Cezar Roberto Bitencout, ao analisar o artigo 44º do Código Penal, “consta a autorização de que as penas privativas de liberdade não podem coexistir com as penas restritivas de direito, pois estas são autônomas e substituem aquelas”. 
A sentença judicial que defere ou indefere o indulto (de forma plena ou parcial) tem natureza declaratória, de modo que, preenchidos os requisitos descritos no decreto indulgente, somente resta ao juiz da execução criminal declarar a existência do direito, cujos efeitos retroagem ao dia 25 de dezembro do ano em que foi editado. Tal natureza, que decorre das normas constitucionais, foi corroborada em alguns dispositivos do Decreto Indulgente de 2012, em que a Presidente da República teve a intenção de mencionar que cabe aos juízes de execuções criminais de todo país apenas “declarar” o direito ao indulto. Sendo assim, pode-se mencionar o artigo 3º, caput, e o artigo 4º, caput, do referido decreto, conforme abaixo se constata:
Art. 3º “Na declaração do indulto ou da comutação de penas deverá, para efeitos da integralização do requisito temporal, ser computada a detração de que trata o art. 42 do Código Penal e, quando for o caso, o art. 67 do Código Penal Militar, sem prejuízo da remição prevista no art. 126 da Lei de Execução Penal.
 Art. 4º “A declaração do indulto e da comutação de penas previstos neste Decreto fica condicionada à inexistência de aplicação de sanção, homologada pelo juízo competente, em audiência de justificação, garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa, por falta disciplinar de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida nos doze meses de cumprimento da pena, contados retroativamente à data de publicação deste Decreto” (sem destaques no original). 
“Além do mais, destaca a boa doutrina, em comentário à lei 8.072/90, que ‘o poder de conceder indulto haure seu fundamento de validade diretamente do art. 84, inc. XII, da Constituição Federal, de sorte que essa atribuição discricionária do Presidente da República não poderia ser restringida pela legislação comum, senão por outra norma constitucional” (JUNQUEIRA, 2010, p. 399).
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão teve a oportunidade de decidir sobre a matéria, concedendo o indulto em agravo interposto pela Defensoria Pública do mesmo estado. Confira-se a ementa:
PENAL – PROCESSO PENAL – AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL – DECRETO Nº 7.046/2009 – ART. 1º, INCISO IX – INDULTO – CUMPRIMENTO DE PENA RESTRITIVA DE DIREITOS – CONCESSÃO – AGRAVO PROVIDO. 1. O Decreto nº 7.046/2009 estabelece, em seu art. 1º, inc. IX, que será concedido indulto às pessoas “condenadas à pena privativa de liberdade, desde que substituída por pena não privativa de liberdade, na forma do art. 44 do Código Penal, que tenham cumprido, ainda que por conversão, privados de liberdade, até 25 de dezembro de 2009, um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes”. 2. A alocução “ainda que por conversão”, deixa explícito que apenados ao cumprimento de penas restritivas de direito, também fazem jus ao benefício do indulto, e não só aqueles que cumprem penas privativas de liberdade. 3. Entender de maneira diferente seria simplesmente beneficiar condenados por crimes mais graves, em detrimento dos médios e pequenos infratores, uma vez que somente aqueles, cuja penas não poderiam ser substituídas, poderiam obter a concessão de indulto. 4. Não sendo o agravante reincidente, não possuindo faltas graves homologadas pelo Juízo, e tendo o mesmo cumprido 1/3 (um terço) da pena, deve ser concedido o indulto. 5. Agravo provido. Unanimemente. (Acordão nº113.293/2012. Data do ementário: 11/04/2012, D. Relator José de Ribamar Froz Sobrinho).
Após analise foi constatado que não existem razões para a não concessão de indulto ao sentenciado que teve sua pena convertida em restritiva de direitos, no entanto ainda existe julgados contrários a esta real e palpável vertente.
Referencias:
PERETE, Itala Rayara Santos. Anistia, graça e indulto. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 29 abr. 2010.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado, 6ª ed. e atual. São Paulo: Saraiva, 2010.
 JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz e FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação Penal Especial, Ed. Saraiva, 6ª Ed, 2010.
Acórdão nº113.293 de 2012 oriundo do TJMA.
Constituição Federal de 1988

Outros materiais