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Aula 12 Obesidade Infantil

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ASPECTOS NUTRICIONAIS 
DA OBESIDADE NA 
INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA 
Munique Helen Mendes Correia
2017
Epidemiologia 
Prevalência de excesso de peso entre crianças e adolescentes aumentou continuamente nos últimos 34 anos. 
Atualmente, 1 em cada 3 crianças brasileiras de 5 a 9 anos encontra-se com excesso de peso (33,5%). 
Adolescentes (10 a 19 anos): 21,5 % com excesso de peso. 
RISCOS: Obesidade no adulto; DCNT 
Outras complicações: metabólicas (RI e DM); respiratórias (↑esforço respiratório, apnéia do sono); cardiovasculares (HAS); gastrointestinais (esteatose hepática); psicológicas (discriminação e isolamento). 
Determinantes  mudanças no estilo de vida (brincadeiras, Tempo TV, computadores, falta de segurança) e nos hábitos alimentares (apelo comercial; < < custo de produtos ricos em CHO simples, gorduras e calorias; ↑ densidade energética dos lanches); predisposição genética. 
FATORES DETERMINANTES 
Adolescentes  ↑ necessidades energéticas e nutricionais  inadequação da dieta (consumo excessivo de açúcares simples e gorduras + ingestão insuficiente de frutas e hortaliças)  risco nutricional (ganho excessivo de peso e carências nutricionais). 
Desenvolvimento econômico e urbanização  modificações no estilo de vida, traduzidas nos padrões alimentares e de atividade física  hábitos alimentares ocidentais + sedentarismo. 
DIAGNÓSTICO
Curvas de IMC/idade  percentil / escore-z
Propagandas televisivas  influenciam as preferências, o consumo semanal/diário e as opiniões sobre alimentos e bebidas. 
Propagandas destinadas ao público infantil  estimulam a preferêcia por alimentos e bebida s com alto teor calórico e baixo teor nutritivo. 
Estudo conduzido por Henriques et al. (2012) avaliou a conformidade de propagandas televisivas com a proposta de Regulamento Técnico da ANVISA (resolução 408/2008) e observou que todas infringiam pelo menos 3 artigos. 
TRATAMENTO
As estratégias de tratamento do sobrepeso e da obesidade infantil são pouco documentadas e envolvem: 
Controle do ganho ponderal e das comorbidades encontradas; 
Aumento do gasto energético; 
Adequação da ingestão energética + suprimento das necessidades nutricionais (15% proteínas, 50-55% CHO, 30% lipídeos); 
Modificação comportamental e envolvimento familiar no processo de mudança. 
Importante: tratamento em longo prazo. 
TRATAMENTO
Abordagem multidisciplinar 
Exame Físico (PA também) e Laboratorial (TG; CT e frações). 
Avaliar preferências, recusas, consumo habitual, local das refeições, quem as prepara, atividades habituais, ingestão de líquidos nas refeições e fracionamento.
Obesidade x Comportamento 
e Hábito Alimentar 
Adolescência  consolidação dos hábitos alimentares e do estilo de vida  manutenção na vida adulta. 
Identificar: 
 realiza café da manhã? ; jantar com ↑ valor calórico? ; excesso de líquidos calóricos? ; grandes porções? 
Estratégia de Intervenção
VITOLO, 2008. 
Sobrepeso
Obesidade
Estratégia de Intervenção
Alimentos que engordam x alimentos que não engordam 
Estar “de dieta”.
 1ºpasso: Introduzir conceito: alimentos com muitas calorias x alimentos com poucas calorias. 
	Exemplos: maçã = bombom; prato A+ F+ salada + bife = cheeseburguer. 
 2º passo : Restrição quantitativa  estabelecer tarefas para mudança de comportamento 
 3º passo: Mudança qualitativa  princípios da alimentação saudável 
Estratégia de Intervenção
PERDA DE PESO CONTROLADA 
MANUTENÇÃO DO PESO 
↓ gradativa da ingestão 
Não repetir porções 
Mastigação lenta 
Refeições à mesa (TV) 
Respeitar horários 
↓ prep. Hipercalóricas 
↓ líquidos calóricos 
Estratégia de Intervenção
Adequação idade e sexo 
↓ Apetite; Manutenção da massa muscular 
NÃO adotar dietas rígidas  perda muscular e ↓velocidade de crescimento. 
Preservar guloseimas, porém com disciplina 
NÃO medicamentos  efeitos colaterais e risco de dependência. 
NÃO Edulcorantes e Dietéticos 
OBESIDADE X ATIVIDADE FÍSICA
Medidas Preventivas
Recomendações - Academia Americana de Pediatria
- identificar risco ( histórico familiar, Peso ao nascer, fatores sócio-econômicos, culturais e comportamentais); alterações IMC; encorajar aleitamento materno; orientar pais e educadores (lanches); estimular AF; limitar TV (2h/dia). 
Importante: a escolha do ambiente escolar para a promoção de hábitos de vida saudáveis por ser local de convívio social e onde as crianças realizam pelo menos 1 refeição ao dia. 
Referências Bibliográficas 
•Klesges RC, S helton ML , Klesges LM. Effects of Television on Metabolic Rate: Potential Implications For Childhood Obesity. Pediat rics.1993.91(2) : 281-6. 
•Mello ED, Luft VC, Meyer F. Obesidade Infantil: como podemos ser eficazes? J Pediatr. 2004.80(3) :173-82. 
•Vitolo MR. Obesidade na Infância e na Adolescência. In: Vitolo MR. N utrição da Gestação ao Envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio; 2008. 
•Enes CC, Slater B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes. Rev Bras Epidemiol. 2010;13(1):163-71. D isponível em : 
http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v13n1/15.pdf 
•Karnik S, Kanekar A. Childhood obesity: a global public health crisis. Int J Prev Med. 2012;3(1):1-7. Disponível em : http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3278864/ 
•Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica ( Abeso). Diretrizes Brasileiras de Obe sidade. Abeso: RJ, 2009. D isponível em: http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes_brasileiras_obesidade_2009_2010_1.pdf 
•Henriques P, S ally EO, Burlandy L, B eiler RM. Regulamentação da propaganda de alimentos infantis como estratégia para a promoção da s aúde. Ci ência & Saúde Coletiva. 2012;17(2):481-90. Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n2/a 21v17n2.pdf 
Na sua opinião, quais são os fatores que levam uma criança a ficar obesa?

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