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DOENÇAS ORIFICIAIS DOENÇA HEMORROIDÁRIA As hemorroidas são coxins de tecido conjuntivo fibroelástico, ricos em plexos vasculares com várias anastomoses arteriovenosas, em submucosa da região anorretal, que atuam auxiliando a continência anal. Com a idade ocorre aparecimento dos sintomas em decorrência da perda da elasticidade e da ruptura dos elementos estruturais de sustentação levando ao deslizamento do assoalho anal. Doença hemorroidária tem maior incidência entre 30 a 60 anos, sendo pouco frequente abaixo dos 20 anos. Em sua etiopatogenia, consideram-se como fatores predisponentes de ordem hereditária e constitucional. Fatores desencadeantes Constipação intestinal Diarreias crônicas Esforços físicos repetitivos Gestação. As hemorroidas podem ser classificadas de acordo com a localização ou evolução das hemorroidas internas e partes internas das hemorroidas mistas. a) Localização Internas: localizadas na submucosa anorretal acima do ligamento de Parks. Externas: localizadas abaixo do ligamento de Parks. Mistas. b) Segundo a evolução das hemorroidas internas e partes internas das hemorroidas mistas DIAGNÓSTICO Realizado através dos sintomas e exame físico. Sendo os principais sintomas o prolapso e o sangramento. Com a evolução da patologia podem ocorre dor em pontada, ardência, sensação de pressão retal, secreção fecal e sangue nas roupas. Assim como dificuldade para defecar, exteriorização com redução espontânea ou manual, sensação de evacuação incompleta. Durante a anamnese deve-se fazer a avaliação dos hábitos intestinais, investigar os hábitos alimentares, tipos de atividade física, história familiar, principalmente no que se refere a presença de neoplasia colorretal, que irá determinar a investigação total do cólon. O exame físico deve ser realizado detalhadamente, com inspeção, palpação, toque retal, manobras de esforço e retossigmoidoscopia. Como complicações são citadas as tromboses, estrangulamentos, hemorragias, ulcerações com infecções secundárias e abscessos. TTO O tratamento das hemorroidas depende mais do conjunto de sintomas de cada paciente e dos achados objetivos ao exame proctológico. Portanto, apenas as hemorroidas sintomáticas precisam ser tratadas.Uma vez feito o diagnóstico de hemorroida sintomática, o tratamento dependerá do grau e da extensão da lesão. As opções incluem: Tratamento clínico; Tratamento conservador (nível ambulatorial); Tratamento cirúrgico. TTO CLÍNICO Quando a doença hemorroidária é tratada logo no início, pode-se evitar a cirurgia. Neste caso o tto ambulatorial ou uso de pomadas e supositórios ou a simples regularização do hábito intestinal podem ser suficientes para controlar a doença. Maior ingestão de líquidos e de fibras Regularização do hábito intestinal Medicamentos, ex: pomadas de proctil e xiloproct 2x/dia Orientações higiênicas (abolição do papel higiênico) Banhos de assento com água morna, que aplicada na região anal diminui a pressão de repouso do canal anal, provocada por espasmo esfincteriano, diminuindo a dor anal. OBS: A região perianal pode ser sede de numerosas patologias, sendo a mais comum a doença hemorroidária, que pode coexistir junto a outras patologias, recebendo a denominação de doenças anais concomitantes (DAC), que podem ser classificadas segundo o próprio exame proctológico-inspeção, toque retal e anuscopia. Classificação das DAC’s A) Doenças estáticas * Lesões cutâneas: condiloma, úlceras, proctites, câncer de pele perianal, prurido anal, destruição anal e perianal; * Lesões da mucosa do canal anal: fissura, hipertrofia de papilas anais, criptite, proctite, câncer transicional; * Tumores duros subcutâneos: gânglios, nódulos fibróticos, granulomas, hematomas, massas tumorais benignas e malignas; * Tumores macios subcutâneos: abscessos, cistos, lipomas; * Infiltrações enduradas fazendo corpo com a pele: Crohn, hidroadenite supurativa, infiltração carcinomatosa; * Lesões anorretais inespecíficas: crohn, retocolite ulcerativa inespecífica; * Lesões anorretais específicas: tuberculose, esquistossomose, paracoccocidiodomicose, amebíase; * Estenoses anais: devido a fissuras, cirurgias ou carcinoma; * Orifícios e trajetos fistulosos: fístulas perianais e anorretais; * Anormalidade com o tônus anal: hipertonia, hipotonia, atonia; * Invasão tumorais acometendo ânus e região perianal; * Comprometimento do ânus por doenças sistêmicas: diabetes, pênfigo e linfoma; * Doenças dermatológicas (psoríase) ou doenças intestinais que podem apresentar lesões cutâneas (eritema nodoso que pode estar presente na Retocolite ulcerativa); B) Doenças encontradas à inspeção e por manobras de esforço que se exteriorizam pelo ânus É importante o diagnóstico das DAC para a definição da conduta, pois algumas têm abordagem clínica anterior à abordagem cirúrgica da doença hemorroidária, tais como as proctites. Outras doenças tem abordagem cirúrgica anterior, câncer e doença de crohn. Assim como há doenças que podem ser abordadas junto à hemorroidectomia: fissuras anais, hipertrofia de papila anal, estenose anal, fístula e condiloma anal acuminado. FISSURA ANAL A fissura anal é afecção benigna comum que acomete ambos os sexos e todas as faixas etárias. Caracteriza-se por lesão ulcerada no anoderma do canal anal, que raramente ultrapassa a linha pectínea e a anocutânea. Geralmente aparece na região posterior do canal anal. MC Dor anal intensa , aguda e penetrante durante ou após a defecação, podendo irradiar para região genital, costas e membros inferiores, podendo manter-se por horas após a evacuação. Sangramento, rutilante, durante a evacuação, podendo acontecer no papel higiênico ou depositado nas fezes. Ao exame físico pode-se observar a presença de papila hipertrófica (tumoração tipo dedo de luva em canal anal) e o espasmo esfincteriano, que acontece pela dor. DD Fissura anal sifilítica primária Ulcerações anais por DII Lesão Herpética. TTO Quando a fissura anal é tratada logo no início, pode-se evitar a cirurgia. Neste caso, tratamento no consultório, uso de pomadas e supositórios ou a simples regularização do hábito intestinal podem ser suficientes para controlar a doença. Modificação dos hábitos alimentares com maior ingestão de líquidos e de fibras Regularização do hábito intestinal Medicamentos (proctyl e xiloproct2x/dia) Orientações higiênicas (abolição do papel higiênico) Banhos de assento com água morna Persistindo os sintomas o paciente deve ser encaminhado ao médico especialista.
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