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IS_Direito_Penal _Aula08

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EXAME DE ORDEM 2012.2 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 
 
Disciplina Direito Penal 
Aula 08 
 
EMENTA DA AULA 
1. Concurso de Crimes 
2. Crimes contra a Administração Pública 
 
GUIA DE ESTUDO 
1. Concurso de Crimes: 
� Inicialmente ressaltamos a diferença entre concurso de crimes e conflito aparente de 
normas: 
• No concurso de crimes há a prática de dois ou mais fatos, ao passo que no 
conflito aparente de normas ocorre a prática de um só fato. 
• No conflito aparente de normas temos a prática de um só fato, aplicação 
aparente de duas ou mais normas e a incidência efetiva de apenas uma delas. 
Em razão dos conflitos solucionadores do conflito aparente de normas, a 
seguir mencionados: 
o Princípio da especialidade – no princípio da especialidade a norma 
especial prevalece sobre a geral. Ex. infanticídio é um crime especial 
em relação ao homicídio. 
o Princípio da subsidiariedade – a norma primária prevalece sobre a 
norma subsidiária. Ex. roubo absorve o crime de constrangimento 
ilegal. 
o Princípio da consunção – o crime fim absorve o crime meio. Ex. Súmula 
17/STJ: quando o falso se exaure no estelionato, sem mais 
potencialidade lesiva, é por este absorvido. O estelionato absorve o 
crime de falsidade. 
o Princípio da alternatividade – a prática de mais de um verbo nuclear 
do tipo importa no cometimento de um só crime. Ex. tráfico de drogas, 
art. 33, da lei 11343/06. 
EXAME DE ORDEM 2012.2 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
� Espécies de concursos de crimes: 
• Concurso material – ocorre a prática de duas ou mais condutas com dois ou 
mais resultados, idênticos ou não. 
• Concurso formal – é marcado pela prática de uma só conduta, com dois ou 
mais resultados, idênticos ou não. Em regra, foi adotado o sistema da 
exasperação das penas, salvo exceções onde o juiz pode somar as penas. 
• Crime continuado – prática de duas ou mais condutas que resultam no 
cometimento de dois ou mais crimes da mesma espécie (previstos no mesmo 
tipo penal) e são praticados em condições objetivas semelhantes de: 
o Tempo: entre uma conduta e outra não pode ter intervalo superior a 
30 dias. 
o Lugar: mesma comarca ou comarcas vizinhas (próximas. 
o Modo de execução: “modus operandi” do agente (instrumentos, se 
agiu com auxílio de comparsas, etc.). 
o Unidade de desígnios: é o elemento subjetivo. 
 
2. Crimes contra a Administração Pública: 
� Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral – art. 
312/326, CP: 
• É correto falar que os crimes dos artigos em questão são próprios. Aqueles que 
a lei exige um requisito especial para a sua prática, no caso ser funcionário 
público (“intraneus”). 
• Conceito de funcionário público para efeitos penais – art. 327: aquele que, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. Ex. mesário de eleição, jurado do Júri, etc. 
• Art. 317, CP – Corrupção Passiva: este crime é marcado por três condutas: 
o Solicitar 
o Receber 
o Aceitar promessa de propina 
Ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela. 
EXAME DE ORDEM 2012.2 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
Pergunta: É correto falar que toda vez que ocorre o crime de corrupção 
passiva (cometido pelo funcionário público) também haverá a prática do delito 
de corrupção ativa praticado pelo particular (art. 333)? 
Resposta: Não, pois toda vez que a iniciativa da conduta for do 
funcionário público haverá apenas a prática do crime de corrupção 
passiva, mesmo que o particular pague a propina. Por outro lado, 
quando a iniciativa da conduta for do particular, podemos ter a 
ocorrência dos dois crimes, desde que haja recebimento ou aceitação 
da promessa da propina pelo funcionário público. É lógico que se o 
funcionário público se recusar a praticar tais condutas, só temos o 
crime de corrupção ativa. 
o Art. 316, CP – Concussão: neste crime, o funcionário público, mesmo que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, exige propina. Tal crime é 
formal, se consuma com a mera exigência, por sua vez, o recebimento da 
propina é mero exaurimento. 
Pergunta: No momento da entrega do dinheiro é possível a prisão em 
flagrante? 
Resposta: Não, pois não se encaixa em nenhuma das hipóteses de 
flagrante do art. 302, CPP. Por outro lado, no crime de corrupção 
passiva, já estudado, é possível a realização da prisão em flagrante 
porque a conduta “receber” é típica. 
CUIDADO: Se a questão for tributária ou fiscal, podemos afirmar que, 
conforme art. 3º, II, da lei 8137/90, a concussão e a corrupção passiva estão 
unidas no mesmo tipo penal. 
ATENÇÃO: Crime de excesso de exação – art. 316,§1º e 2º, CP: este crime 
ocorre quando o funcionário público exige tributo ou contribuição social para a 
Administração Pública, que sabe ou deveria saber indevido, ou quando devido 
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
Também comete esse crime o funcionário público que desvia, em proveito 
próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos. 
• Art. 312, CP – Peculato: Espécies: 
EXAME DE ORDEM 2012.2 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
o Peculato apropriação – art. 312, caput, 1ª parte: o funcionário público 
se apropria da coisa móvel de que tem a posse. 
o Peculato desvio – art. 312, caput, 2ª parte: neste o funcionário público 
desvia a coisa móvel, geralmente para pagar obra superfaturada. 
o Peculato furto – art. 312, §1º: aqui o funcionário público não tem a 
possa da coisa móvel (diferentemente dos casos anteriores), mas a 
subtrai, ou concorre dolosamente para que terceiro a subtraia 
valendo-se da qualidade de funcionário público. 
o Peculato mediante erro de outrem – art. 313: é erroneamente 
chamado de “peculato estelionato” por parte da doutrina. 
o Peculato eletrônico – art. 313-A e 313-B: 
o Peculato Culposo – 312,§2º: caso a reparação ocorrer até o trânsito em 
julgado da sentença condenatória, a punibilidade do agente estará 
extinta. Caso a reparação ocorrer depois desse trânsito, a pena é 
reduzida pela metade. 
CUIDADO: em todas as espécies de peculato o bem móvel já deve estar 
custodiado pela Administração Pública.

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