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TRABALHO EM GRUPO – TG Maria Lúcia dos Santos RA: 1652691 Pirajuí 2017 A autora faz jogo de palavras, recorre à intertextualidade explícita, cria neologismos, faz da metalinguagem um tema. Diante disso, vamos aprofundar um pouco mais nossa leitura: a) Destaque exemplos de neologismo (invenção de palavras) e discorra sobre sua importância no poema. Gatografia = escrita do gato, que pode tanto significar que o gato está como sujeito quanto como objeto do “grafia”, ou seja, da escrita, do desenho. Como sujeito, gatografia poderia significar algo como o gato escrevendo através dos arranhões que faz, as cicatrizes que deixa no rosto da dona. Como objeto, gatografia significaria o desenhar o gato, como a autora mesma diz: não sei desenhar gato. Hipopotas, hipogato, hiponímico = série de neologismos compostos pelo prefixo grego “hipo”, que significa cavalo, e que aparentemente foram formados em virtude de certa musicalidade dos termos colocados próximos. O emprego de neologismos no poema é importante, pois através deles percebe-se uma gama muito maior de sentidos no texto que vão além do que está escrito, mas se pode alcançar, sutilmente, o que está sendo insinuado. b) A autora fala da linguagem (do gato, mas também da linguagem do poeta) e, em especial, o papel do ser humano em nomear os seres. Que verbo sintetiza a opinião da autora sobre o ato de nomear? O tema principal é a palavra gato, isso remete a todo comportamento e característica desse animal e quando a poetisa se expressa na palavra “gatografia”, nos traz referência ao verbo escrever. Pode-se destacar também o arco-irisar, flexionado no texto como "arco-irisado" (o único neologismo presente no texto que é um verbo). Arco-irisar, seria o ato de dar a alguma coisa a forma e as cores do arco-íris. Assim, esse verbo é o que melhor expressa o papel do ser humano em nomear os seres, uma vez que essa palavra é usada no texto para tornar uma coisa abstrata (o salto) em algo concreto, perceptível através do sentido da visão (o caminho percorrido pelo gato, com a forma e as cores do arco-íris). c) Ela questiona sobre o nome gato nos versos “e o nome do gato?/ J. Alfred Prufrock? J. Pinto Fernandes?” Sabendo que J. Pinto Fernandes é um nome que aparece no poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, nomear, escrever, desenhar são ações de que tipo: reais ou ficcionais? Afinal, o que é literatura na concepção dada pela poetisa? A literatura, sobretudo no âmbito da poesia, é impulsionada pela alusão, pela menção a algo que transcende de texto propriamente escrito. É algo que “voa” do papel. Por suas inter-relação textuais que se completam; porque servem de “base” para outras menções, porque apresentam os mesmos sujeitos ou objetos sob outros aspectos. Ou seja, como mesmo se expressa a renomada autora é uma “ladroagem”. Ora serve para referir-se a algo real, ora para uma ficção. Tudo depende do interesse do escritor por isso o título apresentado é um gasto gato, logicamente as referencias não aparecem totalmente ocultas, elas sugerem nomeadas, citadas, referidas, descritas de acordo com o seu objetivo. Então real ou ficção, ficam gastos de sempre serem por alguém referida.
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