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PLANO DE DISCIPLINA DIREITO CIVIL III – TEORIA GERAL DO CONTRATO AULA 2 – NOÇÕES GERAIS 1 – Elementos Constitutivos dos Contratos: a) Vontade manifestada por meio de declaração: o contrato como negócio jurídico não prescinde da manifestação de, pelo menos, duas vontades: a de quem propõem e a de quem irá aceitar. O contrato é o centro de convergência dessa dupla manifestação de vontade. Daí se dizer que ninguém pode assumir obrigação para terceiros. O normal é que as manifestações de vontade se deem de forma verbal e por escrito. Contudo, é possível que se dê por sinais inequívocos, como em um leilão. Com relação ao silêncio, o mesmo só pode produzir efeitos quando acompanhado de outras circunstâncias definidoras de uma vontade negocial. É o que ocorre quando um cliente recebe um cartão de crédito em sua residência e o desbloqueia. b) Idoneidade do objeto: É a existência de um objeto, que pode ser uma obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. c) Forma: Há de haver a exteriorização da manifestação de vontade. 2 – Elementos de Validade dos Contratos (art. 104, CC): a) Agente capaz: é capaz para firmar um contrato, aquele que é plenamente capaz, não estando nas hipóteses dos arts. 3º e 4º, CC (respectivamente, absoluta ou relativamente incapaz). O art. 5º, CC disciplina que é maior de idade todo aquele ao completar os dezoito anos. Ressalta-se, novamente, que não pode estar nas hipóteses dos arts. 3º e 4º, CC. Contudo, os menores de 18 anos podem ser emancipados, nas hipóteses do art. 5º, § único, CC: por ambos os pais ou por quaisquer deles, na falta do outro, por instrumento público ou por sentença judicial, desde que conste pelo menos com 16 anos; pelo casamento, que também só pode ocorrer a partir dos 16 anos; pelo exercício de emprego público efetivo (inaplicável, já que todo concurso exige idade mínima de 18 anos); pela colação de grau de nível superior (também inaplicável, já que todos colam grau após os 18 anos); pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de emprego, desde que em função do mesmo, o menor, que tem que ter pelo menos 16 anos, tenha economia própria. É importante analisar também a figura da legitimação. A legitimação consiste na aptidão específica para a realização de um contrato. É o que ocorre, por exemplo: um ascendente não pode vender bens aos descendentes, sem que os outros descendentes consintam (art. 496, CC), além do cônjuge; não podem os tutores comprar bens que estejam sob sua administração (art. 497, I, CC). Tal aptidão é circunstâncial. b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Todo objeto tem que ser determinado ou determinável, até o momento da execução do contrato. O objeto tem que ser possível física e juridicamente. É impossível juridicamente a importação de um bem proibido por lei, como, por exemplo, a importação de cigarros. É impossível fisicamente, quando o contratante não tem condição de realizar o objeto contratado, como, por exemplo, comprar um terreno na lua, um pedaço do céu. É lícito o objeto quando não contraria a lei e os bons costumes. c) Forma prescrita ou não defesa em lei: Mais uma vez, há que se enfatizar que prescindível qualquer formalidade para se fazer qualquer contrato (art. 107, CC), salvo quando a lei ou a vontade das partes impuser alguma (art. 166, IV e V, CC). É o que ocorre com a necessidade de escritura pública para a compra e venda de imóveis, cujo valor supere 30 vezes o salário mínimo; formalização de pacto antenupcial; formalizar a adoção. As partes também podem estipular formalidade, conforme art. 109, CC. Obs.: Na ausência de quaisquer desses elementos, o contrato será nulo ou anulável. 3 – Elementos de Eficácia: a) Termo: Evento futuro e certo, que protrai o começo da produção de efeitos (termo inicial) ou faz cessá-los (termo final). b) Condição: Evento futuro e incerto, cujo objetivo é fazer iniciar a produção dos efeitos (condição suspensiva) ou fazer cessá-los (condição resolutiva). c) Modo ou Encargo: É a imposição de um ônus (obrigação) ao beneficiário de um contrato a ser cumprido.
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